O evento faz parte do circuito da International Skyrunning Federation, associação responsável pelo calendário de corridas deste estilo no mundo todo. Parece que a cidade de São Paulo agora entra definitivamente para o circuito internacional de gente doida que gosta de escalar os degraus dos grandes prédios comerciais. Da primeira vez o edifício escolhido foi a sede da Nestlé na região da Av. Luis Carlos Berrini, e nesta edição o gigante escolhido foi o prédio da Editora Abril na Marginal Pinheiros. O percurso era de 649 degraus, do térreo até o 28º andar e heliporto para a categoria Profissional e 552 degraus do térreo ao 24o. Andar (Só? Vai nessa...).
E quanto custa para participar? Pois bem, nada, a inscrição é gratuita, devendo o atleta candidatar-se através do site e apresentar atestado médico recente liberando para atividades do tipo. Meu médico já está acostumado a emitir estes atestados para mim, ele só confirma qual é a loucura que eu estou me aventurando, e é claro, faz os exames de rotina. Ah, uma análise “curricular” também é feita pela organização, onde os candidatos descrevem sua rotina de treinos e histórico, afinal, não dá para brincar com um trajeto desses.
Mas antes de subir, uma pedalada básica...
Eu e mais 8 mil pessoas estávamos inscritos para o World Bike Tour, um passeio ciclístico que tradicionalmente ocorre aqui em São Paulo também no dia do aniversário da cidade. Incorporando um verdadeiro Jack Bauer, resolvi participar dos dois eventos na mesma manhã, pois o passeio passava em frente ao prédio da corrida e terminava pouco adiante na Cidade Universitária. Como os horários eram compatíveis (Bike Tour às 09:00 e corrida às 10:40), esquema montado e pronto para ser colocado em ação logo cedo.
Para quem não conhece, o World Bike Tour é um passeio onde você paga uma taxa de inscrição e ganha a bicicleta, uma Caloi até que bem montada. Leia mais no Ciclovia Digital.
E chegando aos pés do gigante de concreto, aço e vidro...
Corri para a tenda de inscrição e já fui perguntando se “ainda dava tempo”, pois as baterias já haviam iniciado a subida. Peguei meu kit, composto por carboidrato em forma de guloseimas e camiseta regata, bem bonita, mas que era um número menor que eu uso regularmente (e tinha que usar, já que estava com o número estampado). E se eu me acho louco, tinha outros 300 atletas lá para compartilhar minha doidice, inclusive dois malucos que mais uma vez tive a satisfação de encontrar em uma prova, o Fábio Namiuti autor do livro Melhor que o caminho é o caminhar e criador do blog Arquivo de Corridas de Fábio Namiuti, e o Antonio Colucci, blogueiro e colunista do Webrun e organizador, entre outros eventos, da SSCover. Fotos, especulações sobre o “percurso”, memórias da etapa de 2010 e nos posicionamos na largada, enquanto o resto do pessoal acompanhava no telão as baterias que já estavam nas escadarias do prédio.
As baterias eram pequenas, de no máximo uns 10 corredores, e o coordenador de prova dava as instruções para cada grupo visando a segurança de todos. Mas quando a coisa começa, a estória é outra, logo nos primeiros andares o corpo acostumado com longos trechos de asfalto ou giros de esteira não entende direito aqueles degraus e pergunta ao cérebro “por que você está fazendo isto, não gosta de mim?”. É claro que foi impossível correr tudo, mas após uns 6:10 (não acionei o cronômetro, apenas vi o tempo oficial depois que terminei) conclui meu trecho e pasmem, não fui o último desta vez!
Todos descem animados pelo elevador, contando suas proezas e dificuldades e lá embaixo a medalha nos aguarda pelo staff sempre educado do evento. Lá pelo meio do prédio você pensa “quando é que acaba?”, mas quando chega, dá uma vontade de dizer “posso ir de novo?”. Coisa de gente doida mesmo. A única ressalva foi o fato da corrida estar marcada para dezembro de 2011, portanto todos os banners e a medalha ainda tinham a inscrição do ano anterior, mas sem problemas, o que vale é estar lá, a qualquer tempo.
Evento bem organizado, impecável, e que esperamos que seja realmente parte do nosso calendário.
Grande Rinaldo! Parabéns pela prova meu amigo, eu até hoje não tomei coragem para realizar essa. Quem sabe no ano que vem.
ResponderExcluirParafraseando Steve Jobs: Isto é para os loucos!
Boa semana e bons KM´s!
Poderia ter mais dessas provas ao longo do ano =) parabéns pelo dia de atleta ontem.
ResponderExcluirBons Kms
Fabi
O universo das corridas é interminável... cada vez surgem mais novidades no segmento.
ResponderExcluirParabéns, Reinaldo!
Parabéns pela sua segunda Corrida Vertical, Rinaldo. Ter cacife e história para poder encarar um bom desafio como esse já é um grande mérito. Outro, claro, foi superar os andares (não foram 24?) e chegar, dessa vez deixando adversários para trás. Satisfação em reencontrá-lo, que possamos estar juntos outras vezes nas próximas corridas. Mas vamos combinar umas horizontais mesmo, ok?
ResponderExcluirAbraço!
Também estive nessa loucura Rinaldo. Nessa prova senti que o coração fosse sair pela boca. Apesar de ser rápida, a impressão pra quem sobe, é que o 24º andar não vai chegar nunca. Foi uma experiência bem legal. Tomara que nas próximos nos encontremos.
ResponderExcluirGrande abraço.
Alan
alanrunning.blogspot.com
Corrigindo pela sugestão dos colegas: foram 24 andares, no regulamento é que constava como 25. Mesmo assim, acho que eu perdi a conta lá pelo 11o...
ResponderExcluirParabéns Alan, mas, que loucura! Esses caras não têm mais o que inventar! Subir escadas andando já não é fácil, imagine correndo. Deve ter sido uma experiência e tanto...
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