sábado, 31 de dezembro de 2016

2016 corrido

Dê uma boa olhada no quadro de medalhas de 2016, aí ao lado. É bem provável que em 2017 ele seja bem menor. Crise? Em parte, afinal, o preço das provas está mais salgado que o suor que deixamos nas ruas, porém eu tenho outros objetivos de provas para o próximo ano e vou ter que limitar (ainda mais) o orçamento para determinados tipos de evento. Já fiz uma prévia das provas que pretendo participar no primeiro e até no segundo semestre, e mesmo com um calendário apertado ainda estou à espera do bom senso dos organizadores em oferecer preços melhores em alguns lotes, caso contrário o jeito é ficar com as ruas perto de casa para correr. Só para esclarecer, eu não sou a favor de “pipocar” em corridas só porque “a rua é pública”. Não, a rua não é pública, ela é da Prefeitura, que cobra alvará do organizador, e este repassa para o público na forma de inscrição, além de todas as despesas logísticas da realização dos eventos e seu lucro, afinal são empresas sérias que organizam as corridas.

O ano de 2016 foi difícil para todo mundo, e eu não sou exceção. Quanto às corridas, tive alguns dessabores, e qualquer dia pode ser que eu te conte aqui, por enquanto basta que você saiba que 2016 não merece retrospectivas, e sim análise, para que pelo menos fique a impressão de que o remédio foi amargo mas fez efeito. Não tenho do que reclamar, praticamente todos os eventos representados aí na foto foram muito bem organizados, deixo aqui meus sinceros parabéns aos organizadores, e porque não, aos corredores que fizeram de cada um deles um sucesso.


Já a foto acima não é uma sessão de exibicionismo da minha parte, mas sim um compartilhamento da melhor lição que tive neste ano: maratona não é brincadeira, não é oba-oba, prova longa para ficar fazendo selfies e confraternizando. É coisa séria, o impacto no corpo não é pequeno, e por isso mesmo é necessário aprender a aguentar o tranco da melhor forma possível. Sim, consegui tempos muito melhores nestas provas do que todas as 14 anteriores que fiz na distância de 42 Km (estou excluindo a do Ironman 2014, pela característica da competição), mas mesmo assim o que foi melhor absorvido não foram os “prints de telas” dos resultados, mas sim a experiência de gerenciar os diversos momentos das provas de maratona. Claro, nada digno de constar nos recordes mundiais, mas a corrida é um esporte individual, assim como os resultados, e estou satisfeito com o resultado final deste ano apesar das dificuldades.

Tem mais pela frente, aos poucos eu te conto.

Obrigado por acompanhar o blog no ano que passou, um excelente 2017 a todos os corredores, organizadores e envolvidos com nosso esporte predileto!

(O blogueiro humildemente pede desculpas pelos posts atrasados, mas as atividades do cotidiano falaram mais alto em alguns momentos. )

E 2016 termina (finalmente!) na tradicional Corrida Sargento Gonzaguinha

Apedrejar 2016 está na moda na última semana, então vamos fazê-lo nas corridas também, afinal, nem na nossa diversão predileta as coisas foram fáceis no ano que passou. Antes de fazer uma retrospectiva, vou contar um pouquinho sobre a já conhecida Corrida Sargento Gonzaguinha no último dia 11/12, que tem a chancela da Polícia Militar do Estado de São Paulo e é organizada pela Parreiras Sports, mantendo sua tradição de prova boa para correr, percurso plano, inscrição acessível e kit com somente o que interessa (e nem por isso menos bem preparado).

Kit entregue na véspera no próprio local de largada na área do guarda-volumes, simples, composto somente por uma boa camiseta e número de peito, mas com muita agilidade do staff, membros da
própria PM e alunos da escola. Enquanto isso, uma corrida mirim acontecia na pista de atletismo, com baterias divididas por faixa etária, botando os pequeninos para suar as camisetas. E de quebra, ver de perto equipamentos da Polícia Militar, como o helicóptero Águia e até um veículo de transporte do Batalhão de Choque. Marmanjos também não desgrudavam destas atrações.


Largando da Escola de Educação Física da PM, o percurso não sofreu grandes alterações nos últimos anos, acontecendo nas ruas da Zona Norte da cidade e passando pelas pistas laterais da Marginal Tietê, para desespero dos motoristas que logo cedo buscavam chegar à região central para as compras de final de ano. Gancho para a postagem sobre a Maratona de Curitiba: em nenhum momento eu considero o paulistano melhor que o curitibano ou vice-versa, mas sejamos justos, não vi ninguém estressado no trânsito aqui como estava lá durante a corrida, e olha que o transtorno causado pela lentidão nas marginais é sufocante para qualquer um.


