segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

2012, Uma Jornada Inesperada!

Acabo de voltar de uma corrida. Não é o que você está pensando. Foram 15 Km com uma baita ladeira no começo, bom trecho plano e uma subidona ao final. Definitivamente, não é o que você está pensando. Só porque hoje é dia 31 de Dezembro e eu estou em São Paulo não quer dizer que sou obrigado a participar de prova alguma só para poder correr. As ruas são livres, pago meus impostos municipais, então tenho todo direito de calçar o tênis e sair para correr. Enfim, a última escapada do ano aqui na região mesmo! Qualquer semelhança com eventos reais ou fictícios, é mera coincidência. Vamos ao que interessa...

Retrospectiva 2012

O que eu esperava de 2012? Nem eu sei, mas logo no dia 1º. de janeiro eu já comecei a guardar dinheiro em uma conta separada para fazer uma maluquice no segundo semestre. Oras, é o ano que eu completo 4 décadas de existência, antes que o médico fique com graça de providenciar exames mais intrusivos, eu quero fazer alguma coisa diferente! Daqui a pouco eu chego lá (nas provas, não dos exames).

O ano começou bem, treinando (treino?) nas areias das praias cearenses durante as férias e com algumas provas básicas. Logo de cara uma Corrida Vertical, no prédio da Editora Abril em São Paulo, 24 andares para cima. Curiosidade: hoje trabalho próximo ao tal prédio, vejo-o todos os dias indo para o metrô e às vezes eu penso “onde é que eu estava com a cabeça????”

E logo no início do ano encarei um Simulado de Triathlon. A ideia era reproduzir parte do stress que é trocar de modalidade e continuar cobrar alto do seu corpo. Foi ótimo, apesar da multa que levei por ter estacionado em um local proibido (há controvérsias), valeu a pena mas infelizmente não consegui voltar em mais nenhum durante o ano pelo conflito de agenda.


Começam as primeiras corridas do ano pra valer em Março, e mais uma maluquice: uma Travessia na Represa de Guarapiranga. Da água doce para a salgada: em meio às corridas, arranjei tempo para fazer um Aquathlon e uma Travessia de 1.500 metros no mar. Outra coisa que não tinha tentado, por incrível que pareça, era correr uma prova noturna. A incrível Energizer Night Race, apesar de um percurso bobinho, foi muito bem organizada e com visual muito legal devido às lanternas na cabeça dos corredores.

Neste ano eu inventei uma definição para a Maratona de São Paulo: é um teste de paciência, não uma prova. O percurso é chato em sua maior parte e o horário de largada, após 08:30, é um desrespeito aos corredores. Mesmo assim, enfrentei os 25 Km neste evento. E provavelmente no ano que vem eu faça 42 Km de novo, só para treinar, pois minha opinião sobre a prova continuará a mesma.

Julho foi um dos meses inesquecíveis. Primeiro a Maratona do Rio com chuva do início ao fim, meu melhor tempo, com 04:59:08, uma novidade para mim e para meu relógio. Depois veio um evento duplo e gratuito em um final de semana, a Virada Esportiva, onde pude experimentar uma Ultramaratona em pista e mais uma Corrida Vertical, desta vez na Câmara dos Deputados. Sobre ultras... bom, nunca se sabe, talvez eu ache alguma no calendário que me interesse....


Duas provas imperdíveis da Corpore em Agosto: Centro Histórico e Meia Maratona de São Bernardo. E chegou a hora: para evitar muito burburinho e manter minha concentração, não divulguei abertamente que iria participar do Ironman 70.3 em Penha, SC. Ah esquece, eu não consigo resumir aquela prova em poucas linhas, você está convidado a ler ou reler o relato completo. Só posso dizer: insanidade total, mas faria tudo de novo!

Na sequência vieram provas de 10 Km muito boas, como a Troféu Independência, Mexa-se e o Circuito SESI. Também resolvi enfrentar a Maratona de Curitiba, mas devido à problemas com trabalho nas semanas que antecederam a prova, o resultado foi péssimo, digno de revanche da minha parte.


