sábado, 31 de julho de 2010

Running Show: vá, mas não me convide

Posso dizer que foi no mínimo decepcionante a feira Running Show deste ano, que até domingo acontece no pavilhão de exposições do Parque do Ibirapuera em São Paulo. Não havia muita inovação nos produtos apresentados: alguns stands de marcas de tênis (ASICS, Saucony), lojas, produtos para treinamento (aqueles que você compra para usar em casa e que depois viram cabides no meio do quarto) e mais algumas bugigangas (gel, produtos naturais, etc.). Enfim, nada que uma boa passeada em uma loja como Decathlon ou Centauro não resolva, e neste caso você não paga R$ 15,00 para entrar.

Alguns pontos interessantes:

- A Corpore estava com duas boas iniciativas na feira: o espaço UseBike que incentiva o participante a ir de bicicleta e deixá-la estacionada em um espaço adequado e o acesso gratuito para os associados. Também tivemos oportunidade de conversar com uma pessoa da organização no stand da entidade e comentamos os pontos positivos e negativos das últimas provas (o preço, por exemplo).

- Para quem quiser, é possível fazer alguns exames básicos (ergoespirométrico, teste de pisada) em alguns stands.

- Para quem pretende esticar e ir até o exterior, agências como a XTravel e TAM Viagens estavam com stands bem convidativos (preços, nem tanto) para as principais provas lá fora. Uma boa oportunidade para tirar mais informações destes eventos.

Brindes: 1 revista O2, 1 adesivo da Comrades (só? Sim, só isso, nem um squeeze sequer!)

Vá: se estiver no Ibirapuera ou for de fácil acesso, se não ficar chateado de gastar o valor do ingresso e não ver nada de novo, se estiver com tempo para assistir as palestras, se estiver realmente curioso e não confia nestes blogs de gente chata como eu.

Não vá: se tiver coisas melhores para fazer, se tiver que encaixar na agenda do final de semana, se não estiver afim de se estressar com o estacionamento lotado do Ibirapuera, se não está afim de gastar o valor do ingresso, se não está procurando nenhum produto específico ou viagem.

Esta é uma feira que nasceu como um setor na Adventure Sports Fair (feira voltada ao segmento de viagens e aventura) e poderia ter continuado desta forma. Visitar os dois eventos era muito interessante, separá-los talvez não tenha sido uma boa ideia.

Bom final de semana!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Corrida da Longevidade: ouviram do Ipiranga...

... mais uma buzinada de início de corrida! Taí um exército que faria D. Pedro sair correndo, literalmente. No domingo ensolarado de ontem, nada a ver com inverno em São Paulo, mais uma etapa do Circuito de Caminhada e Corrida da Longevidade patrocinado pela Bradesco Seguros, desta vez no Parque da Independência, em frente ao Museu do Ipiranga. O evento era composto de uma corrida de 6 Km, percurso semelhante à Corrida dos Bombeiros e uma caminhada de 3 Km, ambas contornando o Parque da Independência e passando em frente ao Museu.

Para quem está acostumado a ver preços na faixa dos R$ 80,00 em São Paulo, este evento surpeendeu: R$ 20,00 a corrida e R$ 10,00 a caminhada. Inscrição, entrega de kits, percurso, medalha e estruturas compatíveis e às vezes até melhores que muitas provas mais caras. Foi uma pena ter feito a inscrição tão perto do evento, pois não tive opção e ganhei uma camiseta M, que não fica lá muito bem em mim. Mas o resto já valeu a participação.

Como você já sabe, eu não deveria entrar em novos eventos de corrida tão cedo, então vou explicar: estava fazendo a inscrição para um grupo de pessoas na caminhada, onde iria também (precinho legal, vou perder esta chance?). Mas, acredite, na hora de concluir a última inscrição, o link da caminhada informava “Inscrição indisponível” e a pessoa não participaria da corrida. Então, rapidamente cancelei minha inscrição, fiz na corrida, e aproveitei a vaga para inscrever a outra pessoa. Um pouco arriscado, pois perderíamos as duas inscrições se não funcionasse, mas deu certo.

E lá vou eu outra vez, 6 Km de pernadas, na boa para não forçar... e termino em 37:51. Não era para forçar, mas aquela reta da Av. D. Pedro I estava muito convidativa! Sem dores, sensação boa, e logo após a prova eu entrei no pelotão da caminhada, para tentar achar o grupo... e acabei caminhando mais 3 Km. Desaquecimento, melhor que alongamento.

Aí vai o conselho: esta é a pior hora de uma lesão, pior do que o momento onde o médico olha para a sua cara e diz que você precisa parar de correr. A dor não existe, edemas e hematomas não estão lá, mas você não está totalmente curado. Apesar da vontade de calçar o tênis e correr no dia seguinte, vou continuar conservando a região, o segundo semestre tem as provas mais legais aqui em São Paulo (Ayrton Senna Racing Day, VW Run, Meia Maratona de Praia Grande, São Silvestre...) e eu quero participar da maioria delas.

Aí vão as próximas etapas do Circuito de Caminhada e Corrida da Longevidade (e eu recomendo!):

01/08 - Presidente Prudente
12/09 – Porto Alegre
17/10 - São José dos Campos
24/10 – Ribeirão Preto
21/11 – Sorocaba
19/12 – Rio de Janeiro


Uma corredora especial

Antes da largada eu vi uma cena inusitada: uma cadela com um número de peito (ou de costas, no caso). Achei legal e perdi o animal de vista. Após passar pelas tendas de medalha e kit, encontrei-a novamente na companhia do seu dono, o Sr. Carlos, ostentando orgulhosamente sua medalha!

Achei o máximo, conversei com o Sr. Carlos e ele explicou que a Raquel (nome da cadela), extremamente dócil, havia sido atropelada e o veterinário queria amputar sua perna. Nada feito, o Sr. Carlos a adotou e hoje ela o acompanha nas corridas (até nos 10 Km da Bombeiros!). E eu aqui reclamando de uma lesão idiota...

Parabéns aos dois, pelas provas e pela amizade animal!

sábado, 24 de julho de 2010

Considerações finais sobre a Maratona do Rio 2010

Agora que o efeito dos Dorflex e antiinflamatórios já passou, é hora de ponderar um pouco sobre mais uma Maratona, participação e organização. Foi a minha terceira, então ainda tenho muito o que aprender, mas já dá para separar algumas impressões. Afinal, não é uma prova que se faz todo mês, sendo aconselhável para o corredor mediano não exceder duas dela por ano. O desgaste de uma prova de 42 Km não é fácil de ser recuperado por um organismo que não é totalmente dedicado ao esporte, como é o caso da maioria de nós mortais. Quem vive do esporte ou tem uma genética favorável já consegue até enfrentar provas maiores ou mesmo mais maratonas em um curto período, mas a grande maioria que hoje lota as provas, lojas de tênis, blogs de corrida e consome todo tipo de tranqueira de “running” não pode abusar dos limites do corpo. Então vejamos...

Organização

É opinião minha e de outros blogueiros que a Maratona do Rio de Janeiro foi muito bem organizada, além das provas de Meia Maratona e Family Run. Todo mundo curtiu e poucos reclamaram, aliás, reclamar de uma coisa ou outra é normal, o problema é quando uma série de fatores tira as pessoas do sério e estraga o evento.

O pessoal da Meia tem toda a razão de ter ficado p... da vida com a interferência da Rede Globo. Segundo informações de pessoas que tem contato com a organização, ninguém chamou a emissora lá, eles apareceram e atrapalharam. E dizem que não foi transmitida coisa alguma no tal horário, só entraram e muvucaram. Já que querem fazer o “circo” de sempre, esperem pela Meia Maratona do Rio no próximo mês, que é deles (largada às 09:00...) e aprontem o que quiserem.

O único ponto realmente falho foi no direcionamento aos locais de largada da Meia e da Maratona, que deveriam estar sinalizados desde o início das interdições pelas avenidas principais. Como foi o caso dos nossos motoristas, nem todo mundo conhece o Rio tão bem para conseguir adivinhar em que rua paralela à praia entrar para chegar às áreas de largada.

