quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Tá com medinho, é? Pede prá subir!

Faltam exatamente 24 horas para a largada. Exatamente? É claro que não, qualquer evento coberto pela Rede Globo começa quando eles determinam, e não pelas regras distribuídas aos 21 mil corredores. Então, vamos supor que o horário seja respeitado, afinal, querem se livrar da gente o mais rápido possível mesmo...

Mas eu ia falar desta aí ao lado, a tal Av. Brigadeiro Luis Antônio, que apesar de ser “Brigadeiro”, não tem nada de doce. Assim que você passa pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, é hora de se arrepender dos pecados, dos treinos que você pulou, dos “brigadeiros” que você comeu a mais na sobremesa. Uma leve descida após a curva, do tipo, seu último suspiro antes do sofrimento final e lá vai, 1.500 metros com o conta-giros do motor lá no alto para vencer a montanha. Na corrida, tudo que desce, tem que subir.

Mas desceu como? Pois é, se desceu feito um desembestado a R. da Consolação, do Km 1 ao 3, já forçou demais os joelhos. O sobe e desce do Elevado Costa e Silva massacra mais um pouco as suas costas, as subidas dos Viaduto Pacaembú e Rudge são para lembrá-lo que nem tudo é plano e o retão da Av. Rio Branco vai parecer infinito. Como dizem os americanos “been there, done that” (algo como “eu já passei por isto”). Ah, e a foto ao lado continua sendo a Brigadeiro...

Mais uma dica: se seguir no mesmo esquema dos últimos anos, é melhor você sair hidratado lá da Av. Paulista. O primeiro posto de hidratação costuma estar no Km 4, Av. São João, onde o sol já te castigou até dizer chega na R. da Consolação e o povo já encheu a mão nas bancadas e pegou toda a água (inclusive quem não está nem correndo).

E se mesmo assim você insistir em não pendurar a sua medalha no pescoço e assistir tudo pela TV e deixar este negócio de corrida para gente doida, procure-me lá na esquina da R. Pamplona com a Av. Paulista, número de peito 16.751. Eu devo ficar quietinho ali a partir das 15:30, afinal não há muito o que fazer a não ser ficar tentando encontrar os companheiros de corrida e tirar foto do povo doido que corre fantasiado.


Exibir mapa ampliado

Bom, hora de ir para o tradicional jantar de massas antes da prova:


Eu volto aqui no primeiro dia do novo ano para contar sobre a prova.

Tenha um ótimo 2011, cheio de provas e medalhas!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Medalhas de baixa qualidade, mais palhaçada

Você pode achar que é perseguição, mas foi pura coincidência. Eu estava tirando algumas fotos de medalhas mais antigas e deparei com mais um problema das que são distribuídas pela Yescom: baixa qualidade, para não dizer qualidade porca.

Achei algumas "letrinhas" espalhadas sobre a minha mesa e a princípio não entendi. Conforme colocava novamente no quadro a medalha da Maratona de SP 2009 (minha primeira maratona, diga-se), vi que o "S" e o "A", além do "T" estavam faltando. As duas primeiras já haviam sido localizadas, mas tive que procurar a outra e felizmente encontrei. Dá-lhe SuperBonder e vamos deixar de volta no quadro. Algumas medalhas ainda esperam um quadro novo, e este quando ficar pronto, vai esperar uma parede nova, nem que eu tenha que construir uma no meio da sala só para colocá-lo.

Ao olhar mais de perto a medalha da São Silvestre de 2007, encontrei diversas manchas no metal, sendo que esta também está quietinha lá no quadro e o mesmo possui vidro e não é exposto ao sol. Pura e simples má qualidade do material.

O motivo de mais um pouco de revolta nesta estória toda: medalhas deveriam ser feitas para durar pelo menos até o final da vida do corredor. Se bobear, mando enterrar algumas comigo. Ou seja, fazer uma porcaria qualquer só para dizer que entregou, mostrar na empresa no dia seguinte e depois jogar em alguma gaveta, não é a finalidade destes objetos.

Enfim, mais tarde vou buscar a minha medalha da São Silvestre, vamos ver só o que nos aguarda...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Medalhas iguais, outra palhaçada

A partir de amanhã e até o próximo dia 30, você poderá retirar seu kit da São Silvestre e já irá levar para casa a medalha de conclusão, afinal, acredita-se que você irá realmente terminar a prova! Ah, se meu chefe pensasse assim e me pagasse antes de ver o trabalho pronto... Bom, você já deve saber sobre a palhaçada de entregar a medalha antes do evento, afinal, estamos no maior fogo cruzado com a (des)organizadora Yescom, por esta incrível falta de respeito ao atleta. Mas como se não bastasse isto, você ainda corre o risco de levar para casa uma medalha ordinária, igual à diversas outras distribuídas ao longo do ano, onde troca-se somente a resina central e mantém-se a moldura de latão. Tenha dó!

Na imagem acima, três provas que eu corri neste ano tiveram o mesmo “padrão”, ou seja, deve ter sido muito fácil desmontar as que sobraram e montar as novas. Tratam-se das medalhas da prova Sargento Gonzaguinha (15K), Meia Maratona de São Paulo (21K) e Super 9K, todas de 2010. Na foto abaixo, um exemplo ainda mais ousado: as medalhas da Maratona de São Paulo (42K) e da Meia Maratona do Rio (21K) são idênticas, mudando somente a cor e as inscrições! Eu não corri esta segunda prova, apenas trouxe esta imagem a partir do blog JMaratona do amigo Jorge Cerqueira para montar este comparativo.

Afinal, como disseram os representantes da (des)organização em entrevista mal educada que pode ser conferida na íntegra no blog da Revista Contra Relógio, “Corredor não corre para ganhar medalha”. Então, qualquer porcaria está valendo, certo? Errado, se fosse assim, a medalha ia para o lixo na primeira oportunidade, ao invés de lotar quadros e estantes dos corredores, para o total desespero das faxineiras.

E se você souber de mais alguma medalha igual à estas ou qualquer outra situação deste tipo, fique à vontade para comentar.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Meu primeiro Triathlon!

“No que foi que eu me meti desta vez?”, este era o único pensamento que passava pela minha cabeça do momento em que eu cliquei no botão “confirmar” da tela de inscrição até a hora onde entrei na piscina. Simples: nadar, pedalar e correr, nesta sequência e o mais rápido possível. Antes de mais nada, não pense que virei um “Iron Man” (homem de ferro), ou alguém que participa daquela competição que não é para qualquer um, estou mais para “Tin Man” (homem de lata). O Fast Triathlon Experience aconteceu neste final de semana aqui em São Paulo, mais precisamente no PET – Parque de Esportes do Trabalhador (antigo CERET), com 200 m de natação em piscina, 4 Km de bike e 1,2 Km de corrida. Mesmo sendo muito menos que os 3,8 Km de mar, 180 Km de estrada com bike e 42 Km de corrida do Iron Man, não pense que foi moleza...

