quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Corrida 24 Horas na Pista: Self-Service

Ainda não foi desta vez que eu enfrentei uma ultramaratona de ponta a ponta, daquelas que começa em um dia no calendário e termina no outro. Mesmo assim, participei pela terceira vez da Corrida 24 Horas na Pista, evento que tradicionalmente acontece na Virada Esportiva promovida pela Prefeitura de São Paulo, um evento simples mas muito bacana. E o melhor: gratuito.

A saga começou no ano passado, quando fiz um trecho no início da noite, com clima agradável e bastante animação por parte dos corredores. Vi muitas barracas armadas no centro do local, um campo de futebol que deu lugar a uma quantidade expressiva de
equipes e guerreiros solitários que lá armaram suas tendas para enfrentar quantos quilômetros fosse possível dentro do prazo de 24 horas. Tendo já armado acampamento na Ultrarunner 50 Km em Praia Grande meses antes, pensei que seria no mínimo divertido passar este tempo todo em uma pista de corrida, mesmo que o sono fosse para o espaço. Decidido, em 2014 iria fazer as 24 horas, uma vez que estas provas não custam barato e esta era de graça.

Mas, nem tudo é como planejado: Ironman, uma série de corridas menores, proximidade da Maratona de São Paulo e uma brusca virada de tempo na véspera, fazendo as temperaturas despencarem. Apesar de munido de autorização da organização (sim, precisa) para armar a barraca, resisti até o último momento e saí de casa no sábado à tarde apenas para fazer um caprichado treino de rodagem. Enfrentar o monstro? Não, vamos usá-lo para bater em outro monstro, a maratona que vai
acontecer em menos de 1 mês. Uma lesão agora é tudo o que eu não preciso, sem contar o desgaste que não pode ser negligenciado.

O dia continuava com aquela cara de que “vai chover a qualquer momento”, mas na pista a euforia era geral. Às 14:00 em ponto a largada foi dada, e apesar de ser uma prova longa para todos, tem gente que não resiste e já sai com o pé no acelerador, pelo menos para a primeira volta. Este ano apenas número de peito e chip, nada de camiseta, mas pelo menos tinha hidratação e guarda-volumes. Também vi alguns pacotes de gelo no meio da prova, mas não sei se foram disponibilizados para as pernas cansadas dos atletas.

E como é este negócio de correr em pista? Simples, você corre 1 volta (400 metros), mais uma, e outra, e outra... e a mente desliga. Eu
sou do tipo que perde a contagem fácil, fazer natação em voltas na piscina é um parto, sempre me perco na contagem e estrago a distância final do treino, mas fora d’água eu posso utilizar o elaborado dispositivo ao lado, usado para contar pessoas na entrada de eventos, mas que funciona muito bem neste caso. É claro que os mais espertinhos vão querer esnobar o GPS, mas eu já aviso: 1) vai marcar errado, afinal, só a raia 1 tem 400 metros (geometria pura); 2) a bateria não dura 24 horas e você não vai ter aonde carregar.

É claro que quem faz a prova solo dá umas caminhadas em diversos trechos, para soltar um pouco as pernas e é claro, contabilizar Kms. A cada 2 horas o percurso muda de direção de forma bem organizada, e o tédio é quebrado por algumas voltas. Nesse vai e vem ainda encontrei os colegas Fábio Namiuti e o Corretor Corredor, que também estavam no trecho da tarde de sábado. Após 04:07:00 terminei meu “treino” com 78 voltas, um total de 31.200 metros (31 Km), em voltas de 400 metros. Sim, é o que você pensou: haja saco.


O domingo amanheceu com chuva, minhas pernas ainda doíam e achei melhor não voltar à pista, algo que era totalmente permitido aos atletas. Mas, na minha humilde quilometragem de treino no sábado, ainda rendeu um 4º lugar na faixa etária.


Pena que não tinha premiação por faixa, só para os primeiros colocados no geral, que rodaram em torno de 170 Km... um dia eu chego lá.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Correr e Caminhar Etapa Mercedes-Benz: Wunderbar!

