segunda-feira, 22 de junho de 2009

Running Brave

Mais uma semana estressante, sem tempo para nada, mas todo final de semestre é isto mesmo. Então, o jeito é ver um filme de corrida, já que não dá tempo nem de calçar o tênis...

Sem título em português, Running Brave (EUA, 1983) é um daqueles filmes que passou batido aqui no Brasil, especialmente por ser uma produção modesta e dirigida ao público de esportes e corrida.

Conta a estória verídica do índio sioux Billy Mills, que após lutar contra o preconceito e o racismo nos EUA na década de 60 consegue chegar ao topo de sua carreira vencendo os 10.000 metros nas Olímpiadas de Tokyo em 1964. Mills teve uma infância complicada, perdeu a mãe quando criança e viu seu pai percorrer os ringues de boxe clandestino para levantar dinheiro para o sustento da família. Também perdeu o pai ainda cedo e passou a ver no esporte uma forma de vencer a vida dura que levava. Correndo pelas pradarias do interior dos EUA foi descoberto e ganhou uma bolsa na Universidade do Kansas, início de sua vida no esporte para valer.

Na minha opinião, o filme não é tão empolgante quanto outros de corrida sobre temas semelhantes (como "Prefontaine", por exemplo), pois mostra bastante da vida conturbada de Mills e pouco de suas competições e treinamentos. O final fica interessante ao mostrar a prova dos 10.000 metros na Olimpíada de Tokyo, porém se o leitor quiser realmente assistir na íntegra, terá que importar via Amazon.com ou Preçomania (já avisando, pode ficar caro...).

Se quiser conferir um pouco, há o vídeo no YouTube:



Lá você também poderá conferir a cena da transmissão da Olimpíada e imaginar como foi emociante ver um final de prova como aquele.

Bom divertimento!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Corrida Corpore Centro Histórico: novo nome, mesma diversão

Estão abertas as inscrições da XIV Corrida Centro Histórico, organizada pela Corpore. Este é um dos poucos circuitos aqui em São Paulo que não utilizam a região do Ibirapuera, USP ou Autódromo de Interlagos, e por este motivo costuma esgotar suas inscrições muito rapidamente. Também pelo fato de ocorrer na região central, onde as ruas e avenidas não são tão largas, a prova comporta no máximo uns 8 mil inscritos, o que colabora para aumentar a procura.

Neste ano o nome da corrida mudou para "Sindicato dos Bancários", ao contrário do tradicional patrocinador "Bovespa" como ocorreu nos anos anteriores. A prova passa por diversos pontos do centro de São Paulo, como os Viadutos Chá e Santa Ifigênia, Mosteiro de São Bento e Teatro Municipal e Avenidas Ipiranga e São João, ou seja, locais que durante a semana refletem a "correria" do paulistano.

De qualquer forma, não importando o patrocinador ou o nome do evento, esta é uma corrida muito legal, com perfil altimétrico cheio de subidas e descidas, além de muitos trechos que também são parte da São Silvestre (só uma "pontinha" da Av. Brigadeiro Luis Antônio, para os mais animados...).

Não deixe sua inscrição para ultima hora!

domingo, 14 de junho de 2009

Circuito SEME: fui pipocar...

Detesto pipocar em provas, como já disse várias vezes aqui no blog. Mas ainda p... da vida com esta estória de não ter conseguido a inscrição (gratuita) para o Circuito SEME da Prefeitura de São Paulo, fui sem número de peito e chip mesmo.

Na mais absoluta preguiça de andar, saí de carro às 07:20 e cheguei ao evento às 07:24 (viu como era perto? por isto a minha revolta...). Dava para ir a pé, mas como não ia poder usar o guarda-volumes por falta da inscrição, precisava deixar a roupa seca em algum lugar, pois a temperatura estava próxima dos 10 graus e a volta ia ser desagradável.

Realmente é uma pena esta falta de vergonha de liberar apenas 1.000 vagas, se é que este é o número real. Vi muita gente animada com a possibilidade de participar deste tipo de evento (alguns vizinhos do meu prédio, inclusive), mas também vi muitos (muitos mesmo!) envelopes de chips ainda não entregues faltando 5 minutos para a largada. Constatou-se o que eu imaginava: muita gente se inscreve e, por ser de graça, não comparece ao evento, prejudicando quem realmente está a fim de correr.

