segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Global Heroes: nossos heróis na Twin Cities Marathon

Conforme prometido no post anterior, vamos conferir os relatos da Dra.Luciana e do Camilo, corredores brasileiros escolhidos para participar da Maratona Medtronic Twin Cities nos Estados Unidos no próximo dia 04/10:

Dra. Luciana Alves, 41, Belo Horizonte - MG

"Sempre fui uma pessoa muito ativa, e por isso atividades físicas sempre fizeram parte da minha vida. E em cada etapa da vida me dediquei a diferentes modalidades de exercícios. A corrida veio para mim a partir dos 25 anos. Aos 28 anos os primeiros sintomas mais desconfortáveis de uma arritmia começaram a balançar o meu coração. E com isso aos poucos minha vida foi começando a sofrer o impacto de uma arritmia de difícil controle, que era resistente aos medicamentos disponibilizados, e outros tratamentos disponíveis. Fato é que aos poucos fui me tornando inativa.

Em junho de 2012, aos 38 anos, já bastante debilitada, a notícia da necessidade do implante de um marca-passo cardíaco me passou esperança de poder um dia voltar a fazer as coisas que sempre fiz. Eu realmente nunca achei que as coisas a partir desse ponto iriam piorar. E assim foi: melhorou. E desde o implante do marca-passo eu nunca mais parei de caminhar, ou melhor, correr. A dedicação à corrida veio mesmo depois do implante do marca-passo. Atualmente, com três anos de implante, e desde que instalei um aplicativo para monitorar corridas em janeiro de 2014, já percorri mais de 3220 Kms. Também incluo no meu treinamento a musculação, Jump, e mais recentemente voltei a fazer spinning.

Eu também fundei o projeto PACEMAKERusers um projeto social sem fins lucrativos que oferece gratuitamente informações de qualidade sobre dispositivos médicos implantáveis como marca-passo, e outros dispositivos médicos,
para pacientes e familiares, pois na época em que receberia o implante eu tive muita dificuldade de encontrar informações de qualidade e respostas às minhas perguntas. O projeto tem credibilidade dada pelo apoio institucional de importantes sociedades médicas como o Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA) e a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC). Dentro do projeto, temos um grupo online no Facebook, o Clube do Marcapasso, para entrar é só solicitar no Facebook. O grupo conta ainda com amigos de diferentes áreas da saúde com experiência na área para auxiliar na informação. Sempre lembramos que o grupo NÃO SUBSTITUI O MÉDICO RESPONSÁVEL OU AS INFORMAÇÕES E ORIENTAÇÕES QUE ELE PASSA AO SEU PACIENTE.

Mais recentemente, sobretudo pelo fato de que nessa história encontrei outros portadores praticando atividades físicas, foi criado também no Facebook o Grupo Pacemakers Runners no qual estão reunidos portadores de dispositivos médicos, e outras pessoas que mesmo não sendo portadoras de um dispositivo médico se inspiram e dão incentivo aos membros do grupo. Muitas pessoas ainda se admiram pelo fato de como portadora de marca-passo eu promover a ideia de que desde que autorizado pelo médico e bem orientado, a maioria destes portadores podem praticar atividades físicas. No caso de portadores de marca-passo por exemplo, o médico é um grande parceiro sobretudo quando o assunto é a programação do marca-passo para atender melhor as necessidades do praticante de atividade físicas.

Correr é uma das atividades que mais me dá prazer. O bem estar que a atividade física proporciona, os amigos que a gente faz nas corridas de rua e nos grupos online, motivam cada um dos passos.
Realmente estou marcando passos, passos que se transformaram em milhares de quilômetros. Este ano a minha seleção para participar do Medtronic Global Heroes, ao lado de mais 24 outros atletas portadores dos mais diferentes tipos de dispositivos médicos implantáveis do mundo todo, me fez lembrar um pouco daquele tempo em que estava incapacitada para ao menos dar alguns passos, e só consigo me sentir imensamente feliz por ter chegado até aqui. Poder participar deste evento internacional é um marco na minha história pessoal. Como eu, acreditem, existem milhares de pessoas no Brasil e no mundo que podem estar correndo ao seu lado, praticando ciclismo, natação, musculação, e muitas outras atividades com um dispositivo médico implantado em seus corpos.