Água!

Para alguém que mergulha com equipamento autônomo, nadar na piscina não é difícil, apesar de que a máxima é “mergulhador não precisa saber nadar”. Eu não entrava em uma piscina para dar braçadas há uns 10 anos pelo menos, e acabei apertando o ritmo logo no início. A piscina do parque tem 100 m de extensão por 50 m de largura, é a maior da América Latina e por isso deve ser tratada com respeito. Nadar de uma tacada só até a boia para fazer o retorno não é fácil, e o organismo acostumado a correr não entendeu isto muito bem.

Eu me sentia um “Cielo” na piscina, mas não o nadador, e sim aquela maquininha de cartão de crédito que leva o nome do campeão: lento e travando a todo momento. Mas acabou o martírio, saí da água e no melhor estilo ogro que consegui, saí correndo em direção à área de transição para pegar a bike.

Hora de pedalar!

Voltando um pouquinho no tempo: quando eu entrei na área de transição, dei de cara com bikes Specialized, Kona, GT, Scott e daí por diante. Eis que encostei minha Caloi 10, a “Nimbus” em um cantinho livre e fiquei observando o que os outros faziam. O povo do Triathlon não fica te olhando de cima a baixo quando você saca o equipamento, isto é mania do povo do mergulho, e eu não me senti mal por estar com uma bike que custa 10% do valor destas que eu mencionei.

Mas saí da piscina... tudo no esquema, calcei o tênis, coloquei a camiseta com o número de peito e empurrei a bike na área de vácuo (uns 500 m) até a largada. Subi no selim e ouvi o clek-clek da corrente, que eu deveria ter deixado na marcha certa antes de entrar no parque. Ajustei a marcha e parti para os 4 Km, fácil para quem pedalou 28 Km na véspera, só que no meio do caminho tinha uma pedra, ou melhor, uma subida infernal de quase metade do percurso. Se eu soubesse, tinha vindo com a mountain bike, ia devorar aquela montanha fácil. Passou muito rápido, só ouvi a garota da organização berrando “desce antes de faixa!” e já estava no vácuo empurrando a bike até a transição novamente. Ah, a próxima parte é moleza, só 1,2 Km...

Pernas de ferro!

Ou melhor, enferrujadas. A sensação de descer da bike e sair correndo é no mínimo estranha, parece que os joelhos não entendem muito bem a mudança de movimento e eu me sentia o homem de lata do Mágico de Oz, correndo provavelmente atrás da Dorothy. Percurso plano (ufa!) dentro do parque, bem sinalizado e com boa distância entre os corredores. Por pouco eu não inicio a corrida com o capacete, acabei voltando para não ter que carregar aquele traste na cabeça. Claro, eu fiquei para trás desde a natação, então não via muito gente da minha bateria no mesmo ritmo tartaruga que eu ia.

Cruzei a linha de chegada e duas moças simpáticas da organização nos recebiam com “Parabéns!” e “Agora devolva meu chip e eu te dou a medalha” (alô Yescom, olha como é feito!). Missão cumprida, durou só 25:34, mas valeu a pena!

Sobre o evento

A proposta é que mesmo quem nunca participou de uma prova destas possa experimentar a verdadeira operação de guerra que é fazer tudo isto de uma só vez. Também valia vaga para o mundialito de Triathlo 2011, e por isto mesmo havia baterias específicas para este povo. Todos felizes, nenhum atropelo, todo mundo curtiu a prova. Organização da Gayotto e Arbitragem estão de parabéns pelo evento, desde a inscrição até a finalização. Muita educação do pessoal que organizava o circuito e marcação acirrada dos árbitros, que não deixavam ninguém aprontar nada para sair em vantagem. Foram R$ 55,00 muito bem gastos!

Agora leia, por favor

Ao longo do ano, li em muitos blogs que os corredores andam desanimados e desmotivados, essencialmente pela rotina dos treinos. Um conselho para você, meu amigo virtual: busque novos desafios, e a motivação volta. Aliás, ela explode, do tipo “ou eu treino ou vou fazer feio”. Nestes últimos meses, eu enfrentei uma prova rústica, comprei uma bike de estrada (mas não abandono a mountain bike) e agora participei de um triathlon. Fica aí a minha dica.

Eu estou tranquilo, afinal o bichinho da corrida já havia me mordido há uns anos atrás, e eu nunca ouvi falar de bichinho do triathlon... mas quando é que o próximo mesmo?

(P.S.: “Nimbus” não é o modelo da minha bike, mas sim o nome. Quando eu a comprei, achei que ela parecia uma vassoura, por isto dei o nome da primeira vassoura do Harry Potter...)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Mais um ano de blog!

Dá para acreditar que este blog já tem 2 anos, completados exatamente hoje? Pois é, no começo eu não tinha nem idéia do que era um blog e o quanto ele expande os horizontes de qualquer internauta que se aventura em alguma coisa e deseja compartilhar as experiências com outras pessoas.

Nem precisa repetir aquela ladainha toda de “pessoas que conheci”, “eventos que participei” e daí por diante. Isto tudo você já sabe.

Essencialmente:

- Manter um blog como este é divertido, faz com que eu procure sempre novos eventos de corrida, mais conhecimento e busque transmitir da melhor forma possível as informações para quem passa aqui. Consequentemente, eu estou sempre na ativa, ou seja, aproveitando estas oportunidades.

- O simples fato de ter leitores como você aí do outro lado da tela já é uma honra, e receber os comentários (mesmo quando vocês me dão broncas...) é sempre uma satisfação.

Portanto, estando eu aqui no terceiro planeta do sistema solar por mais algum tempo, este blog vai continuar levando notícias, informações, experiências, reclamações e conhecimento aos que dedicam um pouco do seu tempo a seguir os meus posts.

Seja bem-vindo, mais uma vez!

(é aniversário mas não tem bolo, afinal isto não é coisa de corredor disciplinado...)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Deixa ver se eu entendi: não tem medalha?

Seguindo a linha “vamos inventar mais uma moda grotesca”, a Yescom promoverá uma corrida no dia 09/01/2011 entitulada 3 Milhas de Interlagos. Putz, isto dá quase 5 Km! (1 milha terrestre = 1,609 Km). Mas o que chama mais a atenção é a propaganda, que informa “Não haverá camiseta e medalha, corra com a camiseta da sua equipe!”. Dane-se a camiseta, as minhas gavetas estão explodindo, apesar de eu já ter doado um monte delas... eu quero é medalha!

A inscrição até que tem um preço convidativo, R$ 25,00, mas tenha santa paciência, dar banquete e economizar no palito é muito para a cabeça e para os pés do corredor. Vale apenas para quem realmente quer conhecer o autódromo e não participou das provas Super 9k e Ayrton Senna, mas fora isso, não tem sentido.

