quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Ironman 70.3 - preparativos, natação e T1

Continuando a saga, mais um capítulo, com a primeira parte da competição...

Todo o material que o triatleta vai usar na prova deve ser devidamente entregue no dia anterior ao evento na primeira área de transição, conhecida como “T1”, dividido nas sacolas coloridas fornecidas pela organização, inclusive com a entrada da bicicleta no local apropriado. No final da tarde de sexta-feira um céu um pouco nublado e com fortes ventos já se formava, e por sorte encontrei uma senhora que vendia capas de bicicleta à R$ 5,00 ao lado da T1.
Quanto ao resto, apesar de garantido o acesso às sacolas no dia da prova, não é ideal deixar para arrumá-las antes da largada, apenas a checagem final e inclusão de um ou outro item, preferencialmente comestível.

No grande dia, o clima não é tenso na arena, afinal estamos no Brasil e aqui as pessoas fazem amigos instantaneamente, então sempre tem alguém puxando assunto com você. O staff do organizador é extremamente educado e prestativo, sem deixar virar bagunça, e constantemente são anunciados os principais comunicados da prova no sistema de som.
Como a largada seria pontualmente às 09:30 horas, os atletas tem até 09:15 para fazer um pequeno aquecimento na água, depois deverão estar posicionados atrás da faixa na areia.

Eu devia estar com a maior cara de assustado, mas não era o único. Um atleta de Curitiba começou a conversar comigo pelo mesmo motivo: estávamos próximos a entrar em pânico antes da largada. Se alguém perguntasse “Está nervoso?” eu diria “Sim”... “É a primeira vez?” acho que responderia “Não, já fiquei nervoso antes!”

Mas em um Ironman, era sim a primeira vez.

E então, a buzina toca...

Pior que despertador quando você acorda atrasado, o negócio te direciona para a ação. O dia de sol prometia altas temperaturas, mas a água permanecia no gelo de sempre. Por sorte não estava agitada, apenas com uma arrebentação forte, mas a própria organização do evento deu a dica no sistema de som, informando que seria melhor se os atletas enfrentassem as ondas por baixo para não perder óculos e toucas e ao final “pegassem um jacaré” nas ondas.

Como eu não sou tão rápido assim na água e não estava afim de levar bordoadas e patadas, deixei o pessoal sair em disparada e fiquei mais para trás, estratégia usado por outros competidores também. O contorno em forma de “Y” do percurso exigia que o atleta passasse por um funil de 50 metros posicionado 300 metros a partir da areia e embicasse em outro trecho de 300 metros em direção à segunda boia. Espaço suficiente para todos, ninguém por perto, fui nadando no meu ritmo. Sabendo que o tempo de corte para esta etapa era 1 hora e 15 minutos, se passasse pela segunda boia com 20 minutos estaria ótimo, mas quando olhei no relógio, vi que só havia levado 13 minutos no trecho. Força total em direção à terceira boia, distante 600 metros, o trecho mais longo, que eu deveria chegar com 40 minutos de prova, mas dada a vantagem, passei com 31 minutos. O trecho seguinte, de 400 metros foi cansativo e eu errei um pouco a navegação, sendo por sorte direcionado por um dos fiscais de prova que sinalizou que eu iria passar o ponto da quarta boia. E o “jacaré” no final nem foi necessário, assim que senti a areia debaixo dos pés, saí cambaleando para o continente, com o tempo de 53 minutos, coisa que eu nem esperava.

T1

O pessoal do staff ajudou a desgrudar a roupa de borracha, inclusive indicando que deveríamos sentar no chão para que puxassem as pernas do traje. Rápido esguicho de água doce, pegar sacola azul do ciclismo e ir para a área de vestiário. Fui tonto, ainda estava no ritmo da água, acho que não andei em linha reta. Peguei um pequeno frasco de protetor solar e o que já havia percebido no mar se confirmou: a roupa de borracha havia causado um tremendo estrago no atrito com meu pescoço. O líquido só queimou mais ainda a região, mas não tinha jeito. Depois de 8 minutos eu já estava com capacete, manguito, luvas, óculos de sol e sapatilha de ciclismo indo em direção à bike, quase solitária entre as poucas que ainda estavam na área de transição.


E aí vai um vídeo da 3zone muito legal com a largada da prova, eu já assisti umas 20 vezes só para lembrar deste momento inesquecível:



No próximo capítulo, uma estória de terror:
a prova quase acabou para mim na etapa do ciclismo...


terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ironman 70.3: sim, eu concluí a edição 2012!

