segunda-feira, 28 de maio de 2012

Aquathlon Guarujá: nome novo, mesmo formato

Funciona assim: você vem por uma pista com esquis e depois atira com uma pistola de ar num alvo fixado num ponto do percurso... bom, isto é Biathlon, um esporte olímpico que mais lembra filmes dos James Bond, então o nome da competição onde você nada e na sequência corre passou a ser chamado de Aquathlon. Enfim, já que continua a “secura” de provas no calendário, pelo menos as que eu tenho como comparecer, o jeito foi fazer novamente esta doideira de nadar 500 metros na Praia da Enseada no Guarujá e em seguida enfrentar mais 3 Km de corrida.

Apesar da semana fria em São Paulo, o sol abriu pra valer no sábado, o que ajudou bastante a normalizar a temperatura da água na parte da tarde. Não que estivesse quente, aliás, estava um pouco agitada, inclusive com observação atenta dos bombeiros quanto à bateria mirim que viria após os marmanjos. Guarujá não é tão perto quanto Santos ou Praia Grande, mas eu gosto deste formato de prova, então valeu a pena fazer o passeio até o litoral.

A organização foi novamente da TH5 Eventos, que apesar de bem eficiente, ainda precisa rever dois pontos que eu já havia alertado quando participei desta prova no ano anterior: entrega de kit sem nenhuma identificação do corredor (RG, por exemplo) e área de transição muito aberta. Para quem não conhece eventos de triathlon e afins, a transição é uma área “imaculada”, ou seja, apenas atletas e organização podem ter acesso, e isto não era o que se observava no quadrado cercado por grades no meio da areia. Novamente, fica a sugestão de rever estes pontos.

A largada dos aproximadamente 300 atletas aconteceu um pouco depois das 14:00 horas, um pequeno atraso mas sem maiores prejuízos, pois trata-se de uma prova rápida. A maré estava tão “estica e puxa” que quase dava para ir andando até a primeira boia. Entre a primeira e a segunda boia a coisa era um pouco diferente, pois o nadador sacolejava no vai e vem da água, e para chegar à praia à partir da segunda boia dá-lhe perna para vencer a arrebentação. Daí é só sacar a roupa de borracha (para os que estavam com a vestimenta), calçar o tênis e correr 1,5 Km na areia mais 1,5 Km no
asfalto (calçada). E os tempos totais: Natação 00:10:26 Corrida 00:17:34. Camiseta bonita e medalha em acrílico com efeito "3D", ou seja, uma boa prova.

Pois bem, mudou-se a nomenclatura por determinação da Federação Paulista de Triathlon (SPtri) e Confederação Brasileira de Triathlon (CBTri), mas o formato da prova continua o mesmo. Com um pouquinho de treino de natação você consegue enfrentar uma prova dessas numa boa, mas fica sempre o conselho de chegar um pouco antes e encarar o mar antes da largada para não “travar” logo na saída.

E voltamos ao calendário magro. Próxima prova, a menos que apareça alguma coisa inesperada, será a Maratona do Rio.

O jeito é começar a aumentar as quilometragens semanais...


sexta-feira, 11 de maio de 2012

Running Hits 2012: nova trilha para suas passadas

Aí vai mais uma dica de trilha sonora para sua corrida: Running Hits 2012 (e os marmanjos já podem parar de babar com a mocinha da capa do CD, OK?). Apesar de muita gente ser contra o uso de música durante a corrida, eu não abro mão do meu MP3 player e do fone de ouvido, treino ou prova. Fica a ressalva para aqueles que treinam com assessorias esportivas, já que é desagradável para o treinador ficar berrando com um aluno que está mais preocupado em ouvir música do que seguir as instruções.

