terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Corrida Sargento Gonzaguinha, prova exemplar

Nem vou começar dizendo que o post está um pouco atrasado, bom, está mesmo. Mas antes tarde do que só no próximo ano, então vamos direto ao assunto. Mais uma edição da Corrida Sargento Gonzaguinha, a 49ª., e como sempre o resultado mostrou que uma corrida pode sim ser simples e agradar os atletas. Talvez você já tenha lido bastante sobre esta prova, afinal, com tantas edições com certeza outros blogueiros ou mesmo seus colegas já devem ter contado do que se trata, então prefiro fazer uma reflexão sobre o evento, focando apenas no que chamou a atenção deste humilde corredor.


A prova tem largada e chegada na Escola de Educação Física da Polícia Militar de São Paulo, Zona Norte da capital, com fácil acesso por estar a menos de 300 metros da estação Armênia do Metrô. Mesmo para quem vem de locais mais distantes, a opção de deixar o carro próximo a uma estação e aproveitar o transporte público já é um diferencial que poupa os tradicionais transtornos de procurar vaga para estacionar em dia de corrida. O kit do corredor, retirado no mesmo local na véspera, era composto apenas por uma camiseta de poliamida, número de peito e chip, nada de sacola ou outros badulaques que entopem gavetas. Não me entenda mal, eu até
participei de provas que davam bons utensílios de corrida ao longo do ano, mas no caso de uma inscrição a R$ 55,00, está de ótimo tamanho receber um kit mais simples.

Estrutura de guarda-volumes no mesmo local de retirada dos kits e largada na Av. Cruzeiro do Sul, para 15 Km em pleno mês de dezembro. Mas o clima estava favorável na manhã do dia 13, e foi possível estabelecer a velocidade um pouco acima do normal. Era meu objetivo fazer a prova em menos de 01:30:00, o que não seria normal para os meus padrões, um esforço a mais a ser testado. Com percurso praticamente plano, duas “subidas” apenas, ambas nas pontes que fazem parte do trajeto. Nada de mais, depois das Maratonas de Foz e Curitiba, a gente pensa melhor antes de chamar qualquer elevação de “subida”.

Excelente hidratação no percurso, fartura de água, senti apenas que das últimas edições para esta o número de policiais ao longo da via diminuiu um pouco, uma vez que a prova é promovida pela corporação. Tudo muito tranquilo, boa sinalização e sem muita muvuca, os corredores dispersaram
rapidamente e cada um seguiu seu ritmo. Uma leve mudança no trecho final, pelo menos desde que participei pela última vez, com a chegada logo na reta da pista de atletismo, sem precisar pisar muito naquela terra preta que entope os tênis de corrida. E para minha surpresa, 01:24:35, recorde pessoal e é claro, meta cumprida.

O kit pós prova era composto por 2 (sim, dois) lanches, bolinho, suco e água. De novo, passe os olhos no texto lá em cima e veja quanto foi a inscrição. Precisa mais do que isso para que uma corrida seja um sucesso? Não me refiro à marca pessoal, acho que há espaço para eventos mais elaborados no calendário, com shows, massagem, mimos no kit, mas de vez em quando é bom simplesmente uma camiseta básica, inscrição a preço justo e é claro, vontade de correr.

E acabou 2015...

Não vou fazer grandes retrospectivas, quem segue o blog já sabe as estripulias que eu aprontei neste ano, e se não, é só consultar os últimos posts. Basta dizer que não foi um ano fácil para ninguém, mas consegui complicar um pouco mais colocando provas longas em mais momentos do que deveria. Novas marcas alcançadas, novas experiências e por sorte nenhuma nova lesão. Participei de boas provas, não posso me queixar, apenas gostaria de ter participado de mais, só que a tal crise afeta o bolso do corredor, quer queira ou não. De novo, não tenho do que reclamar. As conquistas estão aí abaixo.


Então, um excelente 2016 para você, que o ano novo traga muitos Kms de corrida! (desejamos isso todo final de ano, e sei lá, tem dado certo).

Feliz Ano Novo!


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Maratona de Curitiba, mais uma pra conta

Sim, eu prometo, é a última de 2015, pelo menos para mim. Para quem passa sempre por aqui sabe que eu já passei dos limites neste ano, pelo menos no que se refere a maratonas: São Paulo em maio, Florianópolis em agosto, Foz do Iguaçu em setembro e agora, Curitiba. Isto sem contar as meias e outras provas de longa distância entre 21 e 42 Km... No meu ritmo de sempre, mais uma maratona concluída, e vamos aos fatos.

Com o orçamento curto para voos e outras formas rápidas de transporte, o jeito foi cobrir a distância entre as capitais paulista e paranaense de carro, um bate-e-volta de final de semana, nada aconselhável em termos normais. Mas sabe como é, crise, economia instável, etc. Cheguei em Curitiba e fui direto para a loja de esportes para a retirada dos kits, tudo bem organizado e próximo ao hotel em que ficaria hospedado. Sem disposição para muito bate-perna na cidade, rápida ida ao shopping center para almoçar e descanso, domingo tem 42.125 metros de asfalto com uma altimetria das mais cansativas.

Neste link do site Linha de Chegada é possível conferir os detalhes da prova de 2013, provavelmente o mesmo percurso desta edição de 2015, se teve alterações foram mínimas. O que interessa é que o trajeto total tem em torno de 15 Km de subidas, 17 Km de descidas e o resto é plano. Mas não pense que é plano “bacaninha”, há um trecho com retas infinitas que estraçalham a musculatura e o ânimo do corredor, coincidindo com o trecho mais chato da prova e também perto dos 30 Km, que já é desgastante o suficiente. Em 2012 eu já havia aprendido isso tudo, a diferença é que para este 15 de Novembro estava previsto um clima mais ameno e até mesmo chuva, que na proporção correta até ajuda a refrescar os atletas. E desta vez esta prova ia encontrar alguém mais experiente e preparado, coisa que em 2012 eu falhei imensamente ao me inscrever.

A largada teve um contratempo imperdoável causado pela organização: os chips seriam retornáveis, o que causou longas filas
para as 3 distâncias, 5, 10 e 42 Km. Largada atrasada, corredores que estavam na fila começaram a vaiar e alguns tiveram que abortar até mesmo as filas dos banheiros. Foi neste momento que encontrei o colega Tutta do Correndo Corridas, já preocupado com o horário de largada. Com pequeno atraso os maratonistas partiram para sua jornada, e eu, atrapalhado até dizer chega com meu celular que não colaborava e iniciava o aplicativo de cronometragem, passei o pórtico com mais de 2 minutos de atraso. Lá vamos nós, mais 42 Km.

Até o Km 20 as coisas estavam acima do que havia sido planejado, eu estava em um pace de aproximadamente 06:10 minutos/Km, o que era mais rápido do que havia pensado em fazer nesta primeira metade da prova. Foi quando cruzei com a colega Ivana do Status: Na Correria, que também estava aproveitando o tempo nublado para acelerar um pouco mais. A caldeira continuou queimando lenha em alta velocidade até o Km 28 (sempre ele!), onde precisei diminuir o ritmo e até caminhar um pouco pelo cansaço. O pior de tudo foi uma inversão de humor de meu estômago, que resolveu rejeitar alguma das guloseimas já testadas anteriormente e quase devolveu o conteúdo ao asfalto. Better out than in, como diz o Shrek.

