terça-feira, 27 de setembro de 2011

Fast Triathlon Experience: CANCELADO!

Infelizmente, nós paulistas nos juntamos aos colegas cariocas na lista de eventos cancelados sem muitas explicações (ou desculpas esdrúxulas, se preferir): hoje fui informado por e-mail e telefone pela organizadora Gayotto, que o evento Fast Triatlhon Experience, que aconteceria no próximo dia 02/10, foi cancelado. O motivo, segundo a pessoa da organização, seria o impedimento por parte da Prefeitura do Município de São Paulo sobre o local não ter sido liberado. Sinceramente, leitor, você acha que uma organizadora do porte da Gayotto não teria atentado a este detalhe com a devida antecedência?

Mais uma vez somos lesados por um seleto grupo de pessoas que age em benefício de (provavelmente) outro seleto grupo, ou “gente diferenciada”, para utilizar aquele expressão que ouvimos recentemente. A Gayotto se prontificou a devolver o valor da inscrição, inclusive com formulário preenchido via site, o que demonstra a seriedade da empresa. O contato telefônico também foi algo inédito, ou seja, total preocupação em informar o atleta sobre o ocorrido.

Mas vamos aos fatos: é desagradável! Eu já estava com tudo preparado, mesmo sendo uma prova curta, pois exige a logística de transporte de bike, equipamento de natação, etc. Mais uma vez, cara de palhaço na foto. Sendo assim, lanço aqui meu aviso (não é protesto, é a minha posição), senhores organizadores de provas e autoridades municipais:

TERMO DE ACEITE É O MESMO QUE CONTRATO UNILATERAL, FACILMENTE CONTESTÁVEL NA JUSTIÇA. SE EM ALGUM MOMENTO EU REALIZAR A INSCRIÇÃO EM UM EVENTO, O MESMO FOR ALTERADO OU CANCELADO SEM O DEVIDO REEMBOLSO, MEDIDAS LEGAIS, ATÉ A MÁXIMA EXTENSÃO DA LEI, SERÃO TOMADAS!

Você trabalha duro para pagar inscrição de prova e equipamentos. Arranja tempo para academia e treino na rua. Ganha lesões novas, briga com o médico, dorme pouco para fazer aquilo que gosta. E é tratado desta maneira.

Colegas atletas, pensem a respeito, e passem a exigir seus direitos.




terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Verdadeiro Show da Virada: São Silvestre anos 80

Neste último final de semana a cidade de São Paulo foi invadida por uma legião de atletas amadores e profissionais de todas as categorias imagináveis, da pancadaria nas gaiolas de MMA no Vale do Anhangabaú às acrobacias aéreas na Represa de Guarapiranga, teve espaço para todo mundo curtir um pouco de seu esporte favorito na Virada Esportiva 2011, evento organizado pela Secretaria de Esportes e que mais uma vez foi um sucesso total. Para os corredores, além da Corrida 24 horas no Parque Estadual dos Trabalhadores (não precisava correr o tempo todo) e da Maratona de Revezamento Pão de Açucar, um evento inusitado organizado pelo Antonio Colucci: um treino homenagem ao percurso da São Silvestre nos anos 80, largando da Av. Paulista, descendo a Av. Brigadeiro Luis Antonio e subindo a R. da Consolação. E o melhor de tudo, largando às 23:00, como acontecia com a prova antes de... bom, já sabe, antes da tal emissora inventar aquele circo de música esquisita na virada do ano.

Lá pelas 22:00, quando cheguei ao vão livre do MASP (que não estava tão livre assim, as barraquinhas da feira de domingo já estavam armadas), os corredores já aguardavam o início desta jornada, despertando olhares curiosos de quem passava pela Av. Paulista. Como a tal Virada Esportiva rolava solta pela cidade, muitos associaram aquele povo de camiseta e shorts ao evento, ou seja, foi mais fácil não passar por louco por estar iniciando uma corrida naquele horário. Para completar nossa festa, tivemos a presença da Ana Luiza Garcez, a Animal, que venceu a prova em 2003 entre outras tantas conquistas e do José João da Silva, que em 1980 trouxe o título de volta para o Brasil na prova. Dá pra você imaginar melhor incentivo para estar ali?

Finalmente conheci o colega Colucci, que sempre passa nos nossos blogs e é um dos maiores defensores da tradição da prova original. Entre as suas iniciativas está a SSCover em 2010 (ano em que tivemos a afronta da medalha antes da prova) e agora este treino homenagem. Uma pena que nossas autoridades não deram o devido respeito ao evento e não forneceram pelo menos uma escolta policial para nosso grupo ou fechamento do percurso. Ou seja, enfrentamos, pela calçada mesmo, os 8,9 Km da fervente noite paulistana correndo em pequenos grupos e cruzando com tipos bem estranhos, tipo a moradora de rua totalmente chapada que após um click da máquina do Colucci ainda berrou “quem foi o arrombado que tirou foto?”. Daí já dá para ter uma ideia dos seres que encontramos no caminho, apesar de que algumas pessoas ainda nos aplaudiam e dava até para sentir um pouco daquele (perdido) clima da prova.

E este é realmente foi o ponto mais legal do evento: em alguns momentos imaginar como seria estar ali nos anos 80 correndo no finalzinho do ano, uma era de mídia televisa um pouco menos imbecil que a atual, onde a transmissão da prova era o programa líder de audiência, no lugar dos patéticos comentários daquele apresentador que comanda o tal show atual. Sobre o percurso, apesar de mais curto, eu achei muito menos cansativo, pois a descida da Brigadeiro neste lado é mais suave e a subida da Consolação mais gerenciável. Mas dobrar a esquina da Av. Paulista, não importa de qual lado, é algo mágico, uma sensação de dever cumprido sem igual, e que agora não mais faz parte da prova.

