“No que foi que eu me meti desta vez?”, este era o único pensamento que passava pela minha cabeça do momento em que eu cliquei no botão “confirmar” da tela de inscrição até a hora onde entrei na piscina. Simples: nadar, pedalar e correr, nesta sequência e o mais rápido possível. Antes de mais nada, não pense que virei um “Iron Man” (homem de ferro), ou alguém que participa daquela competição que não é para qualquer um, estou mais para “Tin Man” (homem de lata). O Fast Triathlon Experience aconteceu neste final de semana aqui em São Paulo, mais precisamente no PET – Parque de Esportes do Trabalhador (antigo CERET), com 200 m de natação em piscina, 4 Km de bike e 1,2 Km de corrida. Mesmo sendo muito menos que os 3,8 Km de mar, 180 Km de estrada com bike e 42 Km de corrida do Iron Man, não pense que foi moleza...
Água!
Para alguém que mergulha com equipamento autônomo, nadar na piscina não é difícil, apesar de que a máxima é “mergulhador não precisa saber nadar”. Eu não entrava em uma piscina para dar braçadas há uns 10 anos pelo menos, e acabei apertando o ritmo logo no início. A piscina do parque tem 100 m de extensão por 50 m de largura, é a maior da América Latina e por isso deve ser tratada com respeito. Nadar de uma tacada só até a boia para fazer o retorno não é fácil, e o organismo acostumado a correr não entendeu isto muito bem.
Eu me sentia um “Cielo” na piscina, mas não o nadador, e sim aquela maquininha de cartão de crédito que leva o nome do campeão: lento e travando a todo momento. Mas acabou o martírio, saí da água e no melhor estilo ogro que consegui, saí correndo em direção à área de transição para pegar a bike.
Hora de pedalar!
Voltando um pouquinho no tempo: quando eu entrei na área de transição, dei de cara com bikes Specialized, Kona, GT, Scott e daí por diante. Eis que encostei minha Caloi 10, a “Nimbus” em um cantinho livre e fiquei observando o que os outros faziam. O povo do Triathlon não fica te olhando de cima a baixo quando você saca o equipamento, isto é mania do povo do mergulho, e eu não me senti mal por estar com uma bike que custa 10% do valor destas que eu mencionei.
Mas saí da piscina... tudo no esquema, calcei o tênis, coloquei a camiseta com o número de peito e empurrei a bike na área de vácuo (uns 500 m) até a largada. Subi no selim e ouvi o clek-clek da corrente, que eu deveria ter deixado na marcha certa antes de entrar no parque. Ajustei a marcha e parti para os 4 Km, fácil para quem pedalou 28 Km na véspera, só que no meio do caminho tinha uma pedra, ou melhor, uma subida infernal de quase metade do percurso. Se eu soubesse, tinha vindo com a mountain bike, ia devorar aquela montanha fácil. Passou muito rápido, só ouvi a garota da organização berrando “desce antes de faixa!” e já estava no vácuo empurrando a bike até a transição novamente. Ah, a próxima parte é moleza, só 1,2 Km...
Pernas de ferro!
Ou melhor, enferrujadas. A sensação de descer da bike e sair correndo é no mínimo estranha, parece que os joelhos não entendem muito bem a mudança de movimento e eu me sentia o homem de lata do Mágico de Oz, correndo provavelmente atrás da Dorothy. Percurso plano (ufa!) dentro do parque, bem sinalizado e com boa distância entre os corredores. Por pouco eu não inicio a corrida com o capacete, acabei voltando para não ter que carregar aquele traste na cabeça. Claro, eu fiquei para trás desde a natação, então não via muito gente da minha bateria no mesmo ritmo tartaruga que eu ia.
Cruzei a linha de chegada e duas moças simpáticas da organização nos recebiam com “Parabéns!” e “Agora devolva meu chip e eu te dou a medalha” (alô Yescom, olha como é feito!). Missão cumprida, durou só 25:34, mas valeu a pena!
Sobre o evento
A proposta é que mesmo quem nunca participou de uma prova destas possa experimentar a verdadeira operação de guerra que é fazer tudo isto de uma só vez. Também valia vaga para o mundialito de Triathlo 2011, e por isto mesmo havia baterias específicas para este povo. Todos felizes, nenhum atropelo, todo mundo curtiu a prova. Organização da Gayotto e Arbitragem estão de parabéns pelo evento, desde a inscrição até a finalização. Muita educação do pessoal que organizava o circuito e marcação acirrada dos árbitros, que não deixavam ninguém aprontar nada para sair em vantagem. Foram R$ 55,00 muito bem gastos!
