segunda-feira, 29 de abril de 2013

Eu, Ultra!

Foi encontrado na tarde do último sábado um corpo esticado na pista de atletismo de Praia Grande. Testemunhas dizem que o cidadão havia corrido 50 Km e que ganhou esta linda medalha que ele alegremente segurava com as poucas forças que lhe restavam... Pois é, faltava constar uma maluquice no meu currículo esportivo: enfrentar uma distância acima de 42 Km. Para quem não sabe, a “vida após a Maratona”, ou melhor, após a sua distância desta, chama-se Ultramaratona, e aí o céu é o limite. Ou se preferir, não tem limites, como os próprios “ultras”, corredores especialistas em distâncias insanas, costumam abordar o assunto.

O evento em questão que escolhi para esta maluquice foi a UltraRunner 100 Km Praia Grande que aconteceu no último sábado. Esta prova já está em sua terceira edição e acontece na Pista de Atletismo do Pólo Esportivo, ou seja, o atleta terá que completar 125 voltas de 400 metros (distância oficial de uma pista de atletismo) para cumprir a meta dos 50 Km. Ficou cansado só de ler? Pois saiba que ao mesmo tempo bravos heróis largam para a distância de 100 Km, ou seja, 250 voltas!


Os tempos limites são rigorosos, 8 horas para o pessoal de 50 Km e 12 horas para os atletas de 100 Km, largando às 08:00 da manhã. Não completou, você ganha as 3 letrinhas que mais assustam um ultramaratonista: DNF – Did Not Finish (Não concluiu). Debaixo de um sol de rachar asfalto, aproximadamente 200 atletas partiram com um pouco de atraso na largada para as suas distâncias escolhidas, muitos inclusive em um ritmo não aconselhável para tais empreitadas.

A prova informa em seu regulamento que é dada total liberdade de ritmo e paradas, por isto resolvi participar sem pretensão alguma de fazer dentro de um tempo determinado (mas que estivesse dentro do regulamento, naturalmente). Levei minha barraca para uma parada estratégica aproximadamente no meio da prova e deixei toda a estrutura pronta para a segunda metade. Os primeiros 10 Km foram fáceis, eu já vinha utilizando circuitos “chatos” como o Parque do Trote na Zona Norte de São Paulo e a pista da academia para ficar rodando por longos períodos, então a cabeça já estava preparada para ficar vendo a mesma paisagem repetidas vezes.

Quanto à organização, não há o que falar, numa prova de duração extensa como esta é que se percebe o quanto o staff está preparado para adversidades. Claro que ocorreram algumas pequenas falhas, mas no geral a eficiência da equipe foi exemplar, provendo todo o suporte aos atletas durante o percurso. Hidratação farta com água, Gatorade e outros líquidos, suporte alimentar na forma de bolachas, frutas e até mesmo um macarrão com purê no horário do almoço, um tonel de água fria com esponja para refrescar a cabeça, massagistas o tempo todo, piscina de água gelada e muito espaço para as barracas e acompanhantes.

Step into my office...

Quem disse que ultramaratona é só sair correndo? Se não tiver a sua estrutura própria para o seu ritmo, as coisas podem complicar. No meu caso, que sou bem lento, transpiro bastante e preciso fazer diversos ajustes ao longo do percurso, levar a barraca foi a decisão mais acertada. Deixei uma troca completa de roupa, e pode não parecer, mas depois de 20 e tantos quilômetros, debaixo de sol forte, colocar camiseta e meias limpas, além do próprio tênis, é muito refrescante. Para que você não pense que é frescura: algumas voltas antes da parada estratégica, uma bolha começou a se formar. Troquei as meias e o tênis a situação ficou sob controle, imagine se tivesse que ir até o final com o mesmo equipamento.

Mas tudo sem luxo algum, deixa eu explicar para você:


Mas então, o que deu errado?

Do meu ponto de vista, nada! É simples, eu não conhecia o formato completo de uma ultramaratona, então qualquer resultado dentro do tempo regulamentar estaria de bom tamanho. O sol foi muito, mas muito forte, imagine tomar esta dose toda de uma só vez, sem 1 milímetro de sombra! Contudo eu errei em algumas coisas:

- Confiei no GPS: além do cretino resolver acabar com a bateria antes do final da prova, os deslocamentos para hidratação, banheiro e até mesmo pelo fato de não correr na raia 1 da pista acrescentaram uns 2 Km a mais na marcação. Sobre este assunto vou deixar um post à parte, há muito que dizer, mas basta saber que eu deveria ter contado as voltas de outra forma.