No Km 32, como sempre, os motores voltam a funcionar e só reduzi um pouco mais à frente devido ao tempo que já ficava abafado perto do meio-dia, obrigando todo mundo
a repensar as estratégias. Deste ponto em diante, apesar da excelente estrutura de hidratação da prova, diversas equipes e até pessoas que não faziam parte do evento passaram a nos presentear com refrigerante, isotônico, balinhas de goma, paçocas e mais uma porção de regalos para nos incentivar. Atitude bacana do curitibano, vamos até relevar a meia dúzia de idiotas que ficou buzinando nos cruzamentos lá atrás, afinal, todo lugar tem paspalhos deste tipo. Cena inesquecível para mim foram duas menininhas, gritando “água”, “gelo” e me entregaram estes itens tão preciosos para quem já agonizava com o clima abafado.

As subidas e descidas não davam sossego à musculatura, e quando entrei na região do centro da cidade já estava com o motor em chamas, mas próximo da chegada. Mudei um pouco o playlist para alguma coisa mais conclusiva e fechei a prova dentro da meta de menos de 5 horas: 04:59:19. Não, eu não dobro a meta, só cumpro.

O que eu fiz neste ano, especialmente no segundo semestre, realmente não é aconselhável. Foram 4 maratonas, sendo 3 no segundo semestre.


Mas tudo tem um motivo, então, aguarde...

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Maratona Internacional de Foz do Iguaçu, excelente!!!

São 03:45 da manhã do dia 27 de Setembro de 2015, um domingo frio e chuvoso em Foz do Iguaçu – PR, e mesmo assim o despertador toca. Programou horário errado? Não, para falar a verdade, já está até um pouco tarde para acordar, pois os ônibus que levarão à largada da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu passarão pelos hotéis conveniados às 04:30 e às 04:45. Bem cedo, pois as largadas acontecem a partir das 06:00 da manhã da unidade do SESC Paraná, próximo à entrada da Usina Hidrelétrica de Itaipu no lado brasileiro.

Bom, este é um ponto a ser considerado: nas edições anteriores as largadas aconteciam próximo à barragem da colossal usina, porém neste ano, devido à greve dos funcionários brasileiros da empresa (há paraguaios também pois é uma binacional) todas as atividades de turismo, incluindo a maratona, sofreram alterações. Largando do SESC em direção ao portão principal de Itaipu, seguiríamos por 6 Km e voltaríamos no percurso original, em direção às Cataratas do Iguaçu, também no lado brasileiro. Mas antes, vamos comentar alguns detalhes sobre a organização da prova.

Organização de primeira, em todos os aspectos. Na inscrição pelo site, o atleta era informado que só participaria mediante apresentação de atestado médico, não importando se iria correr os 42 Km sozinho, faria revezamento de 21 Km com outro atleta ou os 11,5 Km que aconteceriam dentro do Parque das Cataratas. Não apresentou, não participa. Também havia o cuidado especial de solicitar aos comerciários filiados ao SESC a apresentação do cartão válido para poderem se inscrever e participar da prova nesta categoria. A vantagem? Ao invés de pagar R$ 50,00 de inscrição, os comerciários inscritos pagariam somente R$ 25,00. Sim, você leu direito, uma maratona, 42 Km de vias interditadas e com infraestrutura, custando menos de 1/4 de muita provinha de 5 Km que acontece na sua cidade.

Outro ponto extremamente positivo, a apresentação no site da maratona de hotéis conveniados,
os quais já estavam preparados para o horário insano de café da manhã às 04:00 horas, além de serem atendidos pelos ônibus que levariam os atletas para as largadas de cada modalidade. O preço do ônibus? Já incluso no da prova ali acima. Retirada de kit muito bem organizada no SESC PR, camisetas bonitas e diferenciadas para cada distância, além de excelente comunicação da organização com os atletas através de e-mails informativos antes da prova, inclusive com as informações da alteração de percurso aferida pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). É mole? Não, não é, é uma maratona, e nada é mole aqui.

Após encontrar os colegas Tutta do blog Correndo Corridas e Alessandro do blog Correndo que me entendo, nos direcionamos para as largadas que foram pontuais, sendo que elite masculina e pelotão geral de maratona individual e revezamento partiram para suas jornadas às 06:30. E o que realmente judia nesta prova é a altimetria, pesada para os padrões normais das provas na distância, com subidas e descidas, algumas de alguns Kms.

Pensando nisso nos últimos 41 dias, desde a Maratona de Santa Catarina, foram muito treinos subindo e descendo as pirambeiras da Zona Norte de São Paulo, chegava ao ridículo de descer por uma avenida de 2 Km e subir na paralela, depois descer por outra e subir por uma quarta, tudo para acostumar o corpo com os desníveis. Mas, e o clima, como será? Logo que cheguei em Foz do Iguaçu na quinta-feira, foi como desembarcar dentro de um forno, abafado e sem vento. Se fosse assim no domingo, seria bem difícil, já considerando a altimetria. Mas São Pedro deu uma força danada aos
maratonistas, e ganhamos de presente um clima ameno, uns 18 graus de temperatura e até um pouco de garoa durante a prova.

Hidratação foi um show à parte da organização, começando com postos a cada 3 Km e depois diminuindo para 2 Km, inclusive com isotônico e até mesmo Coca-Cola! Um ponto que chamou muito a atenção e que nunca havia visto em nenhuma outra prova de qualquer distância foi a presença de banheiros químicos junto à todos os postos de hidratação. Eu mesmo precisei usá-los, o que foi um alívio em um trecho da prova, pois devido ao frio os líquidos pedem para ser ejetados mais regularmente.

Prova de pouquíssima torcida, não víamos muitas pessoas ao longo do caminho, não só pela característica da cidade, mas pelo clima e horário das largadas, o iguaçuense não se sente tentado a prestigiar os atletas. O trajeto é simples, como disse, apesar da mudança dos 6 Kms iniciais, seguimos próximos ao Rio Paraná, que faz divisa com o Uruguai e seguimos pelo centro da cidade, entrando então na Av. das Cataratas perto do Km 19, onde serão mais uns 13 até a entrada do Parque das Cataratas, trecho final da prova cercado de verde e com chegada ao som de uma das Sete Maravilhas da Natureza do mundo moderno, as Cataratas do Iguaçu.


Quando se está após o Km 40 já é possível ouvir o rugido das quedas d’água, e passando por alguns mirantes observa-se o lado argentino deste espetáculo da natureza. “Emocionante” é pouco para descrever uma viagem de 42.195 metros correndo e que termina em descida e desta forma maravilhosa. E os treinos em subidas e descidas mostraram seu valor: terminei em 04:48:49, 27 minutos a menos que no perfil plano de Florianópolis no mês passado. Medalhas diferencias pelas distâncias, cada atleta foi honrado com o prêmio de sua conquista, outro diferencial desta corrida.