E como gosto de dizer: quem vê cara, não vê coração. E no final do caminho, não importam quantos quilômetros sejam percorridos em uma corrida, todos cruzam a linha de chegada igualmente. E a emoção que sinto no meu peito, cujo coração depende de um marca-passo para bater, pode ter certeza, que é tão intensa quanto a de qualquer outra pessoa. Nosso coração não é de lata, mas a nossa fé, e o amor pela vida são feitos de aço."



Camilo Cavalcanti, 37, Vitória - ES

"Desde criança me identificava muito com qualquer esporte. Meu pai, professor de Educação Física, me levava para os eventos de esportes e eu ficava apaixonado por tudo aquilo que cercava os eventos. Aos 11 anos, depois de brincar e correr muito pelas ruas da minha cidade, Vitória-ES, comecei a jogar futebol de salão e de campo no Clube Italo Brasileiro. Daí para o futebol profissional foi um pulo. Aos 16 anos, deixei o conforto da minha casa, me mudando para a cidade de Jundiaí-SP, onde fiquei até os 21 anos. Fui campeão de alguns torneio importantes, como o Campeonato Paulista Profissional série B1-B em 1996 pelo Louzano valinhos e da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 1997 pelo Louzano Paulista. Treinava durante o dia e estudava a noite. Em Jundiaí, mais precisamente na ESEF, comecei a cursar Educação Física, curso esse que me formei alguns anos depois em minha cidade Natal. Voltei para minha cidade após 5 anos, pois não consegui me adaptar a vida nômade e sem um futuro definido de um jogador de futebol. Além é claro, da grande saudade que sentia da minha família, cama, casa, chuveiro, etc.

Aos 21 anos, retornando para Vitória-Es, dei proceguimento a minha faculdade de Educação Física e comecei a jogar futebol de areia ou beach soccer como é mundialmente conhecido. Tive a felicidade de chegar as seleções brasileira e capixaba da modalidade, sendo por 2x bicampeão brasileiro e mundial. Nesse período do futebol de areia, quando não tínhamos competições, comecei a me interessar em participar de algumas corridas de rua em meu estado para manter a forma. Foi amor a primeira vista. Uma sensação de liberdade, num esporte tão democrático e fácil de praticar que só dependia de você. Calçava meu tênis, chamava uns amigos e começavamos a correr pela cidade.

O futebol de areia ainda estava bastante presente em minha vida, quando no dia 21/03/2009, com 31 anos, num jogo pelo Campeonato Capixaba de Futebol de Areia, tive um mal súbito, desmaiando em quadra. Depois de vários exames e 1 mês internado no Incor o diagnóstico: Arritmia Cardíaca Grave, Maligna e Rara, denominada Taquicardia Ventricular Polimórfica Catecolaminérgica (TVPC). Prospecção para o Futuro no Esporte segundo os médicos: Nunca mais poderia jogar futebol profissionalmente e tera que implantar um CDI (Cardioversor Desfibrilador Implantado). Fiquei literalmente sem chão. A primeira reação foi não acreditar, porque tinha jogado bola minha vida toda e nunca tinha sentido nada diferente. Os médicos tentaram então realizar um procedimento cirúrgico chamado ablação, em que um catéter introduzido na virilha chega até o coração e tenta queimar as células cardíacas que originam a arritmia. O procedimento não teve sucesso, pois eram muitos pontos de arritmia.

Tive uma parada cardiíaca na mesa de cirurgia e foi ressucitado por um desfibrilador externo. Dia 21/05/2009 implantei o Desfibrilador e comecei a aprender a conviver com ele. Nos primeiros 3 dias achei que não iria suportar, passando-se 3 semanas percebi que existia vida após o implante e com 3 meses já estava caminhando e voltando a realizar atividade física leve. Agradeço a Deus por tudo que passei. Em nenhum momento me senti sozinho ou abandonado por ELE. Acredito que me tornei uma pessoa melhor depois de tudo isso. Após alguns meses, já estava correndo e podendo desfrutar daquela sensação maravilhosa que só a atividade física proporciona. Praticamente não sinto o CDI no meu peito no dia a dia e na corrida a não ser quando um amigo desatento me comprimenta querendo dar una tapinhas ou tapões bem na região do implante...kkkkkkk.