O que podemos esperar destes organizadores no próximo ano? Se a moda pegar, vamos ter que ler regulamentos para entender tudo o que está previsto no evento (eu já faço isto, procurando sempre as palavras “medalha”, “kit” e “camiseta” para ver como está sendo tratado o assunto).

Se é para correr sem nenhum “mimo”, eu corro na rua ou no parque.

Como diz o Mutley:

Medalha!
Medalha!
Medalha!

Seja sincero, o que você acha disto?

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Prova Gonzaguinha: muito calor, pouca água

A Yescom vende esta prova como “Preparatória para a São Silvestre” e finalmente eu entendi o motivo: além da distância, 15 Km, outra preparação que o corredor terá é o desgaste com a estrutura do evento, especialmente no que se refere à hidratação.
Mas vamos as fatos...

Esta prova é tão tradicional que já tem 44 anos, e o ponto de partida e chegada é a Escola de Educação Física da Polícia Militar de São Paulo, localizada na Zona Norte da cidade. Fácil acesso, a largada está a 2 quarteirões do Metrô Armênia, e de percurso totalmente plano, ou seja, convidativa ao extremo. Além é claro da oportunidade de correr a mesma distância da São Silvestre como preparo físico e psicológico para a prova mais desejada pelos corredores.

Mas ao contrário dos últimos anos, onde a chuva caiu para valer no dia da prova, hoje o sol amanheceu com força total, já que a cidade havida sido “lavada” na tarde anterior por um temporal daqueles. Não sobrou uma única nuvem, e o asfalto da Marginal Tietê pegava fogo debaixo dos pés de uns 5 mil doidos que estragaram o dia de quem ia para a região da R. 25 de Março fazer as “comprinhas” de Natal. Marginal parada no Domingo às 08:00 da manhã, só em São Paulo mesmo!

Nem um milímetro de sombra e acredite, o primeiro posto de hidratação estava no Km 4! Igualzinho à São Silvestre, onde só se encontra água na Av. São João, e vamos ver se você advinha em que Km ela está. Ouvia o pessoal falando “água?”, “água...”, “água!” ao longo do trecho que é parte da Fórmula Indy, ao lado do Anhembi, ou seja, eu não era o único que sofria no calor. Daí para a frente o ritmo foi para o espaço, o que importa é terminar antes que o sol suba mais ainda, baita incentivo para apertar o passo. O percurso é realmente plano, até as subidas das duas pontes da Marginal são fáceis, então o que pegou mesmo eram os trechos a céu aberto.

A presença do Marilson Gomes do Santos, bicampeão da Maratona de Nova York e tantas outras conquistas, sem contar seu carisma natural, davam o tom de evento de grande porte. O Marilson venceu e eu ainda consegui tirar uma foto dele antes da largada, onde dava entrevistas e conversava com os outros atletas de elite.

Arremetendo!

Eu até contribuo para o Projeto Tamar de vez em quando, mas as tartarugas não gostam de mim, pelo menos as tartarugas de sinalização. Em junho foi uma lesão causada por um pisão em falso durante uma corrida e desta vez eu quase fui para o chão. Estava correndo lá pelo Km 10, quando pisei em uma delas (será que é isso que elas não gostam?) e já ia fazer um pouso de nariz. Trem de pouso acionado e reverso da turbina no total... Nem pensar, não vai dar, desse jeito o pouso vai ser de barriga!

Recolhi os flaps, subi o trem de pouso, desliguei o reverso, botei potência no motor, nariz para cima, liguei o aviso de afivelar os cintos, puxei o manche para trás e saí arremetendo com leve curva à esquerda, para total espanto do policial que já abria os braços para tentar me segurar. Ganhei altitude e voltei ao nível de voo normal depois de uns 2 metros. Não entendeu nada? Simples, ia doer prá caramba se eu não tomasse uma atitude rápida...

Voltando à corrida

O resto da corrida transcorreu sem problemas até a chegada na pista de atletismo da Escola, com aquela terra preta que entra até entre as moléculas do tênis. Pelo menos não estava o mesmo lamaçal do ano passado, então até consegui dar um sprint final, só para compensar a lerdeza nos pontos de muito sol. Kit espartano: frutas, mini-torrone, barrinha. Camiseta bonita e o mesmo modelo de medalha de sempre, prova da mais completa falta de imaginação. Tempo total de prova: 01:42:35, 7 minutos a mais que no ano passado. Pois é, descobri que gosto de correr debaixo de chuva...

Quem realmente está de parabéns é a Polícia Militar de São Paulo, que mais uma vez abriu as portas para um evento esportivo e que ofereceu total apoio ao corredor ao longo do percurso. Além dos policiais em serviço, os alunos da Escola também sinalizavam e ajudavam os corredores (os caídos inclusive) ao longo dos 15 Kms. Ao final, alguns policiais ainda davam os parabéns aos corredores, numa total integração entre a corporação e os atletas.

Agora é esperar a São Silvestre e tentar aguentar numa boa estas bobagens da organização, que com certeza vão ocorrer.

Parabéns a todos que correram debaixo do sol de hoje, não importa a prova!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Papai Noel existe: Maratona SP mais cedo!

A Yescom acaba de mandar mais uma de suas inúmeras propagandas de corridas com a figura aí ao lado: Maratona Internacional de São Paulo 2011 com largada às 08:25h e 1 túnel a menos! Pode até não ser o ideal, mas estes 35 minutos já ajudam bastante, especialmente para pessoas como eu que não vão chegar antes de 5 horas de prova.

Agora é ficar de olho se o horário será mantido e esperar que uma certa rede de TV não crie problemas atrasando a largada e estrague tudo.

Será que é só promessa de Ano Novo?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Ayrton Senna Racing Day: “S” de Sensacional!

Esta é uma daquelas provas onde a inscrição pode ser feita de olhos fechados: com certeza você não vai se arrepender. Em sua sétima edição, a Ayrton Senna Racing Day homenageia o campeão que marcou uma geração, a minha e a sua, e que ainda inspira muita gente a buscar a excelência. Neste ano, o ídolo completaria 50 anos, e apesar de provavelmente já estar afastado das pistas nesta idade, sua presença ainda iria trazer à memória do brasileiro a lembrança das conquistas na F-1. Ou talvez ele estivesse sendo pago para dizer bobagens nos programas esportivos da Rede Globo, como é o fim de muita gente do esporte, mas eu sinceramente duvido disto.

Vamos à prova: em primeiro lugar, é uma maratona de revezamento, ou seja, 2, 4 ou 8 corredores vão enfrentar 4, 2 ou 1 volta, respectivamente, no Autódromo de Interlagos em São Paulo, até completar 42,2 Km. Legal correr na pista dos carros,né? Então vai lá, saia dos boxes próximo das 11:00 da manhã debaixo de uns 35 graus de temperatura, sol rachando o asfalto, sem uma sombra e cheio de sobe e desce. Mas eu não estou reclamando, a emoção da prova é tão contagiante que se você gosta de correr, nem vai levar em consideração estes fatores. O que o clima castiga, a organização compensa: postos de água muito bem distribuídos, Gatorade entre os Kms 2 e 3 e apoio total. A camiseta da prova, além de diferente e de bom gosto, foi produzida com um tecido muito leve e confortável. Quem não correu com ela pode ter se arrependido bastante.

