quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Maratona de Santa Catarina, surpresas boas e outras nem tanto

Correr uma maratona não é a mesma coisa que calçar o tênis e sair para uma prova de 10 Km, pelo menos para quem já está acostumado com treinos e corridas regulares. Se na nossa análise de cada prova, não apenas minha, mas de todos os corredores, vários critérios devem ser considerados até dizer se foi uma prova “boa” ou “ruim”, em um evento de 42 Km eles são analisados em detalhe até que se chegue a uma conclusão. Então vamos lá, falar do que deu certo e o que não foi lá essas coisas na Maratona Caixa de Santa Catarina, que aconteceu no domingo 16 em Florianópolis, SC.

Terra onde acontece o principal evento de Ironman no país, e organizado pela mesma empresa, a excelente Latin Sports, que
possui experiência em eventos esportivos diferenciados e de grande impacto. Por esta mesma característica, alguns itens podiam ter sido melhor observados. Começou com a abertura das inscrições, apenas 2 meses antes da prova. Para este aqui, que mora em São Paulo e que dependeria de toda logística de deslocamento (passagens, estadia, transporte, etc.), é um prazo apertado. O que dizer então de quem, além de tudo isso, ainda faz ajustes em treinos, alimentação e outras corridas? Como eu disse lá em cima, não é só calçar o tênis e sair correndo, maratona não é brincadeira.

O outro problema, e vou parar neste, foi um pouco mais grave e não sabemos ainda de onde partiu a decisão. Do que sabemos de nossas autoridades municipais no Brasil, é bem provável que os órgãos públicos locais tenham sido os responsáveis, mas não cabe a mim apontar o dedo na direção de ninguém. O fato é, faltando 3 dias para a prova, foi divulgado em alguns meios de comunicação a mudança do percurso, inclusive do local de largada! Pensando como corredor experiente, espera-se que na
entrega do kit existam cartazes ou mesmo informação verbal informando estes detalhes. Pelo menos um folhetinho dentro da sacola, né? Nada disso, o kit foi entregue em uma famosa loja de esportes, e nenhuma informação sobre as mudanças. Resultado: soubemos de corredores que foram para a “antiga” largada, deslocada em torno de 3 Km do novo local.

Mas, tirando estes detalhes, que poderiam ter sido melhor trabalhados, a corrida contou com ótima organização. Os maratonistas largaram às 07:00 da manhã do Trapiche na Av. Beiramar Norte e seguiram para o lado norte da ilha, voltando em direção ao sul e passando novamente pela largada perto do Km 16, onde as provas de 5 e 10 Km largaram por volta de 08:30. Passa-se pela região das pontes e vamos em direção ao aeroporto, na parte sul da ilha. O retorno, lá pelo Km 24 nos traz de volta ao norte e no Km 32 passamos novamente pela largada, repetindo o trecho inicial.
Daí você já percebe o desgaste mental do atleta, exatamente no ponto de “quebra” você vê os maratonistas mais rápidos concluindo a prova. E você, pobre mortal, ainda tem 10 Km pela frente...

A hidratação estava maravilhosa, fartura de água e Gatorade, com direito a não pegar em alguns pontos por já estar saturado de tanto líquido. Trata-se de uma prova pequena, em torno de 1.500 participantes nas 3 distâncias, sendo que menos de 400 concluintes na maratona. O visual, maior parte do percurso, é bonito e no lado de Florianópolis que dá vista ao continente. O fluxo de trânsito estava bem controlado, apesar da interdição não ser total em algumas vias, mas sem muito estresse por parte dos florianopolitanos.