Final do ano com as sempre incríveis Ayrton Senna Racing Day e a Volkswagen Run, e a já tradicional Sargento Gonzaguinha. Neste ponto encerrei meu calendário, até vi uma prova ou outra que aconteceria em locais alternativos, mas achei melhor deixar os tênis de molho por algum tempo, pelo menos no que se refere a provas.

Linha de chegada de mais um ano

O que eu posso então dizer de 2012 no que se refere à prática esportiva? Maravilhoso, difícil imaginar que seria tão bom. Eu não corro atrás de resultados, de vez em quando até me cobro uma performance melhor, mas meu objetivo é concluir dentro do esperado e previsto no regulamento dos eventos. Resumindo, para mim, foi uma jornada concluída com êxito.

Meu único arrependimento: não consegui ler os blogs dos amigos como deveria, muitas vezes as semanas de trabalho foram bem complicadas, e perdi muita coisa legal. Quando as coisas estiverem nos eixos, vou colocar isso em dia.

Mensagem de final de ano

Eu não sei escrever nada bonitinho nesta época. Todo mundo começa com “Que o próximo ano...”, “Que você tenha...”, “Que o mundo...”. “Que”, o quê? Então aí vai:

Corra, nade, pedale, jogue bola, ande de patins... e esteja sempre com bolhas, assaduras, dores pelo corpo mas sem lesões. Se você estiver com tudo isto, certamente estará com saúde e feliz por alcançar suas metas. Veja minha lógica:

Você moído = Você com saúde = Você feliz = O que eu desejo
c.q.d. (como queríamos demonstrar)

Deu vontade de fazer alguma maluquice além das corridas? Tá esperando o quê? Vai lá e faz, você não vai viver para sempre! Lembre-se:

“A mente que se abre a uma ideia nova
jamais volta ao seu tamanho original”

Einstein

Promessas de Ano Novo

Todo mundo fala que vai emagrecer. No caso de corredores, a meta é sempre baixar o tempo ou correr uma prova mais longa, tipo uma Maratona. Bom, emagrecer e baixar o tempo só com muito esforço e maratona eu já corri, então que tal uma promessa diferente:

“Se cruzar a linha de chegada da Maratona de São Paulo com menos de 04:59:00, vou passar pelo tapete dançando Gangnam Style!”


Câmeras à postos, o PSY que se cuide. É melhor eu começar a treinar (e ensaiar).

Tenha um excelente 2013!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Esse Cara Sou Eu!

Antes do ano terminar eu gostaria de contar um fato ocorrido recentemente comigo. Deverá servir de referência para você atleta que possui blog ou site, não importando seu ritmo, experiência ou quantos troféus você tem. Aliás, o plural de “troféu” é “troféus” e não “troféis” como eu ouvi outro dia antes de uma corrida...

Aqui no Número de Peito eu dividi o relato sobre o Ironman 70.3 (ou Meio Ironman) em 4 partes, explicando em cada post um pouco da prova. Desta forma eu procurei não cansar o leitor e criar um pouco de expectativa, e os amigos comentaram cada post, ou pelo menos leram. Já no Ciclovia Digital, para não ser repetitivo, disponibilizei um post único (Uma Caloi 10 no Ironman 70.3), sobre as mudanças na bicicleta, pois interessava mais ao público específico das duas rodas.

Recentemente, um leitor do outro blog não conseguiu postar seu comentário e mandou por e-mail o link de um fórum onde colocou o endereço do meu post e deixou seus comentários. O motivo pelo qual meus blogs não permitem comentários anônimos é o fato de existirem COVARDES que se escondem atrás de nomes fictícios ou carinhas de desenhos animados e por isso saem falando o que pensam a respeito, mesmo que ofenda o autor. Apesar de eu ter um “avatar” desenhado ao lado, tenho várias fotos minhas no blog, não escondo a cara, apenas não sou muito de ficar na frente da câmera. Não sei se o tal leitor quis ofender, acredito que a intenção dele foi boa, pois não localizei seus comentários no tal fórum, porém...