O percurso consistia de duas voltas de 2,5 Km na região do bairro Jd. São Paulo, o qual possui subidas bem desanimadoras para quem não treina. O evento pareceu bem organizado, exceto por este problema da inscrição. Ora, só o que eu recolho de impostos para a Prefeitura quando emito nota fiscal de prestação de serviços já paga muita inscrição de prova, acredite! E mesmo assim, tenho que "pipocar" para participar do evento...

Na saída, uma surpresa: passei pela chegada e como não havia área de escape, fui "tragado" pela fila de devolução de chip. Um funcionário organizador, mesmo vendo nitidamente que eu não estava com número de peito e chip na mão, ofereceu-me uma medalha, um torrone e ainda me deu os parabéns. Se fosse uma prova paga, não aceitaria, mas lembrei dos envelopes com chips que estavam lá no início da prova, então resolvi aceitar. Ponto positivo para a organização, que teve o discernimento de premiar quem participou de verdade do evento.

Espero que os próximos sejam mais bem organizados e que todos possam participar, incentivando a prática esportiva, como eu pude constatar hoje ao longo do percurso.

Bons treinos!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Circuito SEME: a resposta...

Pois bem, descontente com a situação de ter uma corrida gratuita aqui ao lado de casa (só 5 minutos de Metrô e eu estaria na largada!) e não ter conseguido me inscrever, resolvi deixar um recado no site da Secretaria Municipal de Esportes:

"Tenho acompanhado o Circuito SEME de Corridas de Rua e sempre que tento realizar a inscrição, as mesmas já estão esgotadas. Para o próximo evento, a ser realizado em 14/06, em um dia a inscrição não estava disponível e nooutro já havia se esgotado. Qual o critério para inscrever os atletas? Souc orredor de rua há 3 anos e poucas provas esgotam suas inscrições, especiamente as que ocorrem em regiões periféricas da cidade. Registro aqui minha indignação com a realzação destes eventos, que deveriam servir para a inclusão do esporte na vida do paulistano e que beneficiam apenas alguns."

A resposta veio prontamente nesta última segunda feira, o que demonstra que pelo menos o atendimento ao cidadão é de excelente qualidade:

"Claudio para este projeto temos 1000 vagas para corredores e caminhantes,que são abertas 15 dias antes das provas (segunda feira) por volta das 14hs. A procura é muito grande por isso fique atento para este item; Hoje 'as 14hs será abeta para a etapa de Perus", enviada pela Sra. Solange Menzel.

As inscrições para a etapa de Perus ainda estão abertas (pelo menos estavam há 5 minutos atrás), porém aí já é um pouco distante para mim.

Teremos novas corridas na região e eu tentarei novamente participar. De qualquer forma, 1.000 corredores em São Paulo é um número muito pequeno. A Secretaria Municipal de Esportes deveria ter dimensionado estes eventos observando as expressivas participações que temos nas provas daqui.

Bom feriado e boas passadas!

domingo, 7 de junho de 2009

Quer correr de graça nas provas da Prefeitura de São Paulo? Pergunte-me como...

...e eu também não vou saber responder!

O fato é o seguinte: eu e vários blogueiros noticiamos há alguns meses o Circuito de Corridas de Rua da Prefeitura de São Pauo, onde as provas são gratuitas, apenas com inscrições simbólicas na forma de doações de alimentos.

Como uma destas corridas irá acontecer no dia 14/06 próximo de onde moro (Zona Norte de SP) e já sabendo que as inscrições acabam rápido, deixei um link no meu browser preparado para já cair na página do Ativo que faz a inscrição. A cada 2 ou 3 dias eu verificava se as inscrições já estavam disponíveis, e para minha surpresa, de um dia para o outro (isto mesmo) simplesmente estavam esgotadas.

Então, alguém por favor pode me explicar qual o sentido de "inclusão" que está sendo dado ao esporte neste sentido? Afinal, o objetivo era promover a corrida de rua nos bairros periféricos da cidade e esta já é a terceira ou quarta vez que eu fico a ver navios e não consigo fazer a inscrição a tempo.

Realmente, uma pena. Não só pela possibilidade de participar de uma prova diferente, perto de casa, gratuita, mas para ajudar a divulgar este nosso esporte tão querido. Mais uma vez, temos uma clara noção que estas corridas são eventos "fechados", onde apenas alguns são privilegiados.

Bons treinos!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Maratona SP 2009: eu fui!