Antes que eu tome uma goleada (do tipo 7x1) do belíssimo idioma alemão, melhor parar por aqui e começar a falar da Etapa Mercedes-Benz do Circuito Correr e Caminhar, que neste último domingo novamente permitiu aos atletas percorrerem 5 ou 10 Km dentro da fábrica da montadora, em São Bernardo do Campo, SP. E como o pretensioso título do post tentou expressar, foi realmente maravilhosa, uma corrida e caminhada que justifica os meros 10 minutos que duraram as inscrições. Sim, pois além de tudo, era gratuita.

Nos moldes da outra montadora de veículos alemã, o percurso é inteiro dentro das dependências da fábrica, com ruas muito bem asfaltadas, longas retas para desenvolver velocidade e até mesmo umas subidinhas porretas para
fazer com que os atletas reduzissem a marcha. O site de inscrições deu conta do recado, e os quase 3 mil corredores e caminhantes que lá estavam tiveram a sorte de conseguir uma vaga nos escassos minutos após a abertura. Quem quer tem que fazer sacrifício, ainda mais com os altos preços das corridas atualmente, que na maioria das vezes não entregam o que prometem. No caso desta etapa, um kit bem simples, composto por sacolinha de pano e camiseta, além de número de peito e chip descartável, entregues em um shopping center em São Bernardo do Campo na véspera. Nem vou reclamar por não poder retirar o kit no próprio dia, digamos que este pequeno preço é o que o patrocinador espera ao te levar para dentro da loja de artigos esportivos e quem sabe gastar um pouco.

Estacionamento da fábrica liberado para os visitantes, mais uma
prova de que os alemães nos recebiam bem em sua casa, com amplo espaço e segurança. Largada com pouco atraso e partimos para os percursos. Novamente foi muito legal correr em meio às gigantescas cabines de caminhões da marca, sem contar alguns ônibus e outros veículos ainda em fase de construção. Hidratação muito boa ao longo de todo o trajeto, com água gelada em copinhos, sem contar um staff muito atencioso. Poucos pipocas (mas que tinha, tinha). Novamente precisamos de atenção em pedir para que os caminhantes larguem na sequência dos corredores para evitar atropelos, comum nas provas que misturam as duas largadas.

Estava com vontade de correr, com sol e um ventinho ainda gelado, o que estragou um pouco foi o ar seco que estamos vivendo em São Paulo há meses, mas
mesmo assim foi possível completar os 10 Km em 52:08. Sim, tem coisa errada, eu não virei queniano de 2 semanas para cá, pois nos 10 Km da Corrida Juventus, com todas as subidas e descidas, terminei 5 minutos mais lento. Acredito que o circuito estivesse com um pouco menos de 10 Km, e não vou confiar totalmente no meu GPS, que marcou 9.400 metros, afinal, a prova foi muito boa e eu não vivo de corrida ou recordes, qualquer distância está ótima.

Ao final o corredor recebia a medalha pelo staff que a colocava no
pescoço, e não jogada no kit junto com a banana e a barrinha de cereal como acontece por aí. Nota 10 para este detalhe, foi suada e merece o devido respeito. Os caminhantes não recebiam medalha, coisa que discordo, pois o exército de pessoas que acordou cedo e estava lá para fazer uma atividade física saudável e buscar melhor qualidade de vida realmente merecia o reconhecimento.

Além dos diversos pares de tênis que o patrocinador sorteou após a prova, a tradicional premiação de masculino e feminino nas distâncias e dos funcionários que correram
a prova. Uma incrível surpresa: o próprio presidente da Mercedes-Benz no Brasil, Sr. Philipp Schiemer, correu os 10 Km, e lá estava para receber a devida homenagem dos atletas. Que exemplo incrível, mais executivos precisam mostrar aos funcionários como suar a camisa de verdade!

E então, sobra aquela pergunta de sempre: uma corrida com grandes empresas organizando, cedendo espaço e incentivando, pode ter custo zero para o atleta? Sim, está provado acima, mas mesmo assim os organizadores continuam exibindo números com 3 dígitos, em plena crise econômica e recessão que o país atravessa. Não precisa ser de graça sempre, mas preço justo é o que se espera de um evento.