Esse ano, fiz minha primeira troca de aparelho, de muitas que virão, se Deus quiser. A bateria dura em média 6 anos, e no dia 01/04/2015 fiz minha primeira troca na cidade de Vitória-ES realizada com sucesso. Pesquisando o novo aparelho que colocaria no peito, descobri o evento da Medtronic Global Heroes e percebi que aquilo era a minha cara. Com a ajuda da minha prima Fabíola Pauvolid (professora de Inglês) fiz minha inscrição e para minha surpreza fui contemplado para ser um Global Heroes. Fiquei paralizado, não acreditando no que estava acontecendo. Dia 01/04/15 estava Enuma mesa de cirurgia para troca do Desfibrilador e praticamente 6 meses depois, dia 04/10/15 estarei correndo 10 milhas num evento que celebra a vida e a esperança de que é possível, mesmo depois de uma grave problema de saúde ter uma vida normal e praticar atividade física sempre com acompanhamento médico e profissional. Deus é bom de mais.

Minha expectativa para a prova é a melho possível, Quero conhecer as histórias dos outros 24 global heroes e viver cada momento com muita alegria. Meu objetvo é realizar a prova em 1:52min desfrutando de cada passada."

Dra. Luciana e Camilo, eu e os leitores do blog desejamos muito sucesso na prova e agradecemos a sua contribuição com suas histórias e exemplos de superação!

E é claro, esperamos que vocês nos contem como foi a prova quando voltarem ao Brasil.

Um grande abraço!

(os relatos e as fotos foram gentilmente enviados pelos respectivos corredores)

Agradecimentos à Camile da Ketchum que enviou as informações sobre o evento e nos colocou em contato.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Global Heroes, exemplo de superação, tecnologia e paixão pela corrida

Se existe algo que deixa este blogueiro muito feliz é conhecer outros corredores, empresas e assuntos relacionados às corridas. E que satisfação ter tido o contato com as pessoas envolvidas na iniciativa Medtronic Global Heroes, um esforço cooperativo entre a Twin Cities In Motion e a Medtronic Philanthropy, o programa Global Heroes reconhece corredores de todo o mundo que tenham um dispositivo médico para tratar de condições como doenças do coração, diabetes, dor crônica e doenças neurológicas e da colunas, que apesar de patrocinadas por uma empresa do ramo, não impõe restrições quanto ao fabricante.

Dentre milhares de candidatos em todo o mundo, foram selecionados dois brasileiros para integrar o time Global Heroes – de 25 corredores-heróis que superaram graves problemas de saúde com a ajuda de dispositivos e tecnologia médica, e hoje continuam superando seus limites com a ajuda da corrida e do exercício.

O primeiro deles é o Camilo Cavalcanti (37 anos), de Vitória (ES), ex-jogador profissional de futebol e portador de um cardioversor desfibrilador implantável (CDI). A segunda é a Dra. Luciana Alves (41 anos), de Belo Horizonte (MG), fundadora do projeto social PaceMakerUsers e usuária de um marca-passo. Os dois vão representar o Brasil na Maratona Twin Cities em 4 de outubro, em Minnesota, conhecida como uma das mais belas corridas de rua dos Estados Unidos.


Conversei por e-mail com nossos heróis Luciana e Camilo e no próximo post vou reproduzir seus relatos que são bem interessantes e motivadores. Por enquanto, segue informações sobre o programa e a Maratona Medtronic Twin Cities.

MEDTRONIC ANUNCIA TIME GLOBAL HEROES DE 2015, CELEBRANDO
10 ANOS DE PROGRAMA E 234 CORREDORES HOMENAGEADOS


Maratonistas de seis continentes, que utilizam tecnologia médica, correrão a Maratona Medtronic Twin Cities em outubro

SÃO PAULO, 27 de agosto - Vinte e cinco maratonistas que se beneficiam de tecnologia médica serão homenageados no Medtronic Global Heroes de 2015, quando correrão como um time na Maratona Medtronic Twin Cities ou na TC 10 Mile em 4 de outubro de 2015, domingo.