O Besouro

Pelas leis da aerodinâmica, a relação entre o peso, o tamanho da asa e o comprimento do corpo tornam o vôo do besouro algo impraticável. No entanto, o inseto, ignorando essas verdades científicas, atira-se para frente e voa do mesmo jeito.

Eu tive bronquite na infância e usei bota ortopédica até 12 anos de idade. Já pesei 93 Kg e perdi 10 deles correndo. Daí, vi muitas ressonâncias e radiografias com lesões e outros estragos. Machuquei tíbia, joelho, metatarsos e outras partes que nunca havia ouvido falar. Mesmo assim, ontem, após 05:17:39 eu completei uma Maratona, 42.195 m de asfalto na cidade de São Paulo.


Todo mundo fala e ontem eu comprovei: a sensação de terminar uma Maratona é indescritível! Para começar, dói tudo, até os fios de cabelo. Mas quando o Dorflex e a bolsa de gelo começam a fazer efeito, vem a verdadeira sensação de ter realizado algo incrível, por mais difícil que tenha sido. É algo que não podem tirar de você, não é tangível, é uma conquista que vai realmente, ecoar pela eternidade (pelo menos na minha) como eu disse no outro post.

A prova

O charme de largar da Ponte Estaiada após o tiro de canhão é fantástico, a estrutura é impressionante, e não temos como ver a grandiosidade da obra quando passamos apressados de carro pela Marginal Pinheiros. E aí começam os problemas: o rio Pinheiros tem um mal cheiro danado! Outros pontos também fazem o estômago do corredor revirar: a raia olímpica da USP, a Av. Politécnica (com empresas que eu não vou citar aqui) e os túneis impregnados de combustíveis queimados. Acho que este é um ponto negativo da Maratona de São Paulo: largamos de um cartão postal e depois, apesar de passar por outros como Parque Villa Lobos, USP e terminar no Ibirapuera, temos que respirar um pouco dos cheiros estranhos da cidade.

A monotonia do vai-e-volta dentro da USP, por uns 15 Km também desanima bastante. Isto contribuiu para que eu andasse, achei esta parte da prova pouco estimulante e visualmente cansativa.

A Yescom tem lá seus problemas de organização e logística confusa, especialmente na questão ônibus/deslocamento para largada, porém a distribuição de água foi fantástica. Apesar de não estar um dia tão quente, a cada 3 Km havia um posto de hidratação com água gelada. Tivemos também 2 postos de Gatorade e um de gel, além da grata surpresa de frutas no Km 35 (que benção, o estômago já estava vazio!).

Desempenho

Eu não sei controlar ritmo, não consigo ir mais rápido quando preciso e mais lento quando é necessário. Ou seja, estava no meu ritmo de prova de 10 Km, o que fez com que andasse em alguns trechos entre os Kms 22 e 32. Eu já sabia que o ritmo ia cair, mas o cansaço bateu muito forte. O gel de carboidrato no Km 30 e o Gatorade no 32 ajudaram muito, e eu voltei a correr normalmente daí para a frente. OK, a trilha sonora do Rocky no meu MP3 player ajudou...

Nos meus cálculos terminaria próximo de 5 horas, mas estes 17 minutos a mais não tem importância, o legal for concluir a prova.

Crítica

Realmente o horário de largada é um incoveniente, causado neste caso única e exclusivamente pela ganância de patrocínio da Rede Globo. Lá pelas 13:45, quando a transmissão da Maratona já havia dado lugar à péssima programação de domingo, corredores passavam mal na Av. Juscelino Kubitschek debaixo do sol forte. O trânsito na Zona Sul estava um caos, e dava pena do paulistano que estava saindo para almoçar e curtir o domingo e que ficou preso em mais um congestionamento, devido às ruas interditadas.

Sem contar a mentira de que tínhamos 15.000 inscritos na Maratona, como estava sendo anunciado o tempo todo. Na verdade, foram apenas 2.700 para os 42 Km, o restante dividido entre as provas de 10 e 25 Km, segundo o blog do site Webrun.

Até quando vamos nos sujeitar a isto?

Conclusão

Eu adorei ter participado, e ao contrário do que todo mundo pensa, estou inteiro hoje. Algumas dores nas pernas, mas é só. É claro que não dá para fazer uma destas por mês, mas dependendo do lugar, eu até encaro outra.

Agradeço aos que me apoiaram nesta maluquice, pessoalmente ou através do blog. Sem vocês, não seria possível mais esta vitória.

Boas passadas!