Ainda naquela escassez de provas de início de ano, mas aproveitando para deixar a máquina em dia para os primeiros desafios, aí vai uma estorinha bem legal que aconteceu durante os treinos de Carnaval. Ficar os 4 dias em São Paulo já é normal, acho que não tenho mais idade para enfrentar 8 horas de trânsito e aguentar aquela muvuca do litoral paulista, então o jeito é achar o que fazer aqui. Cidade vazia, a dúvida maior era: pedalar ou correr? Como sair com uma das bikes é um verdadeiro ritual, minha preguiça fez com que eu utilizasse o domingo de Carnaval para dar uma rodada e começar a me preparar para a primeira Meia Maratona, quase um mês a frente.
Saí então aqui na Zona Norte, rodando ao lado da (e não “na”) Ciclofaixa da Av. Luiz Dumont Villares até o Campo de Marte. Tradicional volta de quase 7 Km ao redor do aeroporto e região, torcendo para não ter foliões perdidos em frente ao Anhembi. Ao fechar a volta no meu ritmo pangaré de sempre, ficou aquela sensação “lá vem a parte mais chata, voltar para casa no trajeto contrário”. Eu tinha outras coisas para fazer durante o dia, mas por que não esticar e explorar um pouco outro percurso? Afinal, eu conheço esta região como a palma da mão, são só 40 anos morando aqui.
Resolvi trocar a enfadonha subida da Av. Luiz Dumont Villares por uma série de subidas mais desafiadoras, engatando a tração nas quatro patas na pirambeira da R. Dr. Zuquim. Ao final, na junção com um trecho da Av. Nova Cantareira (trecho apenas, esta vai longe), mais subidas, para depois descer a Av. Tucuruvi. Mas aonde eu quero chegar, além da minha casa, naturalmente, é o fato de este percurso ter sido percorrido durante boa parte da minha vida, desde o colegial no final da década de 80 até os dias atuais, mas nunca correndo. Os corredores aqui da região conhecem muito bem a Av. Dr. Zuquim e Av. Nova Cantareira, subidas respeitáveis! Na adolescência sedentária de vez em quando eu subia andando alguns trechos, mas se batia preguiça pegava um ônibus. A ideia passou pela cabeça durante o treino, mas lembrei que não existem mais aqueles passes de ônibus da CMTC que a gente destacava e tinha o maior cuidado de não rasgar, senão o cobrador não aceitava. Resolvi que o jeito era enfrentar a inclinação do jeito que dava.
Quando terminei a última subida, sem caminhar, e com a sorte de pegar todos os semáforos a meu favor, nem acreditei, passei uma vida aqui, e em sete anos correndo, nunca tinha experimentado o percurso! Que coisa, muitas vezes eu peguei o carro e fui para o outro lado da cidade, como a USP ou até em parques aqui na região, mas não experimentei algo que estava do lado de casa! No final do trecho, fiz o percurso no Google Maps, já que ainda não usava GPS e descobri que aumentei 3 Km na rodagem que estava prevista, fechando com 18 Km e recheado de subidas.
Lembrei-me de publicar este post somente agora por ter feito novamente o circuito recentemente. Ou melhor, parte dele, pois deixei a subida mais pesada ainda com trechos da Av. Voluntários da Pátria, mas mantendo a originalidade de rodar por locais onde havia apenas caminhado.
Moral da estória: corrida é algo simples, basta uma roupa apropriada e um bom par de tênis, mas isto você já sabe. O que talvez não saiba é que a simplicidade pode ser maior ainda, especialmente quando você tem na porta de casa um trajeto inusitado.
Quer contribuir? Conte seus pontos de corrida desbravados, não precisa ser aqui da região, basta ter tido a coragem de buscar um novo trajeto.
quinta-feira, 6 de junho de 2013
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Bela reflexão ! Parabéns, bom findi.
ResponderExcluirPois é, tão perto, tão longe.
ExcluirValeu!