Dando uma olhada no playlist dos 2 CDs do álbum percebe-se que encontram-se algumas boas sugestões para as passadas, levando-se em conta que o corredor tenha paciência para o pop/dance atual. Dependendo do ritmo, vai ficar mais para treino longo ou intervalados, mas deve agradar a maioria. Ainda não encontrei em lojas e sites aqui na nossa terrinha, mas para quem tem o hábito de importar estes produtos, provavelmente encontra nos Amazon da vida.
Veja a lista de músicas:

CD1
1. Foster The People – Pumped Up Kicks 3:56
2. Empire Of The Sun – Walking On A Dream 3:16
3. Bruno Mars – Marry You 3:49
4. Donkeyboy – City Boy 3:23
5. Medina – Addiction 2:52
6. David Guetta – Titanium 3:57
7. Swedish House Mafia – Save The World 3:32
8. Usher – More (Redone Jimmy Joker Remix) 3:40
9. Chris Brown & Benny Benassi – Beautiful People 3:47
10. Alex Gaudino Feat. Kelly Rowland – What A Feeling 2:57
11. Kato Feat. Jeremy Carr – Celebrate Life 3:22
12. Calvin Harris – Feel So Close 3:23
13. Pitbull Feat. Ne-Yo, Afrojack & Nayer – Give Me Everything 4:12
14. Michael Rune Feat. Nadia Gattas – Min Indre Stemme 3:15
15. Ginger Ninja – Bone Will Break Metal 3:56
16. Metro Station – Shake It 3:02
17. Katy Perry – Firework 3:47
18. Alicia Keys – Superwoman 4:08

CD2
1. John Mayer – Heartbreak Warfare 3:54
2. Marina & The Diamonds – Radioactive 3:47
3. Jesper Nohrstedt – Take Our Hearts 2:58
4. Flo-Rida – Good Feeling 4:07
5. Britney Spears – I Wanna Go 3:30
6. Svenstrup Og Vendelboe Feat. Nadia Malm – Dybt Vand 3:08
7. Electric Lady Lab – Touch Me (Svenstrup & Vendelboe Remix Edit) 3:39
8. Jennifer Hudson – No One Gonna Love You (Jason Nevins Radio Remix) 3:53
9. Eurythmics – Sweet Dreams (Are Made Of This) (Steve Angello Remix Edit) 5:30
10. Pink – U Ur Hand 3:32
11. Kelly Clarkson – Stronger (What Doesn’t Kill You) 3:39
12. Snoop Dogg Vs. David Guetta – Sweat 3:15
13. Kesha – We R Who We R 3:24
14. Chris Brown – Yeah 3x 4:01
15. Faithless – We Come 1 3:44
16. Morten Hampenberg & Alexander Brown – I Want You (To Want Me Back) 3:35
17. Agnes – Release Me 4:13
18. Outkast – Hey Ya 3:56

P.S.: caro corredor/leitor, este é um post voltado a uma dica cultural ligada ao nosso esporte, não um incentivo à pirataria. Por favor deixe seu comentário referente ao assunto, não adianta pedir para que eu envie “cópias” em MP3, pois mesmo que eu as tivesse, seria algo ilegal. Sorry...



segunda-feira, 7 de maio de 2012

Travessia Netuno: homem ao mar... e no pódio?!

Eu até tentei espremer o calendário do mês, mas não teve jeito: nenhuma corrida interessante, apesar de eu estar resolvendo sobre uma meia maratona. O jeito então foi arranjar outros eventos, e novamente lá fui para a água, só que desta vez o campo de batalha foi o mar, nada parecido com as águas abrigadas da represa como eu descrevi no post sobre a Travessia Guarapiranga. E para completar, um inesperado, inusitado, improvável e sei lá se merecido, pódio.

A 4ª edição do Circuito Netuno de Travessias, 2ª etapa, organizada pela YPS Eventos aconteceu neste último domingo em Santos, litoral sul de São Paulo, próximo ao Aquário Municipal. Viagem rápida, menos de 1 hora, já que nesta época do ano as temperaturas da água não são convidativas para os banhistas de temporada. Semana muito fria na capital, quedas bruscas de temperatura e tempo nublado, garantia de nem pinguins visitariam o litoral no final de semana. Mas para surpresa geral, o sol apareceu já no caminho. Apesar de não esquentar muita coisa, o tempo estável e agradável providenciou um mar calmo, uma “piscina” como alguns teimam em caracterizá-lo, mas só quem já experimentou umas braçadas em águas abertas sabe que a coisa é bem diferente. Tem gente que esquece que no oceano não existem azulejos no fundo ou bordas para ficar conversando, como muita gente insiste em fazer nas piscinas do SESC (eu não entendo, tanto lugar melhor para bater papo e o povo vai para lá só para atrapalhar o treino de quem está nadando!)

