Chegou daquele longão e só quer ficar no sofá zapeando
canais, ou melhor, buscando alternativas nos serviços de video por demanda?
Bom, se quiser continuar no pique da corrida, a Netflix oferece umas opções bem
interessantes para quem quer se distrair com filmes, documentários e similares
sobre o esporte. Veja bem, não estou sendo patrocinado, mas como eu sou usuário
do serviço, aqui vão algumas recomendações que valem a pena dar uma conferida,
e uma vez que o algoritmo deles que tenta advinhar o que você gosta nem sempre
acerta, nada como buscar a informação aqui no blog (se clicar no título, um
pouco mais de informações e trailers no site IMDB):
The Race That Eats Its Youngs: o subtítulo é a melhor descrição desta modesta ultramaratona pelas montanhas e trilhas do Tenesee, algo do tipo “a corrida que devora seus próprios filhos”. Tudo começa com um sujeito, Gary “Lazarus Lake” Cantrell, que resolve criar um evento onde cada corredor daria 5 voltas em um percurso montanhoso, cada uma com uns 40 Km cada, mas com obstáculos e instruções nada fáceis de enfrentar. Talvez por não ser muito comum no Brasil este tipo de prova fique difícil traçar um parâmetro da dificuldade, mas para que o espectador tenha uma ideia, logo no início já se explica quem nos primeiros 25 anos de existências, apenas 10 corredores terminaram o percurso. E aí, vai encarar?
O documentário que mostra a estória de um grupo de americanos
obesos que decide mudar de vida e perder peso, assimilando entre outros hábitos,
a corrida de rua. Um time formado por blogueiros e outros convidados com os
mesmos interesses em entrar em forma resolve se juntar de diversas partes do
continente norteamericano para correr a Ragnar Relay, prova de revezamento na
Flórida, um percurso de 200 milhas (aproximadamente 320 Km) apoiados por suas
equipes acompanhando em duas vans. É um filme do tipo “a corrida salvou minha
vida”, como tantas outras estórias, mas vale a pena, o exemplo de dedicação do
grupo, contando e mostrando fotos do antes e depois é impressionante, estórias
de vida que realmente mudaram com o hábito da corrida.
Aqui o assunto não é corrida, mas sim o triatlon,
especificamente o Ironman. Encontrei uma produção espanhola chamada “100
metros”, onde a resenha informava que o enredo tratava de um homem
diagnosticado com esclerose múltipla e que decidia fazer um Ironman. Ficção
demais? Esta era a estória real de Ramón Arroyo,
e para quem acha que só Hollywood produz filmes magníficos, é hora de repensar
os conceitos. Muito da trama é a receita padrão das produções esportivas que já
assistimos milhões de vezes: mudança radical na vida de alguém (que é um atleta
mas ainda não sabe), conflitos familiares, algumas piadinhas bem encaixadas, um
treinador que tem um passado no esporte (oops, spoiler!), mais conflitos e um
trecho final daqueles de arrepiar os pelos do tapete da sala.
Uma estória de corridas em pista e Olimpíadas que nem todo
mundo conhece, e que vale a pena não só pelo trocadilho (Race = Corrida ou
Raça) mas pelo conteúdo dramático de todo racismo que existia na época. A
trajetória de Jesse Owens é contada mostrando como a sociedade da época se
comportava com a presença de negros, inclusive com o ponto alto os Jogos
Olímpicos de 1936 onde o atleta bate a “supremacia ariana” bem debaixo do nariz
de Hitler e seus generais. Produção hollywoodiana, excelente.
Muitos brasileiros trocam o mau hábito do sedentarismo, o cigarro
ou muitos outros vícios pela corrida, e a maioria se orgulha do resultado. Mas
neste documentário, a realidade retratada é um pouco, ou melhor, bem diferente
da nossa: no Quênia, onde os números mostram mais de meio milhão de armas
ilegais e violência altíssima, o governo ofereceu aos ladrões de gado anistia e
um par de tênis de corrida para quem entregasse suas armas voluntariamente. E
esta é a estória de 2 indivíduos que aceitaram a oferta, mesmo já possuindo um
passado de violência e mortes. O interessante desta produção canadense é o rumo
que cada um toma após iniciar seus treinos, mas não vou contar aqui para não
gerar spoilers. E para quem acha que o país que mais produz campeões nas
competições incentiva cegamente o ingresso no esporte, preste bastante atenção
como a família trata os troféus conquistados, que a menos que coloquem comida
na mesa, são meras tranqueiras para serem exibidas.
Saindo cada vez mais de Hollywood, vamos para a Coréia do
Sul (sério?) com esta produção que mostra a estória de um garoto autista cuja
mãe observou que a corrida o deixava mais calmo e concentrado, e que
incentivado pelo professor de natação se inscreve... em uma maratona. Bom,
sabemos que existem “etapas” na vida de qualquer corredor para chegar aos
42.195 metros de uma maratona, mas o filme é inspirado, e não baseado, em fatos
reais, e a trama conduz a um desfecho muito bonito. Interessante observar os
personagens como o treinador que não está nem aí para o pupilo (até rouba seu
lanche), a mãe que muda de ideia sobre a competição e a visão de como a corrida
pode ser interpretada por um autista. Sim, vale muito a pena conferir.
Vai acontecer de você em algum momento pensar que um filme é
sobre corrida... e acaba sendo outra coisa que não esperava. É o caso desta
produção Argentina, meio suspense, meio dramalhão, a única ligação com a
corrida é o fato do protagonista sair para correr pelas belas paisagens planas
e frias de Buenos Aires, mas mesmo assim não encantou muito. Fica a resenha,
não a dica.
É possível que novos títulos apareçam, afinal a programação
destes serviços de video por demanda é dinâmica e muda constantemente. Porém quanto
mais você assistir (e classificar!) este tipo de produção, mais ela irá surgir
em sua lista de sugestões.
Quer contribuir com algum título? Fique à vontade para
sugerir nos comentários do post.
P.S.: o blogueiro não está sumido porque só assiste TV, na verdade o que mais faço é correr... quem sabe daqui a algum tempo eu não tenha algo totalmente inédito para contar aqui...