quinta-feira, 25 de junho de 2020

Sobre pandemia e corridas


O mundo mudou e o tal “novo normal” é apenas uma forma de dizer que vamos ter um período para repensar alguns hábitos. 
A corrida é um deles.

Treinos, por enquanto, só de máscara
e sem ninguém por perto
Este blog ficou parado por algum tempo, entre o final de 2019 e meados de 2020. Parte por falta de tempo de quem o administra (eu), escreve (eu), diagrama (eu), revisa (advinhe: eu) e parte porque não tinha muitos assuntos a apresentar. Foram poucas corridas que participei desde a Ultramaratona Bertioga-Maresias de 2019, sendo que algumas delas já vinha relatando ano após ano. Somado aos poucos temas que gostaria de discutir, não tivemos novas publicações.

Para completar, em março deste ano o cenário da pandemia que se alastrava pelos países da Ásia e Europa começava a deixar claro que nós estávamos em rota de colisão do coronavírus. Participei de minha última corrida de rua no dia 08 de março, a Day Run na região do Ipiranga, já com medo de estar no meio de 3.000 pessoas sem saber se o novo bichinho estaria por perto. Passados 8 dias a empresa em que trabalho, multinacional responsável que preza pela
A última medalha de prova "física"
antes de tudo fechar
saúde de seus colaboradores, nos colocou em home office sem data para voltar. O resto do país passaria pelo mesmo processo, apesar de algumas pessoas não aceitarem os fatos ao seu redor: estávamos vulneráveis a uma doença letal e de rápido contágio.

Daí para frente você já sabe: comércio fechado, isolamento social, redução da circulação e até o temido lockdown em algumas cidades, tudo isso para conter a propagação do vírus. Se uma simples reunião em um bar já era motivo para pânico das autoridades de saúde, imagine colocar em um espaço (apesar de aberto) um contingente de mais de 5.000 pessoas respirando de forma ofegante e disparando gotículas de saliva para todos os lados. Uma a uma, as provas de corrida do Brasil também começaram a ser adiadas, canceladas, remanejadas, enfim, acabando com diversos planejamentos que os corredores vinham trabalhando em seus treinamentos. E por falar em treinos, estes foram incentivados a serem feitos de forma isolada e em casa, com academias e parques fechados, além de ruas e orlas proibidas para o esporte. Chegamos então ao dia de ontem em que duas das maiores maratonas do planeta foram canceladas para 2020, Berlim e Nova York.

Previsto x Realizado: volume semanal para a Maratona de São Paulo 2020...
e o momento em que tudo parou
Muita gente não deixou de correr, eu mesmo mantive os treinos nos primeiros meses restritos a bicicleta ergométrica dentro de casa e algumas caminhadas, saindo para correr somente aos domingos antes de 07:00 horas da manhã, de forma a não cruzar com outras pessoas pelo caminho. Ampliei um pouco os dias, mas mantenho sempre horário e trajeto mais adequado para ter o mínimo de contato possível com quem está na rua.
Pedal nas alturas, por meses e meses...
Parece que a cidade de São Paulo jamais esteve totalmente em quarentena, mas não é por isso que devemos dar o mau exemplo ou abusar, vamos manter as recomendações de distanciamento e isolamento para proteger o máximo de vidas possível.

Voltando ao blog, irei retomar as postagens, pois apesar de não ter provas, maratonas ou qualquer evento de corrida para os próximos meses, percebi que existe muita coisa que precisa ser compartilhada agora com outros corredores. O objetivo das postagens sempre foi este, compartilhar, então vamos retomar este hábito, pois os colegas leitores merecem. Não sou dono da verdade ou profissional do esporte, mas como faz quase 15 anos que calço os tênis para correr, acho que uma coisa ou outra eu sei sobre corridas. Quem sabe no meio de tanta “desinformação” um pouco de opinião honesta, sem pretensão de “causar” sobre alguns assuntos ajude outros corredores a retomar seus treinos.

Sabemos que este é um momento difícil para se falar em corrida, com tantas mortes e todo estrago que a Covid-19 trouxe ao planeta. Ninguém aqui está sendo alienado a ponto de achar que é só sair e curtir as ruas vazias, mas retomar nossas atividades e o que gostamos, com segurança e dentro das regras de isolamento de cada comunidade, é o mínimo que podemos fazer para manter a sanidade mental e a saúde.