- Erro de contas: errei em uma conta de voltas x tempo e quase não termino dentro do tempo regulamentar. Após o GPS “dormir” coloquei um relógio e comecei a contar voltas, baseando no quanto a tenda de cronometragem informou que faltava para eu terminar. Fiz a conta errada e terminei com apenas 5 minutos para o final do tempo máximo da prova! Resumindo, deveria ter puxado mais o ritmo e andado menos, mas o susto serviu de lição.

E os guerreiros, sempre lá!

Diversas personalidades das corridas estavam nesta prova, mas vou relatar apenas aquelas que tive contato mais próximo durante a prova: o colega Fábio Namiuti, que aguentou meu papo furado nos momentos de caminhada e que também estreava na distância, o Rafael Marrone que como sempre voava baixo na pista e a figurinha carimbada das provas de longa distância, Lucina Ratinho, que além de estar hospedada no mesmo hotel, nos deu a satisfação da companhia para uma pizza no pós-prova. Foi sensacional estar na pista com estas pessoas, colegas já conhecidos e que estavam fritando no sol comigo.



Um agradecimento especial ao novo colega, Raphael, que além de nos acompanhar do hotel até a pista, conversou muito, trocou experiências e puxou este pobre coitado por uns 10 Km ao final. Sem o seu incentivo, dificilmente eu terminaria a prova!


E é claro, agradecimentos à Márcia, que tirou as fotos, foi comprar picolé, trouxe Coca-Cola, desarmou a barraca...

E agora?

O mundo ficou menor, esta é sensação de completar uma prova deste tamanho. Mas assim como completar o Ironman 70.3 não me transformou em triatleta, o título pretensioso deste post é apenas uma brincadeira, pois eu não virei “ultra” coisa nenhuma.

Mas mesmo assim, eu já posso dizer que completei uma Ultramaratona!


(descanso? que nada, nesta semana tem um Duathlon!)

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Meia Maratona Corpore: cada vez melhor

Tinha tudo para ser um dia de recordes pessoais, mas nem sempre as coisas saem do jeito que a gente quer. Dia chuvoso, garoa fina e frio agradável, mais ainda para quem ficou na cama, e não para os que acordaram às 04:50 de um domingo para enfrentar 21 Km de asfalto molhado. Para chegar na USP antes do fechamento dos portões principais de acesso, o jeito foi madrugar para estacionar com sossego.

Mas vamos ao que interessa: a XIV Meia Maratona Corpore Netshoes vem melhorando a cada ano, sempre com ajustes de uma edição para outra e novidades que costumam agradar os corredores. OK, o preço salgado de R$ 95,00 para não sócios da Corpore e R$ 80,00 para os sócios faz com que entre no critério “provas selecionadas a dedo”, mas valeu a pena para o nível de serviço prestado neste ano. Começou com uma promoção tentadora, onde o inscrito até uma certa data receberia o kit em casa, além de concorrer a camisetas Adidas em um concurso cultural. Só de pensar em não ter que retirar kit na véspera, já compensava a inscrição adiantada.

No dia da prova, tudo deu extremamente certo: acordei no horário, deixei tudo arrumado na véspera, saí no horário, cheguei cedo e arrumei tudo que precisava a tempo. Deu até para fazer um pequeno aquecimento, coisa que costumo pular quando a largada está próxima. A divisão dos corredores em ondas e as largadas a cada
5 minutos fazem com que a saída do pelotão seja bem organizada e sem atropelos. Muito organizador precisava começar a levar isto em consideração, uma ideia simples e muito eficiente.

Mas... mal passei pelo tapete e o sentimento que tive na noite anterior voltou: não estava com a menor vontade de correr. Problemas pessoais deixaram a cabeça cheia, e quando esta não quer, não liga os motores quando precisa. Fui me arrastando até o Km 4, onde cheguei a penser em seguir reto e voltar para a USP, devolver o chip, pegar o carro e dane-se o valor da inscrição. A coisa chegou ao absurdo de demorar quase 8 minutos entre o Km 2 e 3, de tanta má vontade que eu estava.

No último instante antes do ponto sem retorno, a mesma cabeça cheia percebeu 2 coisas: 1) tudo estava no melhor ajuste fino e sem stress, inclusive com um clima propício a correr e 2) eu estava ultrapassando alguns corredores, mesmo na lentidão do momento. O motivo foi logo explicado: o corpo estava esquentando e muita gente saiu desembestado e não aguentou o ritmo. Resolvi pegar a ponte da Cidade Universitária e seguir meu caminho, cruzando com o colega Alessandro do Correndo Que Me Entendo, eu no Km 5 e ele no 11, só para você ter uma noção de como este negócio de onda favorece os mais aptos a correr. Trocamos um aceno e cada um no seu caminho naquela garoa.

Comecei a curtir o circuito, exceto por um único problema: deveria ter ido de novo ao banheiro, especialmente depois de ter virado mais um copo d’água antes da largada. Muitos corredores acharam moitas, caçambas de entulho e outros esconderijos para saciar a vontade, enquanto as corredoras, mais educadas, passaram a usar os postos de gasolina do caminho. Eu olhava com ternura para aquela ideia de regar as plantas da cidade, mas achei melhor segurar, sabia que no Km 12 passaríamos novamente pelos banheiros químicos. Só que poderia ter alguns mais próximos.

O percurso desta prova é bem plano, elevações somente na ida e volta da Ponte da Cidade Universitária, então é fácil controlar o ritmo. Só que o corpo achou legal voltar a correr e mais e mais corredores ficavam no retrovisor. Ao passar pelo tal Km 12, parada estratégica no banheiro químico. E lá vem a tal Av. Politécnica, esta praga não sai dos percursos de corrida na região!

Quanto mais próximo da chegada, mais acelerava, e apesar de não bater nenhum recorde pessoal ou mundial, um fato inédito: em 15 meias, pela primeira vez, Split negativo! Passei a marca de 10,5 Km com 1:13:15 e terminei em 2:23:33, ou seja, a segunda metade mais rápida que a primeira, com parada e tudo!
Passei pela tenda do patrocinador Netshoes e retirei minha segunda camiseta, afinal a sensacional frase que criei para o concurso (e que não lembro) foi premiada.

Muita gente “quebra” em alguns pontos da prova, mas eu fiz ao contrário, comecei quebrado e acelerei no final. Vai entender. No geral a prova foi muito boa, como sempre pela organização impecável da Corpore. Tirando um pouco de barro na área das tendas e premiação e o trecho da Av. Politécnica, o resto foi muito bom.

E agora? Bom, depois eu conto, vem aí mais uma doideira...

Ato de Covardia

Antes de colocar o post sobre a prova de ontem, algumas palavras sobre a tragédia na Maratona de Boston. Não precisa colocar link algum de notícia, o mundo inteiro, inclusive o mundo que não acompanha corridas de rua, já está sabendo do que se trata. E não esqueceremos jamais este dia.

Além de muito chateado pelas vítimas deste ato desumano, estou na mais absoluta revolta contra os covardes que pensavam atingir algum objetivo com esta ação. Matar atletas, profissionais, amadores ou recreacionais, que sentido tem isto? Você já viu na sua vida alguém mais desarmado que uma pessoa fazendo atividade física, especialmente corrida?

Infelizmente o ano em que nasci foi marcado por outra desumanidade no esporte, quando atletas da Olímpiada de Munique (1972) foram feitos de reféns e executados por motivos políticos. Novamente, estas pessoas nutriam algum ódio aos terroristas ou seu povo? Execução sumária, covarde e desumana, fruto de mentes podres.

Então, uma mensagem aos que executaram estas e outras atrocidades:

VAI LÁ E BOTA A CARA COM UM TANQUE DE GUERRA DO INIMIGO, SEU COVARDE QUE NÃO TEM PEITO SUFICIENTE DE ENCARAR QUEM REALMENTE ESTÁ TE OPRIMINDO!

