Da série “corridas que não cansamos de correr”, meu melhor exemplo é a tradicional Corrida do Centro Histórico, que teve sua edição de número 21 neste último dia 14 de agosto na gelada região central da metrópole paulistana. Apesar do carinho que tenho por esta prova, neste ano não iria correr por estar aproveitando um período de “descanso” após duas maratonas quase seguidas, mas fui sorteado em um concurso da Federação Paulista de Atletismo através do programa Sócio Corredor, e como dizer não a um presentão desses? Na tradicional distância de 9 Km, fácil acesso e ótimo horário de largada, aceitei prontamente o convite e lá fui eu relembrar outras edições.
Um pouco da prova primeiro: organizada pela Corpore, a Corrida do Centro Histórico tem como ponto principal passar pelos principais marcos da região central da cidade de São Paulo, como Viadutos do Chá e Santa Ifigênia, Praça da Sé, Av. Ipiranga, Teatro Municipal e várias ruas clássicas para o paulistano. E quem conhece a região sabe, nada ali é plano, subidas e descidas estraçalham a musculatura de quem corre, e a emoção de usar as mesmas vias que durante a semana estão entupidas de carros, ônibus, táxis e pessoas para praticar esporte, é uma sensação deliciosa. O acesso é o melhor de todas as provas da cidade, a saída do Metrô São Bento coloca o corredor praticamente na arena no evento, facilitando chegar e ir embora sem maiores dificuldades.
Retirada de kit muito rápida e organizada na loja Decathlon do Shopping Center Norte, também de fácil acesso pela Marginal Tietê ou até mesmo Metrô na estação Tietê, camiseta de manga longa já tradicional do evento muito bonita e de boa qualidade, além de número de peito e sacola do evento. Largada pontual às 07:00 da manhã, porém é de se estranhar a total ausência de controle no acesso às supostas baias de largada, além da falta de educação de alguns corredores que simplesmente rasgaram as fitas que separavam cada pelotão para avançar à frente. Mesmo assim, a largada aconteceu sem atropelos, que é o grande prejuízo quando as pessoas não respeitam seus limites de tempo. E mais um resultado esperado para minhas capacidades, 50:36, e como eu disse, percurso com altimetria bem variada.
Esta prova tem um sabor especial para mim, dez anos atrás, quando comecei a correr, ganhei de brinde uma lesão na tíbia nos primeiros meses, uma fissura por stress. O médico mandou não correr por um tempo, e quando voltei, esta foi a primeira corrida que fiz. A sensação de vitória foi tremenda, outras lesões viriam, uma inclusive que eu carrego neste exato momento, mas a batalha continua. Em outras edições, lembro que foi o dia da Maratona das Olimpíadas de 2012 em Londres, e outra lembro que tive uma noite de sono péssima, mas que mesmo assim corri numa boa na hora da prova. Em outra, lembro que a empresa que trabalhava patrocinava o evento, e “dominamos” com nosso uniforme pelo trajeto todo, uma festa e tanto. Por falar em empresa, o percurso passa por vários locais onde trabalhei, estudei, prestei serviços, enfim, parte de minha estória está ali no centro de São Paulo, local que se tivesse um pouco menos de descaso das últimas administrações municipais, seria nosso maior cartão postal. Para completar, esta edição de 2016 também aconteceu em um dia de Maratona Olímpica, na modalidade feminina no Rio de Janeiro.
Como você pode ver, motivos para correr não faltavam.
Agradecimentos à Federação Paulista de Atletismo pela cortesia!
quinta-feira, 18 de agosto de 2016
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Um presente desse é realmente irrecusável, ainda mais quando a provaé recheada de lembranças...
ResponderExcluirCom certeza, Fábio, e a ótima edição deste ano já faz parte da história também.
ResponderExcluirAbraço e bons treinos!