segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Corrida Rústica SESC Interlagos: difícil e fantástica!

Vamos e venhamos, para quem mora no outro extremo da cidade, o SESC Interlagos fica um pouco distante, digamos, aonde Judas perdeu os tênis... Mesmo assim, apesar do carro acusar 49 Km da minha casa até lá, valeu a pena cruzar a cidade para correr 7 Km dentro de uma unidade do SESC que dá a impressão de você nem estar mais em São Paulo, dada a paisagem fantástica. A corrida é considerada “rústica”, e não é para menos: o piso varia entre terra batida, paralelepípedos, cascalho, gramado, calçamento e tudo misturado, fazendo o corredor se adaptar a cada trecho. Mas os pontos “altos” são dois paredões onde o pessoal diminuía o ritmo e chegava até a andar de tão íngremes. Só que em um domingo ensolarado como o da prova, a última coisa em que você se preocupa é o ritmo e sim curtir o “passeio” naquela paisagem bucólica.

O que me chamou a atenção para participar da prova foi o seu preço: R$ 10,00 para quem não é sócio, R$ 7,00 para quem é matriculado no SESC (minha carteirinha estava vencida, gastei R$ 3,00 a mais!). Outros R$ 7,00 para você guardar seu veículo com toda segurança dentro da própria unidade, a uns 50 metros da linha de largada. Chato né? Ou seja, não tem que ficar rodando atrás de estacionamento caro, subornando flanelinhas, ou gastar uma fortuna de inscrição. O kit trazia uma bela camiseta de poliamida branca com o logo do Circuito SESC de Corridas, a medalha é daquelas que merece lugar especial na coleção e o kit pós-prova de acordo com as necessidades alimentares do corredor. E eu gastei R$ 80,00 de inscrição mais R$ 18,00 de estacionamento no Circuito Athenas há duas semanas atrás... O único ponto negativo foi ter que retirar o kit na véspera, ou seja, duas viagens ao local, sendo que poderia ter sido retirado no próprio dia.

E se Judas realmente perdesse o tênis no caminho, não teria problema, o chip era descartável. Chegamos finalmente ao fim da era “ou devolve o chip, ou toma multa”, sendo que esta tecnologia já existe há um bom tempo lá fora e ainda não pegou totalmente aqui. Mais um ponto para a organização, que aliás não deixou faltar água, organizou muito bem as largadas em grupos de homens, mulheres e caminhantes e sinalizou cada trecho de mudança de piso ao longo do percurso. Muita gente, assim como eu, ainda usou o vestiário do ginásio para tomar uma ducha e se trocar antes de ir embora, mordomia total!

Eu olhava os tempos a cada Km e não me conformava, subidas diminuíam muito o ritmo e as descidas arremessam os corredores a velocidades insanas, sendo a mais difícil a do Km 2, onde a mudança de piso acontecia bem no meio de uma rampa morro abaixo. Terminei com uns 45:37, pois só olhei no relógio ao passar pela chegada e esqueci de parar o cronômetro. Mesmo assim, foi ótimo “voar” a 04:51 no Km 3!


Aí você olha novamente para ver se eu não errei o valor e esqueci um “zero” ao final do valor da inscrição, mas foi isto mesmo. Por menos do que custa um Big Mac (como se eu comesse estas porcarias), uma prova para ser repetida a cada ano, apesar das dores do dia seguinte...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Hidratação, dicas valiosas...

Quem trabalha ou já trabalhou em mercado financeiro conhece a expressão “conversa de cocheira”, que diz respeito a ficar de antena ligada em tudo o que se passa no mercado de ações para executar operações antes das valorizações ou quedas. Como temos que ficar em “cocheiras” antes das provas, eu também fico pescando muita coisa, e apesar de muita informação ali não prestar para nada (conversas da vida alheia, namorados trocando saliva, relatos das últimas provas), algumas são pérolas que não aparecem em revistas ou sites de corrida. Aí vão alguns toques sobre hidratação que já ouvi antes e durante provas e que comprovadamente fazem diferença:

Gás carbônico: como este gás é o produto da sua respiração, sai pela boca também, portanto se você ingerir água vai levá-lo direto ao estômago. Daí aquele desconforto chato, o qual faz alguns “porquinhos” produzirem o som de arroto nas provas.

O truque: coloque um gole d’água na boca, dê uma enxaguada e cuspa, apenas tenha cuidado para não acertar o tênis de ninguém (mire o chão, de preferência). Isto me ajuda bastante, e quando eu esqueço, sinto um desconforto chato que passa logo, mas incomoda assim mesmo.

Banho de água no tênis: já vi muita gente encharcando o tênis com água nos postos de hidratação, alguns sem querer, outros de propósito (devem gostar de bolhas nos pés). O fato é que abrir o copo de água correndo pode ser desastroso, e esta pode ir em cheio no calçado.

O truque: veja se não tem ninguém por perto, estenda um pouco o braço para o lado e fure o copo com o dedo. Vai espirrar, mas não cai no seu tênis. De novo, cuidado para não atingir ninguém!