Eu não tive oportunidade de conhecer a tal feira de entrega, pois o pessoal da Equipe Tavares retirou nossos kits, mas vi pela TV e com certeza foi muito melhor que em SP (se é que aquilo é uma feira...).
E seguindo a tendência das grandes maratonas, o corredor é valorizado pelo comércio de turismo, como nos panfletos ao lado, que oferecem descontos e opções especiais para quem participa do evento.

Apesar de ter sido entregue um sachê de gel de carboidrato, o ideal teria sido distribuir outros ao longo do percurso. Eu levei dois, deveria ter levado este terceiro e teve horas em que pensei em parar nos quiosques abertos para comprar um pacote de Ruffles... (tudo a ver, ia ser uma cena ridícula!). A hidratação estava fantástica, tanto que deixei até de pegar água em uns dois postos devido ao clima, e ingeri 1 litro de Powerade distribuído nos dois postos de isotônicos bem posicionados.

Participação (a minha, é claro!)

Eu realmente não poderia ter enfrentado uma distância dessas, mas não sei desistir fácil, além de já ter fechado o pacote desde Maio. Em homenagem ao meu médico e para me lembrar do que estava fazendo, deixei no começo do playlist do meu MP3 player “Breaking all the rules” (Quebrando todas as regras) do Peter Frampton... Na véspera, tomei informações de como voltar para o Flamengo com transporte público ou táxis, caso tivesse problemas. Levei um dinheiro extra para o táxi, caso precisasse cruzar metade do Rio, verifiquei linhas de Metrô e decorei alguns pontos chave do mapa. Mas, graças à Deus, deu tudo certo.

Quanto ao tempo total de prova, logo que fechei o pacote pensei em fazer o melhor para conseguir terminar abaixo de 5 horas, mas a lesão impediu treinos mais intensos. Nada de 5 Km de esteira ou 25 Km no final de semana. Apesar de ter participado das outras 2 provas menores que já estava inscrito (Super 9K e SESC Santana), fui na boa para evitar estragar mais ainda. Sub-5-horas, talvez numa próxima.

O que ajudou a manter o pique foram as aulas de boxe (acredite!) pelo condicionamento físico e algumas escapadas de bike, além da musculação que detesto mas que virou aliada para não deixar o corpo descansar totalmente. E para completar, meu “doping” sonoro, onde coloquei as trilhas da série “New World Disorder” (ah, não me culpe, duvido você correr ao som de Ray Conniff...)

Próximas?

Se eu estivesse legal, pensaria em Curitiba, apesar dos últimos relatos não terem sido tão animadores, mas vamos deixar para o próximo ano. Porto Alegre parece uma ótima opção, já está no meu calendário, e Florianópolis uma incógnita devido ao clima, ambas para 2011.

Uma coisa eu já resolvi: dificilmente vou me desgastar na Maratona de São Paulo, salvando o organismo para as demais.

E a Maratona do Rio? Provavelmente, eu volto!

Boas provas, maratonas ou não!

(obrigado a todos que passaram pelos posts da Maratona e deixaram comentários, com certeza vou levar em consideração o conselho de vocês para não forçar demais!)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Análise de performance na Maratona do Rio

Enquanto eu recuperava um a um os tempo de cada Km da Maratona do Rio a partir do meu frequencímetro, pensava “eu realmente estou sem nada para fazer”. Mas ao ver o gráfico na planilha Excel e as observações nos pontos-chave, vejo que isto será de grande valia para as próximas corridas.


Vejamos:

Km 1 e 2: na verdade estão com o mesmo tempo, pois com a empolgação, correria após descer do ônibus em cima da hora da largada e ficar brincando com o MP3 player, perdi a placa do Km 1.

Km 15: como não pude ir ao banheiro antes da prova, precisei parar no banheiro químico deste ponto. O ritmo não caiu muito, apenas o pit stop básico e uma foto da prova.

Km 27: o início do cansaço, os Kms acima de 08:00 min/Km já não conseguem ser recuperados. “Muro” o escambal, eu fico com fome e cansado mesmo neste ponto. Como diz o meu colega Wagner, “daqui para a frente só falta uma São Silvestre...”

