
Sabe aquela estória “é só lavar o carro que chove”? Pois bem, com tênis não é diferente: apesar dos fabricantes serem contra, de vez em quando não tem jeito, os seus companheiros de passadas devem ser submetidos a água e sabão neutro. Deixei o meu Adidas prontinho para sair neste domingo para a
Meia Maratona de São Bernardo do Campo e o tempo lá fora não colaborava. Na última hora, resolvi pegar o Mizuno mesmo, que para minha surpresa, também tinha sido lavado recentemente... Ou seja, quer queira ou não, um deles vai ter que voltar detonado para casa.
Mas falemos da prova: com a organização infalível da Corpore, praticamente nada sai errado, mas mesmo assim há pontos a destacar neste evento. Na parte boa, como sempre, há todo o processo de organização de inscrição e retirada dos kits, que inclusive poderia ser feito no próprio dia. Para os que não conhecem as redondezas, São Bernardo do Campo é um município vizinho, mas distante para pessoas como eu que estão do outro lado de São Paulo. Ponto positivo, muita organização por aí deveria pensar nisso antes de fazer as pessoas se deslocarem na véspera para pegar uma camisetinha xumbrega e o chip. Aliás, este era o kit da prova, mas dado o valor de R$ 40,00 (sócios Corpore), até que estava bom.
Outro diferencial é o estacionamento amplo no ginásio de esportes da cidade, apesar dos flanelinhas estelionatários que estavam na região empilhando carros. Deu pena dos corredores que paravam na mão destes inescrupulosos “guardadores”,

gente que do meu ponto de vista, deveria ser enquadrada como criminoso por extorquir dinheiro à base de ameaças sutis. Kits retirados dentro do próprio estádio, com estrutura de banheiros e vestiário, amplo espaço para você se ajeitar e enfrentar a garoa chata lá de fora.
A largada aconteceu no horário previsto, 08:15, mas com nenhuma diferenciação entre o pessoal de 21 Km, 5 Km ou caminhantes. Bem fez minha colega Ivana do blog
No mundo das Lulus e seu marido Fábio, com quem encontrei minutos antes da largada e que foram lá para a frente. Eu estava numa preguiça danada de correr e resolvi ficar lá no fundo, mas foi um erro, pois peguei uma parede interminável de caminhantes na minha frente. Ponto negativo para a organização, quantas vezes já alertamos que caminhantes e corredores tem que largar em momentos distintos?
E lá vou eu, nesta tal preguiça para mais 21 Km, sendo que duas semanas antes eu havia completado uma Maratona. Recuperação OK, mas eu não sabia se deveria forçar ou não. Um detalhe: esta prova é muito boa, percurso sem vai-e-vem e que passa por boa parte da cidade, porém com diversas subidas intermináveis. Logo na primeira delas, depois do Km 4, eu lembrei daquela propaganda de Pick Up e pensei comigo mesmo: “ Meu motor não vai aguentar...
Pôneis Malditos!”.
Salgadinhos na estradaLembrando da Maratona do Rio, fiz uma conta básica, que eu já deveria ter feito nos últimos 5 anos de corrida: eu tenho por hábito comer algo, nem que seja uma bolacha a cada

3 horas durante o dia, para não ficar muito tempo de estômago vazio. Em uma prova, eu deveria fazer melhor que isso, uma vez que gel de carboidrato não alimenta nada (e é ruim pra danar!). Então novamente levei o lanche de bordo, e lá na Via Anchieta, no quase 1 Km que rodamos ao lado de carros e caminhões, lá estava eu saboreando meu salgadinho. Coisa de gente doida. Para minha surpresa, pouco depois do lanchinho, encontrei a Ivana novamente e fomos papeando do Km 11 até o final. Eu não estava com pique algum de querer fazer tempo nesta prova e nada melhor que a companhia da nossa colega blogueira para manter o ritmo de 07:00 a 07:30 por Km. É claro que nosso papo fundamental foi sobre corridas, mas fazer o quê,

a gente não vive sem isso, não é?
A medalha: erro feio da organizaçãoApós cruzarmos a linha de chegada, enquanto conversávamos (sobre a prova, é óbvio), um corredor veio até nosso grupo e nos questionou sobre se nossa medalha estava escrito “21 Km”, e para nossa surpresa, todas diziam “9ª. Meia Maratona – Prova de 5 Km – Corrida ou caminhada”. Dia? Local? Hora? Distância? Planeta? Nada! O verso da medalha é absolutamente liso e a fita até que ficou muito boa, sendo a única identificação do local, além do patrocínio da Volkswagen. O corredor estava revoltado, pois era sua primeira prova na distância e nós ficamos indignados. A própria organização confirmou que as medalhas eram todas iguais, ou seja, uma lástima para uma prova tão boa e tão querida pelos corredores.
Mesmo assim, valeu a penaPor mim, tudo bem, minha 10ª Meia Maratona foi feita em 02:37:42, ritmo constante e absolutamente conforável, sem contar a satisfação de rever os colegas Ivana e Fábio na prova.

Mais uma prova indicada, se você ainda não correu esta, deixe-a marcada para o calendário do próximo ano.