Os atletas e a organização do evento estão de parabéns, trata-se de uma prova totalmente recomendada. Mais ainda se você ficar uns dias a mais e fizer um turismo pela região, linda e fascinante.

Ou, se você quiser, pode descer as cataratas num barril...


(é brincadeira, quem não lembra daquele desenho do Pica-Pau? Hooorrrray!!!!)

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Global Heroes: nossos heróis na Twin Cities Marathon

Conforme prometido no post anterior, vamos conferir os relatos da Dra.Luciana e do Camilo, corredores brasileiros escolhidos para participar da Maratona Medtronic Twin Cities nos Estados Unidos no próximo dia 04/10:

Dra. Luciana Alves, 41, Belo Horizonte - MG

"Sempre fui uma pessoa muito ativa, e por isso atividades físicas sempre fizeram parte da minha vida. E em cada etapa da vida me dediquei a diferentes modalidades de exercícios. A corrida veio para mim a partir dos 25 anos. Aos 28 anos os primeiros sintomas mais desconfortáveis de uma arritmia começaram a balançar o meu coração. E com isso aos poucos minha vida foi começando a sofrer o impacto de uma arritmia de difícil controle, que era resistente aos medicamentos disponibilizados, e outros tratamentos disponíveis. Fato é que aos poucos fui me tornando inativa.

Em junho de 2012, aos 38 anos, já bastante debilitada, a notícia da necessidade do implante de um marca-passo cardíaco me passou esperança de poder um dia voltar a fazer as coisas que sempre fiz. Eu realmente nunca achei que as coisas a partir desse ponto iriam piorar. E assim foi: melhorou. E desde o implante do marca-passo eu nunca mais parei de caminhar, ou melhor, correr. A dedicação à corrida veio mesmo depois do implante do marca-passo. Atualmente, com três anos de implante, e desde que instalei um aplicativo para monitorar corridas em janeiro de 2014, já percorri mais de 3220 Kms. Também incluo no meu treinamento a musculação, Jump, e mais recentemente voltei a fazer spinning.

Eu também fundei o projeto PACEMAKERusers um projeto social sem fins lucrativos que oferece gratuitamente informações de qualidade sobre dispositivos médicos implantáveis como marca-passo, e outros dispositivos médicos,
para pacientes e familiares, pois na época em que receberia o implante eu tive muita dificuldade de encontrar informações de qualidade e respostas às minhas perguntas. O projeto tem credibilidade dada pelo apoio institucional de importantes sociedades médicas como o Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) e a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC). Dentro do projeto, temos um grupo online no Facebook, o Clube do Marcapasso, para entrar é só solicitar no Facebook. O grupo conta ainda com amigos de diferentes áreas da saúde com experiência na área para auxiliar na informação. Sempre lembramos que o grupo NÃO SUBSTITUI O MÉDICO RESPONSÁVEL OU AS INFORMAÇÕES E ORIENTAÇÕES QUE ELE PASSA AO SEU PACIENTE.

Mais recentemente, sobretudo pelo fato de que nessa história encontrei outros portadores praticando atividades físicas, foi criado também no Facebook o Grupo Pacemakers Runners no qual estão reunidos portadores de dispositivos médicos, e outras pessoas que mesmo não sendo portadoras de um dispositivo médico se inspiram e dão incentivo aos membros do grupo. Muitas pessoas ainda se admiram pelo fato de como portadora de marca-passo eu promover a ideia de que desde que autorizado pelo médico e bem orientado, a maioria destes portadores podem praticar atividades físicas. No caso de portadores de marca-passo por exemplo, o médico é um grande parceiro sobretudo quando o assunto é a programação do marca-passo para atender melhor as necessidades do praticante de atividade físicas.

Correr é uma das atividades que mais me dá prazer. O bem estar que a atividade física proporciona, os amigos que a gente faz nas corridas de rua e nos grupos online, motivam cada um dos passos.
Realmente estou marcando passos, passos que se transformaram em milhares de quilômetros. Este ano a minha seleção para participar do Medtronic Global Heroes, ao lado de mais 24 outros atletas portadores dos mais diferentes tipos de dispositivos médicos implantáveis do mundo todo, me fez lembrar um pouco daquele tempo em que estava incapacitada para ao menos dar alguns passos, e só consigo me sentir imensamente feliz por ter chegado até aqui. Poder participar deste evento internacional é um marco na minha história pessoal. Como eu, acreditem, existem milhares de pessoas no Brasil e no mundo que podem estar correndo ao seu lado, praticando ciclismo, natação, musculação, e muitas outras atividades com um dispositivo médico implantado em seus corpos.

E como gosto de dizer: quem vê cara, não vê coração. E no final do caminho, não importam quantos quilômetros sejam percorridos em uma corrida, todos cruzam a linha de chegada igualmente. E a emoção que sinto no meu peito, cujo coração depende de um marca-passo para bater, pode ter certeza, que é tão intensa quanto a de qualquer outra pessoa. Nosso coração não é de lata, mas a nossa fé, e o amor pela vida são feitos de aço."



Camilo Cavalcanti, 37, Vitória - ES

"Desde criança me identificava muito com qualquer esporte. Meu pai, professor de Educação Física, me levava para os eventos de esportes e eu ficava apaixonado por tudo aquilo que cercava os eventos. Aos 11 anos, depois de brincar e correr muito pelas ruas da minha cidade, Vitória-ES, comecei a jogar futebol de salão e de campo no Clube Italo Brasileiro. Daí para o futebol profissional foi um pulo. Aos 16 anos, deixei o conforto da minha casa, me mudando para a cidade de Jundiaí-SP, onde fiquei até os 21 anos. Fui campeão de alguns torneio importantes, como o Campeonato Paulista Profissional série B1-B em 1996 pelo Louzano valinhos e da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1997 pelo Louzano Paulista. Treinava durante o dia e estudava a noite. Em Jundiaí, mais precisamente na ESEF, comecei a cursar Educação Física, curso esse que me formei alguns anos depois em minha cidade Natal. Voltei para minha cidade após 5 anos, pois não consegui me adaptar a vida nômade e sem um futuro definido de um jogador de futebol. Além é claro, da grande saudade que sentia da minha família, cama, casa, chuveiro, etc.

Aos 21 anos, retornando para Vitória-Es, dei proceguimento a minha faculdade de Educação Física e comecei a jogar futebol de areia ou beach soccer como é mundialmente conhecido. Tive a felicidade de chegar as seleções brasileira e capixaba da modalidade, sendo por 2x bicampeão brasileiro e mundial. Nesse período do futebol de areia, quando não tínhamos competições, comecei a me interessar em participar de algumas corridas de rua em meu estado para manter a forma. Foi amor a primeira vista. Uma sensação de liberdade, num esporte tão democrático e fácil de praticar que só dependia de você. Calçava meu tênis, chamava uns amigos e começavamos a correr pela cidade.