Antes de mais nada,vamos esclarecer: se fosse para cobrir todos os aspectos que envolvem a participação e obviamente a conclusão de uma prova de triatlhon, dava para escrever um livro. Como eu sei que você não está com tanto tempo assim para ler páginas e mais páginas de detalhes, vou tentar relatar o que for mais interessante da participação em uma prova totalmente diferente do que estamos acostumados nas corridas. É hora de contar um pouco como eu encarei, no último sábado, 25 de Agosto, a prova Ironman 70.3 Brasil 2012. E concluí!

Apesar desta prova ser conhecida como “Meio Ironman”, devido às distâncias serem exatamente a metade da prova mais sonhada pelos triatletas, de “meio” ela não tem nada. O número “70.3” vem do fato de serem 1,2 milhas (1,9 Km) de natação, 56,1 milhas (90 Km) de ciclismo e finalizando em 13,1 milhas (21,1 Km) de corrida. Total de 113 Km a serem percorridos em no máximo 8 horas, sendo que os tempos limite para cada etapa são respectivamente 1 hora e 15 minutos, 5 horas e 8 horas, contados a partir do tiro de largada às 09:30 da manhã. Exceder qualquer um deles significa deixar a arena sem reconhecimento algum, como se você nunca tivesse estado lá.
Para quem vem do mundo das corridas, sabe que no Brasil coloca-se tempo máximo nas provas e ninguém respeita, mas lá a estória é outra, pois trata-se de uma prova que faz parte do campeonato mundial. Jeitinho brasileiro aqui, nem pensar.

Mas aonde eu estava com a cabeça de fazer a inscrição em uma doideira dessas? Perguntei-me isto nos últimos tempos, sem resposta alguma que explicasse o surto de insanidade. A começar pelo local da prova, Balneário de Penha, SC, distante mais de 600 Km de onde moro e tendo que considerar levar bicicleta e mais um arsenal de equipamentos de natação, ciclismo e corrida. Outro ponto a considerar: o preço da inscrição, mais salgado que o próprio mar: US$ 450,00, e como eu fiz a minha antes dos estouros do câmbio, foi só a bagatela de R$ 845,00. Dava para pagar umas 10 ou mais provas de corridas de rua em São Paulo! Ou seja, pagar e não ir é prejuízo na certa, sem possibilidade de reembolso parcial a partir de uma determinada data. Fiz planos, analisei mapas, pesquisei hospedagens e estradas e desci o martelo no cofrinho, ou se preferir, tirei o escorpião do bolso e mergulhei na ideia.

A partir do momento em que você confere seu nome na lista de inscritos, sabe que a casa caiu. Daí para frente foram treinos extensos, muitas vezes com mais de uma modalidade no mesmo dia ou volumes grandes e sequenciais. Para se ter uma noção, recentemente relatei minha participação na Meia Maratona de São Bernardo do Campo, só que naquele mesmo final de semana eu já havia nadado o tal 1,9 Km na piscina na sexta-feira e pedalado 90 Km no sábado antes da corrida de 21,1 Km. Eu sei, triathlon a granel, mas já ajudou a surrar o corpo nas distâncias.


O que mais encarece este esporte são os equipamentos. As águas de Santa Catarina são geladas (não é fria, é gelada mesmo!) então o primeiro passo é adquirir uma boa roupa de borracha. Roupa de mergulho não serve, eu tentei nadar com a minha e foi terrível, o jeito foi partir para uma específica do esporte. Frágil, cara e milimétrica no ajuste, ela se torna essencial para aguentar a temperatura da água e aumentar a flutuabilidade.

E a bike? Este é um assunto à parte, e só posso dizer que a minha não é a ideal. Nos últimos meses modifiquei e adaptei uma bicicleta de estrada, a clássica Caloi 10, que muita gente acha que é para passear. Deu conta do recado, apesar da minha performance na etapa de ciclismo ter sido um pouco sofrível devido a outros fatores, ela encarou o desafio numa boa. Também encarou o olhar de muito imbecil que torceu o nariz ao ver uma bicicleta tão “comum” chegar na área de transição, ao contrário das Cervèlo, Specialized ou Kuotas. Não tem jeito, babaca tem em todo lugar. Sobre corrida, não precisei gastar nada, mas você já imagina porque. Apenas atualizei um dos tênis, mas é o investimento padrão do esporte.