Retirei o kit composto de touca, chip de tornozelo (é, nadador também marca tempo) e medalha... peraí, medalha antes
da prova? Tá parecendo aquele evento de circo que acontece no último dia do ano, onde entregam o prêmio antes do final! Vou explicar: a organização deixou claro que somente receberiam medalhas os que fizessem inscrição até 10 dias antes do evento, pois não trabalhariam com sobras de medalhas. Portanto, e de forma justa, tinham controle dos que cumpriram o prazo e já entregavam o item antes da prova. Tudo bem, enfiei a danada na mochila e nem olhei, se eu não completar esta coisa, devolvo na barraca da organização, não sei ficar com a glória do que não me é de direito.

De todas as baterias, a minha era a última. Eu estava lá não para competir, e sim para testar uma nova roupa de borracha (neoprene, na verdade) específica para triathlon e eventos deste tipo. Esta categoria não tinha escolha, teria que nadar 1.500 metros, ao contrários dos demais, que poderiam escolher esta distância ou750 metros. No momento do posicionamento da bateria, que largou com outras categorias dado o número reduzido de atletas “emborrachados”, o organizador anunciava no megafone “3 minutos para largada”, “2 minutos”, “1 minuto”, “30 segundos” daí rolou uma
bronca para os que estavam queimando a faixa de largada e finalmente a sirene (melhor que buzina, diga-se) liberando o pessoal para a água.

Você já tentou correr coberto dos pés ao pescoço com uma camada de 1,5 mm de borracha? Pois é, eu não saia do lugar e resolvi optar pelo passo rápido, ficando para trás. Ainda parei no início da maré e ajustei o chip no tornozelo, deixando o pessoal dar as primeiras braçadas em direção à boia número 1. Entrei na água e lá vem o que eu chamo de “splash panic”, ou seja, dá um medo danado e uma sensação de terror absurda enfrentar algo daquele tipo. Nadei um pouco com a cabeça para fora d’água, o que gera um arrasto danado e engatei o nado crawl no melhor estilo aulinha de natação. Afinal o investimento valeu, a roupa faz flutuar direitinho, agora é só braço e perna!

De vez em quando você precisa olhar para a frente e procurar as boias, ou aquelas cabeças de touca azul pelo menos, para não ir parar em outro continente nadando da direção errada. Explicando: em uma travessia você contorna
boias, neste caso, passando pelas 3 primeiras no ombro direito e a última no ombro esquerdo, garantido que ninguém corta caminho. O primeiro trecho foi fácil, o segundo longo, o terceiro moleza, já que a correnteza ajudava e o quarto um parto, pois entre as boias 3 e 4 você precisa controlar a arrebentação do mar e é terrível alinhar o tempo todo. E o quinto trecho é curto e uma visão sensacional, toda vez que você olha para a frente o pórtico de chegada está mais próximo e aí é só correr até o tapete de chegada. Total da brincadeira: 1.500 metros em 38 minutos no mar, nada mal dado o último fracasso que tive no reino de Netuno em um Biathlon (agora chamado de Aquathlon).

E para minha surpresa, na categoria dos que usavam roupa de borracha, fiquei em 5º (quinto) lugar de um total de... 5 (cinco) competidores masculinos. Pode rir à vontade, eu também achei divertido, mas fiquei lá para o meu primeiro e provavelmente único pódio na vida esportiva. Gostei do troféu e mais ainda da camiseta, que só era distribuída para quem ia para o pódio, onde nas costas está escrito “Competidor”. Aquele povinho da academia vai morrer de inveja...


Gostei da organização da YPS, da prova e mais ainda da surpresa ao final. Fica a conselho de sempre: se enjoar um pouco das corridas, faça algo diferente, você vai se divertir à beça e usar o seu condicionamento em outro esporte (e talvez pegue um pódio também, quem sabe).