O futebol de areia ainda estava bastante presente em minha vida, quando no dia 21/03/2009, com 31 anos, num jogo pelo Campeonato Capixaba de Futebol de Areia, tive um mal súbito, desmaiando em quadra. Depois de vários exames e 1 mês internado no Incor o diagnóstico: Arritmia Cardíaca Grave, Maligna e Rara, denominada Taquicardia Ventricular Polimórfica Catecolaminérgica (TVPC). Prospecção para o Futuro no Esporte segundo os médicos: Nunca mais poderia jogar futebol profissionalmente e tera que implantar um CDI (Cardioversor Desfibrilador Implantado). Fiquei literalmente sem chão. A primeira reação foi não acreditar, porque tinha jogado bola minha vida toda e nunca tinha sentido nada diferente. Os médicos tentaram então realizar um procedimento cirúrgico chamado ablação, em que um catéter introduzido na virilha chega até o coração e tenta queimar as células cardíacas que originam a arritmia. O procedimento não teve sucesso, pois eram muitos pontos de arritmia.

Tive uma parada cardiíaca na mesa de cirurgia e foi ressucitado por um desfibrilador externo. Dia 21/05/2009 implantei o Desfibrilador e comecei a aprender a conviver com ele. Nos primeiros 3 dias achei que não iria suportar, passando-se 3 semanas percebi que existia vida após o implante e com 3 meses já estava caminhando e voltando a realizar atividade física leve. Agradeço a Deus por tudo que passei. Em nenhum momento me senti sozinho ou abandonado por ELE. Acredito que me tornei uma pessoa melhor depois de tudo isso. Após alguns meses, já estava correndo e podendo desfrutar daquela sensação maravilhosa que só a atividade física proporciona. Praticamente não sinto o CDI no meu peito no dia a dia e na corrida a não ser quando um amigo desatento me comprimenta querendo dar una tapinhas ou tapões bem na região do implante...kkkkkkk.

Esse ano, fiz minha primeira troca de aparelho, de muitas que virão, se Deus quiser. A bateria dura em média 6 anos, e no dia 01/04/2015 fiz minha primeira troca na cidade de Vitória-ES realizada com sucesso. Pesquisando o novo aparelho que colocaria no peito, descobri o evento da Medtronic Global Heroes e percebi que aquilo era a minha cara. Com a ajuda da minha prima Fabíola Pauvolid (professora de Inglês) fiz minha inscrição e para minha surpreza fui contemplado para ser um Global Heroes. Fiquei paralizado, não acreditando no que estava acontecendo. Dia 01/04/15 estava Enuma mesa de cirurgia para troca do Desfibrilador e praticamente 6 meses depois, dia 04/10/15 estarei correndo 10 milhas num evento que celebra a vida e a esperança de que é possível, mesmo depois de uma grave problema de saúde ter uma vida normal e praticar atividade física sempre com acompanhamento médico e profissional. Deus é bom de mais.

Minha expectativa para a prova é a melho possível, Quero conhecer as histórias dos outros 24 global heroes e viver cada momento com muita alegria. Meu objetvo é realizar a prova em 1:52min desfrutando de cada passada."

Dra. Luciana e Camilo, eu e os leitores do blog desejamos muito sucesso na prova e agradecemos a sua contribuição com suas histórias e exemplos de superação!

E é claro, esperamos que vocês nos contem como foi a prova quando voltarem ao Brasil.

Um grande abraço!

(os relatos e as fotos foram gentilmente enviados pelos respectivos corredores)

Agradecimentos à Camile da Ketchum que enviou as informações sobre o evento e nos colocou em contato.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Global Heroes, exemplo de superação, tecnologia e paixão pela corrida

Se existe algo que deixa este blogueiro muito feliz é conhecer outros corredores, empresas e assuntos relacionados às corridas. E que satisfação ter tido o contato com as pessoas envolvidas na iniciativa Medtronic Global Heroes, um esforço cooperativo entre a Twin Cities In Motion e a Medtronic Philanthropy, o programa Global Heroes reconhece corredores de todo o mundo que tenham um dispositivo médico para tratar de condições como doenças do coração, diabetes, dor crônica e doenças neurológicas e da colunas, que apesar de patrocinadas por uma empresa do ramo, não impõe restrições quanto ao fabricante.

Dentre milhares de candidatos em todo o mundo, foram selecionados dois brasileiros para integrar o time Global Heroes – de 25 corredores-heróis que superaram graves problemas de saúde com a ajuda de dispositivos e tecnologia médica, e hoje continuam superando seus limites com a ajuda da corrida e do exercício.

O primeiro deles é o Camilo Cavalcanti (37 anos), de Vitória (ES), ex-jogador profissional de futebol e portador de um cardioversor desfibrilador implantável (CDI). A segunda é a Dra. Luciana Alves (41 anos), de Belo Horizonte (MG), fundadora do projeto social PaceMakerUsers e usuária de um marca-passo. Os dois vão representar o Brasil na Maratona Twin Cities em 4 de outubro, em Minnesota, conhecida como uma das mais belas corridas de rua dos Estados Unidos.


Conversei por e-mail com nossos heróis Luciana e Camilo e no próximo post vou reproduzir seus relatos que são bem interessantes e motivadores. Por enquanto, segue informações sobre o programa e a Maratona Medtronic Twin Cities.

MEDTRONIC ANUNCIA TIME GLOBAL HEROES DE 2015, CELEBRANDO
10 ANOS DE PROGRAMA E 234 CORREDORES HOMENAGEADOS


Maratonistas de seis continentes, que utilizam tecnologia médica, correrão a Maratona Medtronic Twin Cities em outubro

SÃO PAULO, 27 de agosto - Vinte e cinco maratonistas que se beneficiam de tecnologia médica serão homenageados no Medtronic Global Heroes de 2015, quando correrão como um time na Maratona Medtronic Twin Cities ou na TC 10 Mile em 4 de outubro de 2015, domingo.

O time deste ano inclui corredores de seis continentes e 16 países diferentes: África do Sul, Alemanha, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Holanda, Irlanda, Japão, Letônia, Malásia, Nova Zelândia, Reino Unido, Rússia e Zâmbia. Cada corredor tem um dispositivo médico para tratar de condições como diabetes, problemas do coração ou de coluna, dor crônica e doenças neurológicas.

Este ano marca o 10º aniversário do programa. Lançado em 2006, ele homenageia pessoas que superaram condições crônicas de saúde e continuaram a demonstrar paixão pela corrida e comprometimento com suas comunidades.

“Com o passar dos anos, nós nos inspiramos muito nesses atletas. Além da corrida, o Medtronic Global Heroes representa indivíduos fortes e apaixonados, que não apenas gerenciam de forma proativa suas próprias necessidades de saúde, mas que encorajam, inspiram e contribuem para o bem-estar de suas famílias, amigos e comunidades”, diz o Dr. Jacob Gayle, vice-presidente da Medtronic Philanthropy.

Nos últimos 10 anos, a Medtronic contou com:
- 234 corredores de 34 países;
- corredores de idades variando de 18 a 68 anos;
- equipamentos elegíveis, que incluem marca-passos, cardioversor desfibrilador implantável (CDI), próteses de coluna, equipamentos neurológicos, bombas de insulina e válvulas cardíacas (os equipamentos podem ser feitos por qualquer fabricante);
- condições de saúde incluindo problemas de coração (arritmias e doenças vasculares), diabetes, incontinência, tremor essencial, mal de Parkinson e dor crônica;
- os homenageados, que receberam inscrição gratuita na maratona, passagem aérea, refeições e hospedagem.

