
Tenho lido muitos posts sobre a Maratona de São Paulo nos outros blogs e fico feliz em saber que meus amigos blogueiros são tão “cricas” quanto eu com este negócio de organização de provas. Enfim, é nosso dinheirinho “suado” que está ali, então o mínimo que podemos ter é um atendimento decente. E para quem já recebeu a edição da Revista Contra-Relógio deste mês, uma lida na matéria sobre a Maratona de Paris vai deixar bem claro que erros de organização ocorrem até no primeiro mundo.
De qualquer forma, vamos ponderar alguns fatos positivos e negativos desta Maratona. Eu já passei muito nervoso com a Yescom, mas sou obrigado a admitir que algumas coisas melhoraram, enquanto outras continuam a mesma porcaria...
Pontos positivos
- Hidratação: fale o que quiser, mas o tempo estava quente e eu consegui água gelada em todos os pontos de hidratação, inclusive com opção de sem gelo em alguns. Mesmo com o meu tempo de prova absurdo, recebi água em todos os postos, apesar de alguns já estarem desmontando.
- Atendimento médico: graças a Deus eu não precisei, mas vi gente que não teve a mesma sorte. O pior caso que presenciei foi uma ambulância na contramão com a moto da organização abrindo caminho. Pouco tempo depois vi um corredor deitado na maca, com espasmos e uma equipe médica prestando socorro. No mais, alguns tiraram tênis e meia e imploraram por gelo, e foram atendidos.
- Camiseta: Adidas, legítima, de bom gosto e entregue no tamanho correto. O kit pré-prova foi bem aceitável, dentro dos padrões das provas aqui.
- Gatorade: sim, poderia ter mais postos, mas foram 2 e não faltou, além da chegada. Gel, só um e a “Laranja do Km 36”. Para quem lembra da Meia Maratona da Corpore no mês passado, nem iogurte sobrou no final.
- Preço: não acho que foi uma prova cara (R$ 55,00 quando me inscrevi) e ainda tive 10% de desconto por ser assinante da Contra-Relógio. Provinhas da Track&Field não custam menos de R$ 80,00...
- Deslocamento: apesar da piadinha do “busão” que eu relatei, fomos deslocados rapidamente e sem tumulto. Mais pessoas acomodadas, mais rápido o transporte.
- E-mail de informações: na semana do evento recebi um e-mail bem completo ressaltando os itens a serem observados para a prova.
- Medalhas diferenciadas: a inscrição na medalha indicava o evento como sendo a Maratona Internacional de São Paulo, porém com a distância percorrida pelo atleta. Assim aquele seu amigo do escritório não fica se gabando de ter terminado uma maratona...
Agora, pauladas...
- Horário: eu me recuso a falar disso de novo, você já sabe...
- Percurso: tirar um trecho monótono da USP, tudo bem, mas submeter os corredores ao cenário estilo “Mad Max” da Av. Politécnica por uns 5 Kms é de morte!
- Baias de largada: ninguém respeitou, nem mesmo os organizadores. O certo seria largar em “ondas” e ser bem criterioso com este negócio de tempo. Caramba, a Yescom tem os tempos das outras provas que eu participei, porque não fazem uma simples pesquisa dos dados? (desculpe, força do hábito, eu leciono esta parte de banco de dados...)
- Número de participantes falso: a organização anuncia como 20 mil inscritos, mas não explica que isto é o total para todas as distâncias do evento. Ou seja, quem liga a TV imagina 20 mil maratonistas, um número meio difícil de acreditar no Brasil.
- “Cotovelos” no percurso: tenha dó, fazer uma curva e voltar 180 graus é patético em uma prova de rua, ainda mais em uma maratona internacional.
- Placas de Kms: eu perdi várias delas, o que prejudicava controlar meu ritmo. Ou seja, em alguns pontos, pouco visíveis.
- Incentivo: no Km 12, um idiota da organização gritava “vamos lá pessoal, falta pouco”. Sim, faltam 30 Km. “Traz a sua mãe aqui e eu mostro como falta pouco”, eu quase deixei escapar...
- Trânsito: como o evento começa tarde, o paulistano sai para curtir o domingo de sol e encontra ruas fechadas e muito trânsito na zona sul. Resultado: em vez de admirados pelos motoristas, somos odiados, pois estamos atrapalhando o trânsito. Como se conquista mais adeptos para o esporte com esta imagem?
Enfim, há coisas boas e outras nem tanto, mas eu acho que para o tamanho do evento, até que a Yescom se comportou bem. Continuo sem resposta sobre as reclamações da São Silvestre, mas acho que não sou o único.
Em breve: eu imaginei o “percurso dos sonhos” para a nossa Maratona de São Paulo, só falta desenhar no mapa.
Se tiver mais uma crítica positiva ou negativa, sinta-se à vontade para deixar seu recado aqui.
P.S.: aos caros leitores, muito obrigado pelos comentários no meu post da maratona, vocês são demais!