sexta-feira, 29 de julho de 2011

Uma palavrinha sobre o Chip Descartável

Na verdade, não tem muito o que falar, mas já que muito organizador de prova não fala nada, cabe a nós divulgar um pouco a informação correta. Os chips descartáveis já são uma realidade (tardia, diga-se) em nossas provas , e eu já vi muito corredor dando nó em gota d’água, quer dizer, no próprio chip, para conseguir amarrar o dispositivo no tênis. É algo tão fácil que até sua avó faria, mas depois a velha vai ter que correr...

Vou usar parte do texto que está na revista da Maratona do Rio 2011, um dos poucos organizadores que vi explicar o uso correto: “Este chip deverá ser afixado no seu tênis em forma de ‘O’, mantendo a etiqueta voltada para cima sem contato com a superfície (veja ilustração).” E seguia desenho correspondente, mas eu te dou a foto aí acima. Continuando: “o chip não deve ser amassado, dobrado com vinco, ou danificado, para que tenha uma perfeita leitura no sistema”. Putz, fácil demais, mas ninguém tem obrigação de advinhar!

A organização também pode fazer a gentileza de fornecer alguns amarradores, tipo aqueles que você joga fora quando compra pão de forma. É virtualmente impossível dar o ajuste só com o cadarço, especialmente no dia da prova, então o mínimo que se pode fazer é incluir isto no kit. O negócio é alinhar os dois furos do chip e passar o amarrador por eles, e só depois afixar no cadarço.

Ah, droga, estou me coçando para não falar, mas não tem jeito: este post todo é devido ao fato da Yescom não ter dado uma linha de explicação aos corredores da Maratona de São Paulo 2011 e eu acabei ajudando alguns que estavam ao redor para ajustar os respectivos chips. Só quando a organização percebeu (mais uma) burrada é que começou a anunciar no sistema de som que os corredores que estivessem com dúvida deveriam procurar o staff da prova. Pronto, falei.

Evolução simples, já estava mesmo na hora de termos esta tecnologia aqui. E não vamos mais ter que ouvir aquele pessoal berrando “chip na mão!” quando a prova termina, já que as medalhas são trocadas por um ticket que está no número de peito do atleta.

Agradeço a todos que passaram por aqui e deixaram seus comentários sobre a Maratona do Rio. Foram duas semanas de trabalho árduo e nem consegui replicar todos os e-mails ou passar em todos os blogs (domingo tem Meia Maratona, e é claro, eu não tive tempo algum para treinar também...)


segunda-feira, 18 de julho de 2011

Maratona do Rio: Vim, Vi, Voltei!

Na verdade, César disse algo parecido quando iniciou a conquista da Ásia: “Vim, Vi, Venci”, mas eu achei que ia ser pretensioso demais para o título do post. De qualquer forma eu venci, mas foi apenas o meu simpático relógio, que está de cara amarrada comigo até agora. O resto do corpo também não compartilha da sensação de conquista, dói tudo, inclusive as unhas do pé que foram massacradas nos 42 Km da Maratona do Rio ontem. Valeu a pena cada centímetro, não importa a dor!

Novamente eu tive a satisfação de viajar com a Equipe de Corredores Tavares, que desta vez levou 3 ônibus de atletas para a Cidade Maravilhosa. Divididos em corredores das distâncias da Family Run (6 Km), Meia Maratona ou Maratona, todos enfrentaram a longa noite de sexta para sábado cruzando a Via Dutra e dormindo da forma como podiam, apesar do conforto dos veículos.

Desembarcamos no mesmo hotel do ano anterior, que fica a uns 20 minutos do final das três provas, um pouco de descanso e o passeio da tarde seria o Cristo Redentor. Mas antes, uma passadinha na feirinha de entrega de kits, onde a Olympikus mostrava sua linha produzida para a prova: tênis, camisetas, shorts e outras bugigangas. Filas enormes, nem pensar em comprar alguma coisa. Fotos e volta para o almoço para a saída do passeio. Lá no alto, ainda tivemos a sorte de ver a Esquadrilha da Fumaça dar algumas passadas, em comemoração dos Jogos Militares que estão ocorrendo na cidade. Olha bem para este sol maravilhoso, amanhã ele vai fritar seu cérebro debaixo do boné...