O time deste ano inclui corredores de seis continentes e 16 países diferentes: África do Sul, Alemanha, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Holanda, Irlanda, Japão, Letônia, Malásia, Nova Zelândia, Reino Unido, Rússia e Zâmbia. Cada corredor tem um dispositivo médico para tratar de condições como diabetes, problemas do coração ou de coluna, dor crônica e doenças neurológicas.

Este ano marca o 10º aniversário do programa. Lançado em 2006, ele homenageia pessoas que superaram condições crônicas de saúde e continuaram a demonstrar paixão pela corrida e comprometimento com suas comunidades.

“Com o passar dos anos, nós nos inspiramos muito nesses atletas. Além da corrida, o Medtronic Global Heroes representa indivíduos fortes e apaixonados, que não apenas gerenciam de forma proativa suas próprias necessidades de saúde, mas que encorajam, inspiram e contribuem para o bem-estar de suas famílias, amigos e comunidades”, diz o Dr. Jacob Gayle, vice-presidente da Medtronic Philanthropy.

Nos últimos 10 anos, a Medtronic contou com:
- 234 corredores de 34 países;
- corredores de idades variando de 18 a 68 anos;
- equipamentos elegíveis, que incluem marca-passos, cardioversor desfibrilador implantável (CDI), próteses de coluna, equipamentos neurológicos, bombas de insulina e válvulas cardíacas (os equipamentos podem ser feitos por qualquer fabricante);
- condições de saúde incluindo problemas de coração (arritmias e doenças vasculares), diabetes, incontinência, tremor essencial, mal de Parkinson e dor crônica;
- os homenageados, que receberam inscrição gratuita na maratona, passagem aérea, refeições e hospedagem.

Os participantes do Global Heroes são selecionados pela Twin Cities In Motion, entidade sem fins lucrativos que organiza a Maratona Medtronic Twin Cities. A inscrição na corrida e os custos da viagem são oferecidos pela Medtronic Philanthropy.

Informações adicionais sobre o time Medtronic Global Heroes 2015 podem ser encontradas em www.medtronic.com/globalheroes ou na página do programa no Facebook.

Sobre a Medtronic Global Heroes

Um esforço cooperativo entre a Twin Cities In Motion e a Medtronic Philanthropy, o programa Global Heroes reconhece corredores de todo o mundo que tenham um dispositivo médico para tratar de condições como doenças do coração, diabetes, dor crônica e doenças neurológicas e da coluna. Não existem restrições quanto ao fabricante.

Sobre a maratona Medtronic Twin Cities

Conhecida como a corrida urbana mais bonita dos Estados Unidos, a maratona Medtronic Twin Cities é uma celebração de três dias de cuidados físicos, incluindo a Medtronic TC Family Events, a TC 5K, a TC 10K, a Medtronic TC 10 Mile, e a maratona. Twin Cities In Motion é a organização sem fins lucrativos que coordena o final de semana de corridas como serviço comunitário para a região de Minneapolis e St. Paul. Para mais informações, visite www.TCMevents.org (site em inglês).

Sobre a Medtronic e a Medtronic Philanthropy

A Medtronic plc (www.medtronic.com), com sede em Dublin, na Irlanda, é líder global em tecnologia médica – aliviando a dor, restabelecendo a saúde e prolongando a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. A Medtronic Philanthropy foca expandir o acesso a tratamento de qualidade para doenças crônicas para populações carentes de todo o mundo, além de apoiar iniciativas de saúde em comunidades onde colaboradores Medtronic vivem e se doam.