Não tenho mais nada a dizer.


domingo, 14 de abril de 2013

Experiência de Corrida Skechers: sensacional

Aconteceu neste último sábado mais uma edição do evento Experiência de Corrida Skechers, comandado pelo preparador físico José Rubens D’Elia e sua equipe de Assessoria Esportiva no CEPE USP. Com forte patrocínio da marca Skechers, o objetivo foi motivar a prática do esporte, tanto para quem já é adepto quanto para os que ainda arriscam as primeiras caminhadas mais longas.

Sábado chuvoso, mas mesmo assim um grupo de convidados se reuniu no local do evento para além das informações sobre corrida e caminhada, experimentar um pouco das atividades no espaço da Cidade Universitária. Ao fazer o credenciamento o atleta escolhia entre 3 experiências: GOwalk, circuito de caminhada, GOtrain, experiência de corrida para iniciantes num percurso de 4 Km e o GOrun, corrida mais intensa de 7 Km de extensão. Como no dia seguinte eu teria mais 21 Km na Meia Maratona da Corpore, o jeito foi ficar com o percurso de 4 Km, que serviu para não deixar o corpo parado na véspera da prova.

Mas e a chuva? Bom, existe tempo ruim para o corredor quando o assunto é clima? Pois bem, debaixo de garoa fina cada grupo tomou seu rumo e enfrentou seus desafios. Como grande parte das pessoas já se conhecia dos treinamentos e provas, o verdadeiro “clima” era de companheirismo com os demais, o que tornou o evento mais interessante ainda. Ao final, uma providencial toalhinha com a marca Skechers nos esperava para secar (ou pelo menos esta era a intenção) o suor e chuva do circuito. Os atletas eram então convidados a experimentar o treinamento inteligente proporcionado pela assessoria esportiva, através de exercícios funcionais com artefatos simples, porém muito bem trabalhados em todos os grupos musculares.

Este que vos escreve é um mestre das fugas quando o assunto é musculação na academia, e confesso que fiquei interessado em treinar com a equipe esta parte que vivo negligenciado, o fortalecimento para a corrida. Não descarto a possibilidade, basta acabar de arrumar a vida profissional primeiro. O trabalho do treinamento vai um pouco além, inclusive com a preocupação da mecânica da corrida, o que invariavelmente causa lesões quando não observada pelos corredores. Que atire o primeiro tênis aquele que não tem pelo menos uma lesão do início na atividade.

Além do kit distribuído aos participantes, com camiseta, squeeze e sacola, um sensacional café da manhã (aliás, um incentivo a mais para correr em seguida), muito Gatorade e sorteio de vários brindes aos participantes. Tive a satisfação de ser chamado para auxiliar no sorteio e acabei presenteado com brindes da Gatorade, que serão bem utilizados em atividades esportivas.

Da minha parte, gostaria de deixar registrado o agradecimento pelo convite para participar da experiência, a qual foi instrutiva, apropriada para quem corre, e muito divertida. Diversas fotos com os colegas de corridas e dos momentos do evento estão disponíveis abaixo.

Para saber mais: D’Elia Sports Consulting




quinta-feira, 11 de abril de 2013

Corrida Bote Fé na Vida: a essência da bagunça

Sou da opinião de quando uma pessoa ou empresa se propõe a fazer alguma coisa, deve tentar fazer o melhor, especialmente na fase de planejamento. Com as corridas de rua não poderia ser diferente, e o que presenciei neste último domingo na Corrida Bote Fé na Vida / Circuito de Corridas da Prefeitura – Etapa Sé foi uma demonstração clara de como não organizar um evento deste porte.

Tudo começa pelo nome da prova: afinal, qual das duas corridas estava acontecendo? Na verdade as inscrições eram para a primeira, promovida pela Arquidiocese de São Paulo, porém o Circuito Popular da Prefeitura sempre inicia pela etapa Centro, então resolveram “juntar” os dois eventos. Começa a bagunça: ninguém sabia se devia se inscrever em uma ou outra, ou se eram eventos separados. A confusão culminou com a divulgação da lista de inscritos, 3 dias antes da prova e que não continha o nome de todo mundo que havia conseguido fazer a inscrição com sucesso. Eu fui uma destas vítimas.

Já irritado com o fato, fui avisado via Facebook que no sábado havia sido divulgada a lista “final”, onde o problema de quem não estava inscrito havia sido corrigido. E lá estava o nome do tonto aqui, que resolveu trocar seu treino de rodagem do domingo por uma prova de 5 Km. Eis um claro exemplo de como não treinar: mudar o planejamento. Lá fui eu de Metrô até a estação Sé, onde desembarquei em um formigueiro humano para retirar o kit da prova.