Km 32: é sempre assim, eu vejo a placa do 32 e penso “só falta uma provinha de 10 Km, que eu corro todo final de semana!”. Daí o ritmo aperta sozinho, entra o playlist envenenado e as coisas melhoram... um pouco.

Km 35: preciso reduzir, trotando, senão vai tudo para o espaço.

Km 41: eu não resisti, ia terminar mesmo antes de 6 horas, e aquela placa de 41 na frente do Pão de Açucar pedia uma foto...

Km 42: apertei um pouco de novo, mas tem os tais 195 m, pose para fotos, ah, dane-se, já cheguei mesmo!

Se você gostou, basta arranjar um relógio qualquer que consiga armazenar na função “lap” (volta) o número de Kms da prova que você vai correr. Como o meu modelo (este aí da foto) é simples, guarda até 44 voltas, ou seja, dá e sobra para uma maratona. Depois é só jogar no Excel e brincar com os números. Ah, e o mais importante, não esquecer de marcar a cada placa de Km!

Tenho umas considerações finais a fazer sobre esta maratona, mas fica para o próximo post...

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Maratona do Rio: lesionado e com bolhas, mas terminei!

Na capa do DVD do Dean Karnazes está escrito: “Run if you can, walk if you have to, crawl if you must. Just never give up.” (Corra se você puder, ande se precisar, rasteje se tiver que. Apenas nunca desista). Foi com este pensamento que eu passei sobre o tapete de largada da Maratona da Cidade do Rio de Janeiro, ontem, que partiu lá do Recreio do Tim Maia e foi até o Aterro do Flamengo, 42 Km de paisagem estonteante. E eu, expressamente proibido pelo médico de realizar tal proeza. O médico mandou parar de correr, então eu paro... de ir ao médico!

Bom, já que chegou até aqui, leia até o final...

Noite de sono mal dormida tem preço

Saímos de São Paulo às 00:10 de sábado, novamente com o pessoal da Equipe de Corredores Tavares, dois ônibus de dois andares lotados de doidos que vão enfrentar uma das 3 provas do evento: Family Run (6K), Meia Maratona (21K) ou a Maratona (42K). A viagem foi calma, o ônibus um conforto total, o pessoal da Tavares como sempre na maior atenção e preocupação com todos e lá pelas 06:30 chegamos ao chuvoso Rio de Janeiro. Passeio ao Corcovado ou Pão de Açucar nem pensar, o jeito foi conhecer o Maracanã (e até eu que detesto futebol gostei da visita ao gramado!) . Um ótimo almoço por kilo e um rodízio de pizza fantástico (indicados pela Equipe Tavares) abasteceram os corredores. Dormir cedo era a ordem do dia, ou melhor, da noite.

São 04:30 da manhã de domingo no Rio, e o despertador toca

Às 05:00 o refeitório do hotel estava lotado de gente de calção, camiseta de corrida e no maior falatório. Coisa de maluco, uma tribo que vive na maior adrenalina e acorda cedo, não importa o dia. Lá pelas 05:45 os ônibus partem (o pessoal da Family Run fica no hotel, moleza, duas quadras da largada) e fomos em direção às nossas largadas mas...

... o motorista do ônibus da frente se perde lá na Barra da Tijuca!

Desespero total, quem estava quieto ficou agitado, quem estava dormindo acordou assustado. Depois de cãibras e bolhas, o pior pesadelo do corredor é chegar atrasado ao tapete de largada. Vamos logo indicar os culpados: nós mesmos, que não estávamos todos no horário (05:30) nos ônibus e a organização da prova, que falhou ao indicar nas paralelas às avenidas da praia onde eram os pontos de entrada, afinal, o trânsito já estava bloqueado.

O pessoal da Meia Maratona desembarcou na Barra e saiu no maior pique, já aquecendo, mas a prova atrasou 15 minutos devido à uma tentativa imbecil da Rede Globo em transmitir a largada ao vivo. A turma da Maratona continuou o caminho e o ônibus parou a menos de 100 metros da largada. Botei o pé no chão e já ouvi “...e foi dada a largada...”. Esquece banheiro, alongamento, procurar os blogueiros, preces atrasadas, ou qualquer outra coisa; entra na bolo e corre!