Com medo de esmerilhar a bicicleta em aviões ou ônibus, o jeito foi transportá-la no carro, e dirigir por 600 Km na ida, mais locomoção entre a hospedagem em Balneário Camboriú e Balneário de Penha e voltar para São Paulo. Total, 1.500 Km rodados, mas o carro aguentou, se fosse mais velho eu não teria esta coragem toda.

Então, no dia da prova, quando você olha o seu painel interior onde está escrito “Atividades físicas” e gira a chave às 09:30 da manhã, sabe que a jornada não será nada fácil, mas que vai valer a pena.

Por isto, vou dividir este relato em mais 3 partes, cada uma dedicada à etapa correspondente e as transições.

Ou seja, uma verdadeira saga!

continua em breve...

domingo, 19 de agosto de 2012

Ciclofaixa não é lugar de Corredor de Rua!

Qual é o problema do cidadão fazendo sombra no asfalto na foto aí ao lado? Simples: falta de respeito, o que neste país é cada vez mais comum. Quem vive em São Paulo já deve estar acostumado a dividir as ruas com as bicicletas nos domingos e feriados nacionais entre 07:00 e 16:00 horas, as chamadas Ciclofaixas, espaço reservado e EXCLUSIVO para o lazer não motorizado sobre duas rodas. Mas tem gente que não sabe disso ou propositalmente ignora, consequentemente caminhando, correndo, andando de patins e até de skate motorizado, como eu já testemunhei.

Ora, porque não colocou este post no Ciclovia Digital? Lá seria um ciclista (eu) reclamando de pedestres, aqui é um corredor alertando outros corredores, dá mais impacto e atinge o público alvo. Lá no outro blog eu já dei bronca semelhante (Calçada não é lugar de bicicleta!) por todas as vezes em que eu no papel de pedestre já quase fui atingido por ciclistas irresponsáveis, se é que podem ser chamados de “ciclistas”. Voltando ao assunto da Ciclofaixa, vamos fazer o seguinte esclarecimento, resumido a partir do site Vá de Bike:

Ciclovia: É um espaço segregado para fluxo de bicicletas. Isso significa que há uma separação física isolando os ciclistas dos demais veículos. Essa separação pode ser através de mureta, meio fio, grade, blocos de concreto ou outro tipo de isolamento fixo. A ciclovia é indicada para avenidas e vias expressas, pois protege o ciclista do tráfego rápido e intenso.

Ciclofaixa: É quando há apenas uma faixa pintada no chão, sem separação física de qualquer tipo (inclusive cones ou cavaletes). Pode haver “olhos de gato” ou no máximo os tachões do tipo “tartaruga”, como os que separam as faixas de ônibus. Indicada para vias onde o trânsito motorizado é menos veloz, é muito mais barata que a ciclovia, pois utiliza a estrutura viária existente.


Tá claro ou quer que eu desenhe? Sou péssimo em educação artística, então leia de novo se não entendeu, por favor.

Apesar do site oficial da Ciclofaixa ter trocado o regulamento que dizia algo do tipo “exclusivo para lazer com bicicletas e proibido outras atividades, inclusive esportivas”, para uma versão do tipo “respeite os demais usuários”, acredito que este espaço não deve ser utilizado por qualquer outra forma de locomoção que não seja a bicicleta. Quando se fala de corrida de rua no sentido de treino, pior ainda, pois muitos corredores trafegam no sentido contrário, ouvindo música (o que eu admito, distrai muito) e até mesmo em “fila dupla” para conversar com os companheiros.

Cadê o bom senso de cada um? Basta uma roda aro 26 acertar a perna de um corredor e pronto, o culpado é o ciclista, que pode muito bem ser uma criança que está aproveitando o dia de lazer na rua ao invés de ficar na frente de um videogame ou da internet. Talvez no próximo final de semana não esteja mais lá, e sim enclausurado e com medo de causar novos “acidentes”, sendo que não foi o real culpado.

Conscientização

Corredor, por mais que seja melhor treinar no asfalto ao invés da calçada, tanto no sentido de irregularidades quanto de impacto, respeite o espaço do ciclista. Esta lenta vitória de termos todos os domingos e feriados um espaço onde as pessoas são convidadas a aproveitar o dia, estar com os amigos e família em uma atividade de lazer e principalmente fazer uma atividade física, tem que ser mantida. Se “acidentes” começarem a acontecer, a longo prazo podemos perder este espaço, novamente dando lugar ao carro e ao sedentarismo.