Banho de Gatorade: em algumas provas servem isotônicos, na maioria das vezes em copos abertos, o que não é igual ao copo de água em que parte da tampinha fica lá para conter os solavancos da corrida.

O truque: dobre um pedaço do copo, fazendo com que o líquido não espirre para todo lado quando levado à boca. Escutei essa logo que peguei o copo, um sujeito ensinava o outro e eu resolvi experimentar. Rendeu mais líquido e não fiquei empapado com isotônico na camiseta.

Tá cheio? Passe reto! A regra é beber em todos os postos, mas às vezes você está empolgado e corre mais, ou seja, o tempo entre um posto e outro diminui e você ainda está “cheio”. Daí aquela sensação de excesso de líquido no estômago.

O truque: avalie-se, com a sua sede, temperatura e umidade do ar, o quanto falta para o final. Se não estou com sede, passo batido pelo último posto da prova, sei que água e geralmente isotônico me esperam ao final, ou seja, é um tumulto a menos que evito durante a prova.

Tem alguma dica? Fique à vontade, contribua com a nossa “cocheira”!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Circuito Athenas SP, 3ª. etapa: corrida maluca!

Se uma pessoa assistisse a 3ª. etapa do Circuito Athenas SP a partir de imagens de satélite, teria a impressão de estar vendo um episódio do desenho “Corrida Maluca” (Wacky Races, da Hanna Barbera), especialmente no trecho da Ponte Estaiada. Parecia uma daquelas cenas onde o Dick Vigarista trocava as placas de sentido das vias e os corredores iam e voltavam, cruzando-se várias vezes. Como o meu perfil não é de Peter Perfeito, mas sim de Mutley (lembra do “Rabugento” com aquela risadinha sarcástica?), meu objetivo era um só: “medalha, medalha, medalha!”

Mesmo assim, ficou faltando uma medalha para formar o “medalhão” das 3 etapas. Isto porque bem no dia da segunda etapa eu fui para a Maratona do Rio, então perdi a chance de correr 16 Km (10 milhas) nesta prova. Mas voltemos à etapa deste domingo, onde o objetivo era fazer 10 Km ou 21 Km e eu optei por completar minha 4ª. Meia Maratona deste ano.

O percurso era plano, afinal corria-se a maior parte do tempo na pista expressa da Marginal Pinheiros, tendo apenas as subidas das pontes... ou não. Na verdade a própria pista já possui alguns pontos onde percebem-se leves aclives, mas que duram por quilômetros, e o esforço aumenta sem você notar. O zigue-zague na Ponte Estaiada teve um preço alto, pois o corredor precisou executar vários giros de 180 graus, o que é bem cansativo para o corpo.

Desta vez eu optei por não levar gel de carboidrato e esta foi a minha salvação. Quando o percurso passa de 10 Km no treino, levo um torrone de 45g, o suficiente para gerar a energia necessária. Ou seja, meu estômago já acostumou a receber aquela pancada de carboidrato e açúcar enquanto corro, então resolvi que este seria o combustível de prova. E foi a sorte, já que o maldito Rio Pinheiros fedia como sempre, e tive ânsia de vômito em um trecho. Com aquela “pasta” do gel no aparelho digestivo, eu ia causar um estrago e tanto na pista...

Não há o que dizer da organização da Iguana Sports, que é perfeita em todos os detalhes, apenas tendo alterado o horário de largada para 07:00 na última semana. Claro que isto é um presentão para quem vai enfrentar 21 Km, mas para pessoas que moram no outro extremo da cidade, foi um parto sair de casa às 05:00 da manhã em um dia frio como este. O kit trazia uma camiseta Mizuno até que bem bonita, vermelha desta vez, e uma mochila pequena que até lembra aquelas de hidratação e que vai ser útil para andar de bike. A prova foi bem organizada, o valor do estacionamento foi fechado em R$ 18,00 (melhor que o preço normal do local), ótima hidratação, atendimento médico e dispersão. Camiseta de finisher só para quem fez as 3 provas, então fiquei de fora de novo. Mesmo não sendo das mais baratas, R$ 80,00, pagou-se por um serviço bem executado.

E segundo o SMS que recebi após a prova meu tempo foi 02:19:52... Opa! Vamos ver:

- Meia Maratona da Yescom, março: 02:18:08
- Meia Maratona da Corpore, abril: 02:18:06
- Meia Maratona de Praia Grande, setembro: 02:20:26
- Circuito Athenas (Meia Maratona): 02:19:52

Nada de evolução?

Ora, se eu fosse o Dick Vigarista, diria: “Raios! Raios Duplos! Raios Triplos!”

Mas como eu levo mais jeito para Mutley, só me resta dar a risadinha cínica...

(P.S.: não lembra da “Corrida Maluca”? Você não teve infância! Eu tive, ela só não acabou ainda... veja a abertura neste link do YouTube)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Malditas palmilhas...