A paisagem é demais!

Apesar do tempo ainda esquisito tipo chove-não-chove, o mar arrebentando lá na praia já é um cenário incrível para paulistanos como eu que estão cansados de provas em shopping centers. O retão deveria assustar, porém você curte a paisagem e dá uma vontade danada de abrir a passada. Mas, a tal lesão na perna esquerda pede prudência, e eu fui em 7 min/Km por um bom tempo.

Lá pelo Km 15, invadimos a ciclovia, a rua estava alagada em vários pontos, e como não estava chovendo desde a madrugada, não valia a pena encharcar o tênis. O carioca respeitou e não xingou ninguém que eu tenha visto, apesar da nossa ousadia. Também neste ponto, faltando quase 2/3 da prova, senti uma bolha no pé direito. Lesão na esquerda, bolha na direita, mas eu não paro. O trecho da Av. Niemeyer é de lascar, uma subida bem puxada e com vento arrastando o corredor, além dos “meninos” do morro do Vidigal enchendo a sua paciência para ganhar o seu boné, seu MP3, seu óculos... só faltou me pedirem os tênis! Ainda bem que só pediram.

O arrastão...

O sol já aparecia lá em Ipanema e muita gente andava (eu adoro andar e me empurrar entre o 27 e o 32, como já fiz nas outras maratonas). No 32 liguei os motores e saí arrastando todo mundo: passava pelos corredores andando e dizia “vamos à 8 min/Km? Aguenta?”. A maioria tentava, bravos guerreiros, mas quase todos estavam lesionados e o “ônibus” do 8 min/Km chegou ao Flamengo não tão lotado quanto eu gostaria. Corri neste pace do 32 ao 42 e cheguei, total de 05:40:00 de prova (esbarrei no relógio lá no Km 16 e demorei pelo menos um minuto para voltar ao cronômetro, então o tempo redondo). Dói tudo, até os fios de cabelo. Mas valeu a pena! Quando é a próxima mesmo?

Maratona do Rio x Maratona de São Paulo

A primeira é um evento esportivo, movimenta a cidade, o carioca participa. O kit é repleto de mimos, a entrega é uma feira, todo mundo desfila pela rua com camisetas de outras provas. O segundo é meramente um evento da Yescom para tapar buraco na programação da Globo, sem preocupação nenhuma com o atleta. Pronto, falei, mas não vou entrar no detalhe, quem passa sempre por aqui sabe o que eu penso da “nossa” Maratona.

Agora, leia com atenção

Ah, esticou o olho para a figura ao lado e ficou com medo? Pois não faça o que eu fiz. Estou realmente proibido de correr, ainda mais esta distância. O médico vai me bater com vara de bambu quando eu contar, mas eu quis ir assim mesmo, afinal, já estava tudo pago e reservado. Eu não aconselho ninguém a fazer isto. A prova de que não sou tão irresponsável assim: eu já tinha planos de ir na Meia Maratona de São Bernardo do Campo daqui a duas semanas, mas vou conservar e descansar, como ordenado.

O que eu fiz na perna? Tropecei naquela corrida idiota do Shopping União e ganhei um rompimento do músculo (ainda bem que não foi o tendão de Aquiles!). Corri os 42 Km com tornozeleira, e ao contrário das outras provas, não podia contar só com a perna direita, ou voltaria para casa com duas ou mais lesões. Fora a bolha, é claro.

Enfim, uma Maratona que dificilmente sairá do meu calendário!

Eu adorei a prova, a organização,, os kits e a fantástica paisagem do percurso. Se estivesse bem, teria curtido mais a corrida mesmo, acelerando no plano, mas fica para a próxima. Ótima medalha, vai ficar sempre em um local de destaque.

Aliás, a foto ao lado não é a imitação de um gesto olímpico: eu estava com tanta fome ao terminar que esta medalha parecia mais um chocolate do Willy Wonka...

Se tiver a oportunidade, corra esta prova, é uma experiência e tanto!

Bons treinos! E a gente se vê nas provas, daqui a algum tempo...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

SESC Ruas de Santana: barata e perfeita!