O corredor ganhava bugigangas no kit antes e depois da prova. Camiseta, boné, sacola, squeeze, porta-MP3, toalha, etc. A medalha foi uma surpresa e tanto, produzida em acrílico, não tem nenhuma igual na coleção, e olha que não são poucas. Nota dez para a organização da prova, mas nota zero para a loja Velocità de Moema, onde pagava-se R$ 5,00 ao estacionar o carro na porta da loja e usar o valet na retirada dos kits. Eu devo ter demorado uns 3 minutos para retirar e conferir os 4 kits, mas o que importa é alimentar a ganância do empresário brasileiro. Uma loja a menos para visitar.

Eu nem esquentei (literalmente) com tempo, acho que fechei meus 10,5 Km em mais ou menos 1:12:00 (não vi meu tempo oficial até agora). Afinal, o calor e as subidas matam qualquer um, então nem vale a pena ficar contando segundos nesta prova.

Não resisti e levei uma bandeirinha do Brasil para lembrar o gesto do campeão quando vencia as corridas. Ao passar pelos boxes no momento do revezamento, ouvia as pessoas gritarem “acelera!” ou mesmo as primeiras notas do “Tema da Vitória”. Pelo menos ele acreditava neste país e fazia com que outros acreditassem também.

Parabéns à mesma equipe do ano passado, Márcia, Nilton, Wagner e eu, lembrando que no ano que vem vai ter rodízio, ou seja, eu vou largar mais cedo!


Curta nosso álbum de fotos:



segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Corrida Rústica SESC Interlagos: difícil e fantástica!

Vamos e venhamos, para quem mora no outro extremo da cidade, o SESC Interlagos fica um pouco distante, digamos, aonde Judas perdeu os tênis... Mesmo assim, apesar do carro acusar 49 Km da minha casa até lá, valeu a pena cruzar a cidade para correr 7 Km dentro de uma unidade do SESC que dá a impressão de você nem estar mais em São Paulo, dada a paisagem fantástica. A corrida é considerada “rústica”, e não é para menos: o piso varia entre terra batida, paralelepípedos, cascalho, gramado, calçamento e tudo misturado, fazendo o corredor se adaptar a cada trecho. Mas os pontos “altos” são dois paredões onde o pessoal diminuía o ritmo e chegava até a andar de tão íngremes. Só que em um domingo ensolarado como o da prova, a última coisa em que você se preocupa é o ritmo e sim curtir o “passeio” naquela paisagem bucólica.

O que me chamou a atenção para participar da prova foi o seu preço: R$ 10,00 para quem não é sócio, R$ 7,00 para quem é matriculado no SESC (minha carteirinha estava vencida, gastei R$ 3,00 a mais!). Outros R$ 7,00 para você guardar seu veículo com toda segurança dentro da própria unidade, a uns 50 metros da linha de largada. Chato né? Ou seja, não tem que ficar rodando atrás de estacionamento caro, subornando flanelinhas, ou gastar uma fortuna de inscrição. O kit trazia uma bela camiseta de poliamida branca com o logo do Circuito SESC de Corridas, a medalha é daquelas que merece lugar especial na coleção e o kit pós-prova de acordo com as necessidades alimentares do corredor. E eu gastei R$ 80,00 de inscrição mais R$ 18,00 de estacionamento no Circuito Athenas há duas semanas atrás... O único ponto negativo foi ter que retirar o kit na véspera, ou seja, duas viagens ao local, sendo que poderia ter sido retirado no próprio dia.

E se Judas realmente perdesse o tênis no caminho, não teria problema, o chip era descartável. Chegamos finalmente ao fim da era “ou devolve o chip, ou toma multa”, sendo que esta tecnologia já existe há um bom tempo lá fora e ainda não pegou totalmente aqui. Mais um ponto para a organização, que aliás não deixou faltar água, organizou muito bem as largadas em grupos de homens, mulheres e caminhantes e sinalizou cada trecho de mudança de piso ao longo do percurso. Muita gente, assim como eu, ainda usou o vestiário do ginásio para tomar uma ducha e se trocar antes de ir embora, mordomia total!

Eu olhava os tempos a cada Km e não me conformava, subidas diminuíam muito o ritmo e as descidas arremessam os corredores a velocidades insanas, sendo a mais difícil a do Km 2, onde a mudança de piso acontecia bem no meio de uma rampa morro abaixo. Terminei com uns 45:37, pois só olhei no relógio ao passar pela chegada e esqueci de parar o cronômetro. Mesmo assim, foi ótimo “voar” a 04:51 no Km 3!


Aí você olha novamente para ver se eu não errei o valor e esqueci um “zero” ao final do valor da inscrição, mas foi isto mesmo. Por menos do que custa um Big Mac (como se eu comesse estas porcarias), uma prova para ser repetida a cada ano, apesar das dores do dia seguinte...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Hidratação, dicas valiosas...

Quem trabalha ou já trabalhou em mercado financeiro conhece a expressão “conversa de cocheira”, que diz respeito a ficar de antena ligada em tudo o que se passa no mercado de ações para executar operações antes das valorizações ou quedas. Como temos que ficar em “cocheiras” antes das provas, eu também fico pescando muita coisa, e apesar de muita informação ali não prestar para nada (conversas da vida alheia, namorados trocando saliva, relatos das últimas provas), algumas são pérolas que não aparecem em revistas ou sites de corrida. Aí vão alguns toques sobre hidratação que já ouvi antes e durante provas e que comprovadamente fazem diferença:

Gás carbônico: como este gás é o produto da sua respiração, sai pela boca também, portanto se você ingerir água vai levá-lo direto ao estômago. Daí aquele desconforto chato, o qual faz alguns “porquinhos” produzirem o som de arroto nas provas.

O truque: coloque um gole d’água na boca, dê uma enxaguada e cuspa, apenas tenha cuidado para não acertar o tênis de ninguém (mire o chão, de preferência). Isto me ajuda bastante, e quando eu esqueço, sinto um desconforto chato que passa logo, mas incomoda assim mesmo.

Banho de água no tênis: já vi muita gente encharcando o tênis com água nos postos de hidratação, alguns sem querer, outros de propósito (devem gostar de bolhas nos pés). O fato é que abrir o copo de água correndo pode ser desastroso, e esta pode ir em cheio no calçado.

O truque: veja se não tem ninguém por perto, estenda um pouco o braço para o lado e fure o copo com o dedo. Vai espirrar, mas não cai no seu tênis. De novo, cuidado para não atingir ninguém!


