sábado, 26 de novembro de 2011

"Melhor que o Caminho é o Caminhar": leitura obrigatória para corredores

Encontrar bons livros sobre corrida de rua não é fácil, a tarefa é mais difícil ainda quando eles foram escritos por seus companheiros blogueiros com quem você tem a satisfação de cruzar nas provas, trocar algumas palavras e tirar uma fotos. Então, conheçam (se é que possível não conhecer) o Fábio Namiuti, autor do best seller (se ainda não é, vai ser) Melhor que o caminho é o caminhar, onde nosso caro colega conta sua trajetória, do fim iminente de sua saúde como obeso e fumante até a perseverança de participar continuamente e evolutivamente de corridas em sua cidade, São José dos Campos, SP, e em diversas cidades do país.

Criador e mantenedor do blog O Arquivo de Corridas de Fábio Namiuti, seu primeiro livro é uma biografia que nos apresenta sua batalha para sair do buraco provocado pela alimentação errada e modo de vida fumante, seguido de relatos emocionantes, reais e divertidos das provas e eventos em que participou.

Em uma passagem de seu livro, Namiuti explica que foi o penúltimo em sua bateria na Corrida Vertical, uma escalada de 31 andares no prédio da Nestlé aqui em São Paulo. Só que se ele foi o penúltimo, aqui você pode conferir as humildes palavras de quem foi o último na mesma bateria e que conheceu o autor neste evento. Foi aquela cena típica de um ver o outro se contorcendo para tirar uma foto digital com sua própria câmera e oferecer ajuda. Como os números de peito continham os nomes, observamos quase que simultaneamente que já nos conhecíamos pelos nossos posts e comentários nos blogs. Mais fotos, momento histórico de conhecer ao vivo e a cores os blogueiros do ciberespaço, para ser registrado e naturalmente, publicado. Na foto aí ao lado, outra situação em que nos esbarramos, no “forno” do Circuito de Corridas do Carteiro 2011 em Osasco, SP.

De toda a narrativa, que prende a atenção do início ao fim, a que eu mais gostei foi a da sua primeira São Silvestre, que aconteceu um ano antes que a minha estreia nesta prova, e que apesar das condições climáticas um pouco diferentes enfrentadas por ele, a riqueza dos detalhes do percurso em muito me fez lembrar da minha empolgação na primeira participação no evento. Aconselho esta leitura para quem ainda acha que as alterações para o percurso atual são melhores, com certeza você não vai conseguir gerar um relato tão empolgante e que transmite tão bem a emoção de concluir o circuito original na Av. Paulista.

Leitura boa você não consegue largar, como na foto ao lado, pendurado no metrô e com meu fiel volume à mão. Merchandising gratuita, de vez em quando alguém esticava o olho para ler um trecho junto comigo, então eu deixava a capa bem à vista.

Dois recadinhos para o Namiuti:

1) Seu livro não ficará na estante. Assim como outros dois volumes de autores-corredores, Dean Karnazes e Rodolfo Lucena, os quais tive a honra de conhecer e a pachorra de pedir um autógrafo em suas respectivas obras, o seu também (por estar autografado), vai ser bem guardado para ter uma longa vida;

2) Assim que a obra literária for adaptada para o cinema, favor escolher atores bem legais, nada de Selton Mello para interpretar o seu papel!

Se você gosta de corridas de rua, com certeza vai se identificar com os relatos do Namiuti e adorar o livro. Melhor que o livro, só mesmo a sua leitura.

Já leu? Gostou? Deixe seu comentário aqui, o autor também é frequentador deste blog...




segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Volkswagen Run: da Rua para a Fábrica

O calendário de provas do segunda semestre é sempre lotado de eventos imperdíveis e que invariavelmente acabam “encavalando” , obrigando o corredor a fazer escolhas difíceis. Foi assim no ano passado, quando a Volkswagen Run ocorreu no mesmo dia da Ayrton Senna Racing Day, e como no segundo caso prevalecia a vontade da equipe, tive que sacrificar a edição anterior daquela prova, voltando a participar neste ano da 5ª. edição da corrida de 10 Km que acontece inteiramente dentro da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, SP. Foi uma pena ter perdido a outra, participei das 3 anteriores e a cada ano a organização melhora e surpreende os corredores tanto pela estrutura, kit e pela própria corrida, apesar do circuito não sofrer alterações.