É possível organizar uma corrida e cobrar pouco dos participantes? A resposta é “sim”. Ocorreu neste domingo a prova SESC Ruas de Santana, na Zona Norte de São Paulo, onde o corredor pagava entre R$ 8,00 (comerciário matriculado no SESC) e R$ 16,00 (não filiados). Aí você diz: corridinha boba, camiseta de algodão, medalha de plástico... Pode parar, toda a estrutura foi compatível com os eventos normais, que atualmente estão na faixa dos R$ 70,00 em São Paulo.

A entrega de kits foi no próprio SESC no dia anterior, organizada e sem tumultos. O atleta recebia uma bela camiseta de tecido tecnológico, sacolinha de pano, número de peito e manual de instruções. No dia da prova, a retirada do chip ocorria mediante apresentação de ticket no número de peito, ou seja, a organização não leva prejuízo pelo pessoal que se inscreve e não vai.

Guarda-volumes bem distribuído por números, e acredite, fila para entrar na área! Pode até parecer que gera tumulto, mas o atendimento é rápido e sem empurra-empurra (tipo aquele cidadão todo suado que fica se esfregando em você para tentar retirar a mochila após a prova...) . A medalha é meio “rústica”, e vou deixar neste termo pois não sei se é proposital ou o acabamento foi falho mesmo.

O percurso é quase o mesmo do circuito SEME Santana (corridas da Prefeitura de São Paulo, gratuitas e quase impossíveis de se inscrever), cheio de altos e baixos, e o cuidado dever ser redobrado nas ruas de paralelepípedos, que torcem fácil qualquer tornozelo. E eu, como sempre, precisei maneirar para não dar “perda total” no estrago já iniciado. Subi tudo na maior calma, força total na perna direita e terminei em 43:36 as duas voltas que completavam o percurso de 6 Km. Esqueci do tempo, o que importa é correr sem dor e terminar inteiro, e consegui de novo, ufa!

Agora, a bronca: você, que está lendo o blog, se for atleta de elite ou próximo disso, parabéns, acredite, vocês inspiram prá caramba nós mortais que rodamos neste “pace” absurdamente alto. Mas se você não tem paciência de prova com “voltas”, onde inevitavelmente vai cruzar com o pelotão dos mais lentos, NÃO PARTICIPE! E muito menos empurre este pessoal, eles precisam de empurrões na forma de incentivos, e não sendo jogados para os lados ou com os seus berros de “SAI !!!” quando você se aproxima. Foi isto que eu vi no pelotão de elite da prova, não todos, é claro, e fiquei desapontado com estes atletas, que demonstraram pouco espírito esportivo.

Então, próxima parada, Maratona do Rio de Janeiro. Proibido de correr e vai enfrentar 42 Km? Sim, tenho 6 horas para terminar, não estou com pressa.

Boa semana e que você não se machuque fazendo aquilo que lhe dá prazer! (se mesmo assim quiser se machucar, faça-o trabalhando, por exemplo, assim você não fica chateado e ainda ganha indenização da empresa...).

sábado, 10 de julho de 2010

Super 9K: em terra de corredor, quem tem uma perna só...

...também corre! Este foi mais ou menos o meu caso. Afinal, estou tentando me recuperar de um “estrago” (não gosto daquela palavra que começa com “L”) na perna esquerda e o médico mandou não forçar. Tá bom, mandou não correr! Mas a inscrição da prova já estava paga, o kit retirado e eu não ia aguentar ir só para assistir, então o jeito foi maneirar. Só que “trotar” por duas voltas no Autódromo de Interlagos, cheio de subidas, descidas e curvas acentuadas para dar 4,5 Km por volta, jogando toda a força em uma só perna não é nada fácil. Mesmo assim, ao término de 1:05:57 desde o apito do chip no tapete, eu conclui os 9 Km. E de novo, espero que o médico não goste de blogs de corridas...

Apesar do trabalho todo de retirar o chip e camiseta, como já relatei, a prova valeu a pena. O clima estava ótimo e a estrutura do autódromo é muito boa para este tipo de evento: banheiros (apesar das filas), estacionamento, lanchonete e é claro, toda a estrutura montada dentro dos boxes. A hidratação foi muito bem posicionada, tanto para quem fazia uma ou duas voltas, a dispersão pós-prova foi bem organizada e o kit para variar não tinha nada salgado, apenas deliciosas guloseimas da Montevérgine, regados com um copinho de Gatorade.