Banho de Gatorade: em algumas provas servem isotônicos, na maioria das vezes em copos abertos, o que não é igual ao copo de água em que parte da tampinha fica lá para conter os solavancos da corrida.

O truque: dobre um pedaço do copo, fazendo com que o líquido não espirre para todo lado quando levado à boca. Escutei essa logo que peguei o copo, um sujeito ensinava o outro e eu resolvi experimentar. Rendeu mais líquido e não fiquei empapado com isotônico na camiseta.

Tá cheio? Passe reto! A regra é beber em todos os postos, mas às vezes você está empolgado e corre mais, ou seja, o tempo entre um posto e outro diminui e você ainda está “cheio”. Daí aquela sensação de excesso de líquido no estômago.

O truque: avalie-se, com a sua sede, temperatura e umidade do ar, o quanto falta para o final. Se não estou com sede, passo batido pelo último posto da prova, sei que água e geralmente isotônico me esperam ao final, ou seja, é um tumulto a menos que evito durante a prova.

Tem alguma dica? Fique à vontade, contribua com a nossa “cocheira”!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Circuito Athenas SP, 3ª. etapa: corrida maluca!

Se uma pessoa assistisse a 3ª. etapa do Circuito Athenas SP a partir de imagens de satélite, teria a impressão de estar vendo um episódio do desenho “Corrida Maluca” (Wacky Races, da Hanna Barbera), especialmente no trecho da Ponte Estaiada. Parecia uma daquelas cenas onde o Dick Vigarista trocava as placas de sentido das vias e os corredores iam e voltavam, cruzando-se várias vezes. Como o meu perfil não é de Peter Perfeito, mas sim de Mutley (lembra do “Rabugento” com aquela risadinha sarcástica?), meu objetivo era um só: “medalha, medalha, medalha!”

Mesmo assim, ficou faltando uma medalha para formar o “medalhão” das 3 etapas. Isto porque bem no dia da segunda etapa eu fui para a Maratona do Rio, então perdi a chance de correr 16 Km (10 milhas) nesta prova. Mas voltemos à etapa deste domingo, onde o objetivo era fazer 10 Km ou 21 Km e eu optei por completar minha 4ª. Meia Maratona deste ano.

O percurso era plano, afinal corria-se a maior parte do tempo na pista expressa da Marginal Pinheiros, tendo apenas as subidas das pontes... ou não. Na verdade a própria pista já possui alguns pontos onde percebem-se leves aclives, mas que duram por quilômetros, e o esforço aumenta sem você notar. O zigue-zague na Ponte Estaiada teve um preço alto, pois o corredor precisou executar vários giros de 180 graus, o que é bem cansativo para o corpo.

Desta vez eu optei por não levar gel de carboidrato e esta foi a minha salvação. Quando o percurso passa de 10 Km no treino, levo um torrone de 45g, o suficiente para gerar a energia necessária. Ou seja, meu estômago já acostumou a receber aquela pancada de carboidrato e açúcar enquanto corro, então resolvi que este seria o combustível de prova. E foi a sorte, já que o maldito Rio Pinheiros fedia como sempre, e tive ânsia de vômito em um trecho. Com aquela “pasta” do gel no aparelho digestivo, eu ia causar um estrago e tanto na pista...

Não há o que dizer da organização da Iguana Sports, que é perfeita em todos os detalhes, apenas tendo alterado o horário de largada para 07:00 na última semana. Claro que isto é um presentão para quem vai enfrentar 21 Km, mas para pessoas que moram no outro extremo da cidade, foi um parto sair de casa às 05:00 da manhã em um dia frio como este. O kit trazia uma camiseta Mizuno até que bem bonita, vermelha desta vez, e uma mochila pequena que até lembra aquelas de hidratação e que vai ser útil para andar de bike. A prova foi bem organizada, o valor do estacionamento foi fechado em R$ 18,00 (melhor que o preço normal do local), ótima hidratação, atendimento médico e dispersão. Camiseta de finisher só para quem fez as 3 provas, então fiquei de fora de novo. Mesmo não sendo das mais baratas, R$ 80,00, pagou-se por um serviço bem executado.

E segundo o SMS que recebi após a prova meu tempo foi 02:19:52... Opa! Vamos ver:

- Meia Maratona da Yescom, março: 02:18:08
- Meia Maratona da Corpore, abril: 02:18:06
- Meia Maratona de Praia Grande, setembro: 02:20:26
- Circuito Athenas (Meia Maratona): 02:19:52

Nada de evolução?

Ora, se eu fosse o Dick Vigarista, diria: “Raios! Raios Duplos! Raios Triplos!”

Mas como eu levo mais jeito para Mutley, só me resta dar a risadinha cínica...

(P.S.: não lembra da “Corrida Maluca”? Você não teve infância! Eu tive, ela só não acabou ainda... veja a abertura neste link do YouTube)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Malditas palmilhas...

A imagem ao lado lhe é familiar? Se não é, então o problema é comigo, pois eu já estou me acostumando em ver as palmilhas dos tênis de corrida “descascarem” muito antes de chegar a hora de aposentar os respectivos pares. Acostumando sim, gostando, não.

Aconteceu primeiro com o Adidas Response 17, e como tenho dois pares do mesmo modelo, aconteceu em ambos. Entrei em contato com a Adidas e a empresa mostrou-se interessada em analisar o problema, porém eu deveria enviar o tênis inteiro pelo correio (custos pagos por eles) e aguardar aproximadamente por um mês o resultado da análise. Ficar sem o tênis não haveria problemas, pois tenho outros pares para correr, inclusive o “gêmeo” dele, mas devido à uma semana de trabalho complicada não consegui ir ao correio para remeter o produto no prazo determinado. Tudo bem, pelo menos a empresa demonstrou atenção, inclusive com contato telefônico para obter o máximo de detalhes possível sobre o problema.

Aconteceu também com o Mizuno Creation 8, porém este demorou bem mais. Como revezo bastante os tênis (e não saio tanto para correr quanto gostaria, mas isto você já sabe), este modelo já tem uns 2 anos e após uns 400 Km começou a apresentar o mesmo problema. Acredito que se encher a paciência da empresa terei alguma atenção, mas vai ser a mesma coisa no final, enviar o modelo e aguardar pela constatação de algo que eles já sabem.

Aonde quero chegar com este papo furado? Sabendo que a palmilha é uma parte exposta ao suor e atrito do pé durante a corrida, eu sou da opinião que estas grandes marcas poderiam disponibilizar palmilhas específicas para seus modelos, prolongando assim a durabilidade do conjunto. Mesmo que fosse um preço indecente, tipo uns 20% do valor do calçado, eu optaria por comprar um par durante a vida útil do tênis, pois o amortecimento acaba durando mais que a palmilha. Já imaginou, após uns 300 Km você troca a palmilha e o tênis te dá aquela sensação de conforto parecida com um par novo!

