segunda-feira, 13 de abril de 2015

Igaratá 23K, cenário incrível em um percurso desafiador!

Você corre, corre e corre, olha seu quadro de medalhas de corridas e todas tem um ponto em comum: asfalto. Aí você resolve que precisa diversificar um pouco, e apesar de eu ter participado de alguns “...athlons” por aí, faltava botar o tênis em um ambiente rústico. E se é para fazer estrago, então vamos fazer direito, não bastava uma provinha de 6 Km só para pegar o gosto, tinha que ser logo um perrengue de 23 Km com altimetria de doer. Pra falar a verdade, quanto mais a prova se aproximava, com mais medo eu ficava, mais do que geralmente sinto em distâncias acima dos 21 Km da Meia Maratona.

A prova escolhida para sair do asfalto foi a Igaratá 23 K, ocorrida no último 29/03 e que teve muitos elogios na edição anterior, chamando a minha atenção. Localizada a pouco menos de 100 Km da capital paulista, a cidade é o ponto de partida para um percurso em descida, onde os mais
afoitos saem voando e logo adiante se arrependem. Já no trecho de terra batida, começam a primeira e pior subida da prova, que vai mais ou menos do Km 3 até o 7, sendo que no último Km a inclinação fica mais puxada ainda. Mas não para aí, apesar de menores, várias outras subidinhas e descidas põem a prova os membros inferiores dos corredores, especialmente quadris e panturrilhas.

Mas, por que se submeter a um esforço desses para correr 23 Km? Simples: o visual é fantástico, o ar é o mais puro que você pode encontrar, os corredores acabam sendo mais comunicativos (afinal, muita gente anda na subida) e nada melhor que variar um pouco os cenários. As estradas não são totalmente fechadas, então você irá cruzar com carros, motos, alguns mountain bikers, tratores, etc, mas sempre com segurança e espaço para todos.

Apesar do ambiente pouco povoado, teve até torcida no Km 3...

O clima ajudou muito, no clássico vídeo do Programa Fôlego sobre a prova de 2014, muita gente ficou assustada com o sol rachando, mas neste ano a temperatura estava muito agradável para correr, apesar de um pouco abafado no início. Quando nos aproximávamos de novo da cidade, em subida para variar, um chuva encharcou os corredores e trouxe uma excelente sensação de alívio para tanto suor. Cruzando a linha de chegada você recebe a medalha no pescoço pelo staff da prova e não junto com o banana na tenda do kit. Novamente a colega Ivana do blog Status: Na Correria me aguentou pelos 23 Km, o que ajudou muito a superar o dureza do percurso. Valeu amiga!

Chamou a atenção o sistema de hidratação, em garrafões, ou seja, você precisa levar seu recipiente para beber água. Nada mais justo, num cenário destes, copinhos jogados à beira da estrada seria de péssimo gosto, porém isto te obriga a carregar cinto ou mochila de hidratação, que já fique de aviso para os que querem participar das próximas edições. Preferi a mochila, não é muito divertido correr com a bolsa de água chacoalhando nas costas, mas o sistema de mangueira ajuda muito a se refrescar pelo caminho, além de carregar mais água que um squeeze e fazer você parar menos nos postos. A prova também contava com uma outra competição
de 11 Km, que também possuía altimetria respeitável.

Achei que deixou um pouco a desejar o sistema de placas de quilometragem, pois os GPSs estavam marcando valores muito diferentes, como constatei com alguns outros corredores. Mas no final tudo certo, pouco mais de 23 Km, conforme prometido. Apesar de não ter presenciado nenhum caso grave, cruzei com alguns corredores contundidos pelo caminho, sendo que não haviam muitas ambulâncias no percurso, um ponto a ser observado pelos organizadores nas próximas. Tempo final bem alto, 03:16:42, sendo que a última meia maratona eu havia terminado com pouco mais de 02:18:00, ou seja, não foram os 2 Km a mais que pesaram, mas a altimetria barra pesada da prova.

Só posso dizer que adorei a prova, excelente organização, paisagem sensacional e um desafio e tanto para quem já está acostumado com distâncias como a da meia maratona.

E é claro, já está no meu calendário dos próximos anos.


Vídeo do Program Fôlego da prova de 2014: