quarta-feira, 9 de junho de 2010

Corredor precisa de Photoshop? Claro que não!

Olha eu aí ao lado, cruzando a Verrazano Bridge na companhia de outros 35 mil corredores, em plena Maratona de Nova York! Ah, você até acreditou que eu realmente gastei uns US$ 4 mil só para estar na maratona mais cobiçada do mundo, não é? (eu gastaria mesmo, se tivesse esta grana sobrando...).

Na verdade, hoje em dia não dá para acreditar muito nos seus olhos, especialmente no que se refere a fotos. Há até um movimento para sempre indicar nas imagens alteradas pelo Photoshop (ou qualquer outra ferramenta de edição) que houve modificações no original. A matéria França pode criar lei anti-Photoshop explica melhor este ponto. Isto porque não é justo que a pessoa que está visualizando a imagem tenha a sensação de que o objeto é uma reprodução fiel da realidade, ou seja, explicar que ela está sendo sim enganada pelo visual.

O objetivo deste post, no entanto, é trazer à tona algo que eu já percebi várias vezes nas capas da Revista Runner’s World: apesar de todo o cuidado de achar modelos que condizem com o mundo das corridas (magras, esbeltos, barrigas de tanquinho), o pessoal da arte final exagera nos efeitos, criando tons de pele e curvas perfeitas demais para os nossos olhos. Raramente eu olho a capa da Runner’s mais de uma vez, aliás, não serve nem para que eu saiba se já li aquele edição ou não, uma vez que são todas muito parecidas. O que me interessa na revista é a excelente qualidade das matérias, ou seja, não precisava de tanta falsidade na capa só para que os corredores se interessassem pelo conteúdo.

Um caso contrário são as capas das revistas Contra-Relógio e O2, que na maior parte das vezes trazem imagens muito bonitas de corridas e treinos, atraindo muito mais que as montagens que deixam os corredores como se fossem de plástico. Eu particularmente adoro esta capa da O2 aí abaixo, uma foto simples tirada ao lado do Viaduto do Chá em São Paulo, e que não há uma vez que eu não passe neste lugar (tipo, umas 15 vezes por semana), que não me lembre da capa. É bem provável que tenha passado por edição de imagem, mas o efeito final é bem mais agradável, pois é uma cena perfeitamente normal. Percebe a diferença?


E porque o corredor não precisa de Photoshop? Você acorda cedo, enfrenta o frio, corta a cerveja ao final do dia, segue a planilha, tudo para não deixar a barriguinha atrapalhar o visual, e ainda tem que passar por uma “photoshopada” para aparecer bonito na foto. Tem sentido? Não!

Mas no meu caso, se quiser aparecer realmente em alguma foto da Maratona de Nova York, por enquanto ainda dependo dos programinhas de edição de imagem (que não conseguem tirar esta barriguinha de jeito nenhum!).

6 comentários:

  1. Muito bom!
    Falou Tudo!
    Eu reclamei várias vezes para a própria runners que as capas são PÉSSIMAS, são FALSAS demais e que acredito que nós corredores não nos identificamos com elas, e como resposta as minhas criticas eles publicaram muitos elogios a elas e disseram que são tão boas que exportaram para outros países. Ou seja, eles querem fazer a revista para os gringos, exportam as capas e copiar as matérias deles. Ou seja, não tem nada para oferecer a quem realmente paga e lê a revista runners. Isso é o Brasil, funciona ao contrário.
    A contra relógio tem as melhores capas porque coloca o básico, ou seja, corredores CORRENDO de verdade. Simples assim!
    OTIMO POST! Parabéns!
    Abraço
    Colucci
    @antoniocolucci

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  2. E para quem não mexe em photoshop? Risos.... Bom.. No meu caso a barriga é evidente.. Mesmo correndo há 3 anos.... Acho ke noa tem sistema ke de jeito... Bom.... Eu tinha 91k, agora tenho 74k.. Já melhorou.. Mas a barriga... Só na faca mesmo.... Não tem jeito..... Pelo menos eu corro e como do jeito que kero... Uma vergonha.. Risos... Abracao...

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  3. Meu camarada vc abordou um assunto interressante ., sempre tive a sensação de estar sendo enganado com essas capa de revista de corrida !!!Brincadeira o que o pessoal faz para vender mais ...

    Valeu Rinaldo um abraço ai !!!

    Romildo freitas

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  4. Ótimo post! Se tivesse editado o 'número de peito', a montagem seria perfeita...Fisk em NY foi engrançado.

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  5. oi, rinaldo,

    eu nem tinha reparado nessas capas da runners... é interessante, porque as da contra-relógio sempre me fisgam; agora sei a razão: eles colocam fotos de corredores de verdade, em corridas que algumas vezes o próprio leitor já teve o prazer de experimentar! muito bom artigo, rinaldo! e o ricardo hoffmann é ultraobservador, vê tudo, hehehe

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  6. É mesmo, as capas são mt parecidas, a do mÊs de abril e maio, é igual, só mudou a cor de fundo, as modelos, perfeitas , diga-se de passagem, estão na mesma posição e com o mesmo sorriso de "olha como sou magra e sarada". Sei lá, acho que a finalidade não pode ser somente essa, o interesse de corredores, veteranos ou amadores, é mt mais que isso, nos prenderia mais se chamassem a atenção de uma forma mais natureza como a O2 faz (tirando a edição de maio que estava horrível, minhas revistas ficam no quarto, mas essa O2 falando sobre os 7 pecados, está deixada de lado numa gaveta na copa, tenho medo dela rsrsrs). Ótimo Post, parabéns.

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