Domingo, 03:50 da manhã, hora de levantar

Para evitar os problemas do ano anterior, quando o motorista teve que tomar alguns desvios inesperados e já descemos do ônibus ao som da corneta de largada, saímos muito cedo. Café às 04:20, saída às 05:00, coisa de gente doida mesmo. Percurso calmo e lá pelas 06:15 já estávamos no Recreio. Ótimo, assim dá tempo de enfrentar a fila dos banheiros químicos, depois de curtir um pouco do nascer do sol (que vai mesmo fritar nossos miolos).

Ô aeromoça, qual o filme de bordo?

“Se Correr, Não Case” ou algo do tipo. Na verdade, o que interessava é que o meu lanche de bordo estava melhor que o de muita companhia aérea: sachês de carboidrato, torrones, sal (lembra da Maratona de São Paulo?) e batatas fritas. Como eu vou consumir tudo isso? Correndo, é claro, só não vou passar fome como em toda maratona, afinal, a viagem é longa e sem escalas (obs.: “aeromoça” é politicamente incorreto, o certo é “comissária de bordo”)

Começa a jornada

Depois de um Hino Nacional cortado ao meio sabe-se lá porque, um pronunciamento tímido do Marílson Gomes dos Santos (que não correu) e uma agitação danada dos 5 mil maratonistas, é hora de largar pontualmente às 07:30. Entendeu, Yescom: pontualmente! Lá vamos nós, sol já a toda, mas com uma brisa fantástica para refrescar os corpos agitados. Vamos por um percurso bem aberto, o que facilita a dispersão dos mais rápidos e por volta do Km 2 já estamos em direção ao Aterro do Flamengo. O primeiro trecho é uma reta só, que vai do Recreio até a Barra da Tijuca, ponto de largada da Meia Maratona. Se você não tiver um pouquinho de controle do seu ritmo, dispara feito doido aí e pode ser difícil manter o passo até o final. Por isto eu fiquei marcando de forma acirrada cada quilômetro, mantendo entre 06:30 e 07:30, meu ritmo normal, para não estourar o corpo antes da hora. Passada a marca de 21 Km com 02:29:36, agora o jeito é acelerar o que dá, o que vier aqui é lucro. A probabilidade de que eu vou andar é grande, então o quanto eu puder ganhar de terreno, melhor.

O que é um pontinho amarelo correndo na Av. Niemeyer?

Reposta: eu, ensandecido. Este é o único trecho em subida mais forte no percurso, então muita gente anda. Subi o Km 27 trotando, acredito que no meu ritmo. Mas ao ver o cronômetro, tinha fechado o Km a 08:42. Fiquei tão p...da vida que disparei feito um míssil, estourando joelhos, juntas e o que mais tivesse para estourar. Fechei o próximo Km em 04:51. Acho que tinha coisa errada aí, eu não iria tão lento nem tão rápido. Será que alguém mexeu nas placas?

No túnel de São Conrado, um show de lasers ao som da 9ª. Sinfonia de Beethoven (e você achava que eu só curtia Iron Maiden...). Segue vídeo, ficou uma droga, eu sei, mas eu estava correndo:



E estou ouvindo a sinfonia completa enquanto escrevo o post!

Mas e aí, vai fechar este troço em quanto, afinal?

A questão é a seguinte: o muro fica no Km 32, logo à frente, mas eu vinha desembestado. O ritmo, não sei como, mantinha-se no que eu queria, em torno de 7 min/Km. Não dá para explicar, o motor não abria o bico! Mas vamos aos fatos:

- eu me entupi de carboidrato nos últimos 3 dias
- dosei batatinhas fritas, torrones e gel de carboidrato, sem contar os Powerades que eram distribuídos no percurso.
- água farta, então todos os tanques estavam cheios.

O Sr. Scotty diria ao Capitão Kirk: “eu não sei mais quanto tempo a nave vai aguentar!”. Mas eu estava fazendo as contas e daria para fechar abaixo (pouco, na verdade) de 5 horas. Amanhã eu me arrependo.