Voltando ao que interessa, parabéns à Mercedes-Benz e a todos que completaram esta excelente prova!

(P.S.: meus conhecimentos do idioma alemão continuam toscos, se alguém quiser me corrigir, fique à vontade)

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Corrida Juventus, na Moooooooca, meu!

Quem não é de São Paulo, capital, ou não tem por hábito zoar os paulistanos não deve ter entendido o título, mas é fácil explicar: nós temos um certo carinho pelo tradicional bairro da Mooca e tendemos a colocar mais “o” do que deveríamos, especialmente na fala. Mas vamos ao que interessa, corrida, e pode-se dizer que uma das mais bem organizadas que participei nos últimos tempos, a 9ª Corrida Juventus Viva a Mooca, que aconteceu no último domingo.

Várias vezes eu quis participar desta prova, mas sempre dava alguma coisa errada e acabava desistindo, até que neste ano deu certo. Inscrição com um preço razoável, R$ 60,00, kit decente e sem frescuras, localização da largada de fácil acesso, a menos de 2 Km da Estação Vila Prudente do Metrô. Mesmo com as outras grandes provas que aconteciam no dia em São Paulo, resolvi optar por esta e não me arrependi.

A retirada de kits aconteceu na véspera no Shopping Central Plaza que patrocinava o evento e que reservou uma área muito boa para a entrega. Tudo muito rápido e além de camiseta, chip e número de peito o corredor ainda recebia uma sacola com muitos brindes comestíveis dos patrocinadores. No dia seguinte, cheguei por volta de 07:00 da manhã no Clube Juventus e me deparei com uma estrutura muito bem montada em um salão de festas do local, com guarda-volumes, banheiros e bastante espaço para arrumar os últimos detalhes. A largada foi pontual às 07:30 e os corredores iniciavam o percurso em uma pequena subida em direção à Av. Paes de Barros.

Com distâncias de 5 e 10 Km, o percurso maior era composto de 2 voltas passando inclusive pela própria largada. Apesar de não gostar muito desta modalidade de trajeto, acho que a maior perda foi em relação à poder correr um pouco mais pelo bairro em um percurso mais aberto, alteração necessária em relação às edições anteriores devido à obras viárias. Sem problemas, o que importa é correr, e não ia ser isto que iria abalar a motivação. Boa hidratação ao longo do percurso e ótima sinalização de quilometragem, com placas bem visíveis.

O item que não gostei, mas a organização não tem culpa disso, é a absurda falta de educação de uma massa de pipocas (corredores sem inscrição) que estavam por todo canto. Munidos da tradicional e estapafúrdia desculpa “mas eu não quero pagar inscrição e a rua é pública”, estes exemplares da atual cultura do brasileiro de não respeitarem nada, entram na baia de largada, pegam água pelo percurso, formam grupinhos e ficam conversando pelo caminho e alguns até tentam levar medalha e kit ao final. Retomamos este tema em outro post, fica registrada aqui apenas o meu desprezo pela já insuportável falta de bom senso das pessoas. Pelo menos no final a organização foi esperta e botou o staff para direcionar os que não estavam com o número de peito pela grade lateral, além de marcar o número com um risco, indicando que já haviam retirado kit e medalha. Boa medida, merece ser copiada.


Você vê nas fotos acima o que é uma prova com preço justo e kit recheado de brindes (e não bugigangas), além de fotos gratuitas do momento da chegada, como
esta ao lado e que estavam disponíveis no dia seguinte pelo Facebook do patrocinador. E o meu tempo você pergunta para o GPS, pois o cretino não queria pegar sinal de satélite no início da prova, e só passou a marcar ritmo e quilometragem a partir do Km 1,2. Mas, descobri através do site de cronometragem oficial que baixei 2 minutos na distância, terminando em 57:07, apesar de todo o sobe e desce do percurso.

Em resumo, prova muito boa e que provavelmente estará no meu calendário daqui para a frente.