Após um ano muito duro nas corridas, por motivos que nem interessam aqui (e que talvez eu te conte algum dia), larguei bem posicionado e coloquei um pouco de ritmo forte para os meus padrões, é claro, como havia sido nas últimas provas de curta distância. Dos 15 Km do percurso, resolvi testar uma tática que havia lido recentemente em uma matéria referente ao ritmo de provas longas, afinal, estava ali apenas para curtir a última corrida do ano: fui em um ritmo acima do meu normal nos primeiros 10 Km e depois diminui nos últimos 5 Km, propositalmente para simular o desgaste
de um trecho mais longo, e para aproveitar que o dia começava a ficar abafado.

Terminei o percurso com um novo recorde pessoal nesta prova, 01:24:01, e nem esperava por isso, pois como disse, era só para testar a estratégia (do Francês “stratégie”, entende?). O kit pós-prova é sempre recheado com 2 lanches, suco, água e um bolinho doce, nada mal para uma corrida muito bem organizada e que custou abaixo dos valores atuais das inscrições, R$ 70,00. Ainda aproveitei um incentivo dado pela Federação Paulista de Atletismo, que patrocinou 50% do valor para os associados ao programa Sócio Corredor.


E assim termina 2016, não vou fazer “melhores momentos” do ano, apesar de terem existido. Também não vai ter “to be continued...” mas sim “to be finished”, mas esta, como já falei, é outra estória.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Onze anos correndo e só agora eu fui em uma prova Track & Field!

Tem coisas que realmente não tem explicação. E a “explicação” aí do título é uma delas, ou seja, como é que uma pessoa que já está na casa das 230 medalhas de corrida (sim, eu conto) nunca cruzou com uma prova do maior circuito que temos no país, em diversas cidades? E com certeza seria mais um ano sem participar, não fosse pela cortesia cedida pela Federação Paulista de Atletismo através do Programa Sócio Corredor, que lá atrás em um evento de pista (veja aqui) nos presenteou com uma inscrição para duas etapas então disponíveis, Villa Lobos e Center Norte. Por morar mais perto do segundo, não tive dúvida, porém somente após algumas semanas após ter feito a inscrição, percebi que teria outro evento inadiável no mesmo dia, assistir ao vivo a Maratona das Olimpíadas Rio 2016. Como resolver?

Aí vem a diferença de ter uma prova com um excelente organizador, algo que muita gente não liga mas que nestas horas é fundamental. Entrei em contato com a Latin Sports e expliquei meu problema, sugerindo a transferência da minha inscrição para outro corredor. Gentilmente me explicaram que não seria possível por estar no regulamento, mas que poderiam cancelar a minha inscrição e oferecer para a 3ª. etapa da TFRS Cidade Center Norte que aconteceria em 27/11. Mesmo sabendo que seria apenas uma semana após a Maratona de Curitiba, não tive dúvida, aceitei prontamente. Em questão de minutos, recebi e-mail de cancelamento e um novo código promocional para
inscrever na outra prova. Alô Pipocas: entenderam agora por que se paga inscrição de prova? A rua está lá, mas não é qualquer um que tem uma organização destas para te atender!

Procedimento padrão, retirei o kit na loja Track & Field do Shopping Center Norte na véspera e fui para a largada por volta de 06:00 da manhã de um domingo nublado e de céu carrancudo. O único ponto negativo vem por parte da própria organização do shopping, que não soube direcionar direito o trânsito dos que chegavam pelos diversos acessos, causando bastante lentidão na região. Mesmo assim, largada pontual após a entrega de chip e parti para duas voltas de 5 Km no complexo Center Norte, formado por 2 shoppings, lojas grandes como Decathlon e Leroy Merlin e pavilhão de exposições. Sempre utilizando as vias que cercam o complexo e os estacionamentos, o percurso era totalmente plano e devido às
boas condições climáticas foi possível fechar em o trajeto em um tempo, digamos, absurdo de bom para os meus padrões: 53:47... pode isso?

Boa estrutura de guarda-volumes, retirada de medalha e staff muito bem treinado, que impedia os “espertinhos” de pegar kits e outras traquinagens como “dizer que correu sem chip porque estava atrasada”. A isenção do estacionamento é outro item que favorece a prova, pois conta com a segurança do shopping.

E eu, que vi este centro comercial da região
nascer lá na minha infância, tive a oportunidade de correr pelos seus arredores e finalmente participar de uma prova do circuito!

Agradecimento especial à Federação Paulista de Atletismo e ao profissionalismo da Latin Sports no atendimento ao corredor.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Cumprindo (sem dobrar) a meta na Maratona de Curitiba 2016

Se tem uma pergunta que me deixa doido da vida antes de uma corrida é a pergunta “vai fazer em quanto tempo?”. Mesmo em uma prova de 5 Km fica difícil dar uma previsão exata, em uma maratona então, adivinhar em quanto tempo se consegue terminar os 42.195 metros da largada até a chegada, pior ainda. Mesmo assim, eu havia definido um número que julgava possível que era uma meta a ser cumprida ainda neste tumultuado ano de 2016: 4 horas e 30 minutos, ou menos, quem sabe, se o vento estivesse a favor. Por “vento” entenda-se tudo que está envolvido ao enfrentar os 42 Km.

