segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Maratona Internacional de Foz do Iguaçu, excelente!!!

São 03:45 da manhã do dia 27 de Setembro de 2015, um domingo frio e chuvoso em Foz do Iguaçu – PR, e mesmo assim o despertador toca. Programou horário errado? Não, para falar a verdade, já está até um pouco tarde para acordar, pois os ônibus que levarão à largada da Maratona Internacional de Foz do Iguaçu passarão pelos hotéis conveniados às 04:30 e às 04:45. Bem cedo, pois as largadas acontecem a partir das 06:00 da manhã da unidade do SESC Paraná, próximo à entrada da Usina Hidrelétrica de Itaipu no lado brasileiro.

Bom, este é um ponto a ser considerado: nas edições anteriores as largadas aconteciam próximo à barragem da colossal usina, porém neste ano, devido à greve dos funcionários brasileiros da empresa (há paraguaios também pois é uma binacional) todas as atividades de turismo, incluindo a maratona, sofreram alterações. Largando do SESC em direção ao portão principal de Itaipu, seguiríamos por 6 Km e voltaríamos no percurso original, em direção às Cataratas do Iguaçu, também no lado brasileiro. Mas antes, vamos comentar alguns detalhes sobre a organização da prova.

Organização de primeira, em todos os aspectos. Na inscrição pelo site, o atleta era informado que só participaria mediante apresentação de atestado médico, não importando se iria correr os 42 Km sozinho, faria revezamento de 21 Km com outro atleta ou os 11,5 Km que aconteceriam dentro do Parque das Cataratas. Não apresentou, não participa. Também havia o cuidado especial de solicitar aos comerciários filiados ao SESC a apresentação do cartão válido para poderem se inscrever e participar da prova nesta categoria. A vantagem? Ao invés de pagar R$ 50,00 de inscrição, os comerciários inscritos pagariam somente R$ 25,00. Sim, você leu direito, uma maratona, 42 Km de vias interditadas e com infraestrutura, custando menos de 1/4 de muita provinha de 5 Km que acontece na sua cidade.

Outro ponto extremamente positivo, a apresentação no site da maratona de hotéis conveniados,
os quais já estavam preparados para o horário insano de café da manhã às 04:00 horas, além de serem atendidos pelos ônibus que levariam os atletas para as largadas de cada modalidade. O preço do ônibus? Já incluso no da prova ali acima. Retirada de kit muito bem organizada no SESC PR, camisetas bonitas e diferenciadas para cada distância, além de excelente comunicação da organização com os atletas através de e-mails informativos antes da prova, inclusive com as informações da alteração de percurso aferida pela Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). É mole? Não, não é, é uma maratona, e nada é mole aqui.

Após encontrar os colegas Tutta do blog Correndo Corridas e Alessandro do blog Correndo que me entendo, nos direcionamos para as largadas que foram pontuais, sendo que elite masculina e pelotão geral de maratona individual e revezamento partiram para suas jornadas às 06:30. E o que realmente judia nesta prova é a altimetria, pesada para os padrões normais das provas na distância, com subidas e descidas, algumas de alguns Kms.

Pensando nisso nos últimos 41 dias, desde a Maratona de Santa Catarina, foram muito treinos subindo e descendo as pirambeiras da Zona Norte de São Paulo, chegava ao ridículo de descer por uma avenida de 2 Km e subir na paralela, depois descer por outra e subir por uma quarta, tudo para acostumar o corpo com os desníveis. Mas, e o clima, como será? Logo que cheguei em Foz do Iguaçu na quinta-feira, foi como desembarcar dentro de um forno, abafado e sem vento. Se fosse assim no domingo, seria bem difícil, já considerando a altimetria. Mas São Pedro deu uma força danada aos
maratonistas, e ganhamos de presente um clima ameno, uns 18 graus de temperatura e até um pouco de garoa durante a prova.

Hidratação foi um show à parte da organização, começando com postos a cada 3 Km e depois diminuindo para 2 Km, inclusive com isotônico e até mesmo Coca-Cola! Um ponto que chamou muito a atenção e que nunca havia visto em nenhuma outra prova de qualquer distância foi a presença de banheiros químicos junto à todos os postos de hidratação. Eu mesmo precisei usá-los, o que foi um alívio em um trecho da prova, pois devido ao frio os líquidos pedem para ser ejetados mais regularmente.

Prova de pouquíssima torcida, não víamos muitas pessoas ao longo do caminho, não só pela característica da cidade, mas pelo clima e horário das largadas, o iguaçuense não se sente tentado a prestigiar os atletas. O trajeto é simples, como disse, apesar da mudança dos 6 Kms iniciais, seguimos próximos ao Rio Paraná, que faz divisa com o Uruguai e seguimos pelo centro da cidade, entrando então na Av. das Cataratas perto do Km 19, onde serão mais uns 13 até a entrada do Parque das Cataratas, trecho final da prova cercado de verde e com chegada ao som de uma das Sete Maravilhas da Natureza do mundo moderno, as Cataratas do Iguaçu.


Quando se está após o Km 40 já é possível ouvir o rugido das quedas d’água, e passando por alguns mirantes observa-se o lado argentino deste espetáculo da natureza. “Emocionante” é pouco para descrever uma viagem de 42.195 metros correndo e que termina em descida e desta forma maravilhosa. E os treinos em subidas e descidas mostraram seu valor: terminei em 04:48:49, 27 minutos a menos que no perfil plano de Florianópolis no mês passado. Medalhas diferencias pelas distâncias, cada atleta foi honrado com o prêmio de sua conquista, outro diferencial desta corrida.


Os atletas e a organização do evento estão de parabéns, trata-se de uma prova totalmente recomendada. Mais ainda se você ficar uns dias a mais e fizer um turismo pela região, linda e fascinante.

Ou, se você quiser, pode descer as cataratas num barril...


(é brincadeira, quem não lembra daquele desenho do Pica-Pau? Hooorrrray!!!!)