domingo, 3 de março de 2019

Subindo a montanha, no Circuito Cantareira


Treinar para prova de asfalto é fácil, qualquer rua ou calçada resolve, agora quero ver você se preparar para uma prova em terreno selvagem... e é o que este aqui está tentando fazer neste começo de ano, onde a primeira dificuldade não foi o terreno propriamente dito, mas as possibilidades existentes. Depois de ter feito coisas que não são consideradas “normais” pela maioria dos corredores, como Ironman e Comrades, resolvi que precisava de desafios mais elaborados, e a escolha foi ter um pouco mais de contato com a natureza, seja em trilhas ou praias. Mas para quem mora em São Paulo, capital, isto não é lá muito fácil, pela inexistência de litoral na cidade e pelas poucas opções de corrida em ambientes ao ar livre. Montanhas ao nosso redor não faltam, mas ficar se metendo nelas sem acompanhamento pode não ser uma ideia muito boa. Viajar é ótimo, para correr melhor ainda, mas exige tempo e gastos.

A opção que encontrei então foi uma espécie de prova, na verdade um treino, parte do Circuito Cantareira, mas com camiseta, medalha e até premiação na cidade de Mairiporã, distante pouco mais de 50 Km da capital. E para mim, que em 5 minutos já estou na estrada partindo da Zona Norte de São Paulo, tornou a inscrição ainda mais atrativa. Completando o quadro, a retirada de kit era tão perto de casa que dava para ir andando. O 4º Treinão de Férias apresentava as seguintes opções para quem fosse enfiar a cara no mato: 8, 21 ou 45 Km. Sim, pois logo na largada já entrávamos em uma trilha fechada, onde formou-se uma fila única saltando raízes, abaixando a cabeça para não acertar os galhos e seguindo lentamente até onde já se conseguia correr em terra batida.

Mas a alegria durou pouco, logo adiante a fila formou-se de novo e cruzamos um riacho com água na cintura, com auxílio de staff e
bombeiros. Aventura total, com mais raízes e barro adiante. Aliás, se tivesse chovido na véspera, ia ser só lama, mas tivemos sorte em enfrentar um terreno um pouco mais seco no restante do percurso. Como ditam as boas regras de provas na natureza, a maioria estava munida de mochilas de hidratação, de forma a não gerar lixo na forma de copos e garrafas plásticas pelo caminho. Mesmo assim, a organização ainda ofereceu dois pontos de hidratação para o pessoal dos 8 Km e mais alguns para as outras distâncias.

O trajeto propriamente dito era muito bem sinalizado por fitas zebradas penduradas em árvores, cercas, galhos ou qualquer ponto bem visível aos corredores. Nos trechos
de asfalto, setas indicavam o caminho no próprio chão, além do próprio staff posicionado nos trechos mais estratégicos. Pelo menos para quem enfrentou a distância de 8 Km, que foi meu caso, sem nenhuma incidência de problemas, apenas um ou outro corredor que caiu ou passou mal, mas nada que impedisse o bom andamento do evento.

Largada e chegada foram em um restaurante à beira da estrada em Mairiporã, de fácil acesso a todos, e no final uma bela medalha não em latão, mas de material ecológico. Sensacional, primeira incursão em trilhas foi um sucesso total, sem nenhum tombo (eu sou desastrado) e nenhuma lesão, apenas aquela vontade que todo corredor conhece: quando é quem tem outra dessas?

Por fim, no pacote da inscrição o corredor ainda ganhava o direito de baixar as excelentes fotos tiradas pelos fotógrafos do site Sportclick. Tudo isso pelo preço de uma inscrição normal de prova, portanto, de ótimo custo/benefício.



Mais uma incursão por terras desconhecidas... e vai ter mais, em breve novos relatos de provas diferentes.

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