Os participantes do Global Heroes são selecionados pela Twin Cities In Motion, entidade sem fins lucrativos que organiza a Maratona Medtronic Twin Cities. A inscrição na corrida e os custos da viagem são oferecidos pela Medtronic Philanthropy.

Informações adicionais sobre o time Medtronic Global Heroes 2015 podem ser encontradas em www.medtronic.com/globalheroes ou na página do programa no Facebook.

Sobre a Medtronic Global Heroes

Um esforço cooperativo entre a Twin Cities In Motion e a Medtronic Philanthropy, o programa Global Heroes reconhece corredores de todo o mundo que tenham um dispositivo médico para tratar de condições como doenças do coração, diabetes, dor crônica e doenças neurológicas e da coluna. Não existem restrições quanto ao fabricante.

Sobre a maratona Medtronic Twin Cities

Conhecida como a corrida urbana mais bonita dos Estados Unidos, a maratona Medtronic Twin Cities é uma celebração de três dias de cuidados físicos, incluindo a Medtronic TC Family Events, a TC 5K, a TC 10K, a Medtronic TC 10 Mile, e a maratona. Twin Cities In Motion é a organização sem fins lucrativos que coordena o final de semana de corridas como serviço comunitário para a região de Minneapolis e St. Paul. Para mais informações, visite www.TCMevents.org (site em inglês).

Sobre a Medtronic e a Medtronic Philanthropy

A Medtronic plc (www.medtronic.com), com sede em Dublin, na Irlanda, é líder global em tecnologia médica – aliviando a dor, restabelecendo a saúde e prolongando a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. A Medtronic Philanthropy foca expandir o acesso a tratamento de qualidade para doenças crônicas para populações carentes de todo o mundo, além de apoiar iniciativas de saúde em comunidades onde colaboradores Medtronic vivem e se doam.


Aguarde, na sequência, os relatos das experiências dos corredores brasileiros.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A excelente Maratona Pão de Açucar de Revezamento 2015

Imagine uma corrida que acontece todo ano, que está em sua 23ª. edição e que da última vez que você participou ela ainda estava na 14ª. E o formato, já consagrado, teve mínimas alterações e continua trazendo milhares de corredores ao asfalto, em equipes de 2, 4 ou 8 atletas para completar os 42,2 Km de uma maratona. Em São Paulo no último domingo a Maratona Pão de Açucar de Revezamento teve mais uma edição, onde apesar do sol forte desde a largada às 07:00 da manhã, levou um mar de corredores para a região do Parque do Ibirapuera, tomando as ruas e avenidas em uma prova muito bonita e bem organizada, apesar de uma pequena falha que vamos comentar ao final.

Kits distribuídos com antecedência de até 3 dias do evento de forma eficiente no Ginásio do Ibirapuera, onde chamou a atenção a presença de um membro do staff explicando para os corredores como seria feito o revezamento. Sim, pois os pontos de troca estavam em locais definidos, o que poderia gerar alguma confusão para quem participa pela primeira vez. O conteúdo da sacola foi simples, mas de boa qualidade, um retorno justo por uma prova de valor em torno de R$ 95,00 (dependendo da época da inscrição) e que exige a logística de 42 Km de vias interditadas, além de muitas outras estruturas. Uma delas, uma passarela dupla que evitava trânsito de pessoas pelo meio das pistas onde a corrida acontecia, algo muito bem pensado pelo organizador.

Lembro que quando participei desta prova em 2006 mal havia começado a correr, fiz meus 5 Km em uma equipe de 8 elementos,
feliz pelo resultado de conseguir completar mais uma prova. Desta vez eu queria um pouco mais, por isso convidei a colega Ivana do blog Status: Na Correria, companheira de diversas outras maluquices de longa distância, e determinamos a meta de cada um fazer seus 21 Km. Não é bem assim, a divisão não é meio-a-meio para as duplas, o primeiro integrante corre em torno de 22,5 Km e o segundo 19,5. Como estamos utilizando este tipo de prova como treino para distâncias maiores, a diferença é pouca, sendo que ela ficou com o primeiro trecho e eu fiquei encarregado de fechar debaixo de muito sol.

Para quem leu o post anterior, sobre o Circuito das Estações Etapa Primavera, deve lembrar
que na semana anterior eu corri alegremente em uma temperatura de 12 graus, de calça de agasalho e camiseta segunda pele. No meu trecho de revezamento, a meia mais fina possível, camiseta regata, shorts e viseira para poder jogar água na cabeça com melhor eficiência debaixo de 33 graus de temperatura na Av. 23 de Maio. E só 7 dias separaram os 2 eventos!

Procurei manter o ritmo de cruzeiro em torno de 06:15 min/Km, o suficiente para minha capacidade e que permite treinar um ponto essencial: manter o ritmo em subidas e descidas, que aliás não faltavam na prova. Recordes? Hoje não, vamos manter a programação de treino e esta condição climática foi o fator de sucesso da missão.

Mas, cadê meus 400 metros?

Todo organizador vai te dizer para não ficar bitolado com seu equipamento GPS, que provavelmente marcará resultados incorretos, pois o percurso oficial é medido com métodos apurados. Porém, confiando ou não em meu dispositivo, o fato é que na segunda volta, onde o tempo total de prova já avançava para além
das 4 horas, a organização começou a desmontar e recolher as grades do trecho que seguia pela Av. 23 de Maio em direção ao Viaduto Tutoia. Isto trouxe o ponto de retorno pelo menos mais próximo pelo menos 200 metros, sendo que seria ida e volta, e esta distância bateu com a diferença em meu equipamento. Ao concluir e receber as medalhas, pois é o último atleta que recebe pela equipe, ouvi pouco tempo depois no sistema de som que a prova seria encerrada com 5 horas, o que digamos, estava no regulamento e eu já sabia. Muitos corredores ainda estavam na pista, e não tive a oportunidade de constatar como o evento foi encerrado.

Sobre este assunto vamos conversar em um outro momento, é pano pra manga, mas adianto minha opinião: regulamento é para ser cumprido, e esta regra constava no material impresso entregue com o kit. Como disse, conversamos sobre isto depois.

Ao final, a equipe “Blogueiros Insanos”, formada pela Ivana e por este aqui, terminou o percurso de 42,2 Km (menos 400 metros) em 04:34:34, mesmo nas áridas condições climáticas do domingo.


E eu matei a saudade desta prova, recordações de quando comecei a correr e que agora foi concluída em uma situação bem diferente de nove anos atrás.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

E a Primavera chegou no Circuito das Estações 2015

Mais uma corrida da série “fazia tempo que eu não participava”, no caso, o Circuito das Estações, que teve sua etapa Primavera em São Paulo no último domingo. O interessante deste circuito é a possibilidade de correr 4 etapas em condições climáticas características de cada época do ano, e quando se fala da capital paulista estas condições são sempre acentuadas. Organizada pela O2, o percurso é o tradicional Estádio do Pacaembu – Minhocão, ida e volta, onde as subidas judiam dos que só treinam no plano.

