terça-feira, 4 de junho de 2019

Ultramaratona Bertioga-Maresias, em sua versão “Light” de 42 Km

Prova tradicional no calendário paulista, a Ultramaratona de Revezamento Bertioga-Maresias  chama a atenção de grupos distintos, de um lado as equipes que irão em conjuntos de 3, 6 ou 8 integrantes, e do outro os que não querem dividir os 75 Km do percurso com mais ninguém, os ultramaratonistas. Mas e quem não tem ou não quer equipe ou que não se sente preparado para uma ultramaratona, qual a opção? Apesar de parecer difícil de acreditar, sim, é possível considerar 42 Km como sendo “light”, mas nunca “easy” quando se pensa em um evento deste porte. Se mesmo assim o corredor solitário ainda achar que é pouco, ainda foi disponibilizada a opção “hard”, largando mais tarde e enfrentando o trecho mais duro da prova. Pois é, com tantas opções no cardápio, não dá para resistir.

Ter um Ironman e uma Comrades no currículo não me torna necessariamente apto a enfrentar de cara um evento como este na distância total, então resolvi encarar a extensão da maratona, 42 Km, no perfil “light”, largando às 05h15 da manhã e com poucas subidas, percorrendo na maior parte do tempo pela areia dura da praia entre Bertioga e Juréia, além de umas poucas trilhas e até mesmo alguns trechos de rodovia. A largada dos ultramaratonistas acontecia às 05h00 da manhã, com chuva fina e ainda escuro, onde um grupo muito maior que o dos maratonistas partiu em direção à praia de Maresias, 75 Km adiante. Largadas pontuais, tanto para os Survivors quanto para os maratonistas “light”, praia muito escura com algumas luzes vindas do calçadão e um ou outro corredor munido de lanterna, como era o meu caso.

Voltemos um pouquinho aos itens básicos: inscrição muito simples através de um site bem direcionado do organizador Cia de Eventos,
porém com um valor um pouco acima das provas normais, R$ 199,00 no lote em que fiz a minha, sendo que foi um dos primeiros. Retirada do kit em uma loja de esportes na Zona Sul de São Paulo e com a opção de retirar em Bertioga no dia anterior à prova, também muito eficiente. O kit em si era composto por número de peito, chip (munhequeira), sacola e camiseta, além de um mapa para os carros e bicicletas de apoio. Carros de apoio ainda recebiam um adesivo para serem identificados em condomínios fechados, como seria o caso de alguns pontos de troca das equipes, mas para os 42 Km não foi identificado a necessidade. Conversei com o organizador e expliquei que a esposa estaria no meio da prova e providenciaria hidratação e alimentação, mas foi garantido que o acesso ocorreria sem problemas, o que de fato aconteceu.

Se por um lado não recebemos um kit cheio de bugigangas de patrocinadores, por outro ganhamos uma camiseta somente com a indicação da prova, muito bonita, sem aqueles logotipos de empresas apoiadoras, o que a torna convidativa para vestimenta normal. Carreguei comigo uma mochila de hidratação com 2 litros de água, 2 squeezes, sendo um com isotônico e o outro com maltodextrina, além de gel de carboidrato e bananinhas para o primeiro trecho de 21 Km até o PC3, terceiro posto de controle e troca de revezamento. Ou seja, quase 3 Kg a mais que o próprio peso, além de estar com tênis apropriado para trilha e solo irregular, que naturalmente é mais pesado que um tênis de asfalto. Para uma prova foi uma experiência nova carregar tanta coisa nos 42 Km, mas muitos treinos para a Comrades tiveram desta extensão para cima, e eu sempre saia carregado com tudo isso ou mais, portanto não era nenhuma novidade absoluta.


Praias entre cada PC, sempre com algum trecho de trilha, asfalto ou rodovia logo na sequência após a troca para as equipes ou apoio solo, e no Km 21, como combinado, a esposa estava com bolsa de hidratação cheia e squeezes suplementares para repor o estoque. A prova oferecia hidratação em copos a cada 3 Km, mas como não sabia como estaria o clima, optei por levar meu próprio estoque de líquidos, pois debaixo de sol poderia ser altamente necessário.
Também se considera que numa prova destas não é apenas beber e jogar no chão como nas corridas em asfalto onde o serviço público de varrição removerá os resíduos, é necessário parar, beber e descartar o copo, o que pode ser um incômodo se feito várias vezes no percurso.

Mais chuva e vento frio, PC4 passou tranquilo e chegou o mais longo trecho, até o PC5, onde seriam 14,2 Km de areia dura, praticamente 1/3 da prova até a chegada. E com pórtico simples, mas com muita comemoração dos que aguardavam os maratonistas “light”, completei o trajeto de (aproximadamente) 42 Km em 05:28:31, um tempo alto, porém compatível com uma prova mais dura como esta.


Opinião geral: valeu cada milímetro, cada gota de chuva, uma corrida muito diferente das que estou acostumado e que vale a pena ser experimentada. Ponto positivo para a organização, muito eficiente em todos os detalhes, minha única sugestão é revisar o regulamento, pois parece um pouco confuso na questão de tempos limite, mas fora isso todo o resto funcionou perfeitamente.



Quanto a fazer os 75 Km solo... quem sabe na próxima.

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