Até fomos entrevistados pela ESPN, que provavelmente irá transmitir a matéria na próxima sexta-feira no programa Vamos Correr. Será que eu apareço lá também?

Parabéns à todos os colegas que concluíram este fantástico desafio, e parabéns mais do que merecido ao Colucci pela organização e pela amizade que tem pelos corredores.

Curta um pouco da nossa emoção:


(o YouTube gosta de estragar a trilha sonora...)

Virada Esportiva com gostinho de São Silvestre anos 80... isto sim foi um verdadeiro Show da Virada!




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Putz, sou eu na Contra Relógio!

Aconteceu mais ou menos assim: como eu costumo ler a Revista Contra Relógio da primeira até a última página (tudo bem, atrasado alguns meses às vezes...), sempre observava as respostas para as perguntas da seção Pulo do Gato, editada pela Fernanda Paradizo. Pois bem, na qualidade de assinante, enviei minha candidatura às questões que são publicadas e aí estou eu na edição deste mês, página 81!

A Fernanda enviou esta pergunta legal “Como você estabelece sua estratégia de prova para correr uma maratona ou meia-maratona?” e eu criei uma resposta baseada nestes quase 6 anos de aventuras pelo asfalto. Como eu disse à ela no e-mail, “dava para escrever um livro sobre o assunto”, mas eu me contentei em resumir alguns pontos que acho interessantes. Tá certo que eu não sou nenhum exemplo de velocidade, mas meu objetivo é sempre terminar inteiro, e diga-se, só na última Maratona de São Paulo as coisas se complicaram no final (mas eu terminei mesmo assim).

É uma satisfação tremenda ter participado e contribuído com a revista, que como eu já disse aqui várias vezes, considero que atualmente é a melhor publicação voltada às corridas de rua que temos, dada a variedade e seriedade das matérias. Aliás, diga-se que graças à uma matéria publicada na revista em 2008 sobre blogs é que este aqui nasceu.

Fernanda, muito obrigado mais uma vez pela oportunidade!




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Meia Maratona de Praia Grande: uma prova quase perfeita

Domingo ensolarado e com vento frio. O melhor de tudo é que este vento era a própria brisa da praia, combinada com uma massa de ar frio estacionada no nosso litoral. Dia perfeito para correr, 21 Km ou 10 Km curtindo a paisagem do litoral sul de São Paulo, e como se não bastasse, a organização deu uma verdadeira “aula” de como cuidar de todos os detalhes da 8ª. Meia Maratona de Praia Grande. Uma pena que alguns pontos ainda precisem ser ajustados, mas se eles acertarem tudo, vai ser uma verdadeira humilhação para certas entidades que “dizem” organizar provas (sem citar nomes, ok?)

Quem está encarregado de organizar este evento é a TriEsportes, que já cuida de provas como a concorrida 10 Km Tribuna FM (inscrições encerram em pouco mais de 10 dias) e o Desafio da Mata Atlântica, ambas sucesso de aprovação entre os participantes. Neste ano a Meia Maratona de Praia Grande trouxe a novidade de ir em direção ao centro da cidade passando por boa parte da orla e depois voltando pela Rodovia Expressa Sul. Na ida, um cenário fantástico, quase 10 Km de praia, depois mais uns 2 de ruas da cidade e então... a volta: 10 Km de estrada debaixo de sol, sem sombra e com sobe e desce das pontes. Apesar do segundo trecho ter sido bem cansativo, este percurso ficou muito bom, mas vai do gosto do freguês, pois muita gente não gosta da monotonia de correr grandes retas sem paisagem. Eu acho desafiante, pois manter o ritmo não é fácil. E ponto negativo para os estressadinhos que desceram a mão na buzina no trânsito engarrafado no litoral, apesar de todas as faixas na cidade informando sobre o evento. Não sabe ler, tem que ficar parado no trânsito mesmo!

As largadas foram pontuais, com bastante agitação e informações no sistema de som, ou seja, ninguém ficou perdido. Ótima hidratação, especialmente no trecho de estrada, onde o calor já pegava forte. Faltou apenas gel de carboidrato e isotônico, este último teria sido de grande valia naquele cenário escaldante.

Outro ponto muito interessante foi o bombardeio de e-mails da organização na última semana, praticamente um por dia, passando todos os detalhes da prova: local, colocação do chip descartável, guarda-volumes e até previsão do tempo. A entrega do kit aconteceu na loja Decathlon da Praia Grande, de forma rápida e com direito a a assistir um vídeo explicativo sobre o chip descartável. Camiseta amarela (tom mostarda), sacolinha e só. Preço módico e justo (R$ 50,00), sem bibelôs no kit. Na chegada, além de um kit bem completo (faltou alguma coisa de sal ou isotônico, diga-se), medalha diferenciada para 21 e 10 Km, dourada e prateada, respectivamente.

Mas então, porque uma prova dessas não é perfeita? Os mesmos pontos de sempre:
- largadas às 08:00 para Meia Maratona e 09:00 para 10 Km: na praia, apesar da época do ano, isto é muito tarde e o sol castiga.
- caminhantes largando junto com corredores de 10 Km: desisto, não falo mais nisso, 5 minutos entre uma largada e outra já seriam suficientes.

E a minha constante performance: 02:18:15, mais uma Meia terminada com o relógio marcando próximo disso. Será que eu só vejo estes números nesta distância? Tudo bem, dada a péssima noite de sono em um hotel horrível que fiquei, onde eu com quase 1,80m tive que dormir em uma cama projetada para Hobbits, até que não foi tão mal.

Parabéns à organização, dá gosto pensar em voltar no próximo ano, basta manter este mesmo nível de serviço e estaremos lá de novo.

Mais uma missão cumprida!