segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O dia em que a CET e a Prefeitura de São Paulo estragaram uma corrida de rua

Dizem que “Notícia ruim anda depressa”, mas no caso deste post, foi melhor segurar o ritmo e não sair escrevendo qualquer coisa. Tenho 2 motivos para isso:

1) Não queria rechear o texto com os palavrões e imprecações que verbalizei contra os responsáveis, o que, digamos, seria indecoroso e poderia me colocar em uma situação desfavorável judicialmente (resumindo, provavelmente seria processado)

2) Aguardei por uma resposta dos órgãos envolvidos por vários dias após ter enviado minha reclamação por e-mail. A mesma nunca foi respondida.

Então vamos explicar o que aconteceu, pelo menos até onde eu tenho informações, com a corrida Correr e Caminhar – Etapa Sé, que deveria ter acontecido no último dia 08/02/2015, mas que foi cancelada pelos órgãos públicos.

As corridas deste circuito são bem organizadas e gratuitas (Mercedez-Benz, Jardim Botânico, etc.), sempre com inscrições concorridas e muita gente de fora por não conseguir acessar o site, que neste ano chegou a travar com tantos acessos simultâneos. Consegui milagrosamente fazer minha inscrição, então apenas aguardei o dia de retirada do kit, véspera da prova, na região do Vale
do Anhangabaú, centro de São Paulo.

Chegando lá próximo do horário do almoço, os corredores se deparavam com o mural da lista de inscritos com o seguinte comunicado
(enviado posteriormente por e-mail):

"Correr e Caminhar para Viver Bem - Cancelamento!

São Paulo, 07 de fevereiro de 2015 – A organização do evento “Correr e Caminhar Para Viver Bem”, etapa Centro Histórico da Sé/SP, informa que a prova que seria realizada neste domingo (08) foi adiada por ordem da Companhia de Engenharia e Tráfego (CET) de São Paulo.

A CET comunicou a decisão por e-mail no dia 06 de fevereiro (sexta-feira), às 18h01. O evento já estava preparado, com percursos demarcados, arena montada, troféus, kits e medalhas prontas. Até às 9h45 do dia 07 de fevereiro (sábado), a organização do evento tentou de todas as formas reverter essa situação junto à CET, SEL/SEGUR (emissor de alvará) e Subprefeitura da Sé, co-realizadora do evento, mas não obtivemos retorno positivo.

Como organizadores, estamos consternados com essa postura e lamentamos profundamente a decisão que nos foi imposta. Pedimos desculpas pelo transtorno e pela informação em cima da hora, mas não poderemos realizar a prova por medidas de segurança. Estaremos no local do evento no dia 07 de fevereiro (sábado), até às 17h30, para prestar todo esclarecimento.

Os atletas inscritos para essa prova terão suas inscrições automaticamente transferidas para a nova data que ainda será confirmada a todos por e-mail.

Para outras informações entre em contato pelo telefone (19) 3731.3488, de segunda à sexta, das 9h às 17h."


Ao redor da estrutura desmontada, alguns integrantes da organização Rede Acesso davam explicações aos corredores, justificando o ocorrido. Veja nesta situação a integridade do organizador, dando “a cara para bater” e provavelmente ouvindo insultos dos menos providos de inteligência. Poucas empresas fazem isto, e o organizador está de parabéns pelo seu comprometimento com os corredors.

Explicações dadas, vamos à minha análise da situação:

- Corrida gratuita não dá para “morder” taxas elevadas, que os órgãos públicos estão bem acostumados a fazer, especialmente em São Paulo, capital.

- Não tem grandes nomes envolvidos no patrocínio ou rede de TV? Menos mal, não vai sobrar para a administração pública se entender com peixes grandes.

- Alegaram que diversos blocos de carnaval iriam invadir a cidade no mesmo dia. Blocos de carnaval, 07:00 da manhã? Tenha santa paciência. Os únicos “blocos” são
estes aí da foto, aliás tem todo dia na região: drogados e vagabundos empesteando o centro da cidade, com o poder público conivente com sua existência e atos ilícitos, sem contar o número de furtos crescente na região.

Duvida? Leia esta matéria:

Em vez de recuperar viciado, prefeitura blinda delinquência na cracolândia

E sobre o estrago causado pelos blocos, aí vai uma amostra:

No blocos, mijões transformam muros e calçadas em banheiro ao ar livre

Conversando com o organizador, descobrimos que o prejuízo seria grande, pois foram comprados copos de água, frutas e alugados banheiros químicos. O grupo que calmamente conversava com o organizador foi unânime em sugerir que os órgãos públicos deveriam ser processados por perdas financeiras e danos à imagem.

Para encerrar, no dia seguinte ao que seria a corrida, recebi o IPTU de meu apartamento, que teve um aumento absurdo desde o ano anterior.

Resumindo, é pra isso que foi descrito acima que eu e você pagamos imposto. Mas tudo bem, os nomes dos atuais gestores estão anotados aqui e serão lembrados nas próximas eleições.