O que mais preocupou na edição deste ano, pelo menos para mim, começou há mais de 2 meses, quando as inscrições da prova não demonstravam sinais claros de que iriam iniciar. Devido à uma outra necessidade, entrei em contato com o antigo organizador, a Latin Sports, que vinha satisfatoriamente promovendo o evento nos últimos anos e aproveitei para lançar a pergunta sobre esta edição. Fui informado que não iriam organizar a prova, mas que acreditavam que outro organizador tivesse assumido. Faltando então os tais 2 meses, o site do organizador Thomé e Santos Eventos Esportivos passou a disponibilizar as inscrições para as distâncias de 5, 10, 42 Km e 21 Km revezamento. Uma pena que não tenha sido um pouco antes, pois eu tive a oportunidade de comprar passagens aéreas para
Curitiba para o final de semana da prova por um preço abaixo de uma passagem de ônibus, mas devido à indefinição resolvi esperar até a confirmação da prova.

Por não conhecer o organizador não sabia o que nos esperaria, mas confesso que fiquei muito satisfeito com o resultado final. A divulgação das informações poderia até ter sido enviada aos corredores (retirada de kits, horários, etc.), porém estavam claras no site do evento, e diga-se que quem quer vai atrás da informação correta. Novamente a retirada dos kits aconteceu em uma loja de esportes, da mesma rede da mesma do ano anterior, porém em outro local. Kit muito bonito para uma prova de valor R$ 94,00, com sacola, camiseta, viseira, número de peito e chip descartável, além de uma saborosa caixinha com 6 barrinhas de cereal. Com a largada no Centro Cívico, já tradicional da prova, optei por um hotel próximo, mas uma feliz surpresa ao ver a qualidade do Hotel Confiance, situado a menos de 1 Km da arena principal.

No dia da prova, tudo organizado como sempre, apesar de que desta vez não precisei dos serviços do guarda-volumes, que no ano anterior haviam sido uma verdadeira dor de cabeça para os corredores. Fiquei apenas um pouco decepcionado com a largada dos 42 Km às 07:15, esperava que fosse às 07:00, porém este foi o horário inicial das baterias feminina e em seguida cadeirantes. Temperaturas próximas dos 10 graus no horário de largada, mas o sol já mostrando que este seria um dia claro e com possibilidade de esquentar ao longo do período. No meu ritmo previsto, consegui manter a velocidade que pretendia, inclusive com as diferenças de altimetria que massacram o físico dos corredores neste já conhecido percurso.


E assim fui, precisando caminhar apenas em uns 2 ou 3 pontos após o Km 35, mais por cansaço do que por dores, mas também no sentido de gerenciar o que faltava de distância e a meta de tempo. Também administrei 3 sachês de carboidrato ao longo do percurso, que mais ao final é regado a Coca-Cola e alguns postos de isotônico pelo caminho. Na reta final, mantendo um bom ritmo de subida (quem
no planeta imagina fazer um percurso de maratona que termina em aclive???) passei a chegada com 04:31:08 pelo tempo oficial. Resumindo, menos de 2% de erro na previsão, o que digamos, não é fácil em uma distância onde tudo pode acontecer. Nada mal, missão cumprida, tirei mais 5 minutos do meu melhor tempo de 42 Km e comparado com o resultado de 2013 na mesma prova, mais de uma hora.


Parabéns a todos que participaram e concluíram as distâncias, e mais ainda ao organizador pelo excelente trabalho!

Mas peraí...

A reclamação de todo ano

Alguém explica como o povo curitibano, tão educado, que nos trata com sorriso no rosto e dedicação, se transforma em monstro quando está atrás do volante no dia da maratona da cidade? De novo esta reclamação, a prova traz dinheiro para a cidade, o comércio, movimenta de forma saudável um país em crise e uma população sedentária. Por que esta ignorância toda de buzinar, ofender corredores, brigar com staff e até com guardas de trânsito durante o evento? (sim, eu vi tudo isso). Concordo que houve um erro grave de falta de divulgação, a própria prefeitura deveria ter espalhado faixas pelas ruas avisando sobre o evento, mas mesmo assim a falta de respeito falou mais alto que as buzinas.

Outra reclamação que registro aqui é a quantidade de ciclistas de “apoio” ou mesmo aproveitando as ruas fechadas para pedalar. Cada placa de quilometragem da prova trazia o símbolo de “proibido bicicletas”, mas mesmo assim os corredores tomaram várias finas dos ciclistas. Será que não passa pela cabeça destas pessoas o estrago que seria para um corredor ser atingido por uma bicicleta? Mais um ponto negativo, que depende somente da boa educação de todos.

(olha, se você é curitibano e não se encaixa no perfil acima, não me leve à mal, é como diria um chefe que eu tive na hora de bronca: "é para todos e para ninguém específico...")