Aguarde, na sequência, os relatos das experiências dos corredores brasileiros.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

A excelente Maratona Pão de Açucar de Revezamento 2015

Imagine uma corrida que acontece todo ano, que está em sua 23ª. edição e que da última vez que você participou ela ainda estava na 14ª. E o formato, já consagrado, teve mínimas alterações e continua trazendo milhares de corredores ao asfalto, em equipes de 2, 4 ou 8 atletas para completar os 42,2 Km de uma maratona. Em São Paulo no último domingo a Maratona Pão de Açucar de Revezamento teve mais uma edição, onde apesar do sol forte desde a largada às 07:00 da manhã, levou um mar de corredores para a região do Parque do Ibirapuera, tomando as ruas e avenidas em uma prova muito bonita e bem organizada, apesar de uma pequena falha que vamos comentar ao final.

Kits distribuídos com antecedência de até 3 dias do evento de forma eficiente no Ginásio do Ibirapuera, onde chamou a atenção a presença de um membro do staff explicando para os corredores como seria feito o revezamento. Sim, pois os pontos de troca estavam em locais definidos, o que poderia gerar alguma confusão para quem participa pela primeira vez. O conteúdo da sacola foi simples, mas de boa qualidade, um retorno justo por uma prova de valor em torno de R$ 95,00 (dependendo da época da inscrição) e que exige a logística de 42 Km de vias interditadas, além de muitas outras estruturas. Uma delas, uma passarela dupla que evitava trânsito de pessoas pelo meio das pistas onde a corrida acontecia, algo muito bem pensado pelo organizador.

Lembro que quando participei desta prova em 2006 mal havia começado a correr, fiz meus 5 Km em uma equipe de 8 elementos,
feliz pelo resultado de conseguir completar mais uma prova. Desta vez eu queria um pouco mais, por isso convidei a colega Ivana do blog Status: Na Correria, companheira de diversas outras maluquices de longa distância, e determinamos a meta de cada um fazer seus 21 Km. Não é bem assim, a divisão não é meio-a-meio para as duplas, o primeiro integrante corre em torno de 22,5 Km e o segundo 19,5. Como estamos utilizando este tipo de prova como treino para distâncias maiores, a diferença é pouca, sendo que ela ficou com o primeiro trecho e eu fiquei encarregado de fechar debaixo de muito sol.

Para quem leu o post anterior, sobre o Circuito das Estações Etapa Primavera, deve lembrar
que na semana anterior eu corri alegremente em uma temperatura de 12 graus, de calça de agasalho e camiseta segunda pele. No meu trecho de revezamento, a meia mais fina possível, camiseta regata, shorts e viseira para poder jogar água na cabeça com melhor eficiência debaixo de 33 graus de temperatura na Av. 23 de Maio. E só 7 dias separaram os 2 eventos!

Procurei manter o ritmo de cruzeiro em torno de 06:15 min/Km, o suficiente para minha capacidade e que permite treinar um ponto essencial: manter o ritmo em subidas e descidas, que aliás não faltavam na prova. Recordes? Hoje não, vamos manter a programação de treino e esta condição climática foi o fator de sucesso da missão.

Mas, cadê meus 400 metros?

Todo organizador vai te dizer para não ficar bitolado com seu equipamento GPS, que provavelmente marcará resultados incorretos, pois o percurso oficial é medido com métodos apurados. Porém, confiando ou não em meu dispositivo, o fato é que na segunda volta, onde o tempo total de prova já avançava para além
das 4 horas, a organização começou a desmontar e recolher as grades do trecho que seguia pela Av. 23 de Maio em direção ao Viaduto Tutoia. Isto trouxe o ponto de retorno pelo menos mais próximo pelo menos 200 metros, sendo que seria ida e volta, e esta distância bateu com a diferença em meu equipamento. Ao concluir e receber as medalhas, pois é o último atleta que recebe pela equipe, ouvi pouco tempo depois no sistema de som que a prova seria encerrada com 5 horas, o que digamos, estava no regulamento e eu já sabia. Muitos corredores ainda estavam na pista, e não tive a oportunidade de constatar como o evento foi encerrado.

Sobre este assunto vamos conversar em um outro momento, é pano pra manga, mas adianto minha opinião: regulamento é para ser cumprido, e esta regra constava no material impresso entregue com o kit. Como disse, conversamos sobre isto depois.

Ao final, a equipe “Blogueiros Insanos”, formada pela Ivana e por este aqui, terminou o percurso de 42,2 Km (menos 400 metros) em 04:34:34, mesmo nas áridas condições climáticas do domingo.