Por estar mirando outra maratona no radar, não pretendia participar de provas de 10 Km nestas últimas semanas, mas o convite da Multiplus para comparecer ao evento foi naturalmente irresistível. Diria que no final das contas a variação desta prova me ajudou a direcionar o treino do final de
semana para algo diferente do habitual “sair para devorar o máximo de Kms no asfalto” e no final do post você entenderá o motivo. Mas vamos à prova primeiro.

Os kits foram entregues na Loja Centauro do Shopping West Plaza, respeitando aquela boa prática de promover a retirada perto do local da largada, pois pelo menos imagina-se que quem se inscreve na prova terá fácil acesso à mesma. Tudo bem organizado e um kit bacana, com camiseta, bandana, folhetos promocionais e número de peito. A camiseta é um capítulo à parte, de tecido tecnológico e confortável, é daquelas que você usa para mais para sair do que para suar nos treinos, dada a boa qualidade e acabamento diferenciado.

Final de semana frio em São Paulo, temperaturas perto dos 13 graus no início da manhã, mas mesmo assim 12 mil corredores estavam na
região do Pacaembu para a corrida. A largada dos 5 Km ocorreu pontualmente às 07:00 da manhã e os 10 Km largariam às 08:00. Os chips eram retirados no próprio dia da prova meia hora antes das largadas, evitando o transtorno de devolução caso o atleta não comparecesse ao evento. Cheguei cedo, vi a largada dos 5 Km e providenciei a retirada do meu chip, guardando as tranqueiras no guarda-volumes e aproveitando as atrações da arena do evento.

Um item que achei muito bem executado foi a entrada dos corredores nos respectivos currais de largada, identificados pelos pelotões com base em tempos anteriores. O pessoal do staff direcionava cada atleta para seu local e com isto promovia-se uma largada mais fluida, sem os tradicionais atropelos de provas onde quem se posiciona antes nem sempre tem pernas para sair no ritmo dos demais. E lá fui eu, para a distância mais querida dos corredores, os 10 Km, largando no delicioso frio da manhã paulistana e com vontade de melhorar o tempo final graças à condição climática.


E realmente as coisas começaram a fluir do jeito que eu queria, como já conhecia bem o percurso, fui no ritmo certo para cada trecho, sabendo onde as subidas e descidas iriam forçar mais a musculatura. Sim, pois descida também força, e quem não administra faz os joelhos pagarem o preço. As largadas por pelotões mostraram-se bem eficientes, pois não parecia haver atropelos, apressadinhos ou grupos de conversa, o que se percebia pela frequência com que eu ultrapassava ou era ultrapassado.

Levando a prova em um ritmo pouco acima do meu normal fechei o percurso em 55:33, um novo recorde pessoal, em um momento onde eu me concentrava para fazer distâncias preparatórias para a maratona. Excelente prova, medalha muito bonita e boa dispersão.

Mas, como missão dada é missão cumprida, e os 42 Km exigem certos sacrifícios, o jeito foi voltar para casa...correndo! Total, considerando que corri 2 Km de aquecimento antes da prova até a largada, mais os 10 Km da corrida e a volta para casa com mais 12 Km, um total de 25 Km rodados, um treino longo com variações e percursos diferentes.


Agradecimentos ao pessoal da CDN, que em parceria com a Multiplus concedeu a inscrição da prova.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Maratona de Santa Catarina, surpresas boas e outras nem tanto

Correr uma maratona não é a mesma coisa que calçar o tênis e sair para uma prova de 10 Km, pelo menos para quem já está acostumado com treinos e corridas regulares. Se na nossa análise de cada prova, não apenas minha, mas de todos os corredores, vários critérios devem ser considerados até dizer se foi uma prova “boa” ou “ruim”, em um evento de 42 Km eles são analisados em detalhe até que se chegue a uma conclusão. Então vamos lá, falar do que deu certo e o que não foi lá essas coisas na Maratona Caixa de Santa Catarina, que aconteceu no domingo 16 em Florianópolis, SC.

Terra onde acontece o principal evento de Ironman no país, e organizado pela mesma empresa, a excelente Latin Sports, que
possui experiência em eventos esportivos diferenciados e de grande impacto. Por esta mesma característica, alguns itens podiam ter sido melhor observados. Começou com a abertura das inscrições, apenas 2 meses antes da prova. Para este aqui, que mora em São Paulo e que dependeria de toda logística de deslocamento (passagens, estadia, transporte, etc.), é um prazo apertado. O que dizer então de quem, além de tudo isso, ainda faz ajustes em treinos, alimentação e outras corridas? Como eu disse lá em cima, não é só calçar o tênis e sair correndo, maratona não é brincadeira.

O outro problema, e vou parar neste, foi um pouco mais grave e não sabemos ainda de onde partiu a decisão. Do que sabemos de nossas autoridades municipais no Brasil, é bem provável que os órgãos públicos locais tenham sido os responsáveis, mas não cabe a mim apontar o dedo na direção de ninguém. O fato é, faltando 3 dias para a prova, foi divulgado em alguns meios de comunicação a mudança do percurso, inclusive do local de largada! Pensando como corredor experiente, espera-se que na
entrega do kit existam cartazes ou mesmo informação verbal informando estes detalhes. Pelo menos um folhetinho dentro da sacola, né? Nada disso, o kit foi entregue em uma famosa loja de esportes, e nenhuma informação sobre as mudanças. Resultado: soubemos de corredores que foram para a “antiga” largada, deslocada em torno de 3 Km do novo local.

Mas, tirando estes detalhes, que poderiam ter sido melhor trabalhados, a corrida contou com ótima organização. Os maratonistas largaram às 07:00 da manhã do Trapiche na Av. Beiramar Norte e seguiram para o lado norte da ilha, voltando em direção ao sul e passando novamente pela largada perto do Km 16, onde as provas de 5 e 10 Km largaram por volta de 08:30. Passa-se pela região das pontes e vamos em direção ao aeroporto, na parte sul da ilha. O retorno, lá pelo Km 24 nos traz de volta ao norte e no Km 32 passamos novamente pela largada, repetindo o trecho inicial.
Daí você já percebe o desgaste mental do atleta, exatamente no ponto de “quebra” você vê os maratonistas mais rápidos concluindo a prova. E você, pobre mortal, ainda tem 10 Km pela frente...

A hidratação estava maravilhosa, fartura de água e Gatorade, com direito a não pegar em alguns pontos por já estar saturado de tanto líquido. Trata-se de uma prova pequena, em torno de 1.500 participantes nas 3 distâncias, sendo que menos de 400 concluintes na maratona. O visual, maior parte do percurso, é bonito e no lado de Florianópolis que dá vista ao continente. O fluxo de trânsito estava bem controlado, apesar da interdição não ser total em algumas vias, mas sem muito estresse por parte dos florianopolitanos.