E este aqui, novamente levou uma surra do asfalto e do sol. Tudo estava bem até o Km 31, porém uma pequena subida em um elevado que dava acesso ao lado sul fez o ritmo cair um pouco além do esperado. Novamente, após o Km 32, o desgaste de passar pela largada falou um pouco mais alto no psicológico, e diminui mais ainda as passadas, chegando até mesmo a caminhar em alguns trechos. Apesar de um pouco de dor na
perna esquerda, conclui em 05:15:57, talvez conseguisse uma marca abaixo de 5 horas, mas não foi desta vez. Mas tudo bem, ficam as lições de mais uma maratona, cada uma é um aprendizado e meu banco de informações (opa, meu e do meu corpo) ganha novos “inputs” a cada corrida. Só para ter uma ideia, o temido Km 28 ficou para trás e eu continuei meu ritmo, senti apenas lá na frente. Já é sinal de que alguma coisa melhorou.

Se eu volto? Sou suspeito para falar de Florianópolis, adoro aquela ilha, então acho que você já sabe a resposta.

Em breve tem mais, meias e completas, a palavrinha “maratona” está sempre no meu vocabulário...

domingo, 9 de agosto de 2015

Meia Maratona de São Bernardo do Campo: o bom que já foi melhor

Todo corredor que já está na estrada, ou melhor, no asfalto, há algum tempo tem suas provas prediletas no calendário, aquelas que quando abre a inscrição em poucas horas está inscrito. No meu caso, a Meia Maratona de São Bernardo do Campo é uma dessas provas especiais, hoje mesmo resolvi arrumar minha camisetas de corrida e descobri que já participei de quase metade das 13 edições, o que me transforma em quase fã de carteirinha da competição. Quebra de recordes? Kit recheado de badulaques? Muitos e muitos amigos? Nada disso, percurso de doer os ossos no dia seguinte, simplicidade e em geral os mesmo amigos ponta firme que gostam deste evento. Mas nesta última edição, algumas coisas mudaram, e infelizmente não para melhor.

De volta às mãos da Corpore, apesar de ter sido muito bem organizada no ano anterior por outra empresa, neste ano a experiência da entidade garantia eficiência no gerenciamento dos itens básicos como entrega de kits no dia, percurso desafiador e sem vai e volta, estrutura de hidratação decente para quem vai encarar os 21 Km. Tudo isso naturalmente se repetiu, foram exatamente os itens extra que causaram um pouco de transtorno. Optou-se neste ano por disponibilizar um percurso de 10 Km, alternativa aos 5 e 21 Km que já caracterizavam a prova.
Porém os atletas que escolheram a distância intermediária correram um bom trecho dentro de um bolsão de estacionamento atrás do ginásio que concentra a estrutura da prova. Isto em nada afetaria as outras distâncias, afinal, fui para os 21 Km como de costume, porém o mal direcionamento dos veículos que chegavam ao local da prova e a impossibilidade de utilizar o outro bolsão por ser parte do percurso causaram um pouco de transtorno. Com menos vagas, mais “flanelinhas” ou guardadores de carros pela região, além de uma volta desnecessária para acessar o único bolsão de estacionamento, que logo lotou.

Outra característica marcante das edições anteriores era o trecho entre os Kms 10 e 11, o qual tomava duas pistas da Rodovia Anchieta, com apoio da Polícia Rodoviária. Neste ano o trecho foi retirado, sabe-se lá por qual motivo, e inseridos mais alguns trechos urbanos, todos com subidas e descidas. Bom, pelo menos não tirou a dificuldade da prova, mas era bacana “invadir” a rodovia na metade do trajeto. Pequenas mudanças, a princípio desagradaram alguns, mas que podem ser melhoradas nas próximas edições.

Quanto à este aqui, terminou em 02:10:34, até que um pouco melhor que nas últimas provas na distância. Pena que tal marca não é apenas resultado de treinamento, melhorando após 2 semanas de
tosse, com ar frio e poluído, o jeito foi ligar os motores e não parar para nada, a não ser a linha de chegada. Aí sim, após a dispersão, uns 5 minutos de tosse, bem longe das equipes médicas, senão iam me levar para as tendas pensando que eu estava com algum problema.

E como na corrida não se diz “deste posto de hidratação não beberei mais”, provavelmente eu volte nas próximas edições, torcendo apenas que a prova não tenha mais modificações e que seja mantida a qualidade do percurso, ou melhor, a dureza das subidas e descidas.