Concorda comigo ou tem outra ideia melhor para resolvermos o problema?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Não paramos para ninguém!

Por acaso eu tenho cara de “balcão de informações”? Não? Ah, que bom, você e meu espelho concordam em alguma coisa, mas tem gente lá fora que não pensa assim...

O chato de correr na rua (quando não tem provas, é claro) é ter que eventualmente parar nos semáforos, então o que eu tento fazer é achar uma área onde isto seja minimizado, e uma boa opção é encontrar um aeroporto ou coisa parecida. Neste caso não existem ruas cortando a calçada e que ocupem um bom espaço, suficiente para alguns Kms sem repetição de paisagem. Em São Paulo temos um pequeno aeroporto que também funciona como base militar, o Campo de Marte, e em seu entorno estão o Pavilhão de Exposições do Anhembi, a Av. Brás Leme e a Av. Santos Dumont. Perfeito, além de estar a uns 15 minutos de casa, indo de carro.

O problema é que várias vezes eu já fui parado na região por carros, motos, senhoras e até bêbados para dar informações, em pleno treino! Será que esta gente não se toca que você está, digamos assim, “ocupado”? Houve uma vez que dividi o percurso com cão de rua que ficou ao meu lado por um bom tempo, e acho que até me ajudou em uma dessas situações. Dois sujeitos em uma moto pararam para pedir informações sobre direção (perdidos, como todo mundo que sai da Marginal Tietê) e o bicho parou junto comigo. Se havia ali más intenções, pensaram que o cão era meu, e é claro, averiguaram a possibilidade de um contato mais direto com aqueles dentinhos.

Mas a situação mais ridícula foi durante um pequeno alongamento após duas voltas no circuito (cada volta tem uns 7 Km, por isso ocorrem provas como a Santos Dumont e a Oral-B nesta região). Fiquei um pouco longe do carro, para não chamar a atenção, quando um outro carro com uns 5 marmanjos ouvindo música no último volume parou a uns poucos metros. Um deles saiu cambaleando e eu pensei “bater em bêbado e correr, não estou tão cansado assim”. O cidadão chegou para mim, disse “bom dia” exalando álcool, apontou para seu carro e completou “F-Frank S-S-Sinatra...”, enquanto o cantor de olhos azuis berrava um de seus sucessos no sistema de som, e completou “..muito b-bom!”. Pelo menos quando ficam bêbados melhoram o gosto musical. Concordei com aquele corpo inflamável que tentava se comunicar comigo e este voltou ao carro em uma trajetória errante. Acontece cada coisa nestes treinos...

Pois bem, a questão é que se a pessoa tem que pedir informações, procura alguém “do bem”, e é mais fácil parar um corredor do que um ciclista. Mas mesmo assim, enche o saco ter que interromper seu ritmo e trazer a sua mente que estava em outra galáxia só para explicar quantas ruas o sujeito errou por não ter um GPS no carro!


Já te aconteceu alguma coisa parecida? Sinta-se a vontade para contar sua estória aqui.

Que você tenha mais sorte que eu e termine seus treinos sem interrupções...

domingo, 24 de outubro de 2010

Vale tudo para treinar, até caneleira!

E a falta de tempo continua. Até esteira eu tive que fazer nesta semana que passou, coisa que detesto, simplesmente para ter a sensação de correr um pouco. Parecia um hamster ensandecido vestindo uma camiseta da Meia Maratona de Praia Grande, suando em bicas e movendo as perninhas freneticamente sem sair do lugar. Tempo para musculação? Nem pensar, aí o jeito é improvisar...

Já faz algum tempo que eu emprego uma ideia doida para não deixar as pernas amolecerem: ando com 1 Kg a mais em cada perna usando caneleiras. É isso mesmo, aquela coisa que as pessoas usam para fazer abdominais, que eu também negligencio pela falta de tempo, é utilizada para pequenas caminhadas.

Para não bancar o ridículo na rua, o jeito é usar uma calça jeans que possua uma boca um pouco mais larga ou até mesmo de agasalho, assim ninguém percebe. Os músculos posteriores da coxa, que são os primeiros a reclamar nas subidas, entram em ação com o aumento da carga. Uma caminhada até a padaria em ritmo acelerado ou subir alguns lances de escada já ajudam a sentir um pouco de força a mais nas pernas, especialmente quando o tempo é curto para treinar de verdade.

Então aí vão algumas coisas que aprendi, caso você resolva experimentar (por sua conta e risco, diga-se):

- no começo, evite longos trajetos, suas pernas podem não gostar muito da ideia. Caminhe dentro de casa até se acostumar a “rebocar” o peso extra.

- tente com caneleiras de 0,5 Kg a 1 Kg, mais do que isto você força muito e pode se machucar.

- use um tênis com amortecimento, afinal você vai pousar este peso extra a cada passada.

- atenção aos joelhos: eles também podem reclamar e neste caso o estrago pode ser grande.

-não arraste os pés: o peso a mais faz com que a tendência seja arrastar o mais próximo do solo, mas aí o movimento fica todo prejudicado. Elevar demais também força articulações desnecessárias, como as do próprio joelho.

- não aperte muito e nem deixe folgada ao redor dos tornozelos. Firme, sem sair do lugar.

- sempre use meias, ou vai conseguir uma irritação de pele danada, mas você pode contornar isto buscando uma com material mais macio (a da foto, só com meia!).

- ao menor sinal de dor, pare e tire as caneleiras. Melhor voltar para casa carregando na mão aqueles sacos de limalha de ferro do que arranjar uma lesão.

- eu nunca tentei correr com elas e neste caso é aconselhável orientação de quem entende do assunto.

Lembrando que isto não é um treino oficial, eu não sou formado em medicina esportiva e adaptei este negócio simplesmente por estar afastado da academia nos dias em que a agenda está cheia. Minhas pernas já acostumaram, mas eu duvido que alguém indique esta técnica. E as caminhadas são realmente pequenas, apenas um esforço extra no hábito saudável de andar de vez em quando.

Sabe como é, não dá para relaxar agora, eu tenho contas para acertar com a subida da Brigadeiro no final do ano...

domingo, 17 de outubro de 2010

Quando é que foi mesmo?

Imagine a seguinte cena, num futuro um pouco distante: sua netinha olha para o quadro de medalhas de corrida, que neste ponto já lota umas três paredes da sua casa, e pergunta “Vô, que medalha legal esta aqui da Maratona do Rio! Que dia que foi esta corrida?”. A memória já não ajuda tanto assim, então o jeito é recorrer aos óculos na ponta do nariz, apertar os olhos e ler a inscrição na medalha... mas onde está a informação de data, local e distância daquela prova? Pois é, talvez não pela memória ou os óculos, mas você algum dia vai procurar esta informação nas suas medalhas e não vai encontrar, pois desde já, não está lá!