Um verdadeiro caos, barracas com letras das iniciais dos corredores e caminhantes, filas amontoadas e que se cruzavam, um espaço apertado para todos e ainda numa área da Praça da Sé perfumada com cheiro de urina das espécies humanas locais. Foram 30 minutos até chegar a minha vez, que aconteceu 5 minutos após o horário previsto de largada, 07:30. Para minha surpresa, o nome não estava na lista, sendo que eu deveria pegar outra fila monstruosa pois estava na “lista dos que não estavam na lista”. Sacou? Eu não.

Mais uns 15 minutos e chegou minha vez de novo, desta vez localizaram o nome e entregaram número de peito, camiseta da Arquidiocese tamanho M (era o que tinha no momento) e nada de chip. Começou então o coro de duas gritarias: “Pessoal, acabaram as camisetas” e “Vai largar! Vai largar!”. Soquei o que não precisava na mochial e fui para a fila do guarda-volumes.

Peraí, outra fila insana? Pois é. E lá estavam corredores e caminhantes largando no estreito pórtico. Dane-se a mochila, rápida troca de utensílios e soquei tudo dentro, saindo para correr com a danada nas costas. Se fosse ultramaratonista estaria acostumado, mas era a primeira vez que percorria uma distância de prova com um bagageiro.

O percurso até que foi bem legal, passando pelas principais ruas e calçadões do centro da cidade, sendo que caminhantes naturalmente não esperaram a sua vez e largaram pelo meio dos corredores. Fui no meu passo (com a âncora nas costas) e ao passar pelo pórtico no final, mais filas, para pegar o Gatorade e uma gigantesca para retirar a medalha e o kit. Mais 30 minutos vendo a falta de educação de muitos que cortavam os demais e furavam as filas, sem contar alguns bate-boca entre o pessoal mais exaltado.

Sem controle algum na retirada, por sorte peguei o lado da barraca que era para camisetas masculinas, senão ganharia uma baby look (sem piadinhas, este é um blog sério). Outra regra dizia que caminhantes não teriam medalha e camiseta (sou contra, eles merecem da mesma forma), mas na ausência de controle, é bem provável que tenham faltado kits ao final. O único ponto realmente positivo da prova é a medalha, que até é bonitinha.

O que mais me espanta é o fato de ter gente no Facebook que disse que a prova foi "show". Show do quê? Só se for show de bagunça, pois o que deu a entender é que o evento não comportava o público de duas corridas, e mesmo assim aconteceu. Gratuita ou não, uma prova deve dar ao participante o mínimo de estrutura, e nesta com certeza, não teve nenhuma.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Não me convidaram pra esta festa pobre

Ao invés de invadir o espaço deste ou daquele amigo nas redes sociais para criticar, resolvi deixar minha opinião sobre o (delicado) assunto aqui no meu blog: “Pipocas” em corridas de rua. “Pipoca” é o sujeito que corre sem inscrição na prova, seja ela gratuita ou paga. Em inglês o termo é “Bandit” (bandido) que dá uma ideia melhor de como deve ser encarada a prática. Mas aqui, no país governado por políticos que gostam de negar tudo, dizer que não sabem de nada, e mentir descaradamente, inventamos um termo mais agradável. Afinal, é engraçado chegar na empresa no dia seguinte e dizer “corri na prova como PIPOCA ontem”, mas se fosse lá fora teria que ser algo do tipo “I ran the race as a BANDIT yesterday”. Sentiu a diferença?

A questão é a seguinte: as provas pagas sofrem reajustes anuais nos preços que muitas vezes não são condizentes com a inflação e muito menos com nossos reajustes salariais. De um ano para outro, se já não bastassem nossos gastos essenciais terem aumentos abusivos, as atividades recreativas também passam pelo mesmo processo. Muitos organizadores de corridas tentam contornar o problema oferecendo mais “mimos” nos kits ou vantagens que antes não existiam. Ora, é o capitalismo, você vive neste regime econômico, por que está reclamando logo agora? Mude para um país de regime socialista se não te agrada! (mas cuidado com os que possuem ogivas nucleares). As empresas buscam maximizar os lucros e para tanto utilizam as ferramentas que possuem.