Os primeiros comentários foram interessantes, alguns elogiaram as alterações que fiz na bicicleta, outros criticaram levemente. E então o tom dos comentários começou a partir para a agressão verbal. Fui diretamente chamado de “teimoso” e “burro” pelas modificações. Referiam-se a mim dizendo todo tipo de grosseria como se eu fosse absolutamente incompetente pelo que fiz. “Olha só, o cara fez isso...”, “O cara foi burro e...”, “Só pode ser um cara teimoso...”.

Peraí, esse “cara” sou eu! Só que nenhum deles informou ter completado sequer um passeio ciclístico e já se achavam no direito de partir para a crítica ferrenha. Coloquei um comentário leve no tal fórum, indicando que a decisão foi minha e deixando claro que quem tivesse coragem que fosse lá e fizesse melhor. Daí a coisa fugiu do controle.

Caçoaram diretamente copiando trechos do meu texto, ofendendo de maneira a ridicularizar a minha imagem e por aí vai. Só que quando comentaram da minha forma física e fizeram alusão a “pobreza” por eu estar com uma bicicleta que não custava 5 dígitos no preço, minha paciência esgotou.

A primeira atitude foi procurar o telefone do advogado, pois estava decidido a PROCESSAR o site e quem mais precisasse, pois as ofensas eram direcionadas. Mas antes disso mandei um e-mail à administração do site dizendo que se não retirassem o post e que se voltassem a utilizar qualquer link para meus blogs, as medidas legais seriam tomadas. Não deu tempo de ligar para o advogado, em 5 minutos a resposta veio na forma de justificativa (sem desculpas, naturalmente) e o tal post foi retirado. Por enquanto eu mantenho o nome deste site em sigilo, se necessário, irei divulgar.

Acha que eu estou errado? Veja o que diz a nossa Constituição:

Art. 5º
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;


Resumindo, o processo ia rolar.

Já arranjei muita encrenca pelos meus blogs, involuntárias, mas que deram dor de cabeça, pois às vezes eu teclo o que penso. Mesmo assim, jamais ofendi diretamente alguém, no máximo critico provas nas quais estou regularmente inscrito, ou seja, no papel de “consumidor” do “produto corrida de rua”. E a intenção é que os erros não se repitam, afinal, muito organizador lê nossos blogs.

Para saber de onde vem o tráfego no seu blog, caso esteja ele no blogger, basta usar o link Estatísticas / Visão Geral e ver de quais sites parte o direcionamento para sua página. Na maior parte é do próprio Google, mas no dia do ocorrido, o tal site “bombou” no topo da lista. Prova disto foi tirada na forma de “print” da tela, guardada carinhosamente como prova caso o post volte ao ar.


Aonde quero chegar com esta estória: você, corredor, o qual possui um blog pois encontrou no esporte uma maneira saudável de viver sua vida, independente de quanto corre, ou em qual ritmo, já é um vencedor. Você passa na frente de todos os que ficam no sofá mudando de canal ao invés de calçar o tênis e ir para a rua. Se você corre 5, 10, 42 ou 500 Km, tem todo meu respeito, não importa quanto demore para cumprir estas distâncias. Por isso mesmo, não deixe que sua imagem seja difamada por pessoas que fazem pouco caso das suas conquistas, especialmente quando usarem o seu blog como arma contra você. Seu blog é um formador de opinião, se você não defender sua posição de atleta amador nosso esforço em conscientizar as pessoas sobre a importância da atividade física perde todo o sentido.

Então, fica para você a seguinte mensagem:

“Nunca se esqueça de que é, porque é certo que o mundo não se lembrará. Faça disso sua força.
Assim, não poderá ser nunca a sua fraqueza. Arme-se com essa lembrança, e ela nunca poderá ser usada para magoá-lo”.

A Guerra dos Tronos – George R. R. Martin

...e para os imbecis que comentaram no tal fórum:

VAI LÁ E FAZ MELHOR!