E eu matei a saudade desta prova, recordações de quando comecei a correr e que agora foi concluída em uma situação bem diferente de nove anos atrás.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

E a Primavera chegou no Circuito das Estações 2015

Mais uma corrida da série “fazia tempo que eu não participava”, no caso, o Circuito das Estações, que teve sua etapa Primavera em São Paulo no último domingo. O interessante deste circuito é a possibilidade de correr 4 etapas em condições climáticas características de cada época do ano, e quando se fala da capital paulista estas condições são sempre acentuadas. Organizada pela O2, o percurso é o tradicional Estádio do Pacaembu – Minhocão, ida e volta, onde as subidas judiam dos que só treinam no plano.

Por estar mirando outra maratona no radar, não pretendia participar de provas de 10 Km nestas últimas semanas, mas o convite da Multiplus para comparecer ao evento foi naturalmente irresistível. Diria que no final das contas a variação desta prova me ajudou a direcionar o treino do final de
semana para algo diferente do habitual “sair para devorar o máximo de Kms no asfalto” e no final do post você entenderá o motivo. Mas vamos à prova primeiro.

Os kits foram entregues na Loja Centauro do Shopping West Plaza, respeitando aquela boa prática de promover a retirada perto do local da largada, pois pelo menos imagina-se que quem se inscreve na prova terá fácil acesso à mesma. Tudo bem organizado e um kit bacana, com camiseta, bandana, folhetos promocionais e número de peito. A camiseta é um capítulo à parte, de tecido tecnológico e confortável, é daquelas que você usa para mais para sair do que para suar nos treinos, dada a boa qualidade e acabamento diferenciado.

Final de semana frio em São Paulo, temperaturas perto dos 13 graus no início da manhã, mas mesmo assim 12 mil corredores estavam na
região do Pacaembu para a corrida. A largada dos 5 Km ocorreu pontualmente às 07:00 da manhã e os 10 Km largariam às 08:00. Os chips eram retirados no próprio dia da prova meia hora antes das largadas, evitando o transtorno de devolução caso o atleta não comparecesse ao evento. Cheguei cedo, vi a largada dos 5 Km e providenciei a retirada do meu chip, guardando as tranqueiras no guarda-volumes e aproveitando as atrações da arena do evento.

Um item que achei muito bem executado foi a entrada dos corredores nos respectivos currais de largada, identificados pelos pelotões com base em tempos anteriores. O pessoal do staff direcionava cada atleta para seu local e com isto promovia-se uma largada mais fluida, sem os tradicionais atropelos de provas onde quem se posiciona antes nem sempre tem pernas para sair no ritmo dos demais. E lá fui eu, para a distância mais querida dos corredores, os 10 Km, largando no delicioso frio da manhã paulistana e com vontade de melhorar o tempo final graças à condição climática.


E realmente as coisas começaram a fluir do jeito que eu queria, como já conhecia bem o percurso, fui no ritmo certo para cada trecho, sabendo onde as subidas e descidas iriam forçar mais a musculatura. Sim, pois descida também força, e quem não administra faz os joelhos pagarem o preço. As largadas por pelotões mostraram-se bem eficientes, pois não parecia haver atropelos, apressadinhos ou grupos de conversa, o que se percebia pela frequência com que eu ultrapassava ou era ultrapassado.

Levando a prova em um ritmo pouco acima do meu normal fechei o percurso em 55:33, um novo recorde pessoal, em um momento onde eu me concentrava para fazer distâncias preparatórias para a maratona. Excelente prova, medalha muito bonita e boa dispersão.

Mas, como missão dada é missão cumprida, e os 42 Km exigem certos sacrifícios, o jeito foi voltar para casa...correndo! Total, considerando que corri 2 Km de aquecimento antes da prova até a largada, mais os 10 Km da corrida e a volta para casa com mais 12 Km, um total de 25 Km rodados, um treino longo com variações e percursos diferentes.


Agradecimentos ao pessoal da CDN, que em parceria com a Multiplus concedeu a inscrição da prova.