Voltando ao problema dos “pipocas”, muitas pessoas se veem ofendidas pelos preços das provas, sejam porque não podem ou não querem (na maioria dos casos) pagar. Só que o “pipoca” está na verdade invadindo um espaço que foi pago por outros corredores, que buscam organização, suporte médico, hidratação e até mesmo os itens prometidos no kit. Imagine que um “pipoca” passe mal durante a corrida, uma ambulância será deslocada para socorrer, porém se na sequência uma pessoa que pagou pela inscrição também precisar, talvez tenha que aguardar outra viatura para ser atendido.

Mas isto não é o pior, se correr no espaço pelo qual não pagou já é uma afronta aos demais, imagine então pegar um kit (medalha, lanche, isotônico) sem ter pagado a inscrição. ISTO É ROUBO! Deveria ser tratado como tal, mas além de não haver nenhuma força policial ou de segurança no local neste momento, ainda temos staffs cada vez mais mal preparados para filtrar os gatunos. Como se não bastasse, estas pessoas depois correm para as mesmas redes sociais e se vangloriam de fato de serem desonestos e terem furtado algo que não lhes pertence por direito.

O texto está pesado? Continue lendo...

Vou fazer uma comparação para você entender melhor: imagine que eu me sinta ofendido com o preço da Ferrari F12 Berlineta, algo em torno de 1 milhão de reais, com ou sem IPI reduzido. Não é por isso que eu vou sair batendo em toda Ferrari na rua só para protestar! Além do mais, a seguradora do meu carro não vai achar a menor graça nisso...

Agora vem a parte mais pesada: nem tudo que está sendo oferecido, é oferecido para todos. A Ferrari F12 Berlinetta é oferecida pela montadora italiana, mas há uma grande chance de não ser para você. Eu até acho que você merece uma delas, mas eles acham que não.

Se um ou outro organizador de prova quer cobrar caro, é a estratégia de venda deles, ninguém está interessado em fazer caridade e abaixar o preço para que todos possam participar. É a filosofia de empresas como a Apple e a própria Ferrari, então por que esta revolta toda com o valor das inscrições? Lembre-se: Capitalismo.

Não estou nadando em dinheiro, e não precisa muito para abortar uma prova quando vejo o valor da inscrição. Tenho uma política muito clara quando o preço de uma prova não me agrada: simplesmente vou correr em outra prova ou até mesmo na rua. Se eu sei que vai haver corrida no meu percurso e não estou inscrito, faço outro trajeto.

É mais bonito dizer “convidado eu fui, mas não quis ir”, do que dizer “invadi a festa dos outros e ainda levei salgadinhos para casa”.

Como diz a música cujo primeiro verso é o título deste post “Brasil, mostra tua cara”.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Divulgação: Circuito Athenas SP, Etapa I

Mais uma dica de corrida na nossa parceria com a Iguana Sports: Circuito Athenas SP, etapa I. Seguindo a filosofia de circuitos, onde as provas acontecem sempre nos mesmos percursos e caracterísiticas, sempre achei estas muito interessantes por ofecerem ao corredor a chance de evolução nas distâncias com bom tempo entre os eventos.

Infelizmente, este é mais um ano onde não vou completar as 3 etapas, logo na primeira já surgiu um compromisso no dia, mas fica a indicação para os corredores (texto enviado pelo organizador):

O Circuito Athenas, maior circuito de distâncias progressivas do país chega com força total em São Paulo e Rio de Janeiro para você se desafiar ainda mais em 2013.
Com percursos que variam em cada etapa: 5 km e 10 km na primeira; 5 km, 8 km ou 16 km na segunda e 5 km, 10 km e 21 km na etapa final. Ideal para corredores que procuram superar desafios e evolução gradual durante o ano.


Data: 19/05/2013
Percursos: 5km e 10km
Horário de Largada: 7:30 (chegar com pelo menos 1 hr de antecedência)
Preços do Primeiro Lote até 19 de abril.
Inscrições- As inscrições podem ser feitas até 15 de maio pelo
Econômico: R$79
Plus: R$99
Pacote 3 etapas: R$199


Informações e inscrições, acesse: Circuito Athenas SP, Etapa I