Em tempo: eu ainda monitoro regularmente o tal fórum, possuo cópia dos comentários agressivos do tal post e caso venha a encontrar novamente minha imagem difamada, em qualquer local na Internet... bom, digamos que da próxima vez eu dificilmente avise o administrador do site sobre o assunto...

Gostou da minha arte no estilo Andy Warhol? Posso ser um péssimo atleta, mas sei me virar no Photoshop...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Corrida Sargento Gonzaguinha: pra acabar!

Pode até ser uma frase copiada daquelas trilogias cinematográficas (que nunca vem em somente 3 filmes, é claro), mas toda jornada chega ao fim. O ano de 2012 foi uma total caixinha de surpresas no que se refere a corridas e afins, e eu vou deixar para fazer uma “retrospectiva” mais para o final do ano. Por enquanto, vai o relato da última corrida do ano, pelo menos para mim, uma vez que não pretendo participar de nenhuma prova até confirmarem que o mundo realmente não vai acabar no próximo dia 21.

A já tradicional Corrida Sargento Gonzaguinha em sua 46ª. edição aconteceu neste último domingo, como sempre saindo e chegando na Escola de Educação Física da Polícia Militar de São Paulo, Zona Norte da capital. Depois de passar o ano inteiro madrugando, atravessando a cidade para correr em locais distantes, dirigindo e tendo que arranjar e pagar estacionamento, é hora de sair de casa faltando apenas 1 hora para a largada, pegar o Metrô e correr na região aonde mora. E o melhor de tudo, com um clima totalmente favorável, em plena metade do mês de dezembro!

É simples: fez sol, todo mundo sofre, o percurso de 15 Km não tem quase nada de sombra, sem contar o primeiro posto de hidratação, todo ano no Km 4 para desespero dos corredores sedentos. A largada neste ano aconteceu às 07:45, sem chuva, mas com céu nublado e tempo ameno devido ao aguaceiro dos dias anteriores. Ruim para quem foi para a praia, ótimo para nós que vamos correr com tempo agradável.

A prova não mudou em nada o percurso dos últimos anos, percorrendo a Marginal Tietê em seus dois sentidos e deixando o povo que vai de carro para a região da R. 25 de Março “p da vida”
com os corredores, uma vez que as saídas da via local são bloqueadas. Um bom trecho na frente do pavilhão do Anhembi, local que meus tênis de corrida conhecem bem, afinal não tem lugar melhor na Zona Norte do que o entorno do Campo de Marte para treinar. Para completar, passamos perto de uma concentração de torcedores de um certo time que estava jogando no momento.

Por ser uma prova da Polícia Militar, muito policiamento ao longo do percurso, extremamente importante para impor respeito no trânsito, pois muito motorista ainda é pego de surpresa pelo evento todos os anos. A organização é da Yescom, e alguns pontos, como todo ano, precisam ser melhorados: kit “pobre”, tanto pré quanto pós-prova, hidratação inicial muito longe da largada, água sem gelo, falta de banheiros químicos em um percurso longo e dispersão ao final (ah, aquela fila danada de todo ano!).

Não te contaram?

É sempre divertido ver o pessoal novato na prova nos últimos metros antes da chegada, pisando literalmente “em ovos” para não detonar o tênis naquela terra preta da pista de atletismo. Já sabendo disso, fui com um exemplar mais velho, que acaba de se aposentar com a marca de 998 Km rodados, portanto mais do que surrado para enfrentar o lamaçal. Quem foi com o “pisante” novinho, dançou...

Já esperando um desempenho não muito diferente dos últimos, tracei uma meta mais realista: tentar fechar com menos de 01:40:00, o que daria um ritmo próximo dos meus tradicionais 06:30 nos 10 Km. O tempo colaborou, e apesar da sinalização estar muito boa com placas altas, perdi a do Km 14 e desci a bota para tentar chegar perto do planejamento. Isto até lembrou um pouco a Maratona do Rio,
quando eu quase arremessei o relógio na Praia do Flamengo para não ver o tempo. Deu certo, passei a chegada com 01:39:42 e para fechar o ano de corridas no melhor estilo urso Ted (aquele do deputado)... Flash Jump logo depois do tapete!