Agora leia, por favor
Ao longo do ano, li em muitos blogs que os corredores andam desanimados e desmotivados, essencialmente pela rotina dos treinos. Um conselho para você, meu amigo virtual: busque novos desafios, e a motivação volta. Aliás, ela explode, do tipo “ou eu treino ou vou fazer feio”. Nestes últimos meses, eu enfrentei uma prova rústica, comprei uma bike de estrada (mas não abandono a mountain bike) e agora participei de um triathlon. Fica aí a minha dica.
Eu estou tranquilo, afinal o bichinho da corrida já havia me mordido há uns anos atrás, e eu nunca ouvi falar de bichinho do triathlon... mas quando é que o próximo mesmo?
(P.S.: “Nimbus” não é o modelo da minha bike, mas sim o nome. Quando eu a comprei, achei que ela parecia uma vassoura, por isto dei o nome da primeira vassoura do Harry Potter...)
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
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Valeu..estava do seu lado..mas desculpa...não te reconheci..conversamos na corrida vertical..leio..sempre seu blog e acho muito bem analisado sues Comentários..eu ja faço triathlon e um tempo..e sempre é difícil....rs
ResponderExcluirParabéns por mais esta prova..e sucesso pra todas as suas próximas provas.
Muito boa a sua frase de "busque novos desafios, e a motivação volta."
ResponderExcluirEste ano desanimei para correr, já que era uma atividade complementar, pois na verdade sou escalador. IRei para a patagônia agora, para vídeos e muita escalada. porém somente pela sua frase já sei que vou querer correr.
Obrigado
oi, rinaldo!!!
ResponderExcluirparabéns pela coragem de enfrentar o novo;)
eu sempre olhei com carinho pras provas de triatlon, mas ficava me imaginando toda enrolada nessas transições e na água e desistia!
e a minha bicicleta ainda é mais amadora que a sua, aposto rsssssss
uma caloi, com marcha, é verdade, mas quase um modelo infantil rssssssssss
gostei tanto de seu relato que me deu vontade de fazer parte de uma aventura como essas! e está decidido: em 2011, se houver uma prova de triatlon bem pra amadores, eu me aventurarei também!
ah, estarei sim na são silvestre, apesar da yescom e suas trapalhadas sem fim rssssssss
estarei lá apenas por conta dos amigos!
vamos combinar de nos encontrar por lá!
se bem que dizem que é missão impossível rssss
bjs
http://elismc.blogspot.com
Cara....parabéns! Estou pensando em comprar uma bike pra fazer uns duathlons. Piscina definitivamente é outro mundo. Fiz natação quando era menino, mas hoje acho que morreria ao fazer 200 m de natação. Vou tentar qualquer dia deste no clube pra ver como fica.
ResponderExcluirCara.. Muito bom.... Nem sabia que existia esse tal de Fast Triathlon... Mas quero sim participar na próxima oportunidade. Tive uma experiencia parecida com esta sua no Duathlon de Bertioga na praia do Indaiá há poucas semanas (Dá uma xeretada no meu blog e veja relato)... Tbem tive a mesma sensação de descer da bike e não sentir as pernas.. Estranho.. Mas o jiuto é se acostumar... Devo estar na proxima edição... Finalizando: Sua frase foi bem oportuna: “Agora devolva meu chip e eu te dou a medalha” (alô Yescom, olha como é feito! SS tá chegando..).
ResponderExcluirParabéns, quando penso no Triathlon só desisto pela prova no mar. Acho que faria bem um duathlon mas são poucas as provas que possuem.
ResponderExcluirEstou seguindo seu blog, abraços
Bacana Rinaldo.
ResponderExcluirParabéns pela prova.
Tenho vontade de fazer "coisas" diferentes também, como por exemplo, um duatlhon terrestre (corrida e ciclismo) já que eu não sei nadar. rsrs
Abraço.
tutta/ubbirata-pr
www.correndocorridas.blogspot.com
Parabéns Rinaldo...tinha vontade de participar de um desses também...será que tem algum no Rio (para iniciantes)?
ResponderExcluirAbraço,
Thiago Melo
http://corredoraprendiz.blogspot.com/