Começa pela inscrição: limitada a 2.000 vagas, é um parto para descobrir quando e onde estarão disponíveis para o público em geral, pois quem está ligado aos órgãos da Prefeitura do Município sabe exatamente as coordenadas no tempo e espaço. No meu caso, uma dica de outro corredor (aliás, obrigado colega Edson) permitiu que eu estivesse no local certo e hora certa para fazer a inscrição gratuita na prova, porém não considero este critério justo. Se a corrida é para a população, então não devemos beneficiar os funcionários do órgão, onde estes deveriam ter sua participação garantida sem a necessidade de lotar as inscrições para o cidadão comum (e que paga bastante impostos para a Prefeitura).
No dia do evento é feita a retirada de chip, número de peito e camiseta. Apesar de organizada por número de inscrição, foi lenta e gerou um atraso de mais de 20 minutos na largada. Na minha humilde opinião, já expressa aqui várias vezes, quem não sabe cumprir horário e chega em cima da hora não merece largar com os demais. Mas o que achei inadmissível foi a insensibilidade da grande maioria dos participantes, pois na ficha de inscrição constava que o corredor deveria levar 1 Kg de alimento não perecível para doação a entidades carentes. Num cálculo aproximado, contei 1 em cada 10 corredores com alimento na mão ao retirar o chip. Lanço aqui a seguinte campanha:
Se estivesse escrito na ficha que ganharia alguma coisa no dia e não fosse entregue, tenho certeza que estariam todos reclamando, mas é fácil distorcer as regras a seu favor. Como diz a música: “Brasil, mostra a tua cara”.
Nem vou gastar palavras dizendo que caminhantes e corredores novamente largaram juntos mais uma vez, isto você já deve imaginar. Porém desta vez a dispersão foi rápida e não houve atropelos, os únicos caminhantes eram os que não aguentaram o ritmo da corrida e começaram a andar, mas até aí tudo bem, palmas para os corajosos que enfrentam as primeiras passadas, todos estivemos lá pelo menos uma vez na vida.
O percurso realmente é sensacional, são 5 Km pelas ruas do Centro Velho, largando da R. Libero Badaró, seguindo pelo Viaduto Santa Ifigênia, Av. Ipiranga, Teatro Municipal, Praça da Sé e Largo São Bento, um passeio pelo tradicional centro da cidade, o qual deveria estar no itinerário da nossa maratona. Ouvi vários elogios ao percurso no final dos meus 30:16, tempo até que bom para quem estava sem treinar corrida nas últimas duas semanas e em um trajeto cheio de sobe e desce. Apesar de não servir água gelada, boa hidratação no Km 2,5 e no final, e sinalização muito bem posicionada e visível. Bonita medalha e até um certificado de participação, algo bem raro nas nossas corridas.
Infelizmente é necessário destacar o pior de todos os problemas da prova: o guarda volumes. Entregar foi fácil, retirar foi outra estória. Apesar da tentativa de organizar por números de inscrição, a coisa virou um caos, gente suada se empurrando e se amassando para tentar chamar a atenção dos que entregavam as sacolas e mochilas. Observe na foto o ponto alto da confusão: corredores “invadem” a tenda pelo lado dos fundos, cobrando a entrega das malas. Enquanto isto, no sistema de som era anunciado o pódio, e o público em geral se acotovelando para retirar seus pertences, sem prestigiar os atletas vencedores. Lamentável.
Tentei ser imparcial, tivemos pontos altos e baixos na prova. Na próxima semana tem mais uma, agora aqui perto de casa, a Etapa Santana, e sinceramente espero que a organização tenha mais cuidado com estes pontos, pois a proposta de uma corrida aberta à população é ótima, mas desmotiva quem passa por estas aporrinhações.