10% da minha vida está neste blog...

Nesta semana o blog completa 4 anos. Nasceu de uma ideia de compartilhar com os corredores as experiências de corrida e obviamente ninguém lia no começo. Não dava para imaginar que em 4 anos tantas coisas aconteceriam através destas páginas na Internet. São mais de 300 posts, quase 200 seguidores (muitos eu tive a satisfação de conhecer pessoalmente!), muitos cutucões em organizadores de provas, brindes de patrocinadores, e inúmeras coisas relatadas aqui.

“Blog” é um apelido para “Web log” ou “diário na Internet”. Como ter “diário” é coisa de menina ou do Capitão Kirk, eu não escrevo apenas para registrar, gosto de compartilhar os momentos das corridas com os leitores. Resumindo, você que lê as bobagens que eu escrevo é o motivo de toda semana ter alguma novidade aqui. “Muito obrigado” é pouco para dizer, vou pensar em alguma coisa mais apropriada, mas a mensagem está dada.

E acabou!

Pelo menos no que se refere a provas, 2012 acabou. Neste final de semana tem o Treino de Natal organizado pelo Antonio Colucci, se eu não for para correr, vou lá pedalando, só para estar na companhia dos corredores. Provas, só em 2013.

Só que tenho mais alguns posts importantes para publicar neste ano, então não vá embora.

Claro, se o mundo não acabar...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Volkswagen Run 2012: Der Lauf!

Meu conhecimento do idioma alemão é tão bom quanto a minha performance na pista, então se a minha tentativa de fazer alusão ao slogan da montadora (“Das Auto” – “O Carro”) para dizer “A Corrida” estiver errado, por favor me corrija. Ou se não souber alemão, explique como eu consigo terminar este ano sem mais um resultado horrível e jogar todos os tênis fora, partindo para esportes mais moderados, tipo bocha ou pebolim. Na Volkswagen Run deste último final de semana, mais um resultado que não me agradou, ainda tentando voltar ao ritmo enquanto aguento o stress do final de ano.

Eu nem me preocupei em parar o relógio, ou se parei nem olhei, mas parte da boa organização da Latin Sports é enviar um torpedo para o seu celular informando seu tempo de prova. No total dos 10 Km pelas ruas, alamedas e até linha de montagem da fábrica da montadora em São Bernardo do Campo, SP, levei 01:05:08 (e 6 décimos de segundo, aí sim eu me irritei de verdade!). Mas para quem acompanha este blog, sabe que nesta distância é um número até que normal para mim. Por que o desapontamento com o resultado, então? Simples, nesta prova sempre dá para apertar um pouco mais e fazer tempos melhores, tendo inclusive já conseguido fazer abaixo de 1 hora. Só que continuando a novela Comer-Trabalhar-Dormir, mais uma semana às avessas levou a um resultado abaixo (ou acima em termos de tempo) do esperado.

A prova é ótima. Para quem gosta de dizer “eu não pago R$ 80,00 em uma inscrição”, mas paga um pouco menos em provinhas mixurucas, só posso dizer que está perdendo uma oportunidade e tanto. O kit vem em uma excelente sacola com o logo da prova, contendo número de peito em formato de placa de automóvel, cadarço elástico, camiseta Fila e meias de tecido tecnológico da Track & Field. Por
menos que eu goste de badulaques em kits, estes são úteis, além da toalha (de banho) pós-prova e da bela medalha. O estacionamento da fábrica é liberado e bem sinalizado, e se você parar nos mais distantes, ônibus de fretamento te levam até a arena. E ainda tem a possibilidade de ganhar um carro 0 Km, que todo ano é sorteado e que eu como sempre não ganhei. Então, vale ou não o preço? Tem gente que pagou mais que isso e vai receber em breve no kit de um prova apenas uma camisetinha vagabunda e um pacote de café.