Exibir mapa ampliado

A medalha é bonita e combina com aquela camiseta amarela, com um detalhe que chamou bastante a atenção: em seu verso há uma área para que o corredor “grave” o tempo da prova, além de ser reciclável e feita com material reciclado. De novo, a Yescom falha em um monte de coisas e acerta outras totalmente inesperadas.

Quanto à dor na perna, não deu em nada após a prova, mas não tem como se iludir, o tempo de recuperação total será longo. Eu me sentia um E.T. com aquela tornozeleira, mas ao longo do percurso vi de tudo: outras tornozeleiras, joelheiras e todo tipo de aparato ortopédico para minimizar o efeito de lesões (ops, eis a palavra).

Após a corrida ocorria a já tradicional Prova Ciclística 9 de Julho e eu tirei algumas fotos das primeiras baterias, disponíveis lá no Ciclovia Digital.

Bom é isso aí, hora de recuperar.

Afinal, amanhã tem a corrida do SESC...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Kit da Super 9K: você, um smiley na pista!

Yescomplicada. Este é que deveria ser o nome da organização de provas como a Super 9K que acontece neste 9 de Julho, sexta-feira, no Autódromo de Interlagos. Bom, leitores de outros estados, é feriado no estado de São Paulo, portanto é dia de correr. Mas fazer um infeliz como eu atravessar a cidade em pleno dia de rodízio do carro para buscar uma camiseta amarela, um número de peito e um chip, em plena quarta-feira, é de lascar!

Tem barrinha de cereal? Não! Tem Torrone? Não! Sacolinha bonitinha? Não! Revista antiga? Não! Alfinetes? Tá, isso tem. Café? Folhetos? Vale-massagem? Não, não e não! Leva logo aí e não amola! E a prova é paga...

A retirada ocorreu hoje e vai até amanhã na loja Centauro do Shopping Eldorado, onde você ainda ganha 5% de desconto para torrar em quinquilharias esportivas (como se você e eu já não tivéssemos um monte...). O pessoal das provas de ciclismo também retirava os kits com a mesma cara de trouxa que os corredores, mas tudo bem, usar o autódromo para correr ou pedalar é divertido demais!

E para terminar, espero que meu médico não esteja lendo este post, afinal, devido a um probleminha “técnico”, eu estou proibido de correr...

A gente se vê lá na prova, vestido de Smiley!

(e se você não entendeu ainda, eu não estou reclamando, só rindo da nossa ingenuidade...)

sábado, 3 de julho de 2010

Corredor, brasileiro

Mal o jogo do Brasil havia terminado ontem e o pessoal já estava arrancando furiosamente as bandeirinhas que decoravam os nossos micros desde o último mês, esperança agora adiada por mais 4 anos de ver a seleção de futebol mais uma vez campeã do mundo. Até precisei avisar alguns mais afoitos que desrespeito à Bandeira Nacional é crime, pois queriam descontar no símbolo da nação a raiva dos jogadores de futebol. Faz sentido? Claro que não!

Então, para você que gosta de esporte (por isto está aqui neste blog), um conselho: guarde a sua bandeirinha, quem sabe um dia você não a leva para pendurada no boné lá na Maratona de Berlim ou Chicago? Tenho certeza que a camiseta que você comprou para torcer pelo Brasil também serve para correr, tipo tecido tecnológico que não tem retém o suor. É claro que você vai tentar me convencer que foi pura coincidência na hora de comprar, você nem pensava em correr com aquela camiseta... mas ela um dia pode ser vestida lá na Maratona de Londres! Ou, se não pensar tão distante, pode ser nas corridas aqui mesmo, não seria legal continuar com o verde e amarelo nas nossas provas, mesmo fora de época de Copa do Mundo?

Afinal, da mesma forma que você é corredor todos os dias, de treino ou corrida, também é brasileiro todos os dias, de Copa ou não.

Bom final de semana!