Enfim, o fim!

Mesmo com o playlist final, que deve turbinar o cérebro, o ritmo caiu um pouco e eu andei uns 200 metros. Entendeu? Andei 200 m em 42 Km, o resto eu corri! Não dava para acreditar, quando vi a placa de 40 Km em frente ao Pão de Açucar botei o resto de lenha na caldeira, pisando o que dava. Total de prova: 05:02:40. Ou seja, 44 minutos a menos que na entediante Maratona de São Paulo, há um mês! E eu não treinei tão bem assim.

OK o relógio perdeu essa ao som de “The Best” da Tina Turner no fone de ouvido, terminei minha 5a. e melhor maratona!

Considerações

Se você ainda não correu esta prova, tá esperando o quê? Com o sol lá em cima fica melhor ainda, o Rio é lindo e você vai percorrê-lo de ponta a ponta pela orla. A organização da Spiridon é infinitamente superior a de outras organizadoras (de quem será que eu estou falando?) e a cidade inteira fica sabendo da prova, graças à divulgação.


Se for possível, eu volto no ano que vem... talvez sub 5 horas?

Pense a respeito

Na minha profissão, quando eu entro em uma sala de aula, sei que nem todos estão empenhados em fazer o melhor. Resumindo, não estão comprometidos, vão desistir, empurrar com a barriga ou esperar uma ajudinha externa. Da próxima vez que você estiver em uma largada de corrida, maratona, ou qualquer prova, tenha certeza de que quem está ali está comprometido.

E vai chegar ao final pelo seu próprio esforço.

Parabéns à todos que completaram as distâncias deste evento fantástico e parabéns à Márcia que completou sua primeira Meia Maratona. Que chato, primeira prova na distância, num cenário desses...




segunda-feira, 11 de julho de 2011

Corrida SESC Santana: altos e baixos

Parecia um daqueles filmes de fim do mundo, onde o planeta congelava aos poucos, e alguns humanos petrificavam ao vento gelado das ruas. Os humanos deste quadro são na verdade os corredores que enfrentaram a geladeira que estava a manhã deste último domingo nas ruas próximas ao SESC Santana, percurso de 6 Km conhecido como Corrida SESC Ruas de Santana. A prova, dividida em duas voltas de 3 Km, teve altos e baixos, especialmente no percurso, começando pela ladeira distante a uns 500 metros da largada.

Altos...

O mais “alto” da prova foi o preço, quer dizer, extremamente baixo: R$ 16,00 público geral e R$ 8,00 para comerciários e associados. Tenha dó, tanta prova cobrando até dez vezes isto e mais uma vez está provado que muito organizador está mais preocupado em embolsar do que organizar o evento. Kit com sacolinha e camiseta, bonita por sinal, hidratação bem posicionada, kit pós-prova com lanche, fruta, barrinha e isotônico. Faz a conta aí e diz se compensa ou não.

E é claro, altura é o que não faltava no percurso. Várias ladeiras bem malvadas detonavam os corredores congelados. A Zona Norte de São Paulo tem dessas, um sobe e desce danado, e o circuito, apesar de pequeno, é um exercício e tanto para as pernas.
Apesar do estacionamento do SESC não estar aberto pela interdição das ruas, é muito fácil estacionar na região, devido à avenida onde está situada a unidade. Mas eu sou suspeito para falar, é tão perto de casa que eu fui andando, quer dizer, correndo, para aquecer.

O diferencial da prova deste ano foi a medalha: confeccionada em um material que lembra cortiça, foi desenvolvida pensando no baixo impacto ambiental. Medalha tem que ser de metal? Não necessariamente, estas diferentes são especiais nas nossas coleções.

Sobre a organização da prova, não tenho nem o que dizer, além de “excepcional”

...e Baixos...

Somente algumas coisas chamaram a atenção, e nem se pode dizer que são reclamações. A primeira delas foi a largada de corredores e caminhantes embolados, ou seja, primeiro quilômetro totalmente congestionado. Sem atropelos, mas um pouco perigoso para todos.