Lembrando um pouco da história desta prova: para primeira edição eu acabei topando com o evento no calendário e com poucas informações, resolvi participar. O ponto positivo desta primeira versão era poder escolher entre 5 concessionárias da rede para retirar seu kit, e eu consegui buscá-lo em uma próximo de casa. Porém todo começo tem problemas, e na falta de informações de como acessar o estacionamento da montadora, muitos corredores, inclusive eu, deixou o carro no lado de fora da fábrica, sobre o gramado ao lado do acostamento e sem segurança alguma. Uma muvuca no guarda-volumes fez com que os corredores tomassem uns 20 minutos de chuva para conseguir pegar seus pertences. Mas isto é passado, a cada ano a organização afina mais um pouco, deixando a prova nos níveis mais altos esperados. Agora o corredor conta com mapas indicando o acesso aos estacionamentos (gratuitos) da fábrica, staff direcionando o trânsito e caso o estacionamento seja distante, ônibus de fretamento trazem os participantes para a arena. O kit, porém, agora é retirado somente com duas opções de local de entrega, mas mesmo assim não é difícil acessar a concessionária da Av. Faria Lima.

Apesar das minhas críticas à provas caras não tem como não participar, e esta não é uma das mais baratas (R$ 80,00), porém vale cada centavo. Veja, por exemplo, o kit pré e pós prova:


No kit pré prova, camiseta, boné e meia da marca Track&Field, cupom de desconto para as lojas da marca, sacola com zíper, manuais e até mesmo um cronômetro! No dia da prova os corredores recebiam uma bandana comemorativa da prova e uma garrafa de alumínio ao final, além de uma medalha no formato de velocímetro de carro. Eu disse garrafa de alumínio e não squeeze igual ao que o pessoal da São Silvestre vai ganhar no kit deste ano, ok? (se é que vai ganhar, pois segundo o regulamento a organização se reserva o direito de não entregar...) Naturalmente, teve frutas, água e isotônico, além das tradicionais tendas de massagem.

Veja o detalhes destes dois itens: a meia é comemorativa da prova e as informações para o atleta estão dispostas em um folheto no estilo “Manual do Proprietário” de veículos. Afinal, o lema da prova era “Todo Corredor é uma Máquina”:

Ao final, o sorteio de um Gol 0Km, mas é claro, eu não ganhei.

Sobre a corrida, o percurso é um sobe e desce danado, pois a região não é nada plana. Mas as subidas são curtas e o visual é muito bacana. Vale a regra automotiva: sobe em primeira, desce engrenado (tá bom, eu desci “na banguela” algumas vezes). No Km 7, o ponto alto da prova: o corredor atravessa a linha de montagem do Gol, com diversos veículos suspensos em estágio de construção, em meio a braços robóticos, estruturas metálicas e tudo que uma fábrica utiliza para produzir veículos. Sensacional, são uns 600 metros de pura adrenalina, o pessoal vai a loucura e se empolga neste trecho, mesmo depois de ter corrido mais da metade da prova.

Como largada e chegada são no mesmo ponto (coisa que a organização da São Silvestre não entende muito bem), a subida inicial transforma-se em descida, não muito íngreme, o que ajuda no sprint para melhorar o tempo. Minha marca de 01:02:38 foi enviada por SMS em meu celular após a prova, não meu melhor tempo no circuito, mas mesmo assim está de bom tamanho. Como no dia anterior tivemos chuva e garoa, a manhã ensolarada não esquentou muito o couro cabeludo dos participantes, além do que a sobra dos prédios do complexo dava um tom de “ar condicionado” no clima em alguns trechos. Chamou a atenção o fato desta prova ter ampla divulgação em algumas emissoras de rádio, o que eu nunca tinha presenciado antes.

Apenas alguns pontos negativos, que infelizmente precisam ser comentados:

- A organização não informou em nenhum local como o corredor poderia chegar de transporte público. Fui contatado na véspera para uma leitora do blog que precisava urgente da informação, sendo que em nenhum trecho do site ou dos folhetos era explicada a alternativa ao carro.
- A largada foi atrasada em quase meia hora, pois ás 07:45, horário final de entrega dos chips, o movimento de veículos chegando ainda era grande. Do meu ponto de vista, se o corredor não sabe cumprir horário, paciência, no próximo ano ele chega cedo, ou retira o chip e sai correndo para completar dentro do prazo da prova.
- “Pipocas”, por incrível que pareça. O acesso à área de largada era feito através de identificação de uma pulseira, porém a organização deixou alguns “pipocas” passarem, como pude constatar em um grupinho que estava sem pulseira, chip, camiseta do evento e que para enganar ainda estava com número de peito de outra corrida! Esta é a primeira vez que vejo isto acontecer nesta prova, lamentável e entrarei em contato com a organização sobre o assunto, afinal a inscrição não é barata.