(e sinto muito se você corre nas Ciclofaixas de São Paulo e não gostou da chamada, mas este assunto, utilizando um termo bem técnico, “me emputece”)

domingo, 12 de agosto de 2012

Corrida Centro Histórico: valendo ouro

Por algum motivo, e eu talvez até adivinhe qual, as inscrições da Corpore Corrida Centro Histórico esgoatavam-se rapidamente, mas neste ano foi possível inscrever-se no evento bem próximo da data da prova. Meu palpite pela redução na procura é composto por diversos fatores: preços das inscrições, percursos já manjados e diversos eventos em um único dia ou nas próximas semanas. Mesmo assim esta prova continua sendo única no calendário, passando por diversos pontos (supostamente) turísticos do centro de São Paulo, apesar de outras já percorrerem parte do circuito.

Kit simples, a tradicional camiseta preta de manga comprida e o essencial da corrida, apesar de não ter chip descartável, inclusive com retirada no próprio dia. O acesso era muito fácil, apesar de terem sido disponibilizadas algumas vagas próximas à arena, a maioria dos corredores chegou de Metrô, pois toda a estrutura estava montada entre as estações São Bento e Anhangabaú. Próximo do momento da largada era difícil dizer se além dos atletas existiam mais moradores de rua tentando entender o que acontecia ou “pipocas”, corredores sem inscrição, que já se preparava para entrar nas baias de largada.
Apesar de pontual no horário de início, consegui passar pelo pórtico com mais de 8 minutos de prova, de tanta gente no evento (aproximadamente 7.000 pelos dados da Corpore). Esta é uma daquelas provas onde é altamente aconselhável virar o mostrador do relógio no pulso, pois os encontrões e esbarrões são inevitáveis, e não precisa muito para alguém parar o seu cronômetro acidentalmente.

Sem variações no percurso, um verdadeiro “rolê”, na linguagem paulistana, pelo centro da cidade, passando pelo Viaduto do Chá (no início e no fim), Av. Ipiranga, Av. São João, Praça da República, Viaduto Santa Ifigênia, Pátio do Colégio, Praça da Sé e naturalmente as proximidades da Faculdade de Direito, uma vez que um dos patrocinadores era a OAB.
Um sobe e desce danado, geografia difícil e desafiadora para um prova, mas as quebras de ritmo ocorriam mais pela quantidade de pessoas andando pelo percurso do que pelas subidas propriamente ditas. No total, apertando o passo aonde tinha brechas, consegui fechar os 9 Km em 57:04. O clima favorecia, com sol esquentando lentamente a manhã, mas além dos desvios dos outros corredores, o ar em São Paulo está “irrespirável”, pois não chove há alguns dias e a poluição só aumenta.

Como sempre a organização da Corpore foi bem ativa e não há do que reclamar. Kit com lanche ao final e copo de Gatorade, também patrocinador. Eu não corria esta prova há uns 2 anos, especialmente pelo fato de não conseguir inscrição quando chegava próximo da data, mas valeu a pena voltar ao circuito. Geralmente, quando não tenho coisa melhor para fazer, gosto de passear pelo centro da cidade, pois lá encontra-se quase tudo que consumo normalmente, algumas bugigangas e o melhor são os preços, menos abusivos que nos shoppings.

Bom, neste caso, vamos sugerir para o organizador incluir no próximo ano uma passadinha pela R. 25 de Março...

Um filho teu não foge à luta!

Minha humilde (porém muito bonita) medalha de latão é dedicada aos 3 brasileiros “raçudos” que completaram a Maratona Olímpica no dia de hoje lá em Londres:


5º Marílson Gomes dos Santos – 2h11min10
8º Paulo Roberto de Almeida Paula – 2h12min17
13º Franck Caldeira – 2h13min35

Só quem já correu uma maratona sabe o que se passa na cabeça do corredor naqueles 42.195 metros. Imagine então o que passa quando vale medalha olímpica! Não abandonaram, não ficaram por último, chegaram entre os 15 primeiros e devem ter dado até a última gota de suor para estar ali na frente. Isto merece respeito, do Oiapoque ao Chuí. Para quem gosta de criticar resultado olímpico, aí vai o lema da semana:

VAI LÁ E FAZ MELHOR,
NÃO VI VOCÊ NA TELA DA RECORD!

Parabéns aos heróis, sem medalha, mas com toda a admiração que merecem do nosso povo e em especial dos nossos corredores!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Meia de São Bernardo do Campo: só os fortes sobrevivem!