Rodolfo Lucena, autor dos livros “Maratonando” e “+Corrida”, já havia alertado para este problema, e enquanto eu fazia um “censo” (agora virou moda!) das minhas medalhas, dei de cara com diversas delas que não dizem os dados básicos da prova. Independente se são bem acabadas ou não, parece que é mais importante gravar os logotipos dos patrocinadores do que os dados da sua conquista. E você pensa que acontece só em provas bobinhas de 5K, organizadas de forma artesanal? De jeito nenhum, eu acabo de vasculhas as medalhas das Maratonas do Rio e São Paulo deste ano e nada de dizer as datas! Vou ter que olhar o arquivo do blog e achar os respectivos dias para terminar meu “censo”.

Aproveito para deixar aqui meus apelos para os leitores:

1 – se você é organizador de provas, sabemos que o patrocinador tem prioridade, mas as corridas geralmente são pagas e o mínimo que poderia ser feito é a gravação dos dados básicos na medalha;

2 – se você é corredor e até mesmo blogueiro, passe a exigir estes detalhes nas próximas provas, através de posts no seu blog, e-mails de reclamação e qualquer alerta que possa ser dado neste sentido.

Afinal, você não quer deixar de contar para os seus netos a estória completa daquela prova onde você superou seus limites e deixou os quenianos para trás...

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Corrida Santos Dumont: missão cumprida!

Talvez a falta de tempo das últimas semanas esteja fazendo com que eu corra um pouco mais rápido que o habitual. Afinal, já havia completado os 10 Km do Circuito Adidas Primavera abaixo de 1 hora (OK, 59:55) e olha que é um sobe e desce danado naquele percurso. Quando fiz a inscrição para a Corrida Santos Dumont, que aconteceu mais uma vez no feriado de 12/10, achei que seria desaforo fazer um percurso totalmente plano em tempo maior. Porém treinar durante a semana nem pensar, o máximo que consegui fazer foi uma escapada no domingo com a bike e um pouco de academia na segunda. Então vamos aos fatos...

A prova mais uma vez foi bem organizada pela JJS Eventos, tendo largada na área militar do Aeroporto Campo de Marte, uma vez que é apoiada pelo Comando Aéreo Regional (COMAER). Os kits foram retirados no Hospital Edmundo Vasconcelos, patrocinador oficial da prova e a entrega ocorreu de forma organizada. A camiseta até que é bonitinha, e este foi o único “agrado” que o corredor recebeu nesta prova.

A corrida começou no horário marcado e com um número não muito alto de participantes. Afinal, não é uma região central (Zona Norte de São Paulo) e aconteceu em um feriado prolongado. Hidratação bem distribuída pelo percurso, clima frio com sol, retas intermináveis como a do trecho que atualmente é parte do circuito da Fórmula Indy na Av. Olavo Fontoura. A única crítica, para variar, fica por conta da largada dos caminhantes, que deve ocorrer sempre após a dos corredores. No mais, tudo de bom.

Ah, o meu tempo? Ficou em 59:02, mesmo sem treino. Ou seja, missão cumprida!

Deixo para você este vídeo do pessoal da Força Aérea, que corre os 10K a base de seus hinos de batalha...


Parabéns a eles e a todos os que concluíram a prova!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

É “nóis” na Runner’s!

Digo “nóis” pois não fui o único que saiu na foto: na largada da Corrida Vertical em 29/08, eu e o colega Fábio Namiuti do blog Arquivo de Corridas de Fábio Namiuti fomos clicados no momento da largada (eu estou em primeiro plano – ou por último, se preferir – e o Namiuti está logo a frente, de calção amarelo). Afinal, era a primeira bateria de um novo evento, e os fotógrafos e jornalistas estavam empolgados. A foto está na edição de Outubro da revista Runner’s World, em uma matéria muito boa sobre este tipo de corrida.

Mesmo tendo saído de costas na foto, já valeu pelos 5 segundos de fama!

sábado, 9 de outubro de 2010

Cartinha ao treinador

Semana do cão: em alguns dias saí antes das 7:00 e voltei quase no dia seguinte, trabalhando e fazendo curso. O dono da academia está mais rico e eu menos condicionado. Correr na rua? Só quando começou a chover na quinta ou para atravessar a faixa de pedestres na sexta (sensação boa, durou pouco). Dor nas costas devido a excesso de peso na mochila. No sábado acordei com o corpo todo duro e dolorido de stress da semana, dia frio e com chuva, então nem pensar em forçar o corpo lá fora, apesar da vontade.

Eis que estou colocando a leitura em dia com algumas revistas de corrida paradas em cima da mesa e dou de cara com uma matéria onde “treinadores” aconselham a terminar bem uma maratona, algo do tipo “tem gente que se orgulha de dizer que terminou com dores e se arrastando blá blá blá..”. Já tive que dar um esculacho na turma de ontem em sala de aula, aí vai outro:

“Sr. Treinador, não terminei uma, mas sim três maratonas em frangalhos, neste estado de doer tudo até os fios de cabelos e me orgulho muito disso. Com todo tempo escasso que tenho para treinar, e não pela falta de vontade, fiz mais do que muita gente que fica na frente da TV o final de semana todo, que dorme quinze horas seguidas no sábado ou que acha que fazer atividade física é coisa para maluco. Pretendo completar outras tantas maratonas neste mesmo estado ou pior, e isto não é problema seu. Antes de escrever imbecilidades na revista, pare e pense que este é um país com mais gente obesa do que subnutrida. Afinal, a página onde constava o seu e outros nomes ‘ilustres’ do esporte é um tanto áspera e não dá nem para limpar a b...”

Tudo bem, me empolguei de novo (os alunos de ontem que o digam). Existem não apenas dois, mas diversos tipos de atletas nas provas de rua, e eu estou na categoria que chamo de “recreacional”. Vou nas provas que posso pagar inscrição e que podem ser encaixadas no meu calendário, faço academia sem neuras e apenas para manter o condicionamento, corro porque gosto, tempo de prova é apenas um presente quando é mais baixo que o esperado. Portanto, esporte para mim não é obrigação ou atividade remunerada. Se tiver que completar outras tantas provas no pace entre 6 e 7 min/Km ou mais, sem problemas, eu não tenho por hábito desistir das coisas e não é o relógio que vai me desanimar. Comecei, vou terminar.

Portanto, da próxima vez eu mando esta “cartinha” para a redação da revista e com certeza deixo de comprar as próximas edições. As já compradas, vão para a lixeira de papel reciclável.

Afinal, já tenho coisas demais para fazer do que ficar lendo opiniões de quem não sabe como é o meu dia. Ou de pessoas que não sabem a sensação de um dia ter sido sedentário e alguns anos depois cruzar a linha de chegada dos 42 Km.