E este aqui, novamente levou uma surra do asfalto e do sol. Tudo estava bem até o Km 31, porém uma pequena subida em um elevado que dava acesso ao lado sul fez o ritmo cair um pouco além do esperado. Novamente, após o Km 32, o desgaste de passar pela largada falou um pouco mais alto no psicológico, e diminui mais ainda as passadas, chegando até mesmo a caminhar em alguns trechos. Apesar de um pouco de dor na
perna esquerda, conclui em 05:15:57, talvez conseguisse uma marca abaixo de 5 horas, mas não foi desta vez. Mas tudo bem, ficam as lições de mais uma maratona, cada uma é um aprendizado e meu banco de informações (opa, meu e do meu corpo) ganha novos “inputs” a cada corrida. Só para ter uma ideia, o temido Km 28 ficou para trás e eu continuei meu ritmo, senti apenas lá na frente. Já é sinal de que alguma coisa melhorou.

Se eu volto? Sou suspeito para falar de Florianópolis, adoro aquela ilha, então acho que você já sabe a resposta.

Em breve tem mais, meias e completas, a palavrinha “maratona” está sempre no meu vocabulário...

domingo, 9 de agosto de 2015

Meia Maratona de São Bernardo do Campo: o bom que já foi melhor

Todo corredor que já está na estrada, ou melhor, no asfalto, há algum tempo tem suas provas prediletas no calendário, aquelas que quando abre a inscrição em poucas horas está inscrito. No meu caso, a Meia Maratona de São Bernardo do Campo é uma dessas provas especiais, hoje mesmo resolvi arrumar minha camisetas de corrida e descobri que já participei de quase metade das 13 edições, o que me transforma em quase fã de carteirinha da competição. Quebra de recordes? Kit recheado de badulaques? Muitos e muitos amigos? Nada disso, percurso de doer os ossos no dia seguinte, simplicidade e em geral os mesmo amigos ponta firme que gostam deste evento. Mas nesta última edição, algumas coisas mudaram, e infelizmente não para melhor.

De volta às mãos da Corpore, apesar de ter sido muito bem organizada no ano anterior por outra empresa, neste ano a experiência da entidade garantia eficiência no gerenciamento dos itens básicos como entrega de kits no dia, percurso desafiador e sem vai e volta, estrutura de hidratação decente para quem vai encarar os 21 Km. Tudo isso naturalmente se repetiu, foram exatamente os itens extra que causaram um pouco de transtorno. Optou-se neste ano por disponibilizar um percurso de 10 Km, alternativa aos 5 e 21 Km que já caracterizavam a prova.
Porém os atletas que escolheram a distância intermediária correram um bom trecho dentro de um bolsão de estacionamento atrás do ginásio que concentra a estrutura da prova. Isto em nada afetaria as outras distâncias, afinal, fui para os 21 Km como de costume, porém o mal direcionamento dos veículos que chegavam ao local da prova e a impossibilidade de utilizar o outro bolsão por ser parte do percurso causaram um pouco de transtorno. Com menos vagas, mais “flanelinhas” ou guardadores de carros pela região, além de uma volta desnecessária para acessar o único bolsão de estacionamento, que logo lotou.

Outra característica marcante das edições anteriores era o trecho entre os Kms 10 e 11, o qual tomava duas pistas da Rodovia Anchieta, com apoio da Polícia Rodoviária. Neste ano o trecho foi retirado, sabe-se lá por qual motivo, e inseridos mais alguns trechos urbanos, todos com subidas e descidas. Bom, pelo menos não tirou a dificuldade da prova, mas era bacana “invadir” a rodovia na metade do trajeto. Pequenas mudanças, a princípio desagradaram alguns, mas que podem ser melhoradas nas próximas edições.

Quanto à este aqui, terminou em 02:10:34, até que um pouco melhor que nas últimas provas na distância. Pena que tal marca não é apenas resultado de treinamento, melhorando após 2 semanas de
tosse, com ar frio e poluído, o jeito foi ligar os motores e não parar para nada, a não ser a linha de chegada. Aí sim, após a dispersão, uns 5 minutos de tosse, bem longe das equipes médicas, senão iam me levar para as tendas pensando que eu estava com algum problema.

E como na corrida não se diz “deste posto de hidratação não beberei mais”, provavelmente eu volte nas próximas edições, torcendo apenas que a prova não tenha mais modificações e que seja mantida a qualidade do percurso, ou melhor, a dureza das subidas e descidas.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Correr, de Drauzio Varella: leitura essencial para corredores e maratonistas

Minha paixão pela leitura começou muito antes da insanidade pela corrida, portanto qualquer livro que trate do assunto é devidamente “devorado” quando cai em minhas mãos. E que satisfação a minha ao ler a obra “Correr – o exercício, a cidade e o desafio da Maratona” do Dr. Drauzio Varella, figura ilustre não só pelos seus outros títulos literários mas pela presença constante em programas de TV e outras mídias. Antes de mais nada, você irá ler um texto redigido por nada menos que um médico, o que já dá credibilidade suficiente aos fatos apresentados, porém imagine um profissional desta área de saúde que iniciou na corrida aos 50 anos de idade e que no presente momento, com 72 anos, continua mais firme e forte que muitos de nós. Com certeza ele assim o é comparado a mim, enquanto tento com muito esforço (e pouco sucesso, diga-se) terminar uma maratona em menos de 5 horas, ele o faz com mais de 1 hora de vantagem.

Mas vamos falar um pouco do livro. Publicado pela editora Companhia da Letras, o exemplar em papel possui 206 páginas recheadas de experiências, conselhos, estórias, dados médicos e muita informação que corredores e maratonistas irão se deliciar, dada a confiabilidade de ter sido escrita por quem realmente entende do assunto. Para os paulistanos como este aqui, mais satisfação ainda, pois em seus treinos o bom doutor descreve muitos pontos da cidade por onde treina, o que nos motiva a explorar a metrópole através das passadas. O texto não é dividido de forma engessada, e sim mesclado com informações fisiológicas muito úteis para os corredores, dados históricos sobre a maratona e experiências das provas que o autor vivenciou no Brasil e no exterior.

Um capítulo especial para mim é o que descreve a Maratona do Rio de Janeiro de 2013, prova infernal onde o sol resolveu aparecer no mês de julho com força total na orla carioca, fritando tênis, boné, asfalto e tudo ao redor do corredor. Com certeza o doutor chegou bem à minha frente, mas a sua forma de descrever o que passamos é um registro muito bem feito daquele dia fora dos padrões. Quanto às maratonas no exterior, contém ótimos relatos da organização e da experiência de correr em alguns eventos que são altamente prestigiados.

Antes de concluir, uma observação: muita gente faz relatos bonitinhos em seus blogs e timelines no Facebook pois foram “presenteadas” com exemplares de livros. Não é o meu caso, passei na livraria e comprei a edição física, apesar de já ter disponível para leitores digitais. Em suma, o relato que produzi é espontâneo e tem por objetivo registrar a minha apreciação pela obra do Dr. Drauzio. E é claro, já incorporado à minha coleção de bons livros sobre esporte.

Pois bem, então oficialmente fica a indicação de uma boa leitura, e para aqueles que gostam de manter os livros na estante, uma obra de corridas que não pode faltar.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Volta de Represa: 2/3 de uma maratona!

