Correr provas tradicionais é sempre assim, o corredor tem a
confiança de que o evento será bem organizado, mas não deixa de ter o olho mais
aguçado para encontrar pontos de crítica. Mas como as melhorias superam os
poucos erros da 26ª Maratona de Revezamento Pão de Açucar em São Paulo, o
saldo positivo é motivo de elogio, dada toda a logística que demanda uma prova
com expressivo número de participantes (aproximadamente 16.500 como divulgado
no dia seguinte) e em vias importantes da cidade.
Mantendo sua oferta de equipes de 8, 4 ou 2 participantes
para completar os 42,2 Km de uma maratona, o percurso de 2018 inovou com um
trecho na Av. República
do Líbano, ao lado do Parque do Ibirapuera, que
forneceu menos asfalto da Av. 23 de Maio e consequentemente menos sol nos bonés
dos corredores. Mais agradável, a avenida arborizada é palco de muitos outros
eventos de corrida da cidade, que também ajuda na familiaridade para o atleta
que participa de provas na região.
Mas a grande sacada deste ano foi manter
todos (sim, todos!) os postos de troca das equipes de 8 atletas dentro do
Parque do Ibirapuera, o que evitou o stress de ter que se deslocar até pontos
distantes da estrutura de largada/chegada. Quando corri esta prova pela
primeira vez em 2006, lembro que era o 2º. atleta de uma equipe de 8, tendo que
sair em disparada para um ponto de troca na Av. Rubem Berta, ou seja, foi quase
mais uma “perna” de 5 Km de prova,
tendo sido mantido este formato até o ano
passado. Já para as equipes de 4 e 2 atletas, os postos de troca estavam bem em
frente à área de largada, completando voltas de aproximadamente 10 Km de acordo
com a quantidade de atletas no revezamento. Mesmo tendo que fazer 2 voltas para
completar os 21 Km da minha parte, achei o percurso novo bem mais agradável,
tirando-se, é claro, o calor de mais de 30 graus na segunda metade da prova.
Outro ponto positivo é o preço da inscrição para corredores
cadastrados no programa de fidelidade PA Mais, que reduzia em 40% o valor a ser
pago para cada atleta. Porém, ao tentar usufruir dos benefícios do cliente da
marca através do aplicativo de celular, como anunciado na entrega dos kits, não
consegui completar meu cadastro
por erro do programa e não tive acesso à área
exclusiva. Também referente aos kits, ao retirar o da nossa dupla os
respectivos números de peito não foram localizados, gerando um atraso de mais
de 10 minutos para ser atendido, envolvendo 3 funcionários para resolver o
problema e recebendo um número que até o momento não tem resultado oficial
registrado.
Hidratação perfeita, com água sempre gelada nos postos muito
bem espalhados pelo percurso, excelente sinalização e policiamento de trânsito,
muitas atrações na arena com espaços dos patrocinadores e muitos brindes, kit
melhor que o do ano anterior (camiseta e mochila de melhor qualidade). Ainda há
um ponto que precisa muito ser melhorado: a prova possui duração máxima de 5
horas, porém ao passar minha 2ª volta pelo posto de troca das equipes de 8
atletas percebi que ainda havia 2 e até 3 corredores que ainda iriam largar no
revezamento em seus times, ou seja, excederiam facilmente o tempo limite, já
que completamos nosso percurso de dupla em
(aproximadamente) 4 horas e 30
minutos. Acredito que esta regra precisa ser melhor explicada na inscrição e na
retirada de kit, pois muitos corredores vão para a largada com a sensação de
que podem caminhar e os outros membros da equipe irão literalmente correr atrás
do prejuízo, mas não é assim que funciona em provas de revezamento.
Como disse no início, pequenas situações que não tiram a grandeza de uma prova tradicional e que vale a pena participar. Pena que neste ano só consegui arranjar uma dupla na última semana, pois ninguém queria enfrentar os 21 Km comigo,
o que acarretou em menor preparo para a distância. Agradecimentos, é claro, à colega Ivana que topou mais uma maluquice e à rádio
Mix FM 106.3 pelo kit presenteado em uma brincadeira de perguntas e respostas.