A imagem ao lado lhe é familiar? Se não é, então o problema é comigo, pois eu já estou me acostumando em ver as palmilhas dos tênis de corrida “descascarem” muito antes de chegar a hora de aposentar os respectivos pares. Acostumando sim, gostando, não.

Aconteceu primeiro com o Adidas Response 17, e como tenho dois pares do mesmo modelo, aconteceu em ambos. Entrei em contato com a Adidas e a empresa mostrou-se interessada em analisar o problema, porém eu deveria enviar o tênis inteiro pelo correio (custos pagos por eles) e aguardar aproximadamente por um mês o resultado da análise. Ficar sem o tênis não haveria problemas, pois tenho outros pares para correr, inclusive o “gêmeo” dele, mas devido à uma semana de trabalho complicada não consegui ir ao correio para remeter o produto no prazo determinado. Tudo bem, pelo menos a empresa demonstrou atenção, inclusive com contato telefônico para obter o máximo de detalhes possível sobre o problema.

Aconteceu também com o Mizuno Creation 8, porém este demorou bem mais. Como revezo bastante os tênis (e não saio tanto para correr quanto gostaria, mas isto você já sabe), este modelo já tem uns 2 anos e após uns 400 Km começou a apresentar o mesmo problema. Acredito que se encher a paciência da empresa terei alguma atenção, mas vai ser a mesma coisa no final, enviar o modelo e aguardar pela constatação de algo que eles já sabem.

Aonde quero chegar com este papo furado? Sabendo que a palmilha é uma parte exposta ao suor e atrito do pé durante a corrida, eu sou da opinião que estas grandes marcas poderiam disponibilizar palmilhas específicas para seus modelos, prolongando assim a durabilidade do conjunto. Mesmo que fosse um preço indecente, tipo uns 20% do valor do calçado, eu optaria por comprar um par durante a vida útil do tênis, pois o amortecimento acaba durando mais que a palmilha. Já imaginou, após uns 300 Km você troca a palmilha e o tênis te dá aquela sensação de conforto parecida com um par novo!

Concorda comigo ou tem outra ideia melhor para resolvermos o problema?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Não paramos para ninguém!

Por acaso eu tenho cara de “balcão de informações”? Não? Ah, que bom, você e meu espelho concordam em alguma coisa, mas tem gente lá fora que não pensa assim...

O chato de correr na rua (quando não tem provas, é claro) é ter que eventualmente parar nos semáforos, então o que eu tento fazer é achar uma área onde isto seja minimizado, e uma boa opção é encontrar um aeroporto ou coisa parecida. Neste caso não existem ruas cortando a calçada e que ocupem um bom espaço, suficiente para alguns Kms sem repetição de paisagem. Em São Paulo temos um pequeno aeroporto que também funciona como base militar, o Campo de Marte, e em seu entorno estão o Pavilhão de Exposições do Anhembi, a Av. Brás Leme e a Av. Santos Dumont. Perfeito, além de estar a uns 15 minutos de casa, indo de carro.

O problema é que várias vezes eu já fui parado na região por carros, motos, senhoras e até bêbados para dar informações, em pleno treino! Será que esta gente não se toca que você está, digamos assim, “ocupado”? Houve uma vez que dividi o percurso com cão de rua que ficou ao meu lado por um bom tempo, e acho que até me ajudou em uma dessas situações. Dois sujeitos em uma moto pararam para pedir informações sobre direção (perdidos, como todo mundo que sai da Marginal Tietê) e o bicho parou junto comigo. Se havia ali más intenções, pensaram que o cão era meu, e é claro, averiguaram a possibilidade de um contato mais direto com aqueles dentinhos.

Mas a situação mais ridícula foi durante um pequeno alongamento após duas voltas no circuito (cada volta tem uns 7 Km, por isso ocorrem provas como a Santos Dumont e a Oral-B nesta região). Fiquei um pouco longe do carro, para não chamar a atenção, quando um outro carro com uns 5 marmanjos ouvindo música no último volume parou a uns poucos metros. Um deles saiu cambaleando e eu pensei “bater em bêbado e correr, não estou tão cansado assim”. O cidadão chegou para mim, disse “bom dia” exalando álcool, apontou para seu carro e completou “F-Frank S-S-Sinatra...”, enquanto o cantor de olhos azuis berrava um de seus sucessos no sistema de som, e completou “..muito b-bom!”. Pelo menos quando ficam bêbados melhoram o gosto musical. Concordei com aquele corpo inflamável que tentava se comunicar comigo e este voltou ao carro em uma trajetória errante. Acontece cada coisa nestes treinos...

Pois bem, a questão é que se a pessoa tem que pedir informações, procura alguém “do bem”, e é mais fácil parar um corredor do que um ciclista. Mas mesmo assim, enche o saco ter que interromper seu ritmo e trazer a sua mente que estava em outra galáxia só para explicar quantas ruas o sujeito errou por não ter um GPS no carro!


Já te aconteceu alguma coisa parecida? Sinta-se a vontade para contar sua estória aqui.

Que você tenha mais sorte que eu e termine seus treinos sem interrupções...