sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Fevereiro negro: a corrida em crise

No calendário da Revista Contra-Relógio (sempre presente na minha parede) o mês de fevereiro traz uma foto muito bem tirada mostra um atleta focado, aquecendo as vias respiratórias antes de uma prova gelada (provavelmente a Asics Golden Four SP do ano passado). Mas ao olhar para o mês de fevereiro de 2014, a expressão dos corredores é visualmente parecida com a dele, como se estivéssemos horrorizados e com a expressão “caramba, como pode dar tanta coisa errada de uma só vez?”. Vamos à uma breve retrospectiva do período...

Corrida adiada

Logo no início do mês, a Osasco Night Run, comemoração do aniversário da cidade foi remarcada do dia 19/02 para 15/03, sem muitas explicações até onde constatei. Como não iria participar desta prova pelo critério preço x produto (R$ 60,00 por 7 Km de percurso),
apenas acompanhei o assunto, mas fiquei pensando: “e se o atleta já tem outro compromisso para 15/03, será que a organização vai ressarcir o valor?”. Lembrando que nestes regulamentos unilaterais o organizador geralmente coloca uma cláusula dizendo que não vai ressarcir valores em hipótese alguma. Continuo defendendo que nossa participação em corridas de rua é relação de consumo, e que a organização não tem direito de impor esta regra se não prestar o serviço contratado.

Corrida falsa

Relatado por alguns corredores, tomo como base do assunto o texto do colega Antonio Colucci do Colucci e as Corridas que descreve uma corrida no Rio de Janeiro
(Rio Lindo de Correr) como sendo um golpe, onde os corredores foram ludibriados por uma organização que não atendeu ao que foi oferecido. Não me aprofundei neste assunto, fico com o posicionamento dos relatos, mas ao tentar entrar na página http://riolindodecorrer.com.br, a tela ao lado foi exibida. De novo, corrida de rua para amadores é relação de consumo, de prestação de serviços, imprima tudo o que você puder (ou guarde como arquivos PDF ou prints de tela) e recorra à Justiça caso se sinta lesado!

Corrida cancelada

Uma notícia abalou quem acompanha as provas em São Paulo: a Corpore, um dos melhores organizadores de provas que temos, cancelou sua tradicional corrida de abertura por falta de patrocínio. Em nota aos corredores, a entidade divulgou os motivos. Apesar de um pouco tarde, foram liberadas as inscrições para a Meia Maratona que acontece em menos de 45 dias, um prazo curto para este tipo de prova, talvez por motivos semelhantes quanto ao patrocínio.

Erro da organização?

Não é só nas corridas que acontecem imprevistos, como pode-se observar no Triathlon Internacional de Santos no dia 16/02. Resumidamente, condições de mar atrapalharam a largada de algumas baterias, e o organizador precisou transformar o evento em
um duathlon (pedal / corrida) pela segurança dos atletas. Porém a ideia não foi muito bem executada, o que gerou alguns problemas e uma enxurrada (pior que a chuva do dia da prova) de críticas. Ficou evidente: 1) os atletas não sabem lidar com adversidades, e deveriam saber que não se discute com condições de mar; 2) a organização deveria já ter o plano B pronto, o improviso gerou tumulto. Seja como for, a prova aconteceu.

Hostilizar o corredor (mas era pipoca, não corredor!)

Mais discussão. Quando tudo parecia terminar bem com a Meia Maratona Internacional de São Paulo, que do meu ponto de vista foi bem organizada, surge uma verdadeira batalha entre os corredores inscritos e os pipocas (corredores não inscritos), deflagrada pela locução do evento. Como relatei no post da Meia Maratona, o locutor ficou instigando os pipocas, dizendo que estes não estavam inscritos e que não deveriam estar ali. Ouvi isto o tempo todo, na largada e na chegada, estava até se tornando desagradável, por menos que eu concorde com gente correndo
sem inscrição. Pior, a própria organização não tomou a única medida necessária para separá-los, ou seja, tirar do funil da medalha / kit ao final. Não sei se eu leio muito gibi, mas parece aquelas intermináveis batalhas entre os X-Men do Professor Xavier e os mutantes do Magneto, cada um dos lados tem razão em alguma coisa, ninguém está certo, e ninguém se entende. O fato é que agora a organizadora Yescom precisa lidar com o fato de ter hostilizado os corredores, o que está gerando revolta nas redes sociais, como você pode conferir na página do próprio evento no Facebook.

Voltando ao calendário, não vejo a hora de virar a página (além é claro de gostar da surpresa da foto do mês seguinte). Por sorte este ano não é bissexto e não temos dia 29, seria péssimo estender o mês por mais 24 horas.

Vamos esperar que a situação acalme, senão tempos cruéis nos aguardam nas corridas...

P.S.: mais uma vez a foto do calendário foi apenas para puxar assunto, o tal calendário é muito querido aqui em casa, não falta na parede desde 2009, não é culpa dele ter acontecido tanta coisa estranha neste mês.

4 comentários:

  1. Respostas
    1. Pois é, Luís, uma pena ter que escrever sobre tantos problemas de uma vez, vamos esperar que os próximos sejam mais "light".

      Bons treinos!

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  2. Foi feia a coisa mesmo, ainda bem que acabou. Que março seja um mês bem melhor.

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    1. Com certeza, vamos esperar que a coisa melhore.

      Abraço e boas corridas!

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