Apesar da forte onda de calor em São Paulo nos últimos dias, o sol deu uma trégua e até um chuvisco fraco caiu pouco antes da largada. Infelizmente a umidade do ar continuava alta, e quem transpira muito, como é o meu caso, sofre nestas condições. O percurso é o de todo ano, sobe e desce rampas e mais rampas pela planta da fábrica, sendo o ponto alto (em todos os sentidos) a passagem pela linha de montagem do Gol no Km 7. Depois disso é só descida e dá para
compensar um pouco os tempos, sem estourar os joelhos, é claro. Hidratação farta, marcadores de ritmo, boa sinalização e estrutura geral.

Esta foi a 6ª. edição da prova, e só não participei da 4ª. devido à outra prova no mesmo dia. Percebi que continua bem agitada, mas senti falta de algo pelo percurso: nos outros anos diversas fileiras de carros eram colocadas em alguns pontos, o que dava uma sensação legal de estar dentro “da casa” do fabricante. Acho que o cenário ficou um pouco mais chato neste ano, fica de sugestão voltar à decoração automobilística das outras edições.

Guarde seus pertences... na chapelaria?

Derrapada 1: Pouco antes de entrar no ônibus do fretamento, um corredor perguntou se havia algum lugar para deixar a mochila. A garota que organizava a fila perguntou a outra pessoa se havia “chapelaria” na área do evento, e na indecisão, acabou dizendo ao atleta para deixar os pertences no carro. No próximo kit, onde tiver um tíquete escrito “Guarda-Volumes”, leia-se “Chapelaria”, igual a da balada, ok? O máximo que uma corrida vai ter será uma “Bonélaria”...

Derrapada 2: na hora de retirar a minha bagagem, eu disse várias vezes para garota da Chapelaria, quer dizer, do Guarda-Volumes, que era uma “mochila preta”. Ela pegou todas mochilas de todas as cores existentes na paleta Pantone, menos “preto”. Acho que imaginou que a mochila ia trocar de cor enquanto eu corria. Ou talvez ela só enxergasse em 50 tons de cinza.

Mais pérolas para o folclore das corridas...

O ano e o mundo estão acabando

Lá vem a última do ano, a famigerada Sargento Gonzaguinha, ou se fizer sol, “prova do corredor bem passado ou ao ponto”. Em pleno mês de dezembro, sem sobra em quase todo o percurso de 15 Km largando às 07:45 da manhã, não é fácil. Pelo menos é totalmente plana, de fácil acesso para mim, perto de estação do Metrô e correndo pela Zona Norte da cidade. Depois disso, correr só em 2013, se o mundo não acabar.

Afinal, não tem nada mais no calendário deste ano que mereça minha atenção.

Auf Wiedersehen!

E eu sei tanto assim de alemão para abusar no post? Na verdade, eu usei o “Gugou” e aprendi mais umas palavrinhas. “Gugou é meu buscador, nada me faltará!”, como já dizia o ditado. E se você quiser saber aonde é a Alemanha, sede da Volkswagen, use o “Gugou Êrrf”.

Blog de corrida também é cultura!

P.S.: agradecimentos à corredora Raquel que é fluente em alemão e ajudou a corrigir o título do post. Valeu Raquel!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Ayrton Senna Racing Day: com pneus slick

Oito ou oitenta, tudo ou nada. Todo ano é assim na Maratona de Revezamento Ayrton Senna Racing Day no que se refere ao clima: ou você tem a raríssima sorte de pegar um dia nublado e até com vento (muito rara mesmo) ou o mais provável, calor e sol na cabeça. E sem nenhuma sombra ao longo do seu percurso de 5, 10 ou 21 Km pelo Autódromo de Interlagos em São Paulo. Neste ano, só para variar um pouco, sol e muito calor, estraçalhando corredores e fazendo até a sola do tênis derreter nas curvas e retas que na semana anterior receberam o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1.