Sabe aqueles dias em que nada dá certo? Bem, não foi este o caso, apenas algumas coisas não saíram como planejado, e isto faz parte de um percurso de 21 Km, especialmente cheio de altos e baixos como o da 10a. Meia Maratona de São Bernardo do Campo deste último domingo. Percurso que eu já conheço e adoro, repleto de subidas, descidas, trecho correndo ao lado dos carros e caminhões na rodovia, e o melhor de tudo, organizada pela Corpore. Preço módico, R$ 50,00, dificilmente você encontra um evento desta distância neste valor.

Como São Bernardo do Campo é município vizinho de São Paulo, porém do outro lado da cidade, o jeito foi sair muito cedo para dar tempo de retirar o kit. Este ponto é essencial para quem não mora na região, eu mesmo não atravessaria esta distância toda na véspera só para retirar camiseta, número e chip (convencional, não descartável) e voltar no dia seguinte para correr. Em uma pesquisa de satisfação da Corpore, enviada por e-mail nesta segunda, destaquei que este item poderia se estender a outras provas, pois é irritante ter que se deslocar só para retirar o básico para corrida. Sem contar quando alguns organizadores mudam o local de entrega...

A concentração ocorreu no Ginásio Municipal, onde tive a oportunidade de encontrar os colegas Alessandro (Correndo Que Me Entendo), Ivana (No Mundo das Lulus) e Claudio Dundes (Cia. Ex-Sedentario) entre outros antes da largada. Outros pontos de excelente organização: estacionamento, guarda-volumes, entrega de kits e principalmente a largada em ondas, separadas por intervalos de 5 minutos a partir de 08:15. Sim, um horário um pouco tarde para uma meia maratona, mas o clima ajudou e até um ventinho frio bateu em alguns pontos, colaborando com a performance. Corredores de 5 Km e caminhantes largavam depois, mas eu continuo defendendo que caminhantes devem largar depois de TODOS os corredores.

O percurso é composto de grandes retas por avenidas e algumas ruas estreitas, onde o pessoal da região sai para prestigiar os atletas. Que bom, pois no caso dos trechos com trânsito interditado, muita cara feia nos aguardava. Acompanhei a colega Ivana até o Km 13, e vou lançar aqui a campanha: vamos elegê-la vereadora, ela conhece todo mundo pelo caminho! Ivana, eu voto em você se liberar mais verba para corridas de rua!

Mas apesar da divertida companhia até este ponto, em um ritmo muito bom de 06:30 por Km, o pneu furou. Não foi tênis não, e sim uma dor chata que vai e vem no meu pé. O problema que atacou de uma hora para outra e eu nem tive tempo de avisá-la que ia diminuir o ritmo, simplesmente cortei a velocidade e trotei por algum tempo, o suficiente para perdê-la de vista. Para ter uma ideia, no dia anterior sai para pedalar, coisa básica, 90 Km e a dor aconteceu com sapatilha também. Lá vou eu para o médico de novo, mas não agora.

No Km 15, já recomposto, acelerei e descobri outro problema: de novo, mais uma vez, novamente... mamilos sangrando! Caramba, eu coloquei Band Aid e esparadrapo antes de sair e o negócio não aguentou o suor. E com o atrito, lá se vai a mesma camiseta toda manchada de sangue. Ao final parecia que eu havia amamentado um vampiro... Estas coisas te desestabilizam mentalmente, mas eu não paro em prova, só se a situação estiver feia. Mais ritmo perdido e mais um pouco de dor no pé mais a frente.

Cruzei o pórtico com 02:25:07 (líquido), meu normal nesta distância, não o melhor nem o pior tempo, apenas o de sempre. E lá vem o terceiro problema: um resfriado que não deu sossego nos dias anteriores virou uma crise de tosse logo após a chegada. Contundido, sangrando, resfriado e massacrado pelo exercício do dia anterior. Mas completei mais uma meia maratona, quero ver quem se mete a besta de dizer que foi pouco!

A medalha não é das mais bonitas contudo a crítica maior é a mesma do ano anterior: igual para todo mundo, não desmerecendo que fez as outras modalidades, mas poderia ter uma indicação de distância.

Agora, utilidade pública: divulgue aos seus amigos que pretendem correr esta prova no próximo ano o fato do estacionamento do ginásio ser gratuito e ter muitas vagas. A foto ao lado, por exemplo, é oficial do trânsito do local, ou seja, só não chega quem não quer. Vi gente deixando carro na rua e sendo extorquido por flanelinhas e estacionamentos clandestinos que chegavam ao absurdo de cobrar R$ 30,00 por veículo. Informação é a melhor forma de deixar esta gente sem “emprego” nestes dias.

Mais uma missão cumprida, minha distância predileta mais uma vez completada!