Mas somando-se tudo, a prova é inigualável, não só pelo percurso diferenciado, mas pela organização atenta a todos os detalhes.

Se não participou, fique esperto no próximo ano, dificilmente esta prova sai do calendário. No meu, com certeza, já é obrigatória.



segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Corrida E Caminhada da Longevidade: duas provas incríveis!

Sim, você leu certo e eu não digitei errado: o “E” está em maiúsculo mesmo, afinal, participei das duas provas que compunham o evento Corrida e Caminhada da Longevidade Bradesco Seguros, que aconteceu neste último domingo e contou com a expressiva participação de aproximadamente 6.000 pessoas. Mais uma vez o local foi a região do Ipiranga, no entorno do Parque da Independência e do Museu, onde corredores enfrentavam 6 Km e caminhantes 3 Km das ruas da região.

Mas como é possível participar das duas provas de uma só vez? Simples, corredores largavam às 08:00 e caminhantes às 09:00. No ano anterior eu já havia percebido que era possível participar (e participei) das duas modalidades, então para fazer a coisa certa desta vez e não “pipocar” na caminhada, fiz a inscrição para ambos eventos. Antes que você fale que está sobrando dinheiro, aqui estão os custos: R$ 20,00 para a corrida, R$ 10,00 para a caminhada. Kit pré-prova, nos dois casos, composto por camiseta de tecido tecnológico, sacolinha (de novo estas sacolinhas...), squeeze, protetor solar, número de peito e chip descartável para a corrida.

O corredor é levado a pensar que isto será descontado na organização da prova, mas aí que vem o mais interessante: o evento foi muito bem elaborado, organizado de forma eficiente e melhor que muita prova que custa os tubos por aí. A área do Parque da Independência abrigava um organizado guarda-volumes, stands de massagem, palcos, área vip e até mesmo um bicicletário. Se eu não tivesse carona para esta prova, mesmo não sendo tão perto de casa, teria ido de bike, conforme a própria organização convidou os atletas por e-mail na semana do evento.

Bom, então se o kit pré-prova esta bom, a organização ótima, e por este precinho, então não tem kit pós-prova, certo? Errado de novo, ao passar pelo tapete após 00:36:38, entrei em uma fila para pegar água, frutas, isotônico e é claro, uma bela e grande medalha, com data e local da prova na fita. Agora me diga, o que leva então os organizadores a enfiarem a faca no seu bolso para certos eventos que não tem nada disso? E ainda não acabou...

Enquanto aguardava o início da caminhada, assisti a cerimônia de premiação e a entrega simbólica da renda do evento para o Projeto Vida Corrida, que usa o esporte como forma de inclusão social em comunidades carentes. Eu não gosto de fazer propaganda, mas o patrocinador que dá nome ao evento está de parabéns, este tipo de atitude poderia ser copiado por outras entidades que dizem “organizar” provas.

Vamos voltar ao assunto da corrida, que é o que interessa. A largada foi pontual e o percurso é o das provas na região, ou seja, sobe o Parque da Independência, desce pela R. Bom Pastor, Av. D. Pedro I e volta, só que entra pelos jardins e passa em frente ao Museu do Ipiranga (onde aconteu o tal “grito”). A caminhada atrasou um pouco devido à cerimônia de premiação, mas como este era um evento “família”, ninguém se estressou. Ótima hidratação, placas de quilometragens nos locais apropriados e staff preparado. A única crítica não é direcionada ao organizador, mas aos caminhantes que entraram no meio dos corredores e atrapalharam o início da prova. Isto porque no sistema de som anunciava-se que deveriam aguardar até o horário da caminhada, mas tem gente que não entende ou que como de costume, acha que não precisa seguir regras.

Acesse o site do Circuito da Longevidade e confira se ainda dá tempo de participar da etapa da sua cidade. Se não der, dedique um pouco de atenção no próximo ano à este evento, vale muito a pena participar, não só pelo custo, mas pela proposta de tornar a atividade física parte da vida das pessoas e ajudar quem precisa. E aumentar a longevidade, é claro.