Bom final de semana e feriado, no seu ritmo, seja ele qual for!

domingo, 3 de outubro de 2010

Meus 600K

"O que não se pode medir, não se pode melhorar". OK, eu não estou tão inspirado assim hoje, esta frase é de Edward Deming, célebre consultor americano da área de qualidade. Mas voltemos à corrida: eu com certeza não vou para a tal Nike 600K que todo mundo está falando, apenas acabei de completar esta marca de seis dezenas de quilômetros de corrida percorridos neste ano de 2010. Para quem fizer uma média por semana ou mês, vai achar pouco, e é mesmo. Mas com certeza é mais atividade física do que muita gente fez na última década.

E como eu sei que “rodei” tudo isso? Simples, de novo vou apelar para meu amigo MS Excel, onde anoto as provas, treinos e esteira que vou fazendo. É claro que quando se trata de treino é meio difícil saber o quanto se percorreu em um parque ou mesmo acreditar nos números da esteira. O primeiro vai na base da percepção do esforço e o segundo na confiabilidade do equipamento. Ou seja, temos que considerar uns 5% de diferença no número, o que não é tanto assim.

Quando o ano virou eu estava com vontade de correr uma maratona lá fora e pensava em rodar ao menos “2010 Kms” para mostrar a mim mesmo que mereço o presente. Mas os compromissos profissionais, do tipo trabalhar 12 horas por dia atrapalham tudo, sem contar as lesões e dias de preguiça. Somando tudo na minha planilha, ao final de Setembro deu o número redondo “600” e eu logo assimilei à prova da Nike que acontecerá em breve. Posso até não estar na prova (e nem tenho tempo para isto, diga-se), mas já valeu ter completado alguma marca neste ano.

Já medi, agora é hora de melhorar.

Aliás, Outubro virou no calendário e eu preciso marcar mais 7 Km...

Boa semana!

domingo, 26 de setembro de 2010

Circuito Adidas Primavera SP: dá-lhe chuva!

Inscrever-se em uma prova é a maior alegria, treinar para ela melhor ainda, mas o grande dia pode reservar alguma surpresa que não estava nos planos, e o clima neste caso é a principal delas em São Paulo. Mais uma etapa do Circuito Adidas e desta vez o jeito foi enfrentar uma manhã cinzenta e bastante molhada na cidade, que até poucos dias atrás estava novamente na maior seca. Mesmo assim, valeu a pena.

Basta acompanhar os relatos dos corredores que participaram das outras etapas em diversas cidades e fica claro que a organização é excelente e erra em pouca coisa. Desta vez não foi diferente na etapa paulista. Talvez o preço da prova não agrade a todos, variando de R$ 71,00 a R$ 81,00 dependendo da época de inscrição, mas pode-se dizer que a qualidade do kit pré e pós-prova compensa: a tradicional sacolinha de treino que agrada a todos, camiseta Adidas e boas instruções antes da prova; toalha, Powerade, bolachinhas (até dizer chega, diga-se), frutas e muita água após, além da bela medalha que faz parte de uma mandala em conjunto com as demais do ano. Sugestão: para uma prova tão organizada, o chip já poderia ser do tipo descartável.

Mas para o clima, não tem valor de inscrição que faça aparecer o sol ou inibir a chuva. Antes da prova os corredores já chegavam ao estádio do Pacaembú ensopados, enquanto que outros faziam a alegria dos camelôs comprando capas de chuva a R$ 5,00 ou sabe-se lá mais quanto. Eu saquei a minha de R$ 1,00 que sempre vai na mochila e é descartável para tentar ficar seco e aquecido antes da prova. Fiquei parecendo um Teletubbie plastificado, como na foto ao lado, mas pelo menos não era o único. Afinal, se a chuva parar até a hora da largada, eu só fico molhado de suor. Dito e feito, faltando uns 2 minutos para cornetada, São Pedro desligou o esguicho e partimos apenas com respingos.

O percurso é o tradicional Av. Pacaembú-Elevado Costa e Silva, vai e volta, com suas subidas e descidas, sempre desafiantes. Quando tenho tempo vou aos domingos correr no elevado, que fica fechado para os carros, aproveitando os 2,5 Km de trajeto para fazer várias voltas. Ou seja, estou em casa ali. Fiquei um pouco tenso com as poças de água em alguns trechos, mas até que consegui terminar bem, com 00:59:55 no relógio (confirmado via SMS enviado pela organização da prova após o evento). Isto quer dizer, exatos 10 Km/h!

Uma ótima prova e mesmo não tendo corrido as demais para completar a mandala, valeu o investimento. Tá certo que eu fiquei com uma pontinha de vontade de ir na Meia Maratona das Pontes, mas pensando bem, pegar chuva e correr no meu ritmo talvez não fosse uma boa.

O Circuito das Estações Adidas continua testado e aprovado!

Parabéns a todos que correram nesta e em outras provas deste final de semana!

P.S.: o blog acaba de completar 100 seguidores! Obrigado a todos que em algum momento clicaram no botão “Seguir” e que contribuíram com sua leitura e comentários para chegarmos nesta primeira centena!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Correndo e ajudando quem precisa

Se você procurar em qualquer dicionário o significado da palavra “herói”, vai encontrar alguma coisa do tipo: “Aquele que se distingue por seu valor ou por suas ações extraordinárias”. Então, vamos aqui “cantar” dois dos muitos heróis do momento e que seu exemplo sirva de inspiração para nós, simples mortais.

Finalmente, após a consagração da corrida como segundo esporte mais querido do brasileiro, temos atletas que suam a camisa, literalmente, em prol de entidades e causas nobres. Modelo comum lá fora, especialmente nos EUA, correr para ajudar hospitais, doações de órgãos, orfanatos é parte da vida de muitos corredores, que vendem seus quilômetros ou milhas para levantar fundos para entidades necessitadas.

Aproveito o blog para divulgar dois grandes projetos que estão atualmente em andamento, e é claro, conto com a sua ajuda para também divulgar e participar:

Correndo para Doar

O atleta Angelo da Silva se propõe a correr a ultramaratona Bertioga – Maresias em 23/10/2010 sozinho, vendendo quilômetros do percurso para arrecadar fundos para a construção e melhorias do Orfanato Lar Solid Rock.

Para conferir o projeto, acesse: Projeto Correndo para Doar

Desafio Passos Solidários

Carlos Dias, atleta e palestrante já conhecido nos meios esportivos de corrida, irá iniciar nesta semana na Adventure Sports Fair seu projeto de correr 365 ultramaratonas (50km/dia) em 365 dias ao redor do Brasil. O objetivo é arrecadar fundos para a GRAACC, entidade de respeito que combate o câncer infantil.

Não deixe de conferir: Carlos Dias Ultra

Estes caras são verdadeiros heróis, além das façanhas que executam em seus desafios, ajudam outras pessoas e incentivam o esporte.

Parabéns a eles e a todos que praticam o bem!