Se o desafio de fazer 21 Km, uma meia maratona, já virou rotina nos calendários recheados de provas nesta distância, o jeito é buscar percursos mais longos, ou talvez mais difíceis... ou quem sabe, as duas coisas ao mesmo tempo. Para os que sem reclamar entram “na faca”, este aqui que vos escreve resolveu entrar “no serrote”, pelo menos esta é a impressão que fica ao observar a altimetria da Volta da Represa, prova que chegou à sua terceira edição no último domingo e que em linhas gerais pode ser definida em uma palavra: totalmente recomendada! (sim, me empolguei, são 2 palavras).

Ocorrida em Mairiporã, município vizinho da capital paulistana, bastam menos de 30 Km de estrada para chegar ao local da largada. Boa sinalização e facilidade de acesso são essenciais em provas que não acontecem nas redondezas por onde mora o corredor, e este é um caso de boa programação, pois mesmo sem as ferramentas tecnológicas atuais de geolocalização é possível encontrar o destino sem problemas. Mas vamos falar da prova, com estrutura simples mas muito bem organizada.

O kit foi retirado na véspera em uma academia da Zona Norte de São Paulo, além das opções de retirar no próprio local no dia da corrida para atletas que estivessem mais distante. Por morar na região, optei pela retirada na véspera, onde pela primeira vez em tantas corridas recebi o kit em uma caixinha contendo camiseta, número de peito, chip descartável e barrinha de cereal. Nenhum bandulaque para encher armário, vamos nos concentrar no que interessa.

Manhã fria, muito fria mesmo, mas correr é para os fortes, e você não escolhe a temperatura no dia da prova quando faz a inscrição. Como estradas são imprevisíveis, o jeito é chegar cedo, por mais confortáveis que sejam as cobertas da sua cama. Quando se está na cidade e o trânsito enrosca, buscam-se alternativas, mas na rodovia não tem jeito. Ao chegar na cidade estacionei o carro e encontrei a colega Ivana do blog Status: Na Correria que mais uma vez topou o desafio (ou insanidade?) de me aguentar pelo percurso longo. A única dúvida era a quantidade e configuração de roupas a levar, pois o frio estava intenso, para dizer o mínimo.

Fomos então para a largada, este aqui com um corta-vento fininho, só para garantir um pouco mais de retenção térmica por baixo da camiseta segunda-pele. Corneta de saída (quase) no horário e lá vamos nós, descendo, subindo, descendo,
subindo, e de vez em quando algum trecho plano. Encontramos o ilustre colega Fabio Namiuti, que também enfrentava a friaca do momento.

Percurso muito simples, vai 14 Km e volta 14 Km, predominantemente em estrada de terra batida, que mesmo com um pouco de chuva não causou grandes transtornos para os pobres tênis de corrida. A represa mesmo só pode ser avistada a partir do Km 10, na maior parte do tempo algumas propriedades rurais e árvores recheadas de ar puro cercavam os corredores. O trânsito não foi totalmente impedido para a prova, então alguns motoristas bem comportados desviaram dos corredores sem muito problema. Para quem optou por revezamento de 2 ou 4 atletas, ônibus da organização transportavam os corredores para seus postos de troca. Mas eu, é claro, fui para o pacote completo, os 28 Km de sobes e desces intermináveis. Ao final, bela medalha, lanche (olha aí, organizadores, é assim que se faz!), frutas e Gatorade. Para os mais corajosos, piscinão de água para relaxar os músculos, porém presenciei somente um herói enfrentando o gelo daquela água.


Resumindo, prova muito boa, com excelente organização, preço razoável para o momento – R$ 95,00 – e certeza de que estará no meus planos para as próximas edições.

O mais importante de tudo: a distância, por ser na medida exata de 2/3 dos 42 Km, é um excelente treino para quem tem alguma maratona nos próximos meses. Como é o meu caso, diga-se.

P.S.: gostaria de ter publicado o perfil altimétrico da prova, porém meu Garmin não está sincronizando devido à um plug-in que não instala de jeito nenhum no meu micro... pois é, tecnologia tem estes incovenientes...


terça-feira, 23 de junho de 2015

Corrida Eu Atleta. Eu? Atleta?

Eis que eu resolvo fazer alguns exames mais elaborados e solicito ajuda do cardiologista, o qual, após já saber meu histórico de insanidades, me recebe na consulta com a frase “Ah, você que é o atleta, né?”. Respondi simplesmente “não doutor, atleta busca resultado, eu sou esportista, procuro me divertir apenas”. Mas de vez em quando vale a pena brincar de “atleta” e buscar um resultadozinho ou outro, só para ficar bonito na foto.

Mas vamos ao que interessa: manhã super gelada em São Paulo, meados do mês de Junho e para completar, início da estação mais fria do ano. O dia 21 de Junho é o Solstício de Inverno, ou seja, o período em que o Hemisfério Norte está mais inclinado em direção do sol. E nada de maratonas, meias ou coisas do tipo, é hora de curtir uma prova de 10 Km mesmo, daquelas que já viraram rotina e que merecem ser revisitadas de vez em quando, mesmo que o objetivo seja em breve correr mais uma insana distância de 42.195 metros (em breve...)

O circuito Eu Atleta passa por diversas cidades brasileiras, e o nome da prova é um convite para que os que não são “atletas”, como este esportista aqui, saiam do sofá e enfrentem um desafio. Pode ser os 10 Km ou 5 Km ou mesmo uma
caminhada de 4,3 Km, o que vale é participar de uma atividade física que como sabemos, só traz benefícios. O circuito na capital paulistana é o tradicional Assembleia Legislativa-Av. República do Líbano- Ibirapuera-Av. 23 de Maio e volta até a largada. Com diversos sobes e desces para incrementar o trajeto, serve para quem procura sair um pouco do percursos planos, como é o meu caso.

Largada pontual e rápida dispersão, não era uma daquelas provas superpovoadas, apesar de considerável número de corredores. Com o retorno para o pessoal de 5 Km ficou mais livre ainda, mas sempre na companhia de outros participantes pela Av. 23 de Maio. Boa hidratação a cada 2 Km, o cuidado era não deixar de beber água, apesar do tempo frio da manhã.

E para aproveitar o conforto com a distância e conhecimento do traçado da prova, resolvi sentar a bota e acelerei acima do meu normal. Só 10 Km pede um pouco mais de esforço do que uma meia maratona, e o clima era favorável a apertar o passo. Resultado, para minha satisfação uma pequena quebra de recorde pessoal, terminando o percurso em 56:58 pelo tempo oficial, além de um trecho alucinado a 5:03 min/Km. Medalha simples e bem trabalhada, assim vale a pena.

Por falar em valer a pena, fazer a inscrição antecipada há alguns meses rendeu um bom desconto, com valor de R$ 50,00. Esta iniciativa do organizador Yescom vem se repetindo em outras provas, e trata-se de uma ótima ideia para quem já tem um planejamento de corridas para o ano. Mais uma boa prova para o calendário, vale a pena considerar as próximas edições.


Ah, é claro, dei uma de atleta e “corri” atrás de resultado, pelo menos desta vez.

Fonte consultada sobre o Solstício de Inverno: http://www.calendarr.com/brasil/inicio-do-inverno/
Blog de corrida também é cultura!