Um item nada a ver que eu preciso relatar: a elite. Em um circuito muito parecido com este, eu já havia citado que quem não tem paciência de cruzar com os “mortais”, que como eu fazem 1 km em aproximadamente 06:00 minutos, não deve encarar provas com voltas. Um corredor de elite (e aqui não vou apontar o dedo para ninguém) passou desembestado por mim próximo à última curva do circuito. O sujeito empurrou um outro corredor mortal e cortou caminho tangenciando a calçada. Achei esta uma atitude ridícula, tá perto de ganhar, que bom, faça o seu melhor, sem bancar o babaca.

Meu tempo também foi “baixo”, mas no sentido de “alto”: 38:14. Talvez pelo frio, subida ou preocupado em não me machucar para a próxima semana, mas deu até para brincar de split negativo. No gráfico dá até para perceber em que trechos as subidas pegam para valer.


E por fim, o mais baixo de tudo: a temperatura! Antes da prova eu estava com duas camisetas, a do evento e outra de manga comprida, além de um agasalho, sem contar a calça de corrida (barra justa). Quem disse que eu conseguir tirar o agasalho para correr? Foi daquele jeito mesmo, 3 camadas de roupa, e posso dizer que só abri um pouco o zíper em um trecho, o frio estava de doer os ossos.

Prova muito boa, mais uma vez eu recomendo as provas do SESC!

E na próxima semana, mais uma maratona... RJ, lá vou eu de novo!




terça-feira, 5 de julho de 2011

Gostou da corredora? Buzine!

Estava eu lá na Av. Braz Leme, entrando na minha segunda (e última) volta ao redor do Aeroporto Campo de Marte, quando duas mocinhas saíram de uma das travessas e entraram trotando na minha frente. Como eu já vinha “aquecido” dos 7 Km da primeira volta, foi fácil passar pelas donzelas e seguir o meu caminho. Só que para minha surpresa, as duas mantinham o mesmo ritmo que eu, separadas por uns 10 metros no máximo. Como eu sabia disso sem olhar para trás? Simples: o constante “blá blá blá blá...” que nem o som do meu MP3 player conseguia filtrar. Como é que mulher consegue correr e conversar ao mesmo tempo? Eu já estava botando os bofes para fora e as duas não paravam de tagarelar! Uma coisa é falar enquanto corre, outra é conversar.

Realmente eu não me incomodei com isto, apenas apertei o passo. Afinal, se as duas conseguiam trocar tanta ideia correndo, eu conseguiria até manter o meu ritmo à frente delas. Mas o que chamou a atenção foi a quantidade de buzinadas de admiração que eu levei. Eu? Quer dizer, elas! Se tem uma coisa que me dá nos nervos são estes imbecis nas ruas que acham que a buzina do carro é igual ao botão “Curtir” do Facebook. “Olha aquelas ali, vou curtir!” e desce a mão gentilmente na buzina com dois toquinhos “sexy”. Vamos enquadrar estes caras? Lá vai:

Código de Trânsito Brasileiro
Art. 41. O condutor de veículo só poderá fazer uso de buzina, desde que em toque breve, nas seguintes situações:
I - para fazer as advertências necessárias a fim de evitar acidentes;

Será que as mocinhas corriam risco de acidente? Se a resposta for “não”, então infração leve e 3 pontos na carteira para os mancebos!

O que chama a atenção é que estes supermachos motorizados comportam-se igual àqueles cachorros que correm atrás da roda do carro: quando o veículo para, não sabem o que fazer. Se uma delas olhasse para um deles (coisa que não faria, são corredoras, gente inteligente, oras!) com certeza o coitado se enfiaria embaixo do banco e ficaria chupando o próprio dedo de tanto pavor.

Mas eu segui meu rumo, na frente do incansável “blá blá blá blá...” e aguentando as constantes buzinadas.

Sabe, até que é uma coisa boa tentar manter o passo com este referencial: split negativo de 6 minutos na segunda volta!

(corredoras, sintam-se livres para desabafar das buzinadas aqui neste espaço...)