Apesar de não ser uma prova das mais baratas, R$ 95,00 neste ano, é bem organizada pela Latin Sports e leva a chancela do Instituto Ayrton Senna, entidade assistencial séria criada pelo saudoso piloto e que desenvolve diversos projetos nas áreas de educação e esportes. Vale naturalmente pela satisfação de correr com a marca do ídolo na camiseta e boné e aproveitar para lembrar quantas emoções boas ele deixou para o sofrido povo brasileiro, órfão de grandes campeões na F-1 desde o final de sua era. Não é a única prova no autódromo, porém é a mais badalada e concorrida, inclusive com lista de espera nos últimos dias.

As equipes de 2, 4 ou 8 integrantes percorrem o total da distância de uma maratona, 42.195 metros, sendo que cada volta possui a parte correspondente em número de voltas na pista do autódromo. Como o circuito, mesmo com uma “puxadinha” não chega aos 5 Km, o jeito é fazer um vai-e-vem do Km 4 para o 5, um pouco cansativo para quem já estava assando ao sol no restante do trajeto. Este também é um trecho difícil pela inclinação da pista, pois os veículos compensam com a velocidade,
mas não há “turbo” que consiga deslocar o centro de gravidade do corpo humano e deixa-lo paralelo ao solo. Ou seja, você acaba correndo torto, quer queira ou não, em qualquer ritmo. Sem contar, é claro, do sobe e desce natural da pista, coisa que muita gente só entende quando pega as longas subidas dos Km 2 e 3.

A passagem da pulseira entre os membros das equipes ocorre na área dos boxes, onde só um atleta por vez possui acesso. Bem organizada, a troca conta com o pessoal do staff empurrando os mais afoitos para trás de uma determinada linha, de forma a não atrapalhar
os demais que estão correndo. A hidratação é farta de água e com um posto de Gatorade no Km 2,5, uma pena que o copo que eu peguei estava bem quente e não ajudou em nada na sede. A medalha desta prova geralmente é diferenciada, e mais uma vez veio confeccionada em acrílico. O kit pós-prova foi decepcionante, com uma maçã e duas bananas, nada doce ou salgado para repor os nutrientes. Apesar de no geral ter valido a pena, alguns pontos deveriam ser melhor observados pela organização:

- Retirada do kit em um shopping elitista e distante: o patrocinador da prova é um shopping que faz questão em manter sua imagem de centro de compras apenas para os mais “abastados”. Além do mais, fica em uma região de difícil acesso para quem trabalha em outras regiões da cidade, exigindo um deslocamento desnecessário.

- Horário de largada: por ser uma prova de 42 Km e que conta com corredores muitas vezes sem preparo algum (ou despreparados como no meu caso), poderia iniciar as 7 da manhã. É sacrificante correr no sol das 13:00 em pleno mês de dezembro.

- Saída do autódromo: daí não é culpa da organização, mas esta poderia fazer com que o gênio que administra o local usasse um mísero neurônio a mais e liberasse outras saídas para os veículos. Foram quase 45 minutos para conseguir tirar o carro de dentro da área da prova, consequência de um único portão aberto para saída.


Com um corpo cansado, mal dormido e estressado, consegui fechar meus 10,5 Km em 01:15:25, nada bom, mas dado o nível de despreparo, é o que deu para fazer debaixo de 35 graus de temperatura.

Sobre o campeão

Em um país onde algumas personalidades insistem em dizer que não sabiam de nada, Senna sabia tudo sobre direção em alta velocidade e mostrava todo seu talento nas pistas. Sua equipe era formada por todos os brasileiros, que acordavam cedo aos domingos, ou até de madrugada, só para ver o show de direção que ele exibia para o mundo. Não contente, sacava a bandeirinha ao final das peripécias e mostrava para o resto do planeta de onde vinha e homenageava quem estava aqui torcendo por ele.

Neste nosso país, os que pisam em nossas cabeças todos os dias e saem livres pela porta dos fundos, alguns nunca terão um pingo da sua dignidade, do carisma ou da saudade que ele deixou.

E agora, diversão total: Volkwagen Run, correr 10 Km dentro de uma fábrica de